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    Tormenta - Jeanmarie

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    Mensagem por Alexyus Qui Abr 23, 2020 6:40 pm

    Tormenta - Jeanmarie Bloodmoon_850

    Jeanmarie estava parada sobre uma planície escura, observando o céu sem estrelas de algum lugar que ela não reconhecia. Então subitamente um clarão vermelho irrompeu no céu, como um olho gigantesco despertando, e focou diretamente na ragabash, fazendo o sangue de Tormenta congelar nas veias.

    Jeanmarie acordou suando e ofegante.

    Estava ainda em sua tenda, no acampamento improvisado que usava para viajar entre seu último destino e o próximo. No momento, estava voltando a Paris depois de um giro pelo norte e nordeste do país.

    Ser ativista dos direitos das mulheres era difícil, mesmo na França, um páis notoriamente avançado em termos de legislação feminina. Era preciso viajar muito para fiscalizar casos de descumprimento das leis, renovar contatos com coletivos femininos em cada região, ouvir demandas de vítimas e proteroras, e reunir-se com quem detinha o poder, não raro homens criados sob o ponto de vista patriarcal que a consideravam uma "feminazi".

    Além de sua missão social, Jeanmarie também tinha sua missão espiritual, definida no momento de seu nascimento pela luz de Luna. Como ragabash da tribo das Fúrias Negras, ela tinha um papel na Nação Garou, mesmo que não pertencesse formalmente a nenhuma seita e nem fosse parte de uma matilha ainda. Talvez chegasse o momento em que aliar-se a outros garous num grupo que imitava as famílias lupinas, mas era difícil imaginar a vida longe do trabalho a que ela sempre se dedicara. E ainda havia muito a fazer...

    Mas talvez Tormenta não tivesse escolha. Já sabia havia algum tempo que estava sendo caçada por um misterioso caçador que não media esforços para alcançá-la. Onde ele estaria agora ou o que estaria planejando, ela não sabia, mas não podia subestimar a ameaça dele.

    E ainda havia aquele Dançarino da Espiral Negra que ela confrontara meses antes. Sem conseguir matá-lo, restou à ragabash fugir com vida. Mas ele aprendera eu nome e podia vir a ser um grande problema num futuro próximo.

    Enquanto pensava no quanto estava encrencada, Jeanmarie ouviu seu celular tocar. Na tela do aparelho, ela viu o nome de Meira.

    Meira Antoíne era uma influencer ardorosamente feminista e muito informada sobre o que ocorria nessa área. Ela falou assim que Jeanmarie atendeu:

    - Jean! Eu preciso de você em Paris agora! Uma clínica de aborto foi depredada na noite passada! Estou organizando uma manifestação na frente dela para exigir investigação e punição pelas autoridades. Preciso de você lá! Vou te passar o endereço!

    Enquanto olhava a localização que Meira enviava, Tormenta pesou suas decisões. Era um ato importante para sua causa, mas ir à uma manifestação poderia arriscar novamente o Véu, e dessa vez sem nenhum andarilho do asfalto por perto para ajudá-la. Além do fato de estar exposta publicamente aos seus inimigos.

    A decisão cabia a ela.
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    Mensagem por Lnrd Dom Abr 26, 2020 1:07 am

    Tormenta - Jeanmarie Sem_tz10


    Inspirou fundo, enchendo os pulmões com o ar do campo. Era um cheiro bem diferente daquele dos centros urbanos. Natureza. Gaia. Mato. Bosta de cavalo.

    Não que desgostasse da batida inesgotável da cidade. Fora criada como humana e gostava de transitar em meio às multidões e fachadas coloridas. Além, tratava-se de Paris: o frio concreto não dominava tudo. As ruas tinham história, um estranho odor de amor e sangue. Do vinho às lágrimas.

    Observou o horizonte, como se procurasse uma resposta, apesar de já saber que só havia uma. Situações graves aconteciam a todo o momento, em toda a parte. Mas o chamado de Meira era o pedido de uma amiga, uma a qual Jeanmarie já havia implorado por vários favores.

    A grande preocupação não era com ela em si. Jamais se perdoaria em expor alguém que amava. Ver uma figura querida servindo de refém para atraí-la era um peso que não aguentaria carregar. Cada passo que desse era de uma responsabilidade muito, muito grande.

    Fosse com fosse, já estava "toda errada". Hipoteticamente, não devia nem estar na França. Aquela tour pelo Norte era um risco, apesar de um calculado. "A última coisa que devem esperar é que eu volte agora". Apesar de já estar no caminho "de casa", os rastros que deixava apontavam para outro lugar.

    Mesmo assim, não cogitaria chegar perto da família. E mesmo o contato com as amigas seria limitado. "Resolvo esse negócio e caio fora. Imediatamente".

    Apesar da praticidade do celular, preferia a visão ampla de um mapa em papel. Estendeu-o sobre uma pedra e analisou. "Hum...", deixou escapar enquanto pesava as possibilidades. "Talvez o trem...".

    Sobre trilhos, pedindo carona ou mesmo embarcando em companhias aéreas de qualidade duvidosa, deslocar-se pela Europa não era tão difícil, caro... ou violento quanto em outras partes do mundo. Sabia virar-se na estrada. A questão é que não estava mais "an passant", seguindo ao sabor dos acontecimentos, mudando de percurso sempre que necessário. Agora, quanto mais rápido, melhor.

    Havia, claro, outra forma de fazer aquilo. Uma maneira que jamais poderia revelar a Meira ou a qualquer pessoa que não tivesse o "dom espiritual".

    Começou a organizar as coisas, aprontando a própria mochila. "Um hostel. É pra lá que vou quando chegar". E, apesar da aparente tranquilidade, havia mais correndo pela mente dela. O que foi aquele sonho? Visões do tipo poderiam não dizer nada, apenas associações aleatórias. Ou ainda o revelar de alguma questão pessoal à qual não estivesse tão clara para si. A terceira opção era mais preocupante a pessoas como ela. Poderia bem tratar-se de uma mensagem de forças estranhas.

    Enviou uma mensagem, confirmando a presença. "Cenas como essa serão comuns quando terminarmos #mãedeplanta", brincou sarcasticamente.

    Tormenta - Jeanmarie Dciu3q10


    Era hora de partir.
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    Mensagem por Alexyus Sex maio 01, 2020 4:44 pm

    Meira visualizou a resposta de Jeanmarie e respondeu:

    Meira escreveu:Obrigada, estaremos te esperando! #girlpower

    Jean não teve problema em chegar em Paris e encontrar um hostel barato e discreto. Mas, apesar de sua postura pró-ativa e durona, ela conhecia bem pouco da manha das ruas.

    Bem cedo no dia seguinte, ela tentou seguir discretamente para o endereço que Meira havia lhe passado.

    Como esperado de uma influencer de respeito, o evento tinha tomado proporções consideráveis. Uma multidão tinha bloqueado a passagem do trânsito naquela rua, a maioria brandia bandeiras ou pinturas com gritos de ordem, e um caminhão de som ressoava os discursos dos participantes, entremeados de músicas temáticas e ocasionais execuções da Marselhesa, o hino nacional francês.

    Com alguma dificuldade, Jeanmarie conseguiu divisar a figura alta e elegante de Meira, cercada por auxiliares, repórteres, policiais e outros elementos da multidão.

    Meira:

    Com mais dificuldade ainda, Jeanmarie conseguiu chegar perto dela, o bastante para que Meira a visse e abrisse um sorriso de satisfação, estendendo-lhe os braços num cumprimento efusivo.

    Percepção 4 + Manha 0 de Jeanmarie:

    Foi quando espocou o tiro.

    A multidão permaneceu chocada por um momento e logo em seguida entrou em pânico, com correrias disparada para todos os lados. Os policiais sacaram suas armas, procurando a origem do tiro, enquanto tentavam controlar a caótica glomeração.

    Mas os ouvidos de Jean eram mais atentos que os deles. Ela não enxergava o atirador, mas sabia que o tiro tinha vindo do alto do prédio em frente à clínica, do outro lado da rua, um edifício residencial.
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    Mensagem por Lnrd Qui maio 07, 2020 11:28 pm

    Tormenta - Jeanmarie 20200510

    Trocou as roupas de viagem, mas não a intenção furtiva: vestiu algo prático e, principalmente, que a disfarçasse um pouco.
    - Só espero que esses cabelos... .

    Pensou em tingi-los novamente, mas lembrou que havia adotado a cor fazia pouco tempo. Estava loira da última vez, ou isso foi antes do ruivo? De qualquer forma, não seria denunciada por aquilo.

    Ao pisar no lugar, deixou escapar certa frustração. A cobertura midiática era esperada, até desejada, mas preferia não estampar capas de jornais naquele momento.

    Percorreu pelo lugar, procurando no que poderia se encaixar, ser útil. Talvez ajudando nos cartazes ou tentando porcamente surrar um instrumento qualquer para dar ritmo aos gritos de guerra. Até que divisou Meira.

    Cortando o tumulto, foi se aproximando com um sorriso, mas um estampido interrompeu o reencontro. Gritos e correria.

    Já havia visto aquilo noutras situações, mas não deixava de se espantar: pessoas eram normalmente frágeis pássaros, revoando ao primeiro barulho alto. Poucas eram resolutas em não se deixar tomar pelo pânico.

    Foi assim que consegui frieza para raciocinar. "Merda". Não havia sido atingida, mas temeu pela amiga, tentando ver se fora atingida. Mas havia outra coisa para se preocupar.

    A direção do tiro – e a possibilidade de vir outro disparo.

    Recordou de ter visto Gaillard, dos Andarilhos do Asfalto, subir num prédio com uma agilidade sobrenatural e lamentou não ter aprendido a fazer o mesmo. Mas tinha pernas, e esperava que ajudassem.

    Enquanto corria naquela direção, gritava para a polícia. "No prédio! No alto do prédio!", dizia, rezando para que o lugar fosse cercado. Afinal, se a polícia fizesse a parte dela, em algum momento o atirador teria que descer. Ela só não pretendia esperar.

    Olhou para a porta da frente, mas questionou se ele sairia ou não por ali. Era muita ousadia, mas não impossível para um rato ocultar-se a plenas vistas, aproveitando-se da confusão. Mas, antes de tentar a porta, procurou entender o lugar: parecia ter "fundos" por onde ele pudesse escapar? Prédios colados por onde ele pudesse pular de terraço em terraço? Uma escada externa?
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    Mensagem por Alexyus Sex maio 15, 2020 3:45 pm

    Percepção 4 + Manha 0:

    Jeanmarie conseguiu manter a calma naquele caos, mas entender seus arredores em tamanho caos era uma tarefa dura, e ela sentiu todos os seus sentidos sendo sobrecarregados.

    A gritaria ribombava em seus ouvidos, a multidão em debandada nublava seu campo de visão, os cheiros do medo - suor, lágrimas, urina - encobriam quaisquer odores vestigiais que a pólvora deixaria, as pessoas trombavam nela o tempo todo sem que ela soubesse quem eram, e o gosto amargo em sua boca aumentava a frustração da situação.

    Passaram-se vários momentos de terror e confusão antes que ela conseguisse espaço suficiente para raciocinar sobre a situação.

    Ela viu Meira no centro de onde estivera a manifestação, ainda tentando gritar mais alto que os gritos das pessoas ao redor, esforçando-se para estabelecer alguma comunicação útil. Não aparentava estar ferida, mas o ângulo de visão de Jeanmarie não era bom e ela sabia que Meira podia ser indomável, mesmo se estivesse ferida.

    Dois policiais estavam ao lado de Meira, mas a maioria deles estava tentando controlar a multidão, no que pareciam estar falhando miseravelmente. Mas três soldados já estavam correndo para o prédio do qual parecia ter partido o projétil, e olharam zangados para o aviso óbvio que Jeanmarie gritava, mesmo que ela não fosse a única.

    O edifício em si tinha uma aparência comum para aquele subúrbio de Paris: um prédio residencial de 6 andares não muito novo, com uma portaria no térreo. Os policiais já estavam mostrando suas credenciais para o porteiro e fazendo perguntas enquanto falavam no rádio-comunicador. Além da portaria, parecia haver outros ambientes no térreo, mas de fora era impossível adivinhar quais seriam. Na lateral do prédio, afixadas na parede, escadas de incêndio de metal acompanhavam cada andar e desciam até um beco onde havia algumas caçambas de lixo; um dos policiais estava ali, olhando pro alto e esperando reforços com uma expressão apreensiva. As construções ao redor eram de altura inferior ao prédio e relativamente distantes para um humano comum saltar. A parte de trás do prédio não era visível, mas não parecia haver outro edifício próximo naquela direção.
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