[ON] NUNCA MAIS

Katherine e Robert haviam acabado de voltar de viagem da Europa. Para o pai de Katherine, a garota havia ido fazer um curso de curta-duração em artes, numa renomada universidade francesa, mas a verdade era que os dois haviam viajado por conta de um "chamado espiritual" que a garota teve. A premonição poderia ser só um delírio da vida que a jovem levava, mas ela se confirmou quando os dois acharam o corpo do sonho de Katherine numa lata de lixo. Aí a porra ficou séria...

Depois do incidente com a centopéia, Kath grudou em Robert como um carrapato. Seja para entender seus novos poderes, seja por uma gana louca por aventura, coisa que nunca teria vivendo na aba de seu pai, com tantos seguranças seguindo a garota. Os dois pararam em um hotel nos subúrbios de National City onde estavam analisando as pistas que haviam encontrado na França e que os trouxeram novamente para National City.

Era um homem bem pálido.... possivelmente usando uma maquiagem branca, mas com traços negros que lembravam um mímico parisiense. Usava também roupas escuras, como jaqueta e calça de couro, no melhor estilo dos rockeiros hadbangers dos anos 80. E sempre as suas vítimas tinham um olho arrancado... fosse o direito ou o esquerdo, não importava. Ele não parecia seguir um padrão para isso... Eles tinham conseguido um retrato falado ao roubar uma delegacia em Paris, mas o desenho era pouco crível...

DESENHO:

...mas o que poderia ser crível num mundo onde pessoas voam e soltam laser dos olhos?

O nome do assassino, conhecido pelas autoridades era "O Mímico". As população pouco sabia desse homem. Seus assassinatos eram pontuais, mas não seguiam padrões. Havia um pai de família que tinha uma loja de penhores em National City, uma mulher morta em um hotel em Paris, uma jovem policial que estava há pouco tempo na NCPD e um advogado encontrado morto em um campo de golfe a noite. Em suma.... todas as pistas levavam a nenhum lugar e até agora a dupla só perseguia os cadáveres que iam aparecendo.

O último cadáver estava em um necrotério em National City... era um advogado chamado Jeffrey Horner. Ele tinha uma firma de direito com o sócio, seu irmão, chamada Horner Brothers. Uma firma que não era grande coisa... nunca teve bons casos e até problemas com aluguel já teve. Então.... porque?

A dupla imaginou então o que deveriam fazer.... qual o próximo passo? O Necrotério? A Firma? Ou teriam alguma outra ideia para lidar com este Mímico?

Katerine escreveu:— Ryan, até o momento eu só podia ver o passado através do toque me diz que eu não vou ver o futuro, porque ainda estou tentando engolir tudo de falar com os mortos.

Robert comentava indignado com sua recente aliada o chamar o tempo todo pelo sobrenome, afinal eles já tinham de conviver, então que fosse de forma mais discreta.

Katerine escreveu:— O que acha que devemos fazer Ryan, podemos tentar entrar no necrotério e eu posso tocar no homem para ver o que eu encontro, a não ser que queira fazer outra coisa.  

Robert também sinceramente não sabia se Katerine realmente pode falar com os mortos, para ele isso tudo era uma pegadinha com alguma lição secreta de moral marcial do Sensei Speedy. Ele sempre falou da teatralidade dos ninja... E certa sexta-feira, quando todos alunos e alunas estavam regados à cerveja e saque ele contou sobre como usou morcegos para assustar um dono de uma academia que ele odiava... Ele descobriu também que o sensei era ateu, mas deixava parecer algo como agnóstico. Vida depois da morte? Ryan só não esperava que seu instrutor de artes japonesas fosse esse tal criminoso chamado de "Phantom” e que agora estaria sendo seguido por uma jovem adotaria um nome fantasmagórico também.

Ele achava que é tudo era algum truque, um truque caro...  E tudo que Ryan tinha de mais realista era que o tal Mímico tinha feito de vitima esse tal advogado... e não alguma vítima, deve ser alguma simbologia. A garota conseguia fazer coisas incríveis... entrar naquele ambiente do necrotério sem ser vista, mas também ele queria saber da parte do irmão ainda vivo o que houve.

Pessoal, preciso que vocês decidam o que vão fazer pra eu atualizar a parte de vocês. Não ficou claro nem o quê, nem como vocês irão fazer... e nem ONDE.

Apesar de Kate querer ir ao necrotério, Bob achou uma ideia melhor averiguarem o irmão de um dos mortos, o outro irmão Horner. Eles não demoraram muito para descobrir que o outro irmão se chamava Alan e que se tratava de um advogado baixinho e gordinho.

O escritório dos irmãos Horner ficava em um bairro não muito afastado dali, de classe média. Ele estava localizado no terceiro andar de um prédio de apartamentos comerciais e até mesmo para moradia, onde até mesmo haviam escritórios de detetives particulares com a porta em vidro.

Os dois subiram pela escadaria e caminharam até uma porta com a logo "Horner Brothers - Advogados". Ao chegarem no local, eles podiam ouvir que alguém ali estava falando ao telefone, mas era muito difícil de ouvir qualquer coisa, como se o telefone estivesse muito afastado da porta. Se tentassem a maçaneta, veriam que a porta não estava trancada e que seria bem fácil entrar ali.

Cabia agora aos heróis decidirem como e se iriam abordar quem quer que estivesse ali dentro.

Pouco antes de ir abrindo a porta Robert comentava em seu tom repreendendo como sempre os impulsos de Kate.


Falava e ao ouvir qualquer protesto da jovem, já ia entrando em seguida.


Dizia à atendente enquanto olhava para Kate torcendo pra ela se comportar.

A dupla entrou em um escritório que não era nada luxuoso. logo de entrada havia uma mesa de recepcionista, mas parecia estar vazia desde que o escritório fora aberto, ou ao menos por um longo, longo tempo. Eles seguiram e ouviam uma pessoa falando ao telefone, um homem com a voz esganiçada e que pelo barulho de passos no chão de taco de madeira, estava notoriamente andando em círculos e de maneira rápida.

???: Eu sei que você está ai! Não ouse desligar! .......... Cacete, será que dá pra entender que eu estou com medo? Já transformaram meu irmão na porra de um presunto! É o que você quer de mim, é?!........... Não me mande ficar calmo, cacete! Eu não vou ficar calmo? ....... O quê?! .... Não, seu filho de uma puta, eu não sou paranóico! Será que você não lê a bosta de um jornal? Alguém matou o Jeff e ainda levou a porra do olho dele de lembrança!..... Ei! Não ouse desligar! Não ouse.... FILHO DE UMA PUTA!!!

Um telefone celular saiu voando pela porta onde ele estava e passou raspando em Kate. Os dois então apareceram de supetão e Robert disse que estava procurando o Senhor Horner.

Assim que apareceram, o homem, notoriamente perturbado apontou um revólver para os dois.



Mike Horner: Quem.... quem são vocês? Como diabo vocês entraram aqui?!

Ele estava em um escritório bem bagunçado.... o homem estava com os olhos esbugalhados e avermelhados, como quem não dormira bem. Ele engatilhou a arma.

Mike Horner: Vocês vieram me pegar? Cacete, vão pro inferno! Eu não sei de porra nenhuma do Jeff! Saiam daqui! Caiam fora, porra!

O homem olhava para eles, notoriamente perturbado e possivelmente alcoolizado ou drogado. Ele tremeu um pouco a arma, apontando para Bob, depois para Kate, depois Bob, Kate.... até que baixou e esfregou a coronha dela na cabeça como quem a coçava.

Mike: Aaargh! Que dor de cabeça do inferno! Eu preciso de um trago!

Ele soltou a arma na mesa e sentou na cadeira dele, abrindo a gaveta da escrivaninha e pegando uma garrafa de conhaque.

Mike: Sentem aí, então, se não vieram me matar. Vocês aceitam?

Ele desatarrachou a tampa da garrafa e nem mesmo colocou num copo, dando uma golada e sacudindo um pouco a cabeça.

Mike: Uuuhh! Essa porra é forte!

Olhou para os dois e por mais incrível que parecesse, seus olhos pareciam levemente melhores...

Mike: Olhe... eu não sei porra nenhuma de Mímico nenhum.... ah não ser fato de que deve ter sido ele quem matou o meu irmão. O que eu não entendo, porque o Jeff não era metido com grandes casos nem porra nenhuma. Nosso maior caso ano passado foi a herança de uma velha que queria as porcelanas da irmã.

Ele abriu outra gaveta e pegou um monte de pastas, colocando em cima da mesa.

Mike: A única coisa que me leva a crer que possa ter algo a ver foi um caso que o Jeff resolveu pegar há alguns meses sobre um cara que atropelou uma menina e ele conseguiu livrar o cara. Mas fora isso.... eu não sei. Eu só sei que quero beber mais...