IZANAMI TSUKI- PARTE I
"Iza!"
"Izanami...."
"IZANAMI."
"IZANAMI!!"
"Izanami...."
"IZANAMI."
"IZANAMI!!"
A garota yakuza foi pescada de um sono profundo de maneira abrupta e preocupante, pois a voz que a chamava com tanta urgência parecia querer anunciar que um raio havia acabado de partir os céus como se fosse a própria espada do Deus Dragão, Lin-Wu. Ainda poucos instantes após despertar e pôr os olhos em sua colega, o ouvido direito de Izanami que havia recebido o último chamado ainda estava zunindo.
Podia sentir o cheiro forte de peixe assado. Conforme sua audição normalizava, também começava a ouvir os sons cotidianos do distrito como pessoas conversando, passos de todos os lados, estalar do fogo acesso em comércios e até o martelar de tábuas um pouco distante. Foi o mesmo tempo que levou para sentir o calor do sol forte em sua pele e seus olhos se acostumarem com a luminosidade do dia, permitindo-a enxergar onde estava: sentada em um caixote próximo de um beco na rua dos ambulantes no extremo sul do distrito. Ao seu lado, sentada no chão empoeirado, estava Nanako acenando com os dois braços próximos ao corpo e como sempre com um sorriso no rosto. As duas se conheciam há alguns anos, após um incidente perigoso no qual Izanami a havia salvo do trabalho forçado da pior espécie. Desde então Nanako, apenas um ano mais nova que Izanami, havia se esforçado para tentar ser como um braço direito para Izanami. Ajuda-la da forma que pudesse, querendo retribuir o favor.
- Rua dos Ambulantes:
E Izanami poderia lembrar-se perfeitamente do que fazia ali: Yoshi, o Henge que sempre lhe trazia informações das estradas próximas aos bosques regionais, havia lhe enviado uma mensagem urgente pedindo para encontra-la naquele lugar. Isso por si só era um movimento estranho do Henge (que raramente vinha pessoalmente ao distrito), mas para piorar a situação Yoshi não havia aparecido. Izanami acabara dormindo ali enquanto o esperava desde antes do nascer do sol.
Momentos depois de se lembrar a razão de estar ali, um cheiro de ervas doces ocupou o espaço em que as duas amigas estavam. Um outro rosto familiar se aproximava com uma expressão de reprovação, carregando em suas mãos duas canecas de chá quente.
- São poucos os que podem se dar ao luxo de cair no sono aqui e não serem roubados... parece que está ficando famosa, Izanami. – Kaju era uma figura bem conhecida, cozinheira dona de lojinhas de lámen espalhadas pelo distrito. – Houve um grande incêndio na casa da família Yamazaki ontem... por acaso era por isso que procurava a Izanami, Nanako?