ATO III: O DEUS DA GUERRA SE REVELA.
- Trilha Sonora:
Na entrada do Templo da Lua, Ártemis e Calisto preparam-se para a batalha que seguirá. Lá de cima, elas podiam ver os céus assumindo uma coloração vermelha, à medida que Marte se aproximava cada vez mais da Terra.
Todas as suas 205 Satélites também estavam preparadas, mas a deusa temia que elas não fossem o suficiente.
- Senhora, se me permite, não seria mais seguro pedir a ajuda dos outros deuses numa situação como essa?
- Meu irmão, Apolo já teve de interferir na última vez. Pedir a ajuda dos outros deuses apenas reforçaria que eu não sou capacitada para ser a guardiã da terra. Ártemis então olhava para a grande estátua que havia sido transportada para seu templo.
“Não”, pensava consigo mesmo “eu mesma cuidarei disso sozinha”.
Então, Ártemis e suas guerreiras podiam sentir uma presença se aproximando.
Ártemis podia reconhecer a vestimenta do guerreiro, uma Curis, a armadura de batalha dos Berserkers, os guerreiros servos de Ares. O guerreiro caminhava tranquilamente, com um olhar debochado para as Satélites, até aproximar-se de Ártemis.
Porém, naquele momento, todas as Satélites apontavam seus arcos para ele, fazendo-o parar no meio do caminho.
- Aproxime-se mais um passo e nunca mais se levantará! – Dizia uma das generais de Ártemis.
O Berserker apenas olhava para a guerreira com um sorriso cínico, e dirigia-se a Ártemis, sem sair do lugar.
- É um prazer conhece-la, Ártemis. Sou Cheval de Diomedes, mensageiro do Batalhão do Fogo Infernal de Ares. Venho lhe dar uma última chance de se render enquanto ainda há tempo. O exército do deus da guerra está chegando e... Cheval jamais foi capaz de terminar sua frase, pois um mero gesto de Ártemis servia como a ordem para todas as 205 Satélites dispararem suas flechas contra o mensageiro, que caia morto instantaneamente, com o corpo totalmente varado pelos projéteis.
- Não aceitamos seu pedido de rendição. Se Ares quer uma guerra, ele a terá!...
- Trilha Sonora:
- Além do Reino Terrestre, onde Poseidon reina sobre os mares, Hades reinava sobre o submundo e a deusa renegada reinava sobre a própria Terra, existe o Reino Celeste do Olimpo, que é dividido em dez camadas. A primeira camada é conhecida como Céu da Lua, e é dominado pela deusa Ártemis. Localizado na base do Olimpo, acessível através de uma passagem dimensional em Star Hill. A segunda camada é o Céu de Mercúrio, morada de Hermes. A terceira esfera é o Céu de Vênus, comandado por Afrodite. A quarta esfera é o Céu Solar, o mais reluzente de todos os reinos, habitado pelo deus Apolo, atual líder do Olimpo na ausência de Zeus. A quinta esfera é o Céu de Marte, cujo principal habitante, Ares, o mais valente e valoroso dos deuses, encontra-se desaparecido há eras, então não deve ser um problema. A sexta esfera é o Céu de Júpiter, antiga morada do próprio Zeus, que também se encontra desaparecido há eras. A sétima camada é o Céu de Saturno, onde o tempo e espaço se distorcem e os próprios deuses tem medo de acessar, pois segundo os mitos, já foi habitado pelo próprio Chronos, o pai dos deuses. A oitava esfera é o Céu das Estrelas, não sendo morada de nenhum deus específico, servindo apenas como uma barreira que separa as esferas anteriores dos espaços mais elevados do Céu. Após ele, encontra-se o Primeiro Móvel, a última esfera do espaço físico, que transcende o Monte Olimpo e os Olimpianos, desconhecido até mesmo pelo panteão grego. Dessa forma, apenas podemos teorizar o que se encontra nessa camada. Alguns acreditam que ali foi onde ocorreu o Big Bang que originou todo o universo. Porém, muitos teorizam que além dele, exista uma décima camada, o Céu Empíreo, uma região além da existência física, onde supostamente, o Criador do próprio Big Bang resida em seu trono. Nosso objetivo é fazer aquilo que nem os deuses conseguiram, percorrer todas as 10 camadas e destronar não apenas os deuses Olímpicos, mas o próprio Criador, provando que os humanos são os verdadeiros senhores do próprio destino, derrubando todos os deuses e tornando-se os senhores de todo o universo.
- Se me permite questionar, como você pode saber sobre tudo isso? – Questionava Shiryu.
- Como eu disse, sou um especialista em tecnologia de informações militares, e isso inclui os maiores inimigos da humanidade, os deuses.- Você realmente está falando sério?! Você planeja derrubar o próprio Deus? – Perguntava Hyoga, incrédulo com o que ouvia.
- Não sabemos se o Deus das Religiões Abraamicas é o Deus reinante do Décimo Céu, ou mesmo se o Décimo Céu realmente existe, e esse será um dos nossos objetivos, descobrir aquilo que ninguém jamais descobriu, conquistar aquilo que ainda não foi conquistado.- Mas... será possível mesmo derrotar um deus? – Questionava Shun.- Acredite, alguns deles já foram derrotados por mortais, nossa tarefa será derrotar os outros e entrarmos para a história.
Os cinco não deixavam de pensar o quão megalomaníaco era o plano de Guraad e até mesmo começavam a duvidar da sanidade do mesmo, porém, até o momento, tudo o que ele dizia se provara real. Guraad os havia apresentado a um mundo que jamais haviam sonhado. Há algumas noites, eles eram apenas moradores de rua, pastores e órfãos andarilhos. Hoje, eram Santos capazes de rasgar o chão com seus golpes e transformar estrelas em poeira. Eles vestiam armaduras lendárias utilizadas por indivíduos excepcionais do passado. Quem poderia garantir que não seria possível derrotar os deuses do Olimpo para que e assumirem o controle total das próprias vidas?!
...
- Trilha Sonora:
Da janela de seu hotel, Saori Kido observava o céu tornando-se vermelho sangue. Aquilo definitivamente não era um bom presságio, e parecia lhe remeter a recordação dolorosas há muito esquecidas.
- Saori, por favor, saia da janela, vamos ficar aqui dentro, tudo isso é muito estranho. – Dizia Tatsumi, fechando a janela.
Não muito longe, Seika rezava segurando firmemente seu rosário. Saori apenas podia ouvir a voz baixa da jovem:
- No sexto mistério, contemplemos a agonia de Jesus Cristo quando suou sangue no Horto. Pai Nosso que estais no céu......
- Trilha Sonora:
Seiya, Hyoga, Shiryu e Shun encontravam-se escalando as encostas do Monte das Estrelas (Star Hill). Ikki, que já estava descobrindo suas novas habilidades rapidamente, simplesmente sobrevoava o monte com suas asas flamejantes, deixando os colegas para trás. Logo abaixo dos quatro, subiam os Berserkers, que pareciam ansiosos demais para o combate que viria.
- Eu não entendo, por que Guraad simplesmente não nos leva até o topo do monte com um helicóptero ou algo assim?- Guraad mencionou que existe uma espécie de passagem dimensional neste monte. Talvez se ele apenas nos largasse no topo, não tivéssemos acesso à tal passagem.
O monte era absurdamente alto, mas os quatro descobriram que com o auxílio das armaduras lendárias e com o uso de seu cosmo, seus corpos pareciam incrivelmente leves e resistentes, de forma que uma escalada que humanos comuns não seriam capazes, tornava-se como subir em uma árvore.
Eles também achavam muito estranho o fato de o céu estar assumindo um tom vermelho vivo, mas pensaram que talvez isso fosse um resultado de estarem se aproximando do Olimpo.
Após algumas horas de escalada, algo estranho acontece. Eles finalmente chegavam ao topo, onde Ikki já os esperava entediado, mas o local parecia muito diferente do que era visto lá de baixo.
Não muito longe, havia um pilar com o topo em forma de lua, e à sua volta, diversos caminhos divergentes, como que formando um labirinto. No topo do pilar, um corvo dormia tranquilamente, alheio ao que viria a seguir.
Em seguida chegam os Berserkers.
- Então, onde está o tal Templo da Lua? Estou ansioso para arrancar a cabeça de Ártemis. – Perguntava Lior, com uma expressão sádica no rosto.
- Acalme-se, vamos analisar o terreno antes. Pode muito bem haver algum tipo de armadilha por aqui. – Aconselhava Ofir.
Alcmenes tomava uma posição semelhante, apenas observando todos os detalhes do local. Já Lotis parecia tão ansiosa por sangue quanto Lior.
Subitamente, o corvo era acordado pela conversa e descia voando até o chão, transformando-se em uma jovem garotinha.
- Mas que droga, não se pode nem mais dormir por aqui? Ah sim, vocês devem ser os enviados de Ares, não é?! Eu sou Hécate, a bruxa da lua, e Ártemis pediu que eu os recepcionasse. Ela me pediu para dizer... deixa eu ver... ah sim, aqui está o corpo de seu mensageiro. A agora jovem Hécate fazia alguns gestos com as mãos e com seu báculo, e o corpo crivado de flechas de Cheval aparecia ao chão, diante de todos.
- Ela também disse que... humm... que jamais se renderia a um covarde como Ares, que se refugiou no Tártarus de Hades após levar uma surra do exército de Atena, e mesmo assim não ajudou o príncipe do submundo quando a própria Atena e seus Santos o invadiram e assassinaram Hades. Ela também disse para darem meia volta, ou todos os servos do deus da guerra terminarão como esse cactus aqui do chão. Lior gargalhava ao ver o cadáver perfurado por dezenas de flechas.
- HAHAHAHA, finalmente alguém com senso de humor por aqui. Parece que você perdeu um soldado e ganhou em troca uma bela almofada de alfinetes, Alcmenes!- Que ousadia... – Esbravejava Ofir, mas antes que ele pudesse dizer mais alguma coisa, Lior abria as asas de sua Curis e as batia, gerando ventos fortíssimos que se convertiam em um tornado, levantando a pequena bruxa no ar, que por muito pouco não é despedaçada ali mesmo, se não tivesse se teleportado para longe.
- O que você fez? precisamos dela para nos indicar o caminho! – bradava Shiryu contra Lior.
- Que foi? Só estava esticando as asas um pouco. – Respondia Lior, debochadamente. Então, a voz de Hécate era ouvida, vinda sabe-se lá de onde.
- Felizmente, parece que vocês não possuem pessoas inteligentes em seu meio. Estão vendo todos estes caminhos saindo do Pilar da Lua? Vocês jamais encontrarão o caminho correto sem minha ajuda. Até nunca mais.- Hunf, essa bruxa em miniatura acha que pode nos enganar? BATALHÃO DO DESASTRE, DESCUBRAM QUAL O CAMINHO CORRETO! Então, cerca de ¼ dos Berserkers se dividiam entre os diversos caminhos saindo do pilar. Mas Lior os interrompia.
- Exceto vocês dois, Iseu de Python e Catreu de Akephalos. Precisarei de vocês ao meu lado enquanto os três patetas dão de cara com seja lá o que for que matou Cheval. – Dizia Lior, rindo de forma sarcástica, nos ouvidos de seus dois melhores servos. Assim, três soldados de Lior seguiam para três dos caminhos. Alcmenes e Ofir também enviavam cada, um de seus soldados para os outros dois caminhos restantes.
O tempo passava, e nenhum dos cinco retornava.
- MALDIÇÃO, VAMOS DESTRUIR TUDO TRANSFORMAR TODO ESTE MONTE EM PEDAÇOS! – Gritava Lior, preparando-se para mais um fulminante ataque, até ter seu pulso segurado por Hyoga.
- Pare com isso, você não está agindo com sobriedade.
- Sobrie... eu nem sei o que isso significa, você está me ofendendo?- Acalmem-se os dois!
- Trilha Sonora:
Desta vez, era a voz de ninguém menos que o próprio Guraad, que surgia diante de todos, sabe-se lá como.
- Esta é uma ilusão muito simples, mas se continuarem enviando soldados um por um, vão acabar sem nenhum peão para sacrificar na guerra.
Então, Guraad se concentrava, e quando abria os olhos, dizia para olharem para o pilar novamente. Para a surpresa de todos, agora havia apenas um único caminho.
- Sigam por ele, em breve chegaremos ao Templo da Lua.
E assim, os Santos e Berserkers seguiam, com uma leve tensão começando a se formar entre os dois grupos, e com os cinco Santos se perguntando como Guraad havia conseguido tal feito, e quem exatamente era aquele homem.
...
- Ambiente (escutar os dois ao mesmo tempo):
- Acalme-se, senhorita Saori, tenho certeza que esse deve ser um mero fenômeno climático ou algo assim, vai passar logo.
Enquanto Tatsumi tentava consolar Saori, os vidros da janela se estilhaçavam com uma ventania fortíssima que surgia sem aviso prévio. Uma forte tempestade se iniciava, sendo que nenhuma previsão de tempo havia previsto o ocorrido, e apenas algumas horas antes o céu estava claro e totalmente limpo.
A luz havia caído e do lado de fora das janelas estilhaçadas era possível ver diversos postes de luz arrancados do chão, carros virados de ponta cabeça e residências destruídas.
Por alguma razão, Saori não acreditava que aquilo fosse um mero fenômeno climático, sobretudo pelo céu vermelho sangue. Seika continuava recitando os mistérios do rosário:
- No décimo mistério contemplemos a crucificação e morte de Cristo. Saori se ajoelhava ao lado dela e começava a rezar também.
...
- Trilha Sonora:
Os cinco Santos, bem como os Berserkers restantes, seguidos pelo próprio Guraad finalmente alcançavam o Templo da Lua.
O caminho estava bloqueado por dezenas (senão centenas) de guerreiras portando arcos, apontando suas flechas ameaçadoramente para os invasores.
Em meio a elas, uma mulher vestindo uma bela armadura e portando um báculo com ponta em forma de lua os encarava. Sem dúvida, seria a própria Ártemis.
Seiya acreditava que o sentimento de ver um deus pela primeira vez seria diferente de tudo que já havia sequer sonhado, mas esse não parecia o caso. Ele sentia como se já tivesse visto aquela mulher no passado, e incrivelmente, ela também parecia sentir algo semelhante ao olhar para ele.
- Você?! – Dizia Ártemis olhando para Seiya.
- V... você me conhece?! Então, Guraad surgia por detrás dos Berserkers e encarava a deusa, com um sorriso no rosto.
- Há quanto tempo, meia irmã?!
- Por que continua se escondendo atrás deste rosto, Ares. Revele-se!O sorriso de Guraad aumentava, então, como que desfazendo uma ilusão, ele assumia sua forma verdadeira:
- Trilha Sonora:
- O quê? Ares? Então, esse tempo todo era você? – Questionavam Seiya e os outros quatro.
- Não se preocupem, ainda estou do lado da humanidade. É por causa desta pretensa deusa que vocês perderam sua memória e não sabem quem são.- Perdemos a memória?! Do que você está falando? – Perguntava Ikki.
- Por que não diz você mesma a eles, Ártemis? Estes cinco bravos cavaleiros ousaram enfrentar a tirania dos deuses e como punição, você e Apolo apagaram a memória deles.
- Não seja hipócrita, Ares, você apenas os está usando como marionetes para alcançar seus objetivos nefastos.- Existe alguma mentira no que eu falei?!
Ártemis fica em silêncio.
- Jovens cavaleiros, eu gostaria de ter contado tudo a vocês desde o início, mas sabia que isso poderia ser um golpe muito forte. Ajudem-me a derrotar Ártemis e eu juro que contarei tudo a vocês. Por um segundo, os cinco ficam em um impasse, sem saber o que fazer em seguida. Então, os quatro generais de Ares tomam a frente:
- Eu sabia que não deveríamos confiar nesses cinco. GUERREIROS, BANQUETEIEM-SE COM O SANGUE DAS SATÉLITES! – Gritava Lior.
E assim, todos os Berserkers restantes entravam em um frenesi onde seu cosmo aumentava absurdamente, e avançavam sem medo contra as Satélites, que lançavam suas flechas na tentativa de detê-los. A maioria dos Berserkers eram atingidos por algumas flechas, mas ignoravam completamente os ferimentos, outros ainda estavam lúcidos o suficiente para desviarem-se. Já os quatro generais pareciam imunes aos ataques das Satélites, cujos projéteis ricocheteavam antes mesmo de atingirem seus corpos, tamanha era a barreira criada por seus cosmos titânicos.
Quando finalmente alcançavam as Satélites, os Berserkers iniciavam um verdadeiro massacre. Mesmo em menor número, o frenesi proporcionado pelas Curis os tornava verdadeiras máquinas de matar, contra as quais as Satélites mal conseguiam sequer se defender.
Enquanto apenas observavam as Satélites serem literalmente incineradas e desmembradas pelos Berserkers, os cinco discutiam o que fazer.
- Eu estou fora. Não vou ser peão no joguinho de deus algum! – Dizia Ikki, afastando-se do grupo.
- Mas, Ikki, podemos estar sendo cúmplices de uma grande injustiça. Se não fizermos nada agora, poderemos nos arrepender para sempre. – Implorava seu irmão, Shun.
- Esqueça, Shun, deixe que os deuses e seus peões se entendam. – Terminava Ikki, antes de desaparecer entre as montanhas.
- O que vocês acham? – - Ártemis não desmentiu Ares quando ele disse que ela apagou nossas memórias, mas ainda assim, eu gostaria de questioná-la sobre como isso ocorreu. – - Exatamente! Além disso, eu sempre achei que Guraad nos escondia alguma coisa. Se ele não nos contou a verdade até agora, o que mais ele pode estar nos escondendo? – - Penso da mesma forma. Se eles destruírem Ártemis, jamais saberemos a verdade completa. Enquanto os quatro cavaleiros discutiam, Ártemis levantava seu báculo para ajudar suas Satélites em desvantagem, mas essa era a deixa que Ares esperava, saltando sobre ela como um lobo sobre um coelho.
- Você não sabe o quanto eu esperei por isso, Ártemis. Sua cabeça será meu primeiro troféu na conquista do Olimpo. – Dizia Ares enquanto a golpeava com sua lança flamejante.
Ártemis mal conseguia bloquear os golpes de Ares com seu báculo. Ela não era uma deusa guerreira, não era tão habilidosa na luta quanto Ares, e logo ele conseguia tirar seu báculo, sua última defesa, derrubando-a no chão.
- Qual são suas últimas palavras, meia irmã? – Dizia ele sadicamente, enquanto apontava a lança para ela.
Porém, ela percebia sua última carta na manga, a estátua dos cavaleiros de ouro. Quando ele dava seu golpe final, ela rolava para o lado, em direção à estátua. A lança perfurava dolorosamente seu flanco, ferindo-a gravemente, mas o rolamento impediu que ela fosse atingida em cheio. Porém, ela estava longe demais da estátua, e seu sacrifício parecia ter sido em vão, quando Ares caminhava lentamente até ela, novamente com a lança erguida. Ela tinha certeza de que não seria capaz de se esquivar de mais um golpe.
Ares pisava de forma humilhante em Ártemis, para que ela não pudesse se mover dessa vez e apontava sua lança para ela, quando era interrompido pela voz de Seiya.
- Pare, Ares!
Então ele se virava para ver os quatro cavaleiros lendários encarando-o.
- Não podemos permitir que você a mate antes de descobrirmos a verdade completa. – - Malditos traidores, eu deveria imaginar que acabariam se voltando contra mim.
Ártemis aproveitava a distração de Ares, tocava seu flanco ferido e lançava gotas do próprio sangue na direção da estátua dos cavaleiros de ouro.
- GUERREIROS SAGRADOS DE OURO, OUÇAM O MEU CHAMADO, ACORDEM!- DESGRAÇADA! – Gritava Ares, prestes a dar-lhe o golpe de misericórdia. Mas enquanto o fazia, Seiya disparava seus Meteoros de Pégaso para impedir que Ares a matasse.
Ares bloqueia facilmente o ataque com sua espada e volta sua atenção aos quatro cavaleiros.
Enquanto isso, não muito longe, a estátua dos cavaleiros de ouro brilhava como a luz do sol, e os cavaleiros de ouro finalmente eram libertos.
- Trilha Sonora:
- O que foi que aconteceu? – Perguntava Aiolia.
- Ártemis nos libertou com seu sangue, mas por quê? – Dizia Shaka.
- Olhem ao seu redor! – Dizia Shion.
Os cavaleiros de ouro e o antigo mestre, Shion, podiam ver os Berserkers de Ares massacrando as Satélites de Ártemis, e a própria deusa sangrando no chão, à beira da morte.
- Cavaleiros de Ouro, por favor, me perdoem. Eu prometo restaurar a terra à Atena, mas por favor, impeçam os soldados de Ares. – Dizia Ártemis, agonizando.
Shion respondia:
- Por Atena, ajudaremos você!- POR ATENA! – Respondiam os cavaleiros de ouro em uníssono.
Do outro lado do campo de batalha, Ares girava sua lança flamejante, desferindo seu mais poderoso ataque contra os quatro cavaleiros:
- CHAOTIC REVOLUTION! Então diversos meteoros flamejantes surgiam dos céus, atingindo os quatro, que, sem terem como se defender, acabam gravemente feridos e com suas armaduras estilhaçadas.
Ainda assim, os quatro conseguem se levantar e lançam seus ataques em conjunto contra Ares:
- Meteoro de Pégaso.- Cólera do Dragão.- Pó de Diamante.- Corrente de Andrômeda. Mas novamente, Ares apenas bloqueia todos os ataques girando sua lança, rindo das tentativas infrutíferas dos cavaleiros.
Enquanto isso, os cavaleiros de ouro enfrentavam os Berserkers.
- Trilha Sonora:
Alcmenes usava seu Fogo Divino de Prometeu contra Shaka, que o bloqueava com sua técnica “Kahn”. Porém, as chamas rubras eram tão poderosas que conseguiam ultrapassar a esfera defensiva de Shaka, ferindo-o.
Shaka não se rendia e retribuía com sua Rendição Divina.
Ofir atacava Shion com suas Chamas Divinas da Guerra, ao passo que o antigo Papa revidava com sua Extinção Estelar.
Lior atacava Dohko com seus ventos cortantes, mas o guerreiro dourado consegue defender a duras penas o ataque com ambos os seus escudos, para em seguida lhe aplicar um Cólera dos Cem Dragões.
Lior voa para esquivar-se dos dezenas de ataques simultâneos, rindo com um olhar demente.
- Que lindo show de fogos artificiais!Lótis brincava um pouco com Saga:
- Que delícia! Posso sentir esse odor maligno em você. Você finge lutar pela justiça, mas posso ver seu interior. Você tentou assassinar Atena ainda bebê. Assassinou o antigo Mestre e tomou seu lugar. Sua alma é suja e você sabe disso. Nada do que fizer poderá apagar seus crimes. Ambos os lados da máscara de Saga começam a chorar sangue quando ele é atingido pelas palavras de Lótis. Não resistindo, saga a ataca com fúria total, baixando a guarda, permitindo que Lótis o atacasse em cheio com uma velocidade surpreendente até mesmo para um cavaleiro de ouro, atravessando sua armadura e seu coração em um único golpe.
Saga caía morto enquanto Lótis lambia o sangue nos dedos, mas ao olhar para o chão novamente, não vê o cadáver do dourado, que aparecia atrás dela. Lótis percebia que tudo havia sido uma ilusão, tarde demais, pois Saga a enviava para outra dimensão.
Enquanto Saga se afastava para ajudar os outros cavaleiros, ele podia ouvir novamente a risada de Lótis, que também aparecia atrás dele.
- Você não é o único aqui que sabe brincar com a mente dos outros, querido. Finalmente parece que encontrei um rival excitante!Perto dali, Mu tentava bloquear os ataques de Iseu com sua Parede de Cristal enquanto Camus tentava congelar Catreu com seu Execução Aurora.

Um bastante queimado Shura tentava cortar ao meio dois adversários, também feridos, que se desviavam de seus golpes. Logo atrás, Aiolia trocava golpes contra um adversário que parecia simplesmente não sentir dor. Há alguns metros, Miro atingia sua agulha escarlate em uma Berserker, que ria, pois dizia que o ataque parecia mais com a picada de um mosquito.

Na tentativa de proteger um grupo de Satélites feridas em meio a escombros, Aldebaran media forças com um enorme Berserker. Máscara da Morte tentava atingir seu oponente com seu Ondas do Inferno, que evitava o ataque, ao mesmo tempo que disparava suas chamas negras contra o cavaleiro de câncer. Por fim, Afrodite era atingido pelo veneno de sua adversário, mas ria, pois estava acostumado com venenos muito mais potentes, e contra atacava com suas Rosas Piranhas.

Bastante feridos, Seiya, Hyoga, Shiryu e Shun ainda continuavam de pé, com suas armaduras lendárias estilhaçadas, quando Ares arremeçava sua lança para destruir os quatro de uma vez. Porém, a trajetória da lança é interrompida por uma ave flamejante. Eis que Ikki de Fênix retornava para auxiliar seu irmão.
A lança voltava às mãos de Ares, que agora atacava Ikki. Fênix voava para se desviar da lança, mas eventualmente acabava sendo atingido e derrubado no chão.
Ártemis utilizava suas últimas forças para rastejar até seu báculo, deixando uma trilha de sangue atrás de si. Ao alcançar o báculo, ela utilizava-o para se levantar, e com seus últimos suspiros, realizava sua ação final.
- Irmão, me perdoe! – Então quebrava o próprio báculo contra o chão, antes de cair para não mais se levantar.
Naquele instante, a técnica utilizada para apagar a memória de todos os mortais sobre qualquer coisa relacionada à Atena, era quebrada. Seiya, Hyoga, Shiryu, Shun e Ikki instantaneamente se lembravam de tudo, como se suas memórias nunca tivessem sido modificadas.
- Trilha Sonora:
Na Terra, Seika e Saori continuavam a rezar o rosário.
- No décimo primeiro mistério, contemplemos a ressurreição de Jesus Cristo...
E naquele exato momento, Saori também se lembrava de todo o passado. Mais do que isso, ela recuperava sua divindade arrancada e novamente era Atena.
...
Ares golpeava Ikki quase até a morte, quando a Excalibur de Shiryu chocava-se com sua lança, seu braço era congelado pelo Execução Aurora de Hyoga, e o próprio deus era arremessado em pleno ar pela Tempestade Nebulosa de Shun, para finalmente ser atingido em cheio pelo Cometa de Pégaso de Seiya.
Ares se levantava, levemente ferido, mas isso era o suficiente para enfurece-lo o suficiente para que seu cosmo explodisse ao máximo, gerando uma imensa onda de energia que derrubava os cinco cavaleiros. Trovões rasgavam os céus vermelhos, ventos terríveis assolavam o local, assim como acontecia na terra, quando de repente, os cinco cavaleiros sentiam outro cosmo poderosíssimo, mas diferente do de Ares, era tranquilizante e pacífico. Ares virava-se para ver quem surgia, e todos se surpreendiam ao ver Atena em pessoa.
- Trilha Sonora:
- Ares, suas ambições terminam por aqui!- Saori! – Gritava Seiya, quase em lágrimas ao finalmente reencontrar a Atena.
Saori sorria para ele, caminhando lentamente até o ferido cavaleiro de Pégaso, ajoelhando-se e segurando sua mão entre as suas.
- Seiya... Mas sua fala era interrompida pelo deus da guerra:
- Atena, seus cavaleiros não poderão salvá-la, eles estão totalmente alquebrados. Você será a próxima vítima de minha lança, Enio, assim como Ártemis.- Jamais permitiremos que toque em Atena! – Gritaram os cinco cavaleiros levantando-se em uníssono, e a presença da deusa, juntamente com suas lembranças retomadas e a urgência da situação, fazem com que o cosmo dos cinco cavaleiros queime ao máximo, superando o Oitavo Sentido. Suas armaduras estilhaçadas se transformavam em Armaduras Divinas, como na luta contra Hades.
- Você não pode derrotar a nós cinco, Ares. Desista, ou você terá o mesmo fim que Hades!
Ares se enfurecia ainda mais com o comentário de Atena e, queimando seu cosmo ao máximo, investia contra os seis, que o atacavam com seus golpes mais poderosos:
- Cometa de Pégasus.- Ave Fênix.- Execução Aurora.- Cólera dos Cem Dragões.- Tempestade Nebulosa. Os cinco ataques, potencializados pelos oito sentidos, pelas armaduras divinas, e pelo cosmo de Atena, uniam-se em um único ataque, que atingia Ares em cheio, destruindo o deus da guerra de uma vez por todas.
Sem seu líder, o poder dos Berserkers diminuía, permitindo que eles fossem derrotados pelos cavaleiros de ouro. As Satélites sobreviventes saiam debaixo dos destroços e ajoelhavam-se ante sua deusa Ártemis para chorar por sua morte.
O céu vermelho, pouco a pouco, voltava a se tornar azul e limpo. Os cavaleiros lendários de bronze e os cavaleiros de ouro finalmente se reencontravam desde os eventos no Muro das Lamentações.
Porém, o reencontro durou pouco, pois todos puderam sentir um cosmo ainda mais poderoso que o de Ares, Atena e Ártemis.
- Trilha Sonora:
Apolo descia dos céus em sua Kamui completa. Nenhum dos presentes jamais havia sentido tamanho poder em sua vida.
- Atena, eu sempre soube que me arrependeria por ter cedido ao apelo de nossa pobre irmã, Ártemis. Dessa vez, não cometerei o mesmo erro. MORRA!
Apolo direcionava seu báculo para Atena, e uma grande energia mais fulgurante que o próprio sol era disparada contra a deusa e seus cinco protetores... Até ser bloqueada por um campo de força, o que surpreendia a todos, incluindo a própria Atena e Apolo.
- Mas quem...? Dos céus, também descia outra figura, vestindo uma armadura semelhante à dos anjos celestes, mas dourada e que lembrava muito uma das doze armaduras de ouro.
Ainda assim, não havia como confundir, diversos cavaleiros de ouro o reconheciam como Aiolos, o antigo cavaleiro de sagitário. Aiolos disparava uma flecha contra Apolo, que a bloqueava facilmente com seu báculo, mas o ataque aparentemente era apenas uma distração, pois agora, Aiolos se colocava entre Atena e os cavaleiros e dizia a todos:
- Não temos muito tempo, ele conseguiu salvar vocês, mas o poder de Apolo é tão grande quanto o dele. Vamos!
- Ele quem? – Perguntava Atena.
Mas antes que a pergunta de Atena fosse respondida, tanto ela quanto Aiolos, os cinco cavaleiros de bronze, os cavaleiros de ouro e até mesmo as Satélites sobreviventes, eram teleportados dali, deixando Apolo sozinho.
Em sua fúria, Apolo incinerava completamente o Templo da Lua.
- Isso ainda não terminou, irmã!
...
Epílogo
- Trilha Sonora:
Atena e os outros viam-se em um local desconhecido. À sua volta viam uma paisagem idílica, que transmitia enorme paz e tranquilidade. Era semelhante aos Elísios do Reino de Hades, mas ainda mais perfeito. Aiolos se dirigia a Atena.
- Desculpe por demorar tanto. Meu mestre estava muito ocupado.
- Seu mestre? Quem...?- Eu, minha filha.
- Trilha Sonora:
Dos campos no horizonte, surgia aquele quem os havia salvo. Os olhos de Atena pareciam não acreditarem no que viam.
- P... pai? É você mesmo?- Sim, minha filha.
- Pai, aonde estamos?- Sigam-me, temos muito o que conversar.
E assim, Saori, os Santos e Satélites seguiam-no em direção ao castelo visto ao fundo, com a certeza de que a verdadeira batalha estava apenas começando.
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Continua?