Randall - Colleen

Spoiler:

Uma comitiva composta por trinta pessoas seguia em direção ao forte de Volkark. Era um misto de guerreiros, servos e nobres. Cada grupo seguia da maneira que mais se adequava a sua posição, sendo assim, os servos caminhavam, os guerreiros iam a cavalo e os nobres utilizavam carruagens. O ritmo da comitiva era lento, mas a sua frente se encontravam os batedores, os quais forçavam os cavalos velozmente pare verificar se teria algum perigo na estrada.

Randall podia sentir a brisa suave tocar seu rosto enquanto seu corcel seguia em ritmo apressado pela trilha. Seu arco batia nas suas costas a cada trote do corcel, mas isso parecia não incomoda-lo. Ele podia sentir a musculatura de sua montaria sob suas coxas. As árvores que cercavam a estrada eram enormes, e por isso, lançavam uma sombra enorme sobre a estrada. Apenas alguns fios de luz passavam pela folhagem densa, dando um toque selvagem ao local.

Randal estava ao lado de outro batedor, um homem mudo chamado Gart que tinha ouvidos afiados. Os dois cavalgavam pela estrada, certificando-se que não teria nenhum fora da lei no local. Todo aquele lugar parecia estranhamente intocado, era como se apenas os animais ousassem percorrer aquele caminho.

O guarda-caça dos Hoarfrost fora designado pelo próprio Willam, - o senhor da casa - a desempenhar aquela função. Era certo que Randall contava com o prestígio de seu senhor, em parte devido aos serviços prestados pelo "Velho Randall", mas o jovem rapaz sabia que tinha outro motivo para estar ali. Lyla fora a responsável por aquilo, ela mesmo havia confessado o fato na noite anterior enquanto os homens estavam  montando um lugar adequado para todos dormirem. Se não fosse por Lyla, Randal estaria agora tirando a pele de um arminho em meio a uma mata. Em vez disso, ele se encontrava a caminho de Volkark, aonde seria realizado um casamento entre dois nobres, os quais Randal não conhecia, mas sabia que eram amigos dos Hoarfrost.

O caminho seguiu com tranquilidade, mas em certo momento Gart diminuiu o passo do corcel e apontou para o lado esquerda da floresta, onde havia algumas árvores com galhos retorcidos. Randall pôde ver o mato se mexer de forma pouco natural, como se houvesse alguma coisa atrás das folhagens.

O grito de Randall ressou por entre os galhos, penetrando a mata profunda. O silêncio foi tudo que ele obteve como resposta. O broche estava gelado em contato com suas mãos, de modo que um calafrio percorreu todo o corpo do jovem batedor. Seja o que fosse que estava atrás do matagal, ele veria com clareza o simbolo de quem Randall servia.

O corcel de Randall relinchou nervoso e deu alguns passos para a frente. Já Gart, este se encontrava parado com a mão perto da espada, o silêncio de sempre o acompanhava, mas agora somava-se ao silêncio que emanava da floresta. A estrada que antes estava repleta de sons da natureza agora estava calma, tudo que podia ser ouvido era a respiração do jovem e seu arco sendo preparado.

E de repente, antes que Randall pudesse procurar uma brecha na camuflagem de seu provável inimigo, o som de madeira quebrando foi ouvido. A direção que o som viera era exatamente atrás das folhagens, e logo uma sombra se mexeu em direção a estrada.

A primeira coisa que o jovem viu foram os olhos de seu inimigo. Olhos assustados. Logo depois todo o corpo saiu das folhagens, movimentando de forma desequilibrada e com pressa. Então, Randall percebeu que se tratava de uma criatura comum em suas caçadas, era um cervo. O animal saiu do mato e correu pela estrada em uma velocidade um pouco menor do que o corcel poderia alcançar. Havia apenas o medo no modo que ele se movimentava, tentando se afastar dos dois cavaleiros.

Gart deu uma risada silenciosa, expondo os dentes podres de sua boca.

Flechada contra o cervo assustado:

A rolagem falhou... Tentando novamente:

O membro 'Colleen98' realizou a seguinte ação: Lançar dados

'd6' :

Resultado : 1, 2, 3, 6, 2, 4, 4

Antes que o animal escapasse, a flecha foi disparada com maestria por Randall. A flecha de freixo acertou o dorso do animal. O cervo escorregou após ser atingido, mas mesmo assim tentou se levantar. Era uma luta que o animal não poderia vencer, a precisão do jovem guarda naquela tarde fora quase fatal. O animal soltou urros desesperados no ar ao tentar se levantar, mas quando conseguia ele ia ao solo novamente.

Enquanto Randall se preocupava com a sua presa, Gart aproveitou e forçou seu cavalo a avançar pela estrada, afim de ficar ao lado de seu companheiro quando este abatesse o animal. Antes que o jovem guarda pudesse dar o golpe fatal no cervo, ele percebeu uma coisa que chamou sua atenção. O cervo, ao que tudo indicava, já estava ferido. Um flecha quebrada estava presa na carne do animal, o sangue ainda fluía em um filete e caía no chão. Não era preciso de muita inteligência para perceber que o ferimento era recente, isso também explicava o fato do cervo ter sido um alvo fácil demais.

O cervo bufou uma última vez antes de ser abatido pela lança de Randall. A flecha que o batedor retirou ainda podia ser utilizada, de modo que a roupa puída que Randall usava sujou de sangue ao limpar a haste de madeira.

Enquanto Randall refletia sobre o que aquele acontecimento poderia significar, Gart apenas ficava parado esperando que aquilo acabasse logo. Ele parecia ansioso para cavalgar, mas quando viu que Randall demorava demais ele chegou mais perto.

O jovem batedor viu Gart se aproximar com o rosto confuso, indicando que ele estava curioso sobre o que estava acontecendo. Quando Randall disse para ele ficar atento, Gart olhou alertado para os lados. Se houvesse qualquer pessoa ali perto, certamente encontraria batalha naquela ocasião.

Antes de acontecer qualquer coisa, Randall pôde ver a trilha em que o cervo havia passado. O mato estava levemente pisoteado, de modo que era fácil identificar a trilha. A medida que a trilha se adentrava na floresta, Randall podia perceber as nuances do local. Em um lugar mais afastado, ele pôde identificar uma vegetação que fora pisada com mais força, o que poderia significar que o cervo estivera assustado enquanto passava ali ou então alguma outra coisa havia estado naquele lugar.

De certa forma, era estranho que o cervo se aproximasse tanto da estrada, ainda mais com o barulho dos cascos dos corcéis da dupla. Era como se a estrada representasse um perigo menor para o cervo do que a própria extensão da floresta.

Na estrada, a visão de Randall era limitada, de modo que seria necessário adentrar a floresta que o cercava para verificar e seguir a trilha mais a fundo.

Spoiler:

Gart apenas assentiu com a cabeça e ficou parado segurando as rédeas do cavalo. Ele já era um homem velho, mas lançou um olhar de satisfação ao ver Randall entrar na floresta, talvez lembrando-se do tempo em que a juventude o impulsionava a investigar qualquer coisa que aparecesse em sua frente. Uma risada estranha pôde ser vista na boca desdentada do homem.

Randall então caminhou pela trilha, não encontrando dificuldade nenhuma em ser furtivo naquele lugar. Era certo que alguém desprovido das habilidades de Randall faria um enorme barulho ao andar por ali, pois havia inúmeros galhos e folhas secas o chão. No entanto, os pés do jovem se moviam como os de um grande caçador.

A mata foi fechando-se mais, e a medida que Randall adentrava em meio a vegetação, mais pistas ele encontrava. Em certa hora, achou um pouco de sangue no chão e encostado num tronco de árvore havia um arco de caça de madeira de freixo, cujo valor era altíssimo. No primeiro momento, o arco parecia abandonado, mas logo Randall foi surpreendido por um homem em seu lado esquerdo. Na verdade, era mais um menino que um homem.

Era um jovem, - muito mais jovem até mesmo que Randall - ele possuía olhos claros e o cabelo estava preso como de uma mulher. Ele estava assustado, suas mãos tremiam e seus olhos estavam injetados com o poder do medo. Em uma das mãos trêmulas, estava uma espada que balançava perigosamente na direção de Randall.

- Afaste-se ou eu o mato. Afaste-se.

Era tudo o que ele conseguia dizer, apesar da distância entre os dois ser suficientemente grande para que Randall pudesse reagir.

Spoiler:

O garoto estava assustado, ainda encarando o caçador com olhos arregalados. Ele ouviu o que Randall tinha a dizer, e aos poucos foi relaxando. Os músculos do menino agora tremiam apenas quando a brisa ousava adentrar em meio as árvores. Randall podia sentir que o menino tentava se acalmar, colocando os pensamentos em ordem. Se quisesse, Randall poderia mata-lo facilmente, tamanha era a falta de habilidade e concentração que o garoto exibia. E foi então que um som diferente preencheu o ar.

Um grasnado de um corvo.

O pássaro negro olhava Randall com curiosidade, a cabeça movendo-se de um lado para o outro. Ele estava empoleirado em uma árvore alta, quase escondido pelas folhas da árvore. Mas Randall podia vê-lo. Havia um naco de carne preso em seu bico, o qual ele tentava rasgar para comer. O corvo grasnou novamente e o tempo se transformou em uma superfície congelada.

Randall ouviu um som demasiadamente alto. O menino gritou um longo e sonoro não. O caçador pôde ver todas as nuances da cena. Viu como o garoto movia a espada e as mãos na direção de seu corpo, com o intuito de empurrar e não ferir. Viu também um pássaro capturando um inseto em pleno voo. E além disso, ouviu um barulho de folhas secas se quebrando.

A visão de Randall agora cobria todo o terreno em volta de seu corpo. De onde ele estava observando, era fácil identificar quem estava provocando o som de passos em meio a floresta. Havia um homem caminhando furtivamente em meio as folhagens, indo em direção a Randall, o qual estava de costas para o suposto inimigo. Havia uma lâmina nas mãos daquele homem e quando o garoto gritou não, era tarde demais, o homem já tinha iniciado o ataque. Dali, de cima da árvore, Randall podia ver o tempo passar como se fosse um leve floco de neve que decaía dos céus para o chão lentamente.

Spoiler:

As asas negras cortaram a brisa de maneira feroz, levando-o em questão de segundos até o seu alvo. Nenhum obstáculo seria intransponível naquele momento, o céu era como um velho amigo que estivera sempre presente. Dessa forma, deslizando com fúria e maestria, encontrou-se de frente com o atacante.

As garras afiadas penetraram na carne macia. O bico que outrora carregava um naco de carne, agora sentia o sabor agridoce do sangue quente. Uma confusão se instaurou, e de repente um novo grasnado rasgou os céus.

Randall estava sendo empurrado para trás, mas o menino não era forte suficiente, de modo que o caçador apenas se movera alguns centímetros para trás. No outro lado, numa distância de dois passos apenas, uma confusão de penas negras e sangue era facilmente vista ao redor de um homem. O atacante parecia confuso e irritado por um ataque súbito de um corvo, mas estava claro que em pouco tempo ele se recuperaria. Randall podia sentir a frieza do metal da espada que o homem carregava, e também a de sua ira crescente.

De repente me vejo novamente em meu próprio corpo, ligeiramente desequilibrado pelo empurrão do menino e confuso pelo que acaba de acontecer. Sem me preocupar em entender nada, cuido de sacar a minha espadada para me defender do inimigo.

Em meio a ação ainda grito “Gart! Estou sob ataque!”, enquanto tento atingir o adversário com minha lâmina.

off:

O grito de Randall ecoou por toda a floresta, mas o som de aço se tocando que foi o protagonista daqueles segundos. O inimigo de Randall havia sido atrasado por causa do corvo, abrindo então uma possibilidade de ataque para o caçador.

Mesmo sendo empurrado, Randall conseguiu desferir um ataque com a espada. O inimigo demonstrou surpresa e tentou bloquear o ataque utilizando a espada, mas fora lento demais. As duas espadas se chocaram, mas a de Randall deslizou de lado e acabou acertando o braço esquerdo do homem. O sangue pingou no chão e o homem estremeceu de dor, mas ele ainda estava de pé.

Dessa forma, ele tentou um ataque lateral contra Randall.

Rolagem de dado do ataque:

Antes que Randall pudesse reagir, o menino nervoso se interpôs frente a lâmina, mas o homem que atacava parecia perdido na fúria, de modo que não cessou o ataque.

Agilidade do menino:

Embora minha vontade seja a de barrar a passagem do menino e aparar o golpe com minha espada, percebo que existe o risco de ele acabar sendo atingido em cheio caso eu não me saia bem na tentativa, então permito que ele passe, prendendo a respiração enquanto a espada o atinge no ombro. "Menino, deixe que eu cuido de mim e se proteja!", digo preparando um novo golpe contra meu adversário.

"Renda-se agora se quer viver!", grito enquanto ataco.

rolagens: