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Michael parou na frente do prédio Nova Era. Era definitivamente um dos prédios mais ricos da área rica de Kesshite. Esses caras realmente queriam impressionar.
Entrou no prédio e o saguão enorme e perfeitamente limpo reluzia nos olhos dos convidados. A decoração, os móveis, os quadros de arte moderna na parede, a fina costura os uniformes dos funcionários, o cyberware dos seguranças. A conta só subia, não havia forma calcular aqueles gastos. O empresário ficou perdido e deslumbrado por aquelas cifras quando uma atendente com traços asiáticos, porém com um inglês perfeito se aproximou e disse:
-Sr. Lim? O Sr. Yeong te espera no terraço. Por aquele elevador, por favor.
Mike foi conduzido para um elevador com portas douradas e tapete vermelho. Tudo ali era caro demais, alguns diriam um verdadeiro desperdício de dinheiro, mas é claro que estava compensando, ou já teria sido demolido. A viagem para o topo do prédio não demorou muito, elevadores normais possivelmente ficariam alguns longos minutos na interminável subida.
Assim que as portas se abriram, o executivo adentrou em um restaurante incrivelmente bonito no terraço do edifício. Uma bolha de vidro isolava a cobertura dos ruídos e da poluição do mundo exterior. Quem gostaria de ouvir pessoas sendo baleadas até a morte enquanto jantam? Que coisa deselegante.
Um homem asiático se levanta de sua mesa e acena para Michael, assim que se aproxima, ele diz:
-Saudações, Sr. Lim. Eu sou o sr. Yeong e fui designado para te dar boas-vindas à cidade que nunca dorme. O que achou do local? Apropriado para a ocasião ou demais para seu gosto?
O restaurante estava quase vazio. Deveriam ser poucos os que conseguiam pagar por tudo aquilo. Yeong grita alguma coisa em coreano para um garçom, que assente e passa a informação por um comunicador para a cozinha. Os dois executivos se sentam a mesa posta cuidadosamente seguindo todas as regras de etiqueta então o asiático questiona:
-Não vou me enrolar em formalidades antes de resolver algumas questões fundamentais, Sr. Lim, espero que compreenda, mas todos da cúpula ficaram surpresos ao saber que a Society, depois de anos sólidos em Nova York ia se aventurar no turbulento mercado da 51 e ainda mais surpresos ao saber que você optou por jogar do nosso lado, e não dos nossos compatriotas. Diga-me, o que uma empresa de moda quer em uma fronteira de uma zona de guerra tão perigosa como A Faixa?
Nesse último trecho algo acontece com a voz do anfitrião, como se ela desse uma leve travada antes de algumas palavras. Ficou claro que ele não sabia falar inglês, apenas usava um chip de perícia em seu pescoço.
- Sr. Yeong: