[JOGO] Mitzrael Brüder

Assim que Hughes termina de falar, o major brigadeiro o questiona sobre o desastre, ao que o mesmo responde:

- Desculpe senhor, minhas ordens são apenas para levar a capitã até o comando, mas o tenente brigadeiro em breve irá falar com o senhor.

Um pouco atrás de você, a doutora Wiane segura seu cartão de segurança na altura do peito, com as duas mãos, ela tem um olhar perdido, alheio à conversa. Cross agradece ao cabo dizendo ser esse seu número da sorte, faz um sinal de até logo com a mão e sai em direção ao seu quarto enquanto o major começa a falar.

A capitã faz um sinal de positivo para o cabo e diz que já podem prosseguir, ele bate uma nova continência e em seguida vai junto com Melissa para o elevador.

- Claro que não!

Wiane diz prontamente em resposta à sugestão de sentir vergonha de andar com o major, mas mesmo que por um momento ela sorria com a brincadeira, seus olhos voltam a se perder novamente:

- Na verdade eu só estou preocupada, talvez não seja nada demais, é só que… Nós vamos…

Ela sacode a cabeça deixando as palavras morrerem, depois de alguns segundo ela diz que vai cobrar o suco mais tarde, mas agora precisa aliviar a cabeça:

- Você está certo, fiquei tempo demais dentro daquela sala, preciso de um bom banho e algum descanso.

A doutora sai andando devagar, olhando os números nas portas, ela está claramente preocupada, mas nada além do que ela aparenta pelo menos um terço do tempo, e que se intensificou um pouco após recolherem o corpo.

O major vai direto à academia, um espaço relativamente amplo, considerando o tamanho das outras instalações, homens e mulheres enchem o lugar, à primeira vista esse parece ser o local onde os tripulantes “se divertem”. Assim que o major entra, um rapaz, que dificilmente passa dos 20 anos vem na sua direção:

- Senhor, precisa passar o cartão ali.

Ele aponta um painel ao lado da porta de entrada, mas não existem informações sobre tal necessidade.

O jovem corresponde ao cumprimento informal um pouco sem jeito, talvez não esteja muito acostumado a isso, ou os oficiais não frequentem muito à academia.

- Meu nome é Jeff Brooks Senhor, sou o responsável pelo bom funcionamento da academia, se precisar de alguma coisa pode falar direto comigo.

Você vai para os aparelhos e começa suas séries, a belga continua numa série que parece interminável, ela está alheia ao mundo ao seu redor, algumas pessoas falam sobre o “runner’s high” que se alcança como um nirvana para os corredores, mas ela deve conseguir o mesmo efeito no supino, se você não se policiar vai acabar olhando pra ela mais do que seria aceitável, na jaqueta dá pra ver o nome “De Vos”.

Depois de vários minutos ela se senta e te nota no aparelho próximo, já que você não para de dar uma conferida a cada trinta segundos, ela deve ter percebido sua nacionalidade pela aparência, pois fala em alemão (talvez seja só por ser a língua dela também).

- Precisando de ajuda vovô? (Ela deve ter uns quarenta e poucos)

O rosto da mulher se ilumina quando ouve a resposta em holandês, talvez por não ter muitos “conterrâneos” a bordo qualquer interação cultural seja muito bem vinda.

- Je spreekt nederlands! Is het beter om samen nog uit te werken.

Tradução by Google:

Ela junta suas coisas e coloca ao lado do aparelho em que você está, agora você conseguiu ver a insígnia na manga da jaqueta (imagem), ela não é um soldado qualquer. Ela coloca as coisas de maneira displicente, quase jogando tudo sem muita paciência de arrumar, tira a jaqueta (que estava aberta mas ainda vestida), revelando um corpo perfeito (para a idade dela), ela enrola o cabelo e o prende com um grampo, e você vê algumas cicatrizes, marcas tanto de corte quanto de perfuração, provavelmente por tiros, ela é mesmo uma combatente.

- Sei exatamente como é, não dá pra comparar com gravidade real, mesmo que ainda seja pouca. A academia é bem cuidada porque sempre que alguma coisa "fica velha e não dá mais conta", nós trocamos.

Ela demonstra descontração com pouco tempo de conversa, militares devem ter algum tipo de código de conduta mesmo para interações informais, pois mesmo que nenhum dos dois seja muito bom ou experiente com “galanteios” vocês têm assunto de que falar, talvez a aparência ajude também, vai saber…

- É bom ser distraída às vezes, não é muito comum por aqui. Sou Tilda De Vos, pode me chamar pelo primeiro nome, não há necessidade de formalidades, ao menos não aqui. É um prazer conhecê-lo Mitzrael Brüder.

Você olha o relógio, um costume humano que o espaço não foi capaz de eliminar, ele marca 9h45, não que isso represente a rotação daquele asteróide, mas os sistemas das estações e naves mantinha uma rotina de alteração de iluminação para simular o ciclo circadiano, uma resposta tardia aos incidentes ocorridos nas primeiras missões espaciais de longa duração, algumas décadas atrás.

- Não atrapalha, não estou de serviço pelo resto do dia, me encontre no restaurante do deck 2, estarei lá em seis horas.

A mulher sentia-se confortável o suficiente para se pôr à disposição, mas não para ir ao seu quarto, os sinais dizem que ela está interessada, mas talvez tenha algum tipo de “código de conduta” para flertes, ela se vira e começa outra série.

- Senhor, sim senhor, venha por aqui por favor.

Ele indica o caminho e assim que você começa a andar ele vai dois passos na frente, indicando o trajeto, vocês passam pelos corredores e vão até o elevador, então sobem até o deck de comando, passando por mais dois decks de acomodação na subida, as portas se abrem, revelando um local mais bem cuidado que os andares abaixo, algumas portas abertas têm mesas com computadores e papéis, o que indica que aquele é o centro administrativo da estação, o cabo para ao lado de uma porta onde lê-se “Comando” e gira a maçaneta, indicando que você entre.

Dentro da sala dá pra ver uma estante de livros, um tapete cobre quase todo o chão e uma mesa de madeira antiga ocupa boa parte da sala, que não é muito grande, e tem uma decoração ultrapassada, quase nada eletrônico, um homem imponente está olhando uma pintura na parede, de costas pra você, suas mãos entrelaçadas atrás das costas, ele possui uma postura militar impecável.

- Olá major brigadeiro, eu sou Alan Moore, o comandante interino desta estação, queira sentar-se.

Ele aguarda que você se senta, e ele também vai até sua cadeira e se senta.

- O cabo me informou que queria falar comigo, imagino sobre o que, mas, por favor.

Ele faz um gesto com as mãos, indicando que fale por si mesmo.