Halamshiral sempre foi uma cidade de contrastes. Apesar de já fazer muitos séculos desde sua conquista na Segunda Marcha Exaltada, a população predominante ainda é élfica. Isso faz com que o lugar apresente uma inversão única – ao invés de os elfos morarem murados e isolados em um Alienário, são os humanos que vivem em uma seção privilegiada e isolada, enquanto a maioria élfica reside em uma espécie de grande favela que se espalha por toda a cidade. A tensão entre as duas raças é permanente.
Essa tensão chegou a um ápice recentemente. Lemet, um elfo comerciante conhecido por muitos dos moradores de Halamshiral, foi morto e esquartejado por ordens do Lorde Mainserai, após assumir a culpa de ter atirado uma pedra contra a carruagem do nobre – o que fez para proteger a criança que realmente atirara.
Thren, um elfo amigo de Lemet, ficou enfurecido com a morte violenta, e começou a alimentar um desejo por vingança. Ingressou na guilda de ladrões e, de lá, começou a organizar seus companheiros em uma rebelião – ou, em élfico, um mien’harel. Além dos ataques contra nobres e seus guardas, Thren também lidera os elfos em ataques relâmpago nos mercados da parte humana de Halamshiral, roubando alimentos, roupas e equipamentos para levá-los às favelas.
A rebelião tem gerado um clima de instabilidade e medo nas ruas do Alto Quarteirão (a seção privilegiada da cidade), e poucos humanos ousam sair de suas casas. Por isso, não é de se espantar que a Taverne du Pendu, uma das mais populares dali, esteja quase completamente vazia em pleno horário de almoço.
Entre os poucos frequentadores da taverna está Olivianna, que come seu prato silenciosamente em um canto, sozinha em sua mesa. Já fazem 3 semanas desde que partiu do vinhedo Le Blanc, e suas andanças acabaram por levá-la até Halamshiral. Chegou na noite anterior e ficou hospedada ali pelo preço atrativo. O taverneiro é um homem bruto e grosso, mas pelo menos os quartos são confortáveis.
Ainda não sabia da rebelião quando chegou à cidade, mas não demorou até que as notícias chegassem aos seus ouvidos – afinal, é tudo o que se fala nos últimos dias. Logo percebeu, também, que não faltava motivo para ela; os servos da taverna (quase todos elfos) eram bastante mal tratados pelo dono do estabelecimento, bem diferente de como seu falecido pai agia em seu vinhedo.
E esse parece ser o assunto de dois servos elfos que conversam baixinho, mas perto o suficiente de sua mesa para que possa ouvi-los; eles não parecem notá-la.
– Como vamos fazer isso, Tamlen? – pergunta o mais baixo, e aparentemente também mais novo – Está louco? Já seria difícil em situações normais, mas agora tem três vezes mais guardas nas ruas. Se eles virem um elfo andando pelo Alto Quarteirão à noite, vão atirar primeiro e perguntar depois. É suicídio.
– Eu não disse que seria fácil – responde Tamlen, soturno – Mas eu estou cansado das merdas desse shemlen nojento. Ontem ele cuspiu em mim. E Thren faria bom uso de toda a comida que poderíamos roubar. Só precisamos descobrir um jeito de andar por aqui à noite sem sermos notados. Poderíamos usar capuzes para esconder as orelhas, mas isso também levantaria suspeitas. Ou poderíamos nos esconder… – a voz do elfo vai ficando mais baixa, e Olivianna não consegue ouvir o resto.
- off:
- Primeiro post da campanha \o/ Um obs importante: o post bontininho assim com esse template vai ser só o primeiro de cada tópico, pq n tenho condições de pegar imagem e título pra cada post Os outros posts vão ser com um template mais modesto
@Makaveli Killuminati, Olivianna pode fazer o que quiser, inclusive entrar na conversa, mas se quiser continuar ouvindo de longe vai precisar rolar um teste de Percepção (Audição)
Curiosidade: "Taverne du Pendu" é, literalmente, "Taverna do Enforcado" emfrancêsorlesiano. Uma referência ao The Hanged Man de Dragon Age II