[PJ] - Livro de Registro

Susannah Lewis nasceu em um berço de ouro, acostumada com os holofotes da fama já que seu pai um famoso médico e sua mãe uma famosa atriz viviam estampado em jornais e coisas do tipo. Alice cresceu em uma casa grande e luxuosa, acostumada a ter tudo que precisava e não precisava na hora que queria.

Cedo, mostrou o apto talento para a imaginação, escreveu o primeiro livro de contos - publicado pelo pseudônimo de Edward Carrol - aos 15 anos.

Aos 17 já tinha quatro livros publicados e adorados. A maioria romances de mistério. Susannah parecia ter um talento nato para ideias e criar histórias. Era sorridente e animada, dona de uma beleza surpreendente e chamativa, Susannah logo tomou os holofotes no lugar dos pais.

Ninguém sabia como a jovem conseguia manter suas histórias tão vividas, tão... Reais.

Mas Susannah sabia. Porque as histórias estavam ali, em volta dela, a cerceando, andando lado a lado na rua. Às vezes as histórias falavam com Susannah, às vezes não. Às vezes ajudavam, às vezes atrapalhavam, mas ela não contava para ninguém sobre isso, porque Susannah não era louca... Ah, não. Não era louca. Susannah era especial, apenas isso.

Agora, vivendo sozinha na mansão da família no centro de Londres, Susannah começará a trabalhar em um novo livro, mas seus personagens não parecem interessados em ajudá-la a continuar, tem buscado sua inspiração em outras fontes, como jornais com noticias policiais - ela acompanhará de perto as informações sobre o assassino de prostitutas -, assim como na vida dupla que às vezes leva.

Também frequenta muitos bailes e festas de caridade, não por obrigação, em verdade, Susannah gosta de ajudar os demais, mas Susannah também gosta de caçar. Nesses bailes ela encontra o que precisa para saciar suas vontades por uma vez mais. Agora, sozinha - longe das asas dos pais - Susannah precisa aprender a lidar não apenas com a fama, mas com seus próprios fantasmas.

"Londres, século XIX.
Faz tempo desde a última vez que tive tempo de escrever em meu diário pessoal. As duas últimas semanas foram extremamente desgastantes. A Scotland Yard tem trabalhado mais do que nunca antes. E não falo apenas do caso Jack. Todos os dias um novo corpo chega ao necrotério, meu trabalho começou a acumular. Não disponho de mão de obra suficiente para  olhar todos os cadáveres daqueles pobres infelizes. Sim, pobres infelizes. A natureza de suas mortes é tão diversa, violenta e cruel quanto quanto qualquer ser humano poderia sequer imaginar. De fato não me atreveria a dizer que um ser humano poderia, sozinho e de mãos vazias, ser capaz de tamanha violência e brutalidade. Em muitos aspectos, a natureza dos ferimentos levam a crer que possa existir algum tipo de fera selvagem solta em Londres, como um urso ou lobo. É o mais provável. "

Vincent é um promissor recém-formado médico pela Universidade de Londres, que presta serviços a Scotland Yard como legista. Nos poucos 2 anos que começou seu trabalho com a organização,  ganhou certa notoriedade ao apresentar soluções completamente lógicas e baseadas na ciência que se presentaram extremamente precisas em diversos casos considerados "estranhos" por seus colegas agentes de justiça.

Ye Zin nasceu pobre na cidade de Nanzing em 1834. 4o filho de uma família de vendedores de peixe, acostumado às mazelas da vida.

Aos 13 anos ingressa na academia e escola policial, bom aluno, esforçado, não quer se tornar um peixeiro
16 anos - 1850 estoura a rebelião Taiping na província de Jiangsu, é chamado para lutar contra as forças rebeldes. Guerra civil dura até 64 com períodos de maior e menor violência. Durante a guerra se torna uma espécie de faz tudo, e é como Zonghiang (uma espécie de general) que termina a guerra 1864 aos 30 anos.

Trabalhando para a dinastia de Quing, Ye Zin é chamado para combater diversas revoltas populares no sul da província em Panthay e Dughan.

Na rebelião de Taiping a maioria cristã local tentou levar ao poder Hong Xiukan o autoproclamado irmão de Jesus Cristo e criador da igreja milenar. Foi a maior mortalidade civil do mundo até então. De um lado Ye Zin combatia cristãos radicais e a população pobre que os apoiavam e de outro se sentia controlado pela nobreza budistas e confucionistas da boca pra fora, hedonistas e hipócritas. Nas rebeliões do sul em Panthay e Dughan a minoria muçulmana é dizimada, e Ye Zin tem contato com mais uma religião, e mais mentiras e hipocrisias.

Tentando fugir do que ele mesmo chama de hipocrisia religiosa Ye Zin se transfere para Hong Kong, estudando o inglês e ainda frustrado pela credulidade e falta de rigor científico de seus companheiros. Ye Zin começa a beber e frequentar clubes de ópio.

Nos jornais ingleses (sempre atrasados) Ye Zin acompanha as investigações da Scotland Yard e depois de várias cartas se comunicando com o ocidente ele consegue uma posição na melhor polícia inglesa, o que ele espera ser um bastião da investigação científica.

Ideia do personagem:
Personagem em conflito por:

Ser um cientista, cético e intelectual, sem se influenciar pelas emoções, porém viciado em drogas e álcool.
Ser visto como um estrangeiro e associado à um sábio oriental, odiando o fato dessa asociação com o confucionismo ou pior as artes marciais chinesas.
Estar em uma sociedade clássica que afirma se basear no iluminismo e na ciência e ver a religião cristã (uma das mais violentas que ele conheceu) permeando tudo.

Ines é filha de Matthew e Laura Sampson. A família de origem espanhola chegou em Londres há duas gerações. A profissão familiar deles era uma só: tanatopraxistas. Eram poucos que exerciam aquele ofício e eram poucos também os que pagavam por ele, mas estava ficando cada vez mais comum. Isso fez com que a família Sampson ganhasse um certo status entre os agentes funerários diversos: vendedores de caixões, igrejas, hospitais, policiais, etc.

Ines, como todos da família, foi iniciada no ofício muito cedo. Porém, não só no cuidado dos mortos. A família guardava para si formas naturais e holísticas de como cuidar dos vivos. Não alardeava esse tipo de conhecimento pois, anteriormente foram perseguidos por estarem, supostamente, praticando bruxarias. Não se tratava, contudo, disso. Era apenas a 'medicina' tradicional praticada por gerações: unguentos, chás, extratos, emplastros.

Nos últimos anos, uma doença infecciosa, possivelmente vinda dos cadáveres que tratavam, acometeu a maioria dos mais velhos da família Sampson. Ines perdeu primeiro o pai, depois alguns tios, então sua mãe. Dos familiares próximos apenas sua avó Elena está viva, pois não lidava mais com os mortos. No ofício passaram a priorizar mais a higiene no trato dos corpos. Ines é ambiciosa e não se contenta com o lugar social em que está, embora goze de certa liberdade e autonomia. Não é ela quem encabeça a empresa familiar atualmente, mas sim uma tia, Ángela. Ela deseja tirá-la da chefia, mas não só isso: Ines quer um lugar ao sol, não a penumbra das catacumbas.

Nicholas Saint John testemunha à aurora de uma nova era a substituição da tração animal pelo vapor, as maravilhas da ciência a cada dia afloram como um córrego que aos poucos vai se introduzindo por uma represa com furos do tradicionalismo antigo e ele sabia que faria parte disso, porém os últimos acontecimentos não são agradáveis como os misteriosos assassinatos de West End e as morte de Mary Ann Nichols, Annie Chapman, Elizabeth Stride, Catherine Eddowes e Mary Jane Kelly. Os profanadores de cadáveres não tinham o menor despudor de vender seus “produtos” às escolas de medicina e isso causa revolta a qualquer cidadão de bem.

Saint John veio de uma família de tradição e recursos, porém os mesmos foram esgotados pelas gerações perdulárias e que encerraram com o falecido pai de Nicholas e a este agora sozinho no mundo só restara capital para abrir uma modesta oficina de relojoaria que era uma de suas paixões além da investigação amadora, pois sempre fora atento aos menores detalhes e possui uma memória prodigiosa sempre guardando os detalhes que via. Ele colecionou alguns sucessos investigativos, porém os assassinatos de West End são algo que o intriga...