Os passos de suas botas fazem um barulho ruidoso ao caminhar pesadamente pelo asfalto irregular e esburacado. Era noite, uma madrugada fria como gelo, que marcada o início do inverno na Cidade Baixa. Já havia chovido algumasd horas antes e várias poças de água suja e de esgoto a céu aberto se espalhavam por todos os cantos daquele lugar desprovido de cuidado.
Não que você se importasse. Na verdade, havia muito pouca coisa que realmente importava para você a essa altura da vida. Você perdeu muito, William. Mais do que qualquer homem normal poderia suportar. E nestes tempos difíceis, os homems tem muita coisa para suportar diariamente.
Não demora muito para que você veja a placa, piscando desorndenadamente em luzes de led vermelho: SAN LUIS REY HOTEL. Sua casa...ou algo do tipo.
- Senhor, bom senhor...por favor, está frio aqui fora. Não tenho dinheiro para comer. Um trocado, bom senhor. Por favor, qualquer moedinha...
Aquele era o Jack. Você não precisa virar a cara para saber que ele. A voz e o cheiro forte do pobre homem já o denunciavam. Ninguém sabia sua história, apenas que era um pobre coitado com problemas mentais, sem família que lhe cuidasse. Como vários outros ao longo dos anos, você já havia falado com ele, dado um trocado. Mas não importava, ele parecia nunca gravar o seu rosto ou seu nome, assim como o de ninguém. Então sempre chamava qualquer um que passasse de "bom senhor", na esperança de conseguir alguns trocados.
Se você jogar uma moeda para o pobre coitado, ele seguirá a mesma rotina de sempre: agradecerá, perguntará seu nome, que não vai lembrar no dia seguinte, na semana seguinte, no mês seguinte...seja lá qual for o dia que vocês se encontrem novamente.
Você finalmente cruza a entrada do hotel. O velho Lúcio lhe da um aceno de cabeça por trás da velha bancada de atendimento puída. Você segue até seu quarto, sem mais palavras, subindo a escada velha de madeira que rangia horrivelmente, como em cenas de filmes de terror.
Você atravessa o corredor em direção ao seu quarto e para antes de chegar à porta. Você nota pegadas de sapatos molhados que seguem e param bem no seu apartamento.
Não que você se importasse. Na verdade, havia muito pouca coisa que realmente importava para você a essa altura da vida. Você perdeu muito, William. Mais do que qualquer homem normal poderia suportar. E nestes tempos difíceis, os homems tem muita coisa para suportar diariamente.
Não demora muito para que você veja a placa, piscando desorndenadamente em luzes de led vermelho: SAN LUIS REY HOTEL. Sua casa...ou algo do tipo.
- Senhor, bom senhor...por favor, está frio aqui fora. Não tenho dinheiro para comer. Um trocado, bom senhor. Por favor, qualquer moedinha...
Aquele era o Jack. Você não precisa virar a cara para saber que ele. A voz e o cheiro forte do pobre homem já o denunciavam. Ninguém sabia sua história, apenas que era um pobre coitado com problemas mentais, sem família que lhe cuidasse. Como vários outros ao longo dos anos, você já havia falado com ele, dado um trocado. Mas não importava, ele parecia nunca gravar o seu rosto ou seu nome, assim como o de ninguém. Então sempre chamava qualquer um que passasse de "bom senhor", na esperança de conseguir alguns trocados.
Se você jogar uma moeda para o pobre coitado, ele seguirá a mesma rotina de sempre: agradecerá, perguntará seu nome, que não vai lembrar no dia seguinte, na semana seguinte, no mês seguinte...seja lá qual for o dia que vocês se encontrem novamente.
Você finalmente cruza a entrada do hotel. O velho Lúcio lhe da um aceno de cabeça por trás da velha bancada de atendimento puída. Você segue até seu quarto, sem mais palavras, subindo a escada velha de madeira que rangia horrivelmente, como em cenas de filmes de terror.
Você atravessa o corredor em direção ao seu quarto e para antes de chegar à porta. Você nota pegadas de sapatos molhados que seguem e param bem no seu apartamento.