Introdução - David

David sabe que ela não mudaria de ideia, ela nunca mudou antes e agora que estavam nessa situação não tinha a menor possibilidade.
-Certo, mas tome cuidado! Sobre hipótese alguma se arrisque demais!
Indo lentamente atrás da moça a uma certa distância, ele olha para os lados e fica atento as sons(mesmo com seus ouvidos em não tão boas condições). Receoso com oque podia ocorrer ele sente seu coração pesar, mas sabia que era isso agora ou o governo depois. Suspirando ele continua o seu caminho mais rapidamente depois de perceber que estava ficando mais pra trás.

Mara começava por subir uma escadaria. O lugar parecia abandonado por bastante tempo. Era possível ver certas partes do solos ceder espaço para ervas daninhas se espalhar.

Mara estava atenta. Empunhava sua pistola apontando por onde olhava e algo ocorreu muito cedo.

Através do visão panorâmica, David percebeu que surgiu silhuetas no topo da escadaria. Antes mesmo que pudesse observar, atentou que Mara, atenta, hesitou e não disparou. Certamente, havia reconhecido seja lá quem fosse, porém houve disparos. Mais de um.

Bam, bam, bam!!!

Mara é atingida e cai ao solo.

O Senhor David, num movimento involuntário recua um passo, mas não antes de olhar a origem dos disparos e reconhecer os indivíduos.

Eram humanos.

Mais que isso. Eram aqueles da foto, de quem vieram justamente apoiar. Pode perceber também que um deles carregavam um AR sobre os ombros.

Aparentemente havia acontecido uma confusão por ali.

- Parado! Pro chão, agora!

Dizia aquele que havia acabado de derrubar Mara, e assim, ele inicia uma contagem regressiva.

-3! 

-2!

...

-Sim, sim!
Em sua mente pação possibilidades: uma rebelião, traição, erro na hora de saber quem são os inimigos? Mesmo assim seu foco principal se torna ver se mara está bem, algo que faz enquanto se abaixa rapidamente, ignorando uma certa dor na coluna, esperando pelo melhor, porém não agindo imediatamente. De qualquer forma, esses 2 pareciam exaltados demais, não era o momento de começar a falar sobre eles serem os supostos aliados, deveria ser mais seguro ouvir eles antes.

Correndo nesse momento de adrenalina, as lágrimas de seus olhos ofuscam sua visão, em um momento desesperador como esse, a dor em seu peito parece ser aumentada, ele não se lembra de ficar desamparado assim em sua vida, ele que tinha achado um propósito viu tudo ruir em pouco tempo. Enquanto descia rapidamente pela escada pulando no final, David sente uma dor em seu pé ao cair de mau jeito, porém se levanta rapidamente e corre, nesse momento suas memórias dos meses recentes passam, tudo oque ele fez e o sentimento por isso. Um peso é tomado de seu corpo, ele lembra da felicidade que teve ao conseguir ajudar alguns AutoReivs, o orgulho da "sua filha" em relação ao que faziam. Em vez de continuar isso, por medo do governo, ele iria começar a ajuda-los em sua opressão, eles que assumem todos AutoReivs como máquinas sendo que (em sua concepção) oque faz um ser vivo é o fato de ter sentimentos(no final o corpo humano é só uma máquina de carne em vez de metal), eles que estavam com o objetivo de usa-lo como uma ferramenta também, eles que mataram Mara. 
Enquanto corre junto com os soldados seus olhos param de soltar lágrimas, uma raiva começa a se formar em seu peito, ajuda-los? Não era isso que ele devia fazer, seu objetivo deveria continuar fazendo oque fazia antes e de preferência mandar esses desgraçados pro inferno! Mas ele não era um bárbaro ou um mago, ele era um velho fraco, um ser impotente, mas não era alguém que ia simplesmente aceitar essa situação! Em seu coração ele se decidiu que iria dar um jeito de tirar o governo de sua cola, nem que precisasse sair da cidade e morar fora dos muros, mas tudo a seu tempo.
Enquanto corre com os soldados e começam a ver uma luz, ele vai se acalmando e foca em continuar, se ele só se lamentasse, ficaria que nem pacientes que já viu antes, pessoas que desistiram de seguir em frente e só se prendiam ao passado.