Balthazar Ulf

-Balthazar?! -A mulher para por alguns segundos analisando Balthazar - Me desculpe - Ela estende uma das mão para cumprimentar o mestre de armas - Sou Elyana, responsável pela fazenda na ausência de meu irmão, me acompanhe, é melhor conversar lá dentro.

Balthazar segue cautelosamente a garota e os homens , com uma das mãos pousadas sobre o cabo de sua espada. Passa por entre as habitações de madeira e o chão lameado. A um silencio tenebroso pairando no ar, ao entrar em um dos casebres acompanhado de Elyana, Balthazar se depara com o comodo lotado de pessoas, a pelo menos duas dezenas de indivíduos deitados ao chão cobertos com lençóis marrons que outrora foram brancos, mais da metade são crianças. Outra meia duzia estão de pé indo de uma lado para o outro cuidando dos enfermiços. O ar ali dentro é pesado e cheira a doença. Os doentes ao chãos estão pálidos e com os lábios cor de leite, tremem e suam constantemente. Balthazar precisa tomar cuidado para não pisar nas pernas de algum enfermiço.

-Desculpe o transtorno. Um surto de febre nos atacou a uma semana, todas as outras casas estão no mesmo estado. Por favor me acompanhe - Elyana faz sinal para que Balthazar entre em um quarto atras de uma cortina. Os homens com foice ficam do lado de fora do casebre. O quarto possuí uma cama de casal coberto com um lençol de peles, uma duzia de tranqueiras enfeita uma das paredes e a uma mesa pequena de madeira rodeada por duas cadeiras velhas - Sente-se, tem um pouco de cerveja preta - Elyana pega um jarro de barro preso na parede e despeja um pouco de cerveja preta em um copo de latão - O que deseja de mim mestre Balthazar?

-Corrompeu? - A mulher exibia um rosto de duvida que se transforma em decepção - Me desculpe mestre, tanta coisa acontecendo nesses últimos dias. Surto de febre, a prisão de Cedric e agora meu tio. Ele passou por aqui a algumas horas atrás, disse que seguiria para Vila Gaivota onde arrumaria um barco para zarpar do Vale, acho difícil que algum de nós volte a vê-lo novamente. Era um homem pouco racional que vivia de bravatas do passado sobre a Rebelião de Robert, guerra em qual lutou ao lado de meu pai - Agora dentro da cabana sobre as luzes de tochas Balthazar conseguia ver com mais clareza os traços de Elyana. Cabelo loiro, pele clara como a neve, uma constituição esbelta e graciosa, olhos de um azul quase transparente, lembrava a Balthazar cristais que viu algum dia em seu passado pelos portos de Braavos - Quando nosso senhor Brandon estava bem de saúde as coisas eram melhores - Elyana puxa uma as cadeiras e senta - Me desculpe preciso sentar um pouco, trabalhamos muito por aqui mestre Balthazar, mal sobra tempo para o descanso - A moça beberica um pouco da cerveja em seu copo, antes de olhar para o chão e deixar tímidas lagrimas caírem de seu rosto - Cedric gostava dela, de verdade. Mas, eu disse a ele que ela não valeria a pena. No final ele foi traído por Gily e agora coloca o nome de nossa família em desgraça. - Elyana leva as duas mãos ao peito como se abrasasse algo invisível - Por favor mestre, perdoe meu irmão. Cedric não sabia o que estava fazendo, ele é um homem bom e fiel a casa Goldwing, estava cego pelo amor, Gilly era sua prometida e o traiu. Cedric foi apenas uma vítima.  É tanta pressão que não sei se vou suportar