Prólogo Ennibel

Synesta é uma cidade muito interessante. Formada por tribos de povos da terra nômades que passavam pelo topo do Pico Deserto,(uma montanha relativamente baixa com uma peculiar formação côncava no topo que cria um microclima, terrivelmente seco e frio para o resto da região) a cidade foi crescendo conforme mais pessoas se moviam para lá, sendo atraídas para o isolamento das outras cidades livres que brotavam pelo resto da região. Os muros e casas da cidade foram se erguendo da pedra e do mármore que eram ricos e de fácil acesso no cume, sendo construídos um encima, embaixo ou colado no outro, conforme mais e mais famílias se mudavam para lá. Em pouco tempo a cidade havia virado um louco labirinto de corredores, escadarias, pontes e passagens subterrâneas em pedra, tudo coberto pela fina areia vítrea do pico. O que no começo era um ponto de atração para os que queriam sossego, simplesmente virou um ponto de atração, por ser um lugar tão exótico, e Synesta acabou por enriquecer rapidamente, se tornando a segunda cidade mais próspera, rica e dominada por negócios escusos de todo o Emaranhado. A ironia chegava a ser palpável.

A cidade era governada pela Companhia Baert de Comércio, liderada por Ludovico Baert, que residia na própria cidade. Baert havia conseguido levar sua companhia para fora do Emaranhado, atuando dentro dos reinos, tanto com serviços legais quanto ilegais, mas sempre manteve uma rivalidade com Marlok, pois este apesar de se limitar ao Emaranhado, tinha um poder muito mais vasto dentro da região que Baert. E isso, era inadmissível.

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A noite estava fria, seca e empoeirada, como todas as noites foram desde que Ennibel chegara a Synesta. A cidade era cheia de pessoas mal-encaradas, mas era bom estar em um lugar tão diverso que ela mal se destacasse na multidão. A killoren terminava de copiar um feitiço de um pergaminho gasto e amarelado que comprara com parte do pagamento pelo ultimo trabalho, quando ouve alguém bater à porta. Definitivamente era estranho receber visitas em uma estalagem. O estranho não emite uma palavra para se identificar, apenas bate mais uma vez.

A feiticeira termina de escrever a magia em seu prgaminho quando lhe batem a porta por duas vezes, parecia alguém apressado, a Killoren não achava o ambiente dos mais agradáveis as pessoas não passavam muita confiança, e ela decidiu pergunta quem era:

-Quem é e o que deseja?

Nenhuma voz é ouvida, apenas mais batidas, dessa vez, mais fortes.

A Killoren fica desconfiada. Mas decide abrir a porta com uma das mãos a outra ela mantém livre para se der tempo conjurar alum tipo de feitiço caso seja alvejada. Ela então dirigi-se a porta e a abre.

De pé em frente à porta, a killoren vê um pequeno humanoide coberto por capa e capuz negros. Nem chegava a um metro de altura, e caregava uma bela adaga curva presa à cintura. Sem olhar para cima, ele fala, com um sotaque estranho, como se estivesse a ponto de tossir a cada palavra.

-Senhorita Ennibel? Soube que estava na cidade. Tenho uma proposta de trabalho para a senhorita. Uma que não poderá recusar. Me permite entrar por um momento? Assim teremos como discuti-la adequadamente.

A Killoren olha o humanóide, e ele é altamente suspeito, ela então estende sua mão para ele e diz:

-Você sabe bem que esta cidade não é das mais confiáveis e você é muito suspeito, me entregue sua adaga pelo menos temporariamente até que me diga o que deseja...

Ela Olhava ele desconfiado e o mantinha na porta enquanto ele não entregar a adaga.

O pequeno estranho retira a adaga do cinto, com bainha e tudo, e a entrega à maga.

A maga chama-o para entrar fecha a porta, pôe a adaga em uma de suas escrivaninhas, leva-o até uma mesa:

-Sente-se por favor, me desculpe o transtorno, mas eu tenho inimigos construídos com meus trabalhos, pois bem, diga-me do que se trata essa tal missão.

-Perdoe-me minha discrição, mas se meu rosto for reconhecido nessa cidade, não creio que sobraria algo para enviar devolta a Sal Ghidos.

Enquanto dizia isso, o estranh passa a mão sobre a cabeça. O capuz que cobre sua cabeça começa a encolher e se desprender da capa. Seu corpo se contorce lentamente e muda de postura, suas botas rasgam e se tornam faixas, conforme seus pés mudam. Em uma questão de segundos, Um kolbold de escamas róseas está à frente da killoren, com as mesmas roupas e capa que o halfling de antes, mas com um belo chapéu azul encaixado sobre uma bandana roxa com moedas penduradas em adorno.

-Me chamo Ripdik, e venho represantando o Grande Marlok. Imagino que apresentações sejam dispensáveis, dado o tipo de trabalho que faz. - o kolbold agora falava com uma voz quase latida. Ennibel nota que as tosses eram uma forma de disfarçar o sotaque - Você ganhou um nome pela região, particularmente devido às suas habiliddes incomuns, mesmo considerando que é uma conjuradora, e isso atraiu a atenção de meu patrão.

Ennibel arregala os olhos surpresa e sua face se contorce, uma raiva sobe a sua cabeça e ele passa a olhar o kobold com ódio, ela bate na mesa e levanta-se brutalmente:

-Um kobold?!, Um kobold?!, você sabe o que a raça maldita de vocês me fez? VOCÊ SABE?! (dizia ela batendo na mesa com força e se levantando), não deve saber porque se soubesse sequer ousaria bater em minha porta e seu mestre também não sabe de nada...ou sabe e quis me provocar? Eu poderia levar seu cadáver criatura maldita para seu mestre e depois matá-lo por me provocar...Mas eu me elmbro bem que você não estava naquele bando, mas não me peça para tratÁ-lo com educação como trataria qualuqer outra raça, inclusive orcs e goblins são muito menos malditos do que vocês...Quem é seu mestre e o que ele quer? seja direto, não sei se vou me segurar vendo e ouvindo sua voz horrenda...Vamos DIGA RÁPIDO!

A feiticeira estava quase que transtornada, todas as le4mbranças daquele dia vieram a sua mente e seu ódio explodiu, mas ela tem um bom auto-controle e sabia muito bem a cara de todos os kobolds que a atacaram, mas este não estava lá, mesmo assim ela estava se esforçando demais para não matar a criatura.

Ripdik se sobressalta. Ele claramente não esperava essa reação.

-Calma, calma, calma! Eu saí das terras de meu povo há muito tempo! Nunca suportei os modos bárbaros deles! Se você pode ser uma fada que estudou magia arcana, porque eu não posso ser um kolbold civilizado?

O pequeno lagarto saca um pedaço de papel enrolado de dentro da capa e o lança sobre a cama.

-De qualquer forma, isso não é sobre mim. Sinceramente, não sei o que minha raça fez a você, e não me diz respeito também, mas meu patrão está interessado em ver um determinado objeto recuperado, e gostaria de contratar seus serviços para resolver essa questão. Se aceitar, pode encontrá-lo em Sal Ghidos. O papel terá os detalhes.

O kolbold começa a se dirigir à porta.

-Se quer um conselho, sugiro que pense bem no dinheiro e pouco no mensageiro. O Grande Marok não está habituado a ter ofertas tão generosas recusadas, e o próximo convite poe não vir de um réptil tão pequeno...

Dito isso, o Kolbold toca o chapéu, e torna a ser um halfling, desaparecendo atrás da porta.


Ennibel sabia que a ameaça era a mais pura verdade. Contrariar Marlok, mesmo na cidade de seu rival, seria como pintar um alvo na própria cabeça.

A maga toma um gole de água e começa a respirar fundo para se acalmar, ela detesta ser ameaçada, mas sabia que não poderia recusar um convite desses simplesmente por que o mensageiro nÃO a agradou, o dinheiro estava em primeiro plano.

Ela então senta-se, pega o pergaminho e começa a ler.

O pergaminho não continha nenhum texto muito elaborado. Ele indicava apenas uma taverna de Sal Ghidos, especificava que nenhuma palavra sobre o trabalho ou Ripdik deveria ser pronunciada dento de Synesta, e deixava claro que ela deveria estar na taverna em até cinco dias. Pelo que Ennibel sabia, se saísse cedo pela manhã, podia chegar lá na manhã do quinto dia.

A Killoren, fecha o pergaminho e apronta suas coisas para partir logo de manhã, ela guarda o peraminho e assim que amanhece o dia paga sua estadia e parte.