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por Bravos Qua Out 06, 2021 7:24 pmObasea ri. - Evidente que vou ser pago. Só não vai ser por vocês. - Ele sorri de forma brincalhona antes de partir. * * * Heb Heb caminhava pelos corredores do hospital que havia conhecido alguns dias antes. Quase que de cor ele se dirigiu para o quarto onde estava Medewa da última vez. Abriu a porta para encontrar um quarto vazio. Uma sombra de dúvida se alastrava sobre ele. Quando talvez ele se virou para encontrar alguém que pudesse saná-las, deu de cara com Ebomona que caminhava na sua direção, pelo corredor. - Precisa parar de andar por aí como se fosse dono dos lugares. - Ela olhou para ele e ele soube que ela mensurava suas feridas. - Medewa recebeu alta. Não sei se algum dia voltará a fazer o papel de uma foice, mas está vivo. Mabo, por outro lado, não apresenta nenhuma melhora. Apenas febre e alucinações o tempo inteiro. - Sua voz vai baixando de tom à medida que as notícias boas vão se tornando más. - Vejo que sobreviveu às ruínas. Espero que o presente que dei através do seu amigo tenha sido útil. Ela ainda se ofereceria para refazer os curativos que o anubita trazia no corpo. * * * Mu-Za e Heb - Uma pregnóstica sempre está no lugar certo e na hora certa. - Agora apocalíptica falava com certa cerimônia. - Eles queriam impedi-los de ir às ruínas... Talvez os subestimaram. - Ela parece sondar o anubita e o sucateiro, caçando nos olhos deles algum indício de omissão. - O que vocês foram procurar lá? Só sucata parece não justificar uma pregnóstica... - Ela sustenta o olhar neles até estar satisfeita com a resposta de cada um. Mu-Za pergunta onde seja possível vender a sucata recolhida. - No mercado, para outros sucateiros e até para neolíbios. Nas terras do Corvo, quem mais compra são os cronistas, mas é difícil achar um deles aqui nas terras do Leão. Eles contam dinheiro com papeizinhos. - Modi ri com certa gana com o próprio comentário. Quando o assunto se volta para Fez, ela pende na direção dos dois e fala sussurando. - Bem, alguém matou Boudiaf. - Na volta ela dá de ombros e sorri. - Então há um grupo relevante de neolíbios chateados com toda essa situação. Vocês sabem como eles ficam quando são contrariados... - A pergunta de Mu-Za põe uma pauta mais específica. - Eu estou esperando-o, para falar a verdade. Ele já deveria ter voltado, até mesmo para pegar vocês e sua... sucata valiosa.
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[!ON!] Para Córdoba
- Bravos
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Shmul diga quanta sucata c vai deixar pro Shinji (lembrando que vcs tem 8kg de NT IV e 1 kg de NT III. Pra ele só presta de IV pra cima. O quanto vc vai deixar pra ele vai diminuir no valor que vocês vão receber no fim. Tinha até esquecido disso haha Cada quilo de NT IV a menos, são 200 dinares a menos no bolso de vcs.
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Heb, a Foice Heb olha as costas de Obasea enquanto ele se afasta e pensa que ele já foi pago por eles com a própria vida. Mas ninguém precisa que essas palavras ganhem vida. -- Heb confirma com a cabeça quando olha para ela. "Não foi minha intenção invadir seu espaço." Ele só se importava mais com os amigos que com a autoridade sobre os doentes. "Salvou nossas vidas." Ele diz com gratidão verdadeira. "Quero ajudar com Mabo. Ainda tenho aquele lugar dentro de mim." Era o mais perto de uma suplica que ele conseguia chegar. O anubita aceita a oferta, é sempre melhor ter os ferimentos cuidados por outro. Especialmente alguém confiável e competente. "Encontramos um deles. Um desses que torce o tempo." Ele fecha os olhos tentando confiar nas lembranças. "Ela morreu." Alívio. Heb não tinha nenhuma dificuldade em expor os ferimentos. Tinha feito isso muitas vezes no seu tempo como foice. Tinha estado pior antes, ele lembrava disso. Mas a dor sempre parece pior dessa vez e na vez seguinte também. "Tem um superior aqui? Você é a mais alta?" Ele pergunta com curiosidade, brincando com a ideia de dividir o que encontrou. -- "Essa estava no lugar errado." Ele descola os olhos dos seios dela e os fixa mais acima. Na parte perigosa, nos olhos. "Procurava a ruina entre os crânios. Procurava o velho que tinha chegar lá." Ele coloca a mão sobre o ombro de Muza e a aperta com uma forma bruta de gratidão. "Acredita em visões Modi? Eu procurava o futuro. Eu o vi nos sonhos e segui o caminho que os ancestrais indicaram." Ele contava toda a verdade sobre o que tinha ido procurar, mas sabia que o velho desconfiaria dele. Sabia que Modi era afiada e sua pergunta procurava outra resposta. Mas nem ele sabia o que tinha ido procurar. Boudiaf. Ele tenta lembrar do homem. Tenta lembrar de Fez. Mas parecia tão distante. Todo passado parecia. Não cabia a ele corrigir Fez, exceto... Se isso ficar no caminho. Se isso for uma oportunidade para financiar sua próxima viagem. Ele não precisava dos ancestrais para mostrarem esse caminho. "Sabe mais sobre o problema em Fez? Não é só sucata, é o futuro que perdemos e precisamos tomar de volta." Ele tenta não ser intenso demais. Mas para ele era uma guerra. Pessoas como Modi lucram com a guerra. Faz parte da vida. |
- Shmul
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- Talvez o único ser que podia responder essas suas perguntas, Modi, era a tal da pregnóstica. Pena que ela estava no “lugar errado e na hora errada” – deu uma gargalhada espalhafatosa enquanto zombava da apocalíptica, complementando a colocação de Heb. - Bem, pretendo aprimorar meus equipamentos com a tralha encontrada e vender o mínimo, apenas para pagar as contas, sabe como é. – depois voltou-se para Heb – Posso usar sua parte da sucata para melhorar seus equipamentos, também. No caso de venda, já que Modi não me indicou ninguém, encontrarei um sucateiro digno destas sucatas. Boudiaf morrer não era exatamente uma surpresa, visto que o homem disputava várias rotas e devia ter muitos negócios escusos com pessoa sinistras, bem como vários inimigos. O sorriso de Modi entregava um provável mandante da morte. A preocupação era se o Xinguilingue havia recebido pelo serviço dele. Pretendia entregar 1kg de Sucata IV para Shinji quando o encontrasse. Foram muitos riscos e muito tempo investido para dar mais que aquilo, isso se Heb concordasse. |
- Bravos
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- Não é por mim, mas pelos doentes. Sei que você está acostumado com os ambientes de vida ou morte cheios de adrenalina, força e sangue. Aqui é um ambiente de vida ou morte, mas de silêncio, repouso e paciência. - Ela diz, já se aproximando para cuidar das feridas de Heb. - Fico feliz que tenha ajudado. - Dizia enquanto tocava com delicadeza os ferimentos para cobri-los com unguentos e trocava as faixas. - Quanto a Mabo, acho que já lhe falei que não há muito o que fazer a não ser esperar. Poderá visitá-lo, se quiser. Duvido que ele acorde, porém. Quando ela havia terminado, voltou a erguer-se. - Sempre temos um superior em algum lugar. Dentro desse hospital, contudo, normalmente eu sou a voz de mais autoridade. Também pudera, dificilmente alguém me encontrará noutro lugar que não aqui. - Ela diz sem vaidade mas sem falsa modéstia. Era o relato de um escolha feita com muita lucidez. - Tenho esperado que seu amigo volte com uns medicamentos que ele disse poder comercializar. - Ebomona comenta de modo avulso. * * * - Vocês que pensam... - Ela diz sorrindo com certa travessura. - Visões? Eu gosto de visões. Você estava atrás de uma ruína depois do campo de crânios e precisava de um velho? Para achar algo, provavelmente... Algo que pode mudar o destino, o futuro... - Heb olhava para os olhos dela e os viu bem abertos, quase arregalados. Os olhos saltaram para Mu-Za. - Só assim para uma pregnóstica ir atrás de vocês. Do contrário, ela não se daria o trabalho. O que foi que vocês acharam? - Parecia que ela queria devorá-los com os olhos. - Não parece ter sido 'só' sucata. Ou no mínimo acharam uma sucata que vale muito mais. Mu-Za falou dos planos com os encontrados. - Fale com Rasfin. É o sucateiro que eu procuro quando preciso de peças novas para motos. - Ela faz um gesto para que tragam mais bebidas, o copo dela já estava vazio. - Boudiaf foi morto. Há um vácuo de poder entre os neolíbios. As coisas devem mudar rapidamente nos próximos dias. Algozes estão nervosos. Apocalípticos estão pagando o pato, como de praxe. Anubitas continuam fingindo que nada é com eles. - Ela pisca para Heb. * * * Shinji havia instalado com sucesso um pequeno refrigerador no caminhão. Ele ficava aos pés do passageiro. Além de ser um local bem protegido, era ao alcance. Especialmente porque você nunca sabe quando precisará de algum medicamento. Keb havia chegado com Zuri no caminhão enquanto o comerciante instalava o equipamento e ele nunca havia imaginado ouvir tantas perguntas em tão pouco tempo. A menina ficou observando tudo. Depois eles foram para Fez. As coisas ainda estavam tensas. Ruas patrulhadas ostensivamente por algozes, bate bocas em todos os cantos. Mesmo com isso os furtos e assaltos pareciam ter crescido. Marcas novas nas paredes indicavam territórios mudando o comando. Shinji porém era um negociador hábil. Duas horas no mercado e ele tinha uma carga para levar à Córdoba. Duas horas mais tarde eles estavam na estrada. Logo eles estariam no ponto mais ao norte da África. - E sua mãe, Keb? Como ficou? - Zuri perguntou casualmente. |
- Shmul
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- Se encontramos algo tão valioso, foi escondido de mim, e então minha intuição estará certa. Do contrario, foram apenas sucatas, que tem lá seu valor. Mu-Za começava a se irritar com a petulância de Modi e com a possibilidade de um dos dois companheiros de ruína terem tomado algum tesouro para si e não comunicado. Ainda assim, todos esses esquemas eram mais do mesmo naquelas terras onde nem os mais espertos sobreviviam por muito tempo, vide Boudiaf que deve jazer quiçá em uma cova rasa. - Heb, preciso ter uma palavrinha a sós com você – e dessa vez o velho encarou o anubita com os olhos semicerrados. [/size] |
- Bastet
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Kebechet Quando chegaram no caminhão os olhos dela se arregalaram – Sério? Uma geladeirinha? – espanto e animação – Seu Shinji, deixa eu ajudar com isso aí – pulou pra dentro do caminhão, perguntando sobre como ele tinha preparado o sistema elétrico, se tinha trocado a bateria... Enfim, os detalhes. Isso tudo enquanto se enfiava entre o câmbio e a geladeirinha para instalar as coisas, tarefa muito mais fácil pra ela que pra um adulto... Mesmo um adulto baixinho. --- Quando estavam voltando pra Fez, Keb ficou surpreendentemente calada. Coisa que não acontecia muito. Estava agitada na parte de trás... E assim se manteve enquanto o homem negociava os medicamentos. Apesar de aquela ser sua casa, o que tinha acontecido antes de ela começar a viver no entreposto tinha abalado a jovem. Olhava pra todos os lados enquanto andavam... Ficava atenta na estrada. - Ah! – levou um susto quando Zuri falou com ela, dando uma risadinha sem graça – Sim, dona Zuri. A senhora Miyu-san tá cuidando bem dela. Mesmo... Sendo difícil ela não deixa de ser gentil. Acho que está passando da pior fase agora. Até começou a aprender a cozinhar com a dona Miyu-san. – tinha um ar de esperança na voz. Pela primeira vez estava vendo uma melhora significativa na mãe. - Seu Shinji, eu não te contei. Eu tirei o motorzão de um desses grandões Sozinha. Foi tão legal... Seu Mashai não foi com minha cara não, não de primeira... Mas tá me ensinando coisas maneiras! |
- Ankou
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Shinji - Kanko San, toda dinastia é fundada por alguém bom em matar, fazer negócios e política, a nobreza vem muito muito depois disso. - A resposta sobre Fez tem um tom impecável, polido e sonso. - Aham, pode ser um uma boa vantagem pro clã, espero que seja, é difícil ter o favor dos Algozes, mas se um dia eles olharem pra nós como olham pros Neolíbios a gente vai ter certeza que fez o certo, não concorda? - na verdade ele parecia se importar pouco com a opinião da médica, ela não sabia nada de negócios ou política, não era o dever dela, ainda assim ele prestava-lhe a cortesia de uma conversação agradável. A postura dele muda quando ela fala de sucata, mais máquinas, o olhar atento - Isso pode ser arranjado, se o conselho disponibilizar os recursos… Não sabia que o gargalo da produção era o maquinário. - ele diz com tom de quem ficaria antenado à questão. No demais ele presta atenção às instruções dela era ótimo ter uma desculpa pra finalmente ter um refrigerador no caminhão, água gelada, era só no que ele pensava, geladeiras eram luxo que a maioria das famílias não dispunha, ter uma só pra ele era um luxo que ele iria adorar. * * * Ele abre e fecha a porta de refrigerador várias vezes, o imã tinha sido uma merda e conseguir, a borracha velha, mas funcional, Keb algumas horas escovando a ferrugem da lataria enquanto ele mexia no motor de refrigeração, um verniz por cima do aço escovado, não era bonito, mas gelava, infelizmente pra ela ele não respondia metade das perguntas, os imunizantes saiam do refrigerador do entreposto direto pro caminhão. Dessa vez a carga era humana, duas horas e ele tinha lotado a caçamba do caminhão, a passagem barata, mas um monte de gente querendo sair de Fez, gente fugindo dos novos comandos, gente que tinha perdido tudo, gente que só não queria andar de Fez até Córdoba. Shinji na estrada é calado e silencioso, atencioso na estrada, ele dá três buzinadas aparentemente pro nada, mas sabia muito bem por onde estava passando - Mashai é um homem complicado. - ele se limita a dizer apenas isso como se não estivesse disposto a falar coisas do sujeito. |
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Heb, a Foice Ele limpa a garganta envergonhado. "Eu não... não queria atrapalhar ninguém, curar também é minha vocação." Ele assistia o toque delicado nos ferimentos. "Se a eu não puder fazer nada por ele, vê-lo vai fazer por mim. Eu lembro dele como era antes." Ele respira fundo tentando ignorar o desconforto das pequenas dores do corpo. Ele balança a cabeça quando ela fala onde passa a maior parte do tempo. "Eu entendo. Servir Africa e os ancestrais com o seu caminho é a melhor experiência que se pode alcançar." Ele queria dizer outra coisa, mas não sabia como. Ele se lembra do caminho com Mu-za. Se lembra também da criança que salvou em Fez. Depois, com o tempo, salvar era melhor que matar. "Vou encontrar o novo africano e colocar os remédios na direção certa." Ele olha para ela agradecido, querendo ser outra pessoa só por um instante. "Para você." -- "Tudo muda o futuro, nada muda o passado. Quer me ajudar? Ajudar o Leão? Ou só está procurando algo a mais para vender?" Ele não queria dizer nada para ela. Não mesmo. "Vocês levaram a sua parte. Nós levamos a nossa." Ele coloca as duas mãos a frente. Olhando os curativos pelo corpo. "Pagamos o preço Modi. Não te devemos mais nada." Ele suspira cansado. "Eu agradeço tudo que fez, e mais, eu garanto que nem todos os anubitas estão insensíveis ao que acontece em Fez. Mas é melhor parar de tentar cavar todos os segredos que encontra." Ele diz sério, sem ameaça. Sem se arrepender de ter deixado o outro apocaliptico viver. "Sim, também acho que é melhor discutir os planos de ir a Fez longe de Modi." Ele estica a mão para a mulher em cumprimento. "Agradeço de novo Modi." Ele então olha para o velho e tenta sair dali com o que ainda tem de dignidade. |
- Bravos
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- Eu sei que é... - Ebomona responde, claramente deixando para lá uma argumentação que tinha em sua cabeça, quando ele disse que sua vocação também era curar. - Entendo, vou lhe mostrar onde ele está. - Os dois começaram a andar pelos corredores do hospital. - Eu não tenho esse patriotismo todo. Estou aqui por essas pessoas, não pela a África. A África sequer existe. Tudo o que existe são africanos. - Ela dizia aquilo como se não fosse profundo ou sequer conflituoso. - Eu agradeço. Vai ajudar muito esses africanos. - Quando ela dizia isso, estavam na frente de um quarto. Ebomona esperava aqueles remédios com um certo estoicismo, mas sabendo da enorme importância que eles tinham. - Fique o tempo que achar necessário. Se precisar, sabe onde me encontrar. - Ela toca o seu ombro de maneira delicada e vai caminhando pelo caminho inverso do qual vieram. Quando Heb abrisse a porta, encontraria um quarto numa penumbra, a janela meio fechada com uma cortina. Mabo deitado, os olhos cobertos por uma venda. A respiração ritmada indicava que dormia, se é que se poderia chamar aquilo de sono.
* * * Quando o sucateiro fala que se tiverem encontrado algo, foi escondido dele, Modi ri com gosto. Ela joga o corpo para trás de se reclina na cadeira, fazendo os seios sempre expostos balançarem. A resposta da Heb vem em seguida. Ela mantém um sorriso largo e aberto. - Eu sou a leoa, Heb. Todos os dias saio para caçar e preciso voltar com algo na boca. - A mão dela vai até a mesa e pega um petisco qualquer, que ela joga em direção à própria boca. Mastiga de forma um pouco teatral. - Eu só estou curiosa, só isso... - A última frase de Heb soa como um conselho ancestral. - Nós todos vivemos de cavar segredos. - Ela aponta para Mu-Za. - Ele cava segredos largados em ruínas. - Ela aponta para a barriga de Heb, marcada com os círculos concêntricos dos anubitas. - Você tem segredos pra todos os lados e uma cidade sagrada que ninguém consegue chegar e nem voltou de lá. - Ela aponta por fim, para si mesma. - Eu conheço histórias antigas e com elas consigo ler o presente. Tudo é sobre segredos. - Ao terminar ela bebe mais do copo que tinha próximo a si e quando engole os olhos parecem ter o brilho da embriaguez. Tanto o sucateiro como o anubita parecem querer se afastar e Modi não os retém. Sacode a mão estendida de Heb e puxa Adimu para dar-lhe um beijo na face. Ela pisca para os dois, sem dizer mais nada. Será que ela tinha chegado aonde queria? Logo eles estavam do lado de fora do restaurante. A noite começava a ficar fria. * * * - Eu acredito que ela irá muito bem... - Diz Zuri para a menina, claramente querendo animá-la. Shinji é calado e taciturno e não diz muita coisa para Keb sobre Mashai. Suas buzinadas no meio do nada se justificariam se conseguissem ver as duas motos paradas à distância, numa pequena colina. Um aceno de mão os garantia passagem tranquila. Logo mais estavam em Córdoba. As pessoas descendo afobadas do caminhão. Keb que nunca tinha pisado lá, enche os olhos com o local. Há construções bonitas, bem bonitas. Na África havia também, é claro, mas tinha algo diferente ali. Talvez porque a África queria se mostrar mais África ali do que em Fez. Shinji contava as pessoas e verificava o caminhão por dentro. Zuri foi até a porta do baú. - Acho que irei com Keb procurar Mu-Za e Heb. O que você pretende resolver primeiro? - Remédios ou Modi? |
- Ankou
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Shinji Ele termina de liberar as pessoas do baú do caminhão, gente passando mal, a coisa era um forno um calor dos infernos com todas aquelas pessoas amontoadas e o sol da África que não ajudava, ele usa um trapo velho só pra tirar um vomitado do chão do caminhão - A viagem valeu o preço, não sei se isso tá valendo - ele diz com uma cara de nojo lavando o trapo e as mãos na bica do reservatório de água do caminhão. Finalmente ele tranca a coisa toda e está de volta perto de Zuri e Keb, ele apoia uma mão no ombro da mulher e não a responde de imediato, um carinho sutil na nuca dela. - Deixa eu explicar uma coisa Keb, no meu clã tem duas regras principais, a primeira é sempre traga honra pra sua família e a segunda é faça o seu trabalho, meu trabalho é fazer dinheiro, o do Mashai é ser mecânico e é assim que as coisas são, e o indisciplinado sou eu. - ele diz aquilo com algum orgulho e brilho no olhar, ainda que por uma ótica externa ele dificilmente pareceria indisciplinado. Ele finalmente se volta pra esposa. - Remédios, quero me livrar logo disso. - ele diz dando um selinho nela. - Fica no restaurante, fala pra um daqueles cabeça de vento que eu to na cidade pede um deles pra chamar ela, já chego lá. O cafofo dela é muito longe e não quero você lá sozinha. - ele diz com um evidente protecionismo e tão logo parece começar a partir pra se direcionar ao hospital. A verdade é que parou pra imaginar a cara de Ebomona quando ela visse aquelas coisas “alienígenas” ele chegava a achar engraçado, sorrir sozinho, pensativo. |
- Shmul
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- Mil vezes porcaria, Heb! O que diabos foi tudo aquilo? Você tem algo a me dizer? – iniciou tal dialogo enquanto percorriam o caminho que Heb achasse interessante, ou se ele não tivesse algum local, então procurariam pelo caminhão de Shinji, se é que ainda estava em Córdoba. - Modi não vai nos deixar em paz até ter certeza que não escondemos nada. Essa gente de cumprimenta com uma mão e te esfaqueia com a outra – continuava a gralhar. - Será que o Cabelo de Boneca ainda esta na cidade? – se refia a Shinji. |
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Antediluviano - Mensagens : 3075
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Heb tinha mego de ter falhado. Revelado demais. Se exposto demais. Talvez fosse arrogante ou egoista por não confiar nela. Nem em Mu-Za por enquanto.
"Melhor dizer pouco. Enquanto ela achar que temos um segredo estamos seguros. Ela Vai esperar que a levemos até ele." Eles tinham um segredo e talvez. Só talvez alguém os estivesse seguindo só para ter certeza.
"Nós somos difíceis de esfaquear velho. Quer vender a sucata toda em Fez? Consegue fazer algo com ela?" Era uma pergunta sincera. Heb tinha que fazer algo com a sua parte. Nutrir o povo Africano de alguma forma.
"O Africano novo vai estar por aí. Vamos procurar alguém saindo para Fez e ver o que achamos dele."
Heb gira com cuidado o pescoço para aliviar a tensão. Malditos apocalipticos. Ele segura sua máscara de Anubis antes e toca de leve o kopesh antes de começar a andar decidido. Ele tinha um destino. Uma missão. Não ia deixar nada ficar no seu caminho. Nem Modi.
--
"São a mesma coisa." Ele murmura aborrecido mastigando as palavras. Africa era os Africanos. Africa era a terra. Africa era a ideia. A nação. Mas não brigar com uma anubita que fazia Africa melhor e mais forte.
Heb olha o amigo deitado e pensa nas palavras que deveria dizer. Que poderia dizer. Lembra da insanidade do que viu e que tinha feito tanto para destruir seu amigo. Ele suspira. "Eu prometo. Vou fazer valer a pena." Ele queria dizer que ia resolver. restaurar ele. Mas não eram inocentes eles dois.
"Melhor dizer pouco. Enquanto ela achar que temos um segredo estamos seguros. Ela Vai esperar que a levemos até ele." Eles tinham um segredo e talvez. Só talvez alguém os estivesse seguindo só para ter certeza.
"Nós somos difíceis de esfaquear velho. Quer vender a sucata toda em Fez? Consegue fazer algo com ela?" Era uma pergunta sincera. Heb tinha que fazer algo com a sua parte. Nutrir o povo Africano de alguma forma.
"O Africano novo vai estar por aí. Vamos procurar alguém saindo para Fez e ver o que achamos dele."
Heb gira com cuidado o pescoço para aliviar a tensão. Malditos apocalipticos. Ele segura sua máscara de Anubis antes e toca de leve o kopesh antes de começar a andar decidido. Ele tinha um destino. Uma missão. Não ia deixar nada ficar no seu caminho. Nem Modi.
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"São a mesma coisa." Ele murmura aborrecido mastigando as palavras. Africa era os Africanos. Africa era a terra. Africa era a ideia. A nação. Mas não brigar com uma anubita que fazia Africa melhor e mais forte.
Heb olha o amigo deitado e pensa nas palavras que deveria dizer. Que poderia dizer. Lembra da insanidade do que viu e que tinha feito tanto para destruir seu amigo. Ele suspira. "Eu prometo. Vou fazer valer a pena." Ele queria dizer que ia resolver. restaurar ele. Mas não eram inocentes eles dois.
- Bastet
Adepto da Virtualidade - Mensagens : 1924
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Kebechet A menina dá um sorriso com as palavras gentis de Zuri – Sim senhora. Acho que nunca a vi tão bem – uma esperança juvenil que não pertencia aos olhos da menina parecia começar a nascer. Talvez não fosse algo bom em um mundo cheio de coisa ruim, mas claramente era algo que fazia bem naquele momento. Keb assente ao comentário de Shinji – Vocês tudo são. Mas são maneiros também, só que láá no fundo – talvez sincera demais? Mas era o que achava mesmo dos estrangeiros de olhos puxados. A maioria parecia legal, só tinham aquela casca séria e rabugenta. Tentou entender pra quem o homem buzinava, olhando pra fora. Se conseguisse ver as motos, tentaria gravar aquele local na mente, afinal, podia não estar sempre sendo protegida por Shinji e seus homens. Quando chegaram, Kebechet deu um pulinho pra descer do caminhão, olhando em volta encantada. Naqueles poucos dias, tinha conhecido muito mais coisas que conhecera em seus anos de vida. Estava distraída com a paisagem, pegando uma pedrinha no chão e guardando no bolso, voltando a olhar para o casal quando Shinji falou com ela. Não tinha entendido bem o quê Shinji quis explicar com aquilo, mas tinha um pouco de humor no canto dos lábios – Eu já vi muita gente bagunceira, seu Shinji. O senhor não parece uma delas não... mas eu acho que eu entendi. Vou fazer o meu melhor pra não ferir as regras de vocês... – fez uma mesura oriental, que tinha aprendido com Miyu-san. Ao ouvir Zuri falar sobre o pai a menina se surpreende – Meu pai tá aqui? – fala, afobada... Mas logo fica quieta, percebendo que eles tratavam de negócios. Transferia o peso do corpo de um pé pro outro, tentando conter a ansiedade. Tinha muito tempo que não via o pai... Não sabia se estava feliz ou braba naquele momento. |
- Bravos
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— Está sim, menina... Por isso Shinji havia prometido trazê-la para cá. - Disse Zuri, com certa cautela. Não sabia como a garota reagiria, mas no fim das contas tinha boa intenção. — Quando foi a última vez que o vistes? - Ela pergunta enquanto toma a mão de Keb e começa a caminhar pelas ruas de Córdoba. Ela parecia saber para onde ia. * * * Heb não tinha certeza se havia dito muito. Mas também não disse muito para Mu-Za. Os dois andavam um do lado do outro como uma dupla no mínimo estranha: um anubita alto e forte, acompanhado de uma velho carcomido com passadas até cambaleantes. Numa coisa, porém, o anubita estava certo: era difícil esfaqueá-los. Afinal de conta os dois estarem ali vivos não era uma prova cabal disso? Os olhos de Mu-Za, embora já não enxergassem mais tão bem, reconheceu de longe o passo de Zuri, a esposa de Shinji. Ela vinha com uma garota que deveria ter, no máximo, seus treze anos. Heb viu também. Ver aquela garota, entretanto, fez seu coração sobressaltar um instante. Era Kebechet. Quanto tempo fazia que não a via? Zuri acenou de longe. Keb via também um velho sucateiro que ela já havia visto outras vezes, embora Mu-Za não fosse um cara muito sociável. Ele nunca havia parado para conversar com ela e, mesmo entre os sucateiros, ele era tido meio como lunático. E ela via o pai. Alto, forte, ainda que coberto de curativos que pareciam muito bem executados. A voz de Zuri rompeu o fluxo de pensamentos de todos: — Parece, enfim, que vocês voltaram vivos! Fico feliz de sabê-lo! |
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Antediluviano - Mensagens : 3075
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Heb, a Foice Heb deixa as dúvidas de lado quando vê Zuri e Kebechet. Elas são um oases para um viajante cansado. O sorriso racha lentamente a fachada severa do anubita. Os passos que respeitosamente aguardavam os do sucateiro perdem a paciência, se tornam mais rápidos e largos. Decididos como o Africano. Não se incomodava com pequenos detalhes como pessoas no caminho. Elas abririam espaço para ele, era parte de ser o que era. Da máscara na cintura. Do kopesh nas costas. Das cicatrizes na pele que diziam o que era. "Surpresa?" A pergunta não era nem um pouco uma pergunta, ele olhava para a pequena. "Você continua igual." Ele pensa em abaixar para olha-lá nos olhos, mas descarta a ideia. Ela ia preferir ser tratada como igual. O anubita não esconde a satisfação que fazia seu rosto mais leve e iluminado. "Já conhece Mu-za?" Ele pergunta para ganhar tempo. Queria abraçá-la, mas já não era uma garotinha que ele levantaria no colo para impressionar. Ela era uma desconhecida. Feita do mesmo barro que ele, mas agora moldada em algo que ele não tinha visto antes. Uma ânfora que mantinha a cor e textura que ele conhecia de antes, mas agora guardava segredos que ele nunca tinha visto. Ele estica uma mão aberta na direção dela. "Eu mereço um abraço?" Dessa vez era uma pergunta de verdade. |
- Bastet
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Kebechet Keb precisa pensar por um momento... E não chega a uma conclusão sobre a pergunta de Zuri – Eu nem sei. Faz um tempão... --- Quando viu o pai, Kebechet baixou o olhar, andando olhando para os pés. Espiava vez ou outra, vendo que ele andava com Mu-za, o pirado. Aquela dupla era algo que a jovem nunca imaginara... Viu também os curativos, ficando com a expressão preocupada... Mas, quando Zuri falou, ela arregalou os olhos, quase se escondendo atrás do corpo da mulher, mas se contendo para não o fazer. - Não! Eu tô maior! – ela fala com orgulho e meio respondona, inflando o peito, quando Heb comenta que ela tá igual. Talvez não tivesse crescido tanto mesmo, mas se sentia assim. Assentiu quando perguntou se ela conhecia o outro sucateiro e acenou pra ele, por educação – Oi, seu Mu-za! – cumprimentou, evitando os olhos do pai. As pernas ainda inquietas. Ao ver a mão estendida de Heb, a menina finalmente olha pra ele e hesita com a pergunta em seguida... Como se quisesse ser forte... Mas logo os lábios mudam de uma carranca pra um beicinho de choro e ela corre pra abraçar o velho. Abraçou apertado, sem vergonha de demonstrar que sentia falta dele. Logo se lembrando dos curativos. - Pai, cê tá bem? Desculpa, te machuquei? Quem fez isso? – muitas perguntas juntas. Ela vestia roupas boas, o que não era exatamente normal. Estava limpa (até as unhas!) e já parecia mais uma pré-adolescente que uma criança. – Onde cê tava? |
- Shmul
Mestre Jedi - Mensagens : 1036
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Durante os passos finais até o encontra das duas, o velho reparou no semblante de Heb que se “abria”, e aquilo o deixou assombrado. Só via expressões de felicidade no rosto do Anubita quando ele ceifava a vida de um inimigo. Em um primeiro momento, Mu-Za não reconheceu a menina, também porque ele não gostava de crianças, ao menos da maioria delas. Oi, filha do Heb – disse arregalando os olhos de maneira sinistra e examinando a garota – sua filha continua viva, Anubita, sem sua proteção – deu uma gargalhada sonora e esquisita de satisfação, depois reparou que se tratava de uma Sucateira iniciante, vulgo Mouse. Era comum dos sucateiros terem sido crianças "abandonadas". - É preciso mais de um psyconauta para nos matar, aparentemente – respondeu a Zuri – onde esta seu marido? Esta tudo bem com vocês? Vamos embora desse lugar? |
- Bravos
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O reencontro do anubita e sua filha foi uma cena comovente. Embora Mu-Za não tivesse um pingo de sentimentalismo, ele percebeu que Zuri tinha os olhos um pouco marejados. Teria percebido também que Heb engoliu em seco a dor do abraço na filha, porque, por mais que não tivesse ferimentos traumáticos, eles ainda doíam. A fala do sucateiro sobre ela permanecer viva, fez Zuri comentar: — Ela foi bastante valente durante a revolta em Fez. Apesar que nós quase íamos entrando pelo cano. Shinji chegou bem na hora para nos tirar de uma fria, não foi? - Ela esticava o braço para fazer um carinho em Keb. Os flashes das lembranças daquele dia correram-lhe a mente. Vendo as roupas de Keb, ele notou que era uma sucateira, provavelmente iniciante. Mas então ele viu uma marcação feita no couro e deduziu que aquela era a sua marca. Então a garota era um texugo¹. Um jovem texugo, evidente. — Shinji está no hospital, trazendo os remédios que havia prometido para a anubita responsável. Depois ele deve ter uma reunião com Modi e aí poderemos voltar para Fez. - Diz Zuri, sem grandes empolgações. Mas isso muda quando ela olha para o velho e para a garota sucateira. — Vocês devem ter trazido coisas legais... Ou que pelo menos valha a pena vender. Por que não mostra o resultado da aventura de vocês para Keb, Mu-Za? - Ela tinha a porra de um sorriso adorável nesse momento. — Enquanto vocês mexem nas sucatas, Heb e eu conversamos um pouco. - O tom ficou mais sério. Sobre o que eles precisavam conversar?
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Antediluviano - Mensagens : 3075
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Maior, é claro que ela tava. Mas essa era menor diferença.
Era uma coisinha tão pequena e leve. O abraço espalhando dor por todo o corpo. A boca do anubita mostra os dentes cerrados, dor era uma companheira inconveniente. Ele retribui o aperto com firmeza e respira fundo o cheiro da menina. A saudade virando alivío.
"Não doeu." Era mentira. "São só uns arranhões, nada sério" Era mentira também, o tipo facil de falar.
"Ela é curiosa, velho, e forte também." Ele diz respondendo Mu-Za enquanto curtia o interesse da menina. "Eu e o velho fomos catar umas velharias por aí." Ele dá um tapa na mochila. "Porque não dá uma olhadinha e vê se quer alguma coisa, hein?" Ele sorri de novo deixando o peso das costas para o chão.
"Vamos conversar Zuri. Sabe que sempre estou aberto a ouvir o que lhe aflige." Ele falava com calma e escondia suas suspeitas e emoções. Estava mais preocupado com Keb se sentir menosprezada ou excluida do que com o nervosismo de Zuri. O que não se pode mudar não deve preocupar a mente, seja tão grave quanto for.
O anubita olha para Keb antes de ir. "Funciona para você?" Ele espera como se não existisse qualquer razão para pressa.
Era uma coisinha tão pequena e leve. O abraço espalhando dor por todo o corpo. A boca do anubita mostra os dentes cerrados, dor era uma companheira inconveniente. Ele retribui o aperto com firmeza e respira fundo o cheiro da menina. A saudade virando alivío.
"Não doeu." Era mentira. "São só uns arranhões, nada sério" Era mentira também, o tipo facil de falar.
"Ela é curiosa, velho, e forte também." Ele diz respondendo Mu-Za enquanto curtia o interesse da menina. "Eu e o velho fomos catar umas velharias por aí." Ele dá um tapa na mochila. "Porque não dá uma olhadinha e vê se quer alguma coisa, hein?" Ele sorri de novo deixando o peso das costas para o chão.
"Vamos conversar Zuri. Sabe que sempre estou aberto a ouvir o que lhe aflige." Ele falava com calma e escondia suas suspeitas e emoções. Estava mais preocupado com Keb se sentir menosprezada ou excluida do que com o nervosismo de Zuri. O que não se pode mudar não deve preocupar a mente, seja tão grave quanto for.
O anubita olha para Keb antes de ir. "Funciona para você?" Ele espera como se não existisse qualquer razão para pressa.
- Bastet
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Kebechet - Mesmo? – Keb perguntou quando o pai disse que tava bem, não acreditando muito naquilo. Apesar disso, fez uma expressão orgulhosa quando Heb a chamou de forte e curiosa. Deu um pequeno sorriso quando Mu-za a cumprimentou, e assentiu à história de Zuri – Foi mesmo! Pai, eles pegaram a gente de escudo! Ai chegou seu Shinji, com os homens dele feito ninjas e salvou a gente. Foi doido, aí invadiram lá a casa onde a mãe tava, mas eu tirei ela de lá e a dona Zuri arrumou a dona Miyu-san pra ajudar ela com aquele problema – contava animada as “novidades” – Eu consegui peças novas pra motinha também! – poderia continuar falando, mas não o fez quando os adultos voltaram a conversar de coisas sérias. Não se opôs quando Zuri sugeriu que fosse com Mu-za pra ela falar com Heb. Olhou pro pai, que parecia a tratar como uma coisinha frágil. Tinha sentimentos confusos sobre aquilo. - É uma conversa, pai. Não meses... Tá de boa – sorriu, falando mais que gostaria, mas logo foi até o velho, com os olhos compridos no que eles carregavam – Seu Mu-Za, precisa de ajuda aí? Tá machucado também? – não parecia se importar com a carranca dele – Cadê as coisas legais? Só tava indo coisa chata lá pro porto esses tempos... |