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por Bravos Ter Out 13, 2020 6:08 pm- Oh... Então é assim que vocês fazem? - Perguntou o renegado, compreendendo melhor como aquele clã trabalhava. - Atul costuma trazer esse tipo de coisa mesmo, tem toda uma sociedade de neolíbios aqui para se enfeitarem. Por isso ele não deve ter dado muita bola para esse anel. - Quando Adimu sugere que poderiam ser crianças, Shinji nota que o rosto do europeu ficou soturno. Ele não era escravo ali, mas havia muitos outros europeus escravizados nas terras africanas. Reparação histórica? Era melhor não discutir sobre aquilo. O homem esperou se afastar do sucateiro para falar de novo. - Os apocalípticos servem pratos bons, mas o ambiente é bem pouco... familiar. Tem um lugar que os neolíbios gostam de frequentar porque tem todo tipo de comida africana, fica há quatro quadras daqui, na direção do centro. Mu-Za chegava com pés-leves atrás das crianças e berrava em alta voz. Shinji olhava para sua esposa que dormia com a cabeça encostada no vidro do carro, na cadeira do motorista. O grito do velho fez ela acordar num sobressalto. As crianças lá dentro também deram um pulo com o flagrante, virando-se de costas para a lona erguendo as mãos. A menina começou a chorar e o garoto foi o primeiro que falou: - Desculpa a gente achou que fosse mercadoria, a gente não vai mais mexer em nada! Eu juro! O hybrispano correu a passos largos até chegar no baú. - Markel, Zaira! Saiam daí! |
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Shinji - Então eu acho que ele vai ter um ano farto. – ele dava o assunto de Atul por encerrado, tudo que ele tinha a fazer agora era receber sua outra metade do pagamento na volta pra Fez. Tá bisbilhotando conversa alheia é?! – Ele grita pra Mu-Za num tom quase jocoso – O pecado não é do cargueiro, velho – e não, não o chamava de velho de maneira pejorativa. – Se sua indagação é essa a resposta é sim, já transportei “carga viva” quando era um aprendiz, incluindo crianças, mulheres, velhos. Não é agradável eu posso te afirmar. – A verdade é que não tinha orgulho na voz ao dizer aquilo, dava até pra sentir nele que memórias desagradáveis voltavam a mente enquanto ele falava daquilo. Ele observa o início de confusão se armando, mas não dá bola, o velho tinha cuidado rápido daquilo, as crianças logo sairiam do baú. Shinji estende a mão em cumprimento pro renegado. – Tu não me disse seu nome. Seus filhos? – a pergunta não parece ter segundas intenções. |
- Shmul
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- Mu-Za não esta bisbilhotando nada, apenas não sou surdo... ainda. – Depois pensou do porque não gostava desse sistema de clãns e todo esse orgulho que Shinji tinha pelo dele. Cumpria “ordens” sem pestanejar. Aquilo era demais para Adimu. Preferia a morte. Gesticulava e resmungava enquanto os jovenzinhos se afastavam do baú. Depois de toda aquela cena, o velho observou que toda a carga havia sido descarregada, trancou o baú, deu de ombros e disse para o motorista – então vamos para a melhor parte do dia. COMIDA! – ainda que o ideal fosse tomar um banho primeiro. |
- Bravos
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- Pode me chamar de Pol! - Bateu a mão na calça para tirar a poeira e estendeu ao clanista. Depois voltou-se aos garotos. - Andem! Saiam daí, estão trabalhando esses senhores. - Os dois desceram do baú, passando o mais longe possível de onde o sucateiro estava parado, evitando até mesmo fazer contado visual. Pol acompanhou-os com o olhar ferino enquanto eles seguiam pela rua. - São sobrinhos. Adimu os observou sair e lançou a questão sobre a comida, justo no momento que Zuri abria a porta. - Adimu, não grite mais assim. Quase me matou do coração. - Shinji reconheceu que a esposa estava irritada, apesar de seu tom parecer uma repreensão frouxa. - O que vocês estavam dizendo sobre comida? - Ela retomou o assunto e foi o hybrispano o primeiro a falar: - Dizia que tem um restaurante que os neolíbios adoram aqui perto. - Zuri ergueu uma das sobrancelhas pensativos. - Talvez você consiga uma carga de volta, querido. Não parecia má idéia. |
- Ankou
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Shinji Shinji ri com a não surdez do velho e aperta a mão de Pol. Tão logo ele vê as crianças saindo do baú. – Como eu disse é bom ter amigos nos lugares certos. Pol o Renegado. – Ele hasteia o dedo como se pedisse o homem pra esperar um segundo, passa pela esposa e lhe dá um beijo suado no rosto, ele fuça algo na cabine e volta até Pol. O que ele estende é um “pacote” feito a base de palha de milho, dentro deles há seis bolotas levemente amassadas – Mochi, é um doce, pras crianças, meu favorito. – era comida de um dia indo pelo ralo, mas talvez a iguaria causasse boa impressão. Quando a esposa fala sobre a possibilidade de um carregamento de volta Shinji sorri pra ela. – Cê tá ficando boa nisso. Ele se volta a Pol – Valeu pelo toque, até mais ver camarada. – Ele se despede sendo simpático logo tirando o caminhão dali na intenção se se limparem e irem encher a barriga. |
- Shmul
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[color=#ff9900]Meneou a cabeça para Zuri como que se aceitasse o pedido de não mais gritar, o que parecia ser impossível para o sucateiro. Adimu percebeu que os jovenzinhos puderam ouvir Shinji pegando e falando dos Mochis, e estranhou que nenhum dos dois pareceu se importar. Pior que isso, eles saíram a passos rápidos e nervosos para outro caminho que não o de onde vieram, que era o beco. Um pensamento surgiu na mente de Mu-Za, o que o fez sair daquela garagem e olhar adiante no rumo daqueles pequenos ratos bisbilhoteiros, e concretizou que poucas quadras à frente havia um estabelecimento apocalíptico. Tentando evitar o hybrispano, o velho fez uma espécie de um assovio baixo chamando a atenção de Takahashi, o olhou com um rosto distorcido de ódio, mostrou a faca com que ameaçou os sobrinhos de Pol e saiu sem mais delongas atrás daqueles caguetas. Permitiu que os “ratos” andassem mais um pouco, como que confirmando para onde estavam indo. Tentou se aproximar silenciosamente com a espingarda em punhos, e sendo percebido ou não, renderia os jovens. - Parece que Mu-Za não foi claro o suficiente da primeira vez, não é mesmo? Mas não se preocupem, dessa vez eu vou fazer ser ouvido – Apontando a arma, mandou que os dois entrassem no beco mais próximo. Atiraria nas pernas caso não fosse obedecido, com o objetivo de aleijar. |
- Bravos
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Pol pega o pacote e abre com certa hesitação até ver o conteúdo lá dentro. Ele meteu dois dedos para dentro, como uma pinça e tirou uma beliscada do alimento. Ele leva até a boca e mastiga, olhando fixo para Shinji. Alguns momentos depois ele sorri. - Parece bom! Fico agradecido. - Então ele fecha novamente o embrulho e coloca-o dentro de uma mochila que estava ali encostada no chão. - Espero que façam boa estadia e viagem de volta. Zuri sorri com a reação do marido e responde com um leve beliscão na cintura. Ela volta para o caminhão. E é quando Shinji escuta o assobio do velho, que está quase dez metros mais atrás, do caminho onde haviam vindo. Ele gesticula com a faca e continua a caminhar.
Adimu seguiu as crianças para arrancar-lhe as pernas e ensiná-las que é melhor não serem bisbilhoteiras. Ele levava a espingarda a punho e caminhava como se fosse uma pluma. Porém, quando estava se aproximando, o garoto virou-se e fez uma expressão de susto, enquanto engolia o ar num sobressalto. A garota virou em seguida e foi aí que o sucateiro vacilou. A menina estava com a mão cheia de lama e num movimento único de virar e atirar a lama, o velho só notou a merda que ia dar quando a terra babada estava à centímetros dos seus olhos. Com os olhos cheio de lamas o velho ouvia os passos leves das crianças se afastando. |
ignorei os últimos dois dados pra ajudar a quantidade certa.- Ankou
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Shinji O oriental agradece a Pol e sobre no caminhão, espera a esposa e começa a mover o veículo dali. - Mu-za!!!- A voz de Shinji soa já do caminhão, não tinha nem sinal do velho, nem sabia se ele escutaria, não fazia ideia do que ele tava indo fazer, ele dá ré no caminhão procurando o velho, até finalmente se deparar com a cena. - O que cê tá fazendo seu doido?! – Ele grita pro velho incrédulo. – Vambora caralho! – Os olhos de Shinji estavam arregalados, ele não podia impedir o sucateiro de fazer qualquer coisa naquela situação, mas é como se ele pedisse com o olhar pra ele não fazer nada com as crianças. |
- Shmul
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Ao longo de sua vida, Mu-Za viu todo tipo de atrocidade. Ele sempre teve em sua mente a necessidade de combatê-las, mas o maior perigo dessa empreitada é se corromper e se transformar naquilo que abomina. O outro lado da moeda é que, desde pequeno ele teve contato com todo tipo de atrocidade. Era preciso saber se virar e se defender, saber em quem confiar e quem desafiar, e quando fazer isso. Aqueles dois jovens, por mais inocentes que fossem, estavam colocando a vida de Adimu, Shinji, Zuri e Heb em perigo, isso sem mencionar os imbecis apocalípticos que morreriam de “graça”, tudo por uma atitude impensada daqueles sobrinhos de Pol, que venderiam a informação por uma merreca. O primeiro aviso já havia sido dado dentro do Baú. Tão logo aconteceu novamente. Adimu entendia que um corretivo era necessário. Talvez cortar um dedo, uma orelha. Seria loucura ou senilidade? Ele mirou a arma e pensou em disparar um tiro de alerta, bem próximo do pé do garoto... talvez próximo o suficiente para algum fragmento acerta-lo. Talvez mancando para o resto da vida ele aprendesse. Aquilo era cruel, mas era o mundo em que viviam. Talvez Mu-Za fosse cruel. A garota acertou lama no rosto do velho. Era melhor não atirar. A raiva explodiu em Mu-Za a ponto de ele soltar um urro de raiva e lamento, quase um choro. Tentou limpar o rosto o mais rápido possível enquanto ouvia Shinji resmungando. Pra onde foram aquelas pestes? Alcançaram o local ou estavam ainda distantes? Se esconderam em algum beco? Voltou na direção do shingling. Seu semblante era soturno, retorcido em ódio – Aqueles merdinhas estão indo caguetar a gente naquele posto apocalíptico logo à frente. Você tem que perguntar pra esse bosta desse Pol se os sobrinhos dele são retardados ou surdos, porque mais cedo ou mais tarde vão acabar em uma vala comum – disse isso estando o Pol ouvindo ou não. |
- Bravos
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Shinji viu o velho berrando num misto de lamúria e ódio. Viu também os pré-adolescentes correndo e dobrando na primeira esquina à direita. Zuri olhou para o marido um pouco assustada pela reação do sucateiro. Ele veio em direção ao caminhão e, parando diante da porta avisou ao clanista sobre os dois dedos duros. - Acho que isso vai ser um problema. - Ela falou. - É melhor falar com o hybrispano ou tentar evitar que eles falem com os apocalípticos? Heb não está aqui conosco agora... - Ela parece se preocupar também. Não dava para dizer ao certo se com a segurança deles sem Heb ou com a segurança de Heb sem eles. |
- Ankou
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Shinji Ele ve no velho, ve que ele acredita piamente que os moleques estejam prontos pra vendê-los - Eu podia fazer uma bombinha com um cartucho de escopeta e ia achincalhar rapidinho todas as porcas dessa porra, ia soltar a solda principal facinho. – ele se referia a moto, ele parecia insatisfeito com aquela situação, mas ele dava um olhar sólido pra aquela ideia idiota. - Sobe aí cara. – Ele diz logo depois cedendo o espaço do motorista - Zuri, pega o volante. – ele vai guiando ela e finalmente quando ele pede ela pra parar estão de frente ao “restaurante apocalíptico – Vamo resolver isso igual homi. – Ele beija a esposa, um beijo longo e profundo, estende a mão pro velho – Chave. – ele só espera a coisa bater na mão dele e logo ele começa a sair do caminhão. - É hora do show porra! - Ele sussurra. - Eles podiam até vender, mas vamo vender primeiro e se livrar desse problema – Ele fala confiante, mas mais parecia um louco, ele vai até a traseira do caminhão enquanto de certeza aquilo devia começar a chamar atenção, ele abre o baú e vem de lá arrastando as duas motos, até o meio da rua poeirenta e deixa uma sobre a outra. Ele saca o revólver, mas ele não aponta pros apocalípticos ele coça a própria cabeça, quando finalmente alguém de nota aparece ele começa um discurso agressivo, mas bem dentro da diplomacia que se esperaria de um apocalíptico. - Sabe, um pessoal do cartel de vocês tentou sacanear com a minha carga – a voz era alta e nem tremia – Mas aí eles acabaram deixando cair isso aqui. – Ele dá um chutinho sem força numa das motos – Aí eu pensei, CARALHO! Eu não posso devolver as cabeças que eu cortei, claro que não, ainda mais depois do que eles fizeram com meu caminhão, mas aí também pensei, porra se fosse eu morrendo naquela estrada e eles catassem meu caminhão, amanhã eles tariam tudo morto, sabe como são os Shingling né? Você morrendo de noite se afogando no próprio sangue, ou envenenado, eu poderia até morrer no meio DESSA rua – ele engatilha o revolver contra a própria cabeça – Que se tocassem no meu caminhão, não durariam uma semana, um puta destino de merda, eu vi acontecer mais de uma vez. – não existe um tom de ameaça na voz, ele valorizava na ênfase, mas não mentia. Ele coloca um sorriso no rosto como se tivesse no meio de um teatro – Quem é que quer viver olhando por cima dos ombros e fugindo né? – Ele olha em direção a qualquer um deles que parecesse ter autoridade – Eu to sendo gente fina e só tirei as rodas e o guidão pra cobrir a merda que fizeram no meu caminhão, as partes boas e difíceis tão todas aí – Ele aponta balançando o revólver pra máquinas empilhadas no meio da rua e ri – Dois dias na oficinas e tão pronta pra rodar de novo. Ele desengatilha o revólver e guarda ele com calma – O nome é Shinji, Takahashi Shinji, espero que com o ato de boa fé não tenhamos mais problemas, nem aqui nem nas estradas. É um SACO ficar explicando pros algozes por que minha lataria tá com marca de queimado... |
- Shmul
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Olhou com cara de cu para Shinji quando esse deu a ideia de “explodir” as motos – Que loucura, cara, você fala de maneira burra. Deve ser essa porcaria de bolinho doce que você come – dizia incrédulo. Entrou no caminhão como requisitado, mas quando entendeu que iriam “devolver” as motos o velho ficou puto – não são os bolinhos doces! NÃO SÃO! Mu-Za acha que você tá comendo merda, mesmo! MERDA! – se preparou para um combate. Mantinha arma em punho e estava pronto pra saltar para o lado oposto pegar cobertura no caminhão blindado. Enquanto o discurso do shingling acontecia, o velho só pensava no quão patético seria para os apocalípticos deixarem aquele Japa vivo. Certamente os algozes vão se divertir ao saber daquele evento. |
- Bravos
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O caminhão de Shinji para bem diante da entrada do estabelecimento apocalíptico. Tem ali três ou quatro pessoas à porta, alguns evidentemente parte do coletivo, outros que poderiam bem ser renegados. O fato do caminhão ter parado ali e um cara com aparência não exatamente européia nem africana ter saltado já chamava atenção. Quando ele abriu as portas e trouxe os pedaços de motos apocalípticas ele conseguiu qualquer atenção que ainda não tivesse. Uma das pessoas levantou-se e entrou imediatamente e não demorou até sair de lá dentro com alguém. Era uma mulher, seus ombros estavam cobertos com uma espécie de ombreira emplumada e dos seios até a cintura estava desnuda, com pinturas corporais. As calças eram cheias de bolsos com armas e apetrechos pendurados. Ela chega só até o umbral da porta, com o rosto ainda coberto pela sombra e não fala nada enquanto o clanista faz sua cena. Mu-Za estava logo ao lado com a escopeta preparada. Ele teve bastante tempo para ver que os apocalípticos que estavam ali na frente eram os guarda-costas do lugar e eles tinham arma ali pra distribuir. A mulher na porta... Bem, não precisava ser um erudito pra entender que certamente ela era a dona do estabelecimento. O que queria dizer em outras palavras que possivelmente ela seria capaz de dar um pau na maioria dos homens vivos. - Shinji, é? - A voz da mulher era forte. - Ok, ninguém vai lhe perturbar mais sobre essas motos. - Ela fez um gesto com a cabeça, apontando as motos com o queixo e dois apocalípticos foram em direção à lataria para recuperá-la. - Guarde esse brinquedinho aí e entrem para tomar uma bebida. Pode até trazer seu sucateiro junto. - Ela dá um passo a frente e aponta para Adimu. A luz agora banhava seu rosto e ela era bela. - Talvez você possa me contar a história do seu caminhão e eu possa contar o que um passarinho me contou. Zuri desceu do caminhão e chegando ao lado de Adimu, fixou o olhar na apocalíptica. Cara de poucos amigos. O velho sucateiro viu surgir no seu campo de visão lateral, no meio das pessoas que agora estavam arrodeando o caminhão e a entrada do boteco apocalíptico, a dupla de garotos que ele quase havia aleijado momentos atrás.
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- Ankou
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Shinji Por dentro o coração já havia ido e voltado na boca mais vezes do que podia contar, não era nenhum novato na estrada, mas era certeza que aquilo era a coisa mais louca que já havia feito, por fora parecia ter culhão de aço, parecia até maluco ou alguém com costas tão quentes que nem os apocalípticos seriam loucos de tentar alguma coisa. Por dentro ele se acalma quando a voz da mulher soa que não teriam mais problemas por causa das motos. Ele ajeita mais uma vez a pistola no coldre, desengatilhada. Uma bebida aquela hora cairia tão bem, melhor coisa depois de um dia de trabalho difícil, um trago forte e uma mulher, ele olha pra trás na direção de Adimu, dá pra ler nos lábios dele perfeitamente “CHUPA!” apesar de som nenhum sair, uma provocação juvenil incapaz de ser contida, mas a expressão de orgulho muda logo logo pra uma de cachorro que tinha mijado no sofá de casa quando Zuri para ao lado do velho sucateiro. Ele pigarreia se volta pra mulher e então finalmente pode contemplar a figura impactante dela – Bebida e histórias, um ótimo jeito de terminar o dia. – A voz era relaxada agora, receptiva e calorosa. Ele dá uns passos e cata Zuri pela cintura, dá pra ouvir o tapa que ele larga numa das nádegas dela, ele sabia que ela iria reagir de alguma forma sobre aquele ato vulgar em público – É um jogo, jogue. – ele sussurra imediatamente no ouvido dela antes de mais nada. Era engraçado olhar ele com Zuri do lado, ela era mais alta que ele, ainda que não muito, e definitivamente mais corpulenta, e a beleza dela dava ao oriental um aspecto de poder e prestígio pra quem o olhava. Ele segue pra dentro olhando o pessoal na rua perto do caminhão – Caminhão tá vago, partindo depois de amanhã daqui pra Fez. – Fazia o merchant entrando pro estabelecimento caso alguém se interessasse, finalmente quando ele avista e cruza pelas crianças ele diz de uma maneira descolada apontando com dois dedos pra elas – Markel, Zaira, deixei doces pra vocês com o tio Pol. – ele não sabia o que aquela afirmação poderia causar, mas definitivamente ajudava a descreditar “passarinhos”, principalmente quando alguém falava como se fosse vizinho de anos e sabia nomes em um lugar que nunca havia pisado. |
- Shmul
Mestre Jedi - Mensagens : 1036
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Aquela líder dos apocalípticos tinha uma presença gigantesca. Fazia todo sentido Zuri se sentir ameaçada, visto que até Mu-Za que já não produzia mais tanta testosterona teve suas “reações”. Quando se entreolhou com Shinji recebeu um “Chupa” e respondeu com uma careta de aprovação por aquela dramatização do motorista. Teve culhões, apesar de idiota, além de arriscar a vida de Zuri e do sucateiro. Parecia ter convencido a todos. Era um idiota muito corajoso, concluiu Adimu. Se haveria comida e bebida, não seria necessário convidar o velhote uma segunda vez. Ao se encaminhar para dentro do estabelecimento, ouviu o Asashina oferecendo frete. ORAS, BOLAS! Eles ainda tinham que ir até as ruínas que o contratante dele, provavelmente Boudiaf, havia dito, ou era tudo lorota? Ruinas são imprevisíveis. A raiva voltava a tomar conta de Mu-Za, e para piorar a situação avistou os sobrinhos de Pol. Fulminou as crianças com o olhar antes de entrar no local. |
- Bravos
Semi-Deus - Mensagens : 5614
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- Seu fi de rapar... - Vociferou Zuri nos instantes mínimos entre o tapa e a indicação de Shinji. O semblante emburrado desapareceu e ela mordiscou a orelha do esposo. Com mais força do que o necessário. Adimu notou o semblante da mulher apocalíptica abrindo um sorriso. - Andem! - Ela virou-se e entrou no estabelecimento. Os garotos que se viram interpelados arregalaram os olhos. O sucateiro estava com o coração cheio de ódio por aqueles dois pirralhos. Mas pior, estava indignado porque no outro dia ele estava certo que iria para as ruínas. Aliás, onde estava o armário anubita que queria ir também? Dentro do estabelecimento ficava evidente que se tratava de um grande bar. Decorado de uma forma displicente e com materiais surpreendentemente bons, apesar de simples. A mulher já estava sentada numa mesa num mezanino. Eles subiram as escadas, que não tinham guarda-corpo algum. Dali era possível ter uma visão panorâmica de tudo que acontecia no ambiente. - Vocês bebem o que? Não vai ter nada fino como na mesa de um neolíbio, mas vamos ter qualquer bebida que licorosa, muito alcóolica e que faz as pessoas quebrarem. - Esperaria eles dizerem o que queriam e faria um gesto para algum homem atrás deles para que ir buscar as bebidas. A mesa era de madeira escura e os bancos também. Só a mulher estava sentada numa poltrona acolchoada. - Qual é o lance do seu clâ? Transporte, eu sei. E já vi que o caminhão é uma caixa-forte. Mas o que mais? - Os olhos dela pareciam fuzilar o clanista e se divertir ao mesmo tempo. O garçom chegou com os pedidos, todos em canecas, fossem bebidas de dose, fossem fermentadas, e dispôs na frente de cada um. - E você, velho? Ainda se mete em ruínas atrás de mixaria? Na Hybrispania não sobrou muita coisa não. - Ela cortou o assunto, de forma abrupta. Uma forma de pensar melhor na próxima frase? Na próxima jogada?
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- Ankou
Adepto da Virtualidade - Mensagens : 1905
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Shinji A mão de Shinji ainda fica lá por um tempo, mesmo com a reação de Zuri, ele nem tremeu, já esperava por aquilo, ele aperta mais ainda enquanto ela lhe mordisca a orelha, dá pra ver a nádega voluptuosa “escapando” entre os dedos com a “mão cheia”, não era exatamente vulgar, não mais do que a coisa já tinha sido, aquilo foi totalmente pessoal. A atenção se volta pra mulher quando ela chama por eles, a mão agora se assenta na cintura de Zuri, ele olha pros caras ao redor como se ela fosse propriedade dele, quase como um cachorro que tinha mijado no poste. - Cachaça. – Responde a mulher, era a coisa mais próxima de saquê que ia arranjar ali, e comum o bastante. Ele admira o lugar, esperava que a coisa fosse mais bagunçada como eram em geral os estabelecimentos deles, eles com certeza vendiam suas drogas ali, mas pelo visto não deixavam os caras usarem. – É, belo lugar. – Ele elogia, de forma genuína, o barulho de toc toc vem de uma das mãos que batem no balcão simples de madeira, mas sólido e bom. – Pol elogiou bastante a comida daqui, disse que é melhor que o rango dos neolíbios frescurentos, agora botei fé. – ele meneava a cabeça em positivo, o lugar nem tinha cheiro de mijo, pelo menos não lhe chegava as narinas. Ele se senta em um dos bancos, deixando o banco vago pra Zuri ao lado dele. Ele estende a bebida no ar logo assim que ela chega, como um brinde e em educação a mulher. A pergunta não lhe pega de surpresa, não seria nem a primeira e nem a última vez que fariam aquela pergunta, ele sabia como os africanos em geral eram curiosos em relação ao povo da montanha ou shinglings como costumavam falar. – Nosso transporte é sigiloso, a gente garante que vai chegar e se não chegar a gente restitui o prejuízo, a gente não pergunta o quê, só pra onde, a única forma de ser diferente é se a autoridade local apreender sua carga, fora isso é zero risco, mas não é barato... E drogas, mas nada recreativo igual vocês, a maioria anestésicos de uso medicinal. Mas a gente negocia o que tiver que negociar. – Ele devolve o olhar de diversão. – Até um casamento, mas pro seu azar eu já tô casado e o meu irmão mais velho não é do tipo divertido. – O tom final era quase de piada, mas passava longe de um flerte, por baixo da mesa ele tocava com carinho uma das coxas de Zuri, de forma muito discreta. Ele beberica mais uma vez da bebida forte – Por hoje eu já encerrei, amanhã é meu dia de folga, espero que não recomecem a guerra enquanto eu estou por aqui, mas se souber de alguém ou quiser levar algo pra Fez ou que passe por lá sou todo ouvidos... – Não era exatamente uma proposta de negócio, mas tava jogando verde com certeza. Ele chama o garçom de volta, o mesmo que havia servido as bebidas e começa a ver o que havia pra comer no lugar. |
- Shmul
Mestre Jedi - Mensagens : 1036
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Observou toda a cena de flerte entre os três sem muito interesse - Cerveja para mim. Que não seja igual aquele mijo quente que bebi em Fez. Meu intestino já esta protestando, se é que me entendem. O sucateiro ficou resmungando e imitando vozes quando Shinji mencionou o tio das crianças – Pol... Pol... Pol... blá... blé. Um chute no cu desse Pol – disse em resmungos baixos. Com a apresentação do motorista, Adimu tinha certeza de que alguma carga conseguiriam ali, não que fosse problema dele. Depois houve o corte e o questionamento para Mu-Za – MIXARIA? – disse num sobressalto de raiva, mas se conteve, então começou a rir de maneira bizarra e a apontar para a apocalíptica – Vocês... apocalípticos... são muito engraçados. Por aqui não tem merda nenhuma de ruína, também, ou tem? Na verdade, essa cidade parece uma ruína, bem mixaria – dizia com cinismo. – Inclusive, vocês deviam aceitar os serviços desse shingling e aproveitar o resto de vida que vocês têm em algum cu do mundo, mais cu que esse, antes que os neolíbios cheguem aqui, o que não vai demorar. |
- Wordspinner
Antediluviano
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Heb, a Foice Heb segue o rastro dos seus amigos. Nada difícil seguir o caminhão. Nada difícil seguir o trio improvável. Já entrar no bar parecia uma tarefa diferente. Desagradável se nada árdua. "Onde..." Ele viu. Claro que notou a aparência firme do lugar. Claro que ele percebeu que nada ali era ruim. Nada ali era mal cuidado ou reaproveitado. Tudo feito para ser o que era. Já sabia onde ir. Mas precisava se segurar. Precisava olhar em volta. Sentir o ambiente. Ver se alguém tinha decidido que ele seria a presa da noite. Esperar ser notado. Esperar ser reconhecido pelos amigos e só então aproximar. Aquele era um campo da batalha perigoso onde ele não tinha todas as armas que precisava. Mas tinha determinação para por a ansiedade nas rédeas. Ele pensou no seu pouco dinheiro e foi se sentar no lugar mais visível disponível. Andaria bem lentamente sem olhar diretamente os amigos. Vigiando. Esperando. |
- Bravos
Semi-Deus - Mensagens : 5614
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- Melhor que dos neolíbios? Haha... Nossa fama nos precede então. - Disse a mulher sem falsas humildades. Bancar comida fina e de qualidade como as dos neolíbios era completamente fora de cogitação, mas eles sabia cozinhar, afinal de contas. Ela escutou com atenção enquanto Shinji explicava seu negócio. Mas sua reação mais expressiva foi um sonoro - Hum... Ela segurava sua bebida num copo largo de chifre. Talvez fosse cerveja. Inclusive, a cerveja ali era bem melhor do que o mijo requentado que Mu-Za tinha bebido no dia anterior. A aguardente idem. Descia bem. O que queria dizer, sem palavras, que aquele bar apocalíptico estava montado na grana. - Eu vou dispensar o casamento... Odeio ter que ensinar alguém a trepar. - Disse engatando na piada do próprio clanista. - Mas talvez eu tenha uma carga para você levar sim. Inclusive, para Fez. Logo que Shinji chamou o garçom para ver o que comer, a dona do bar interviu: - Nem se dê ao trabalho. Oriba, traga do assado para nós. - Ela piscou. - É o que temos de melhor aqui e pelo visto vamos ter que competir com os almofadinhas, melhor não brincar. - Ai veio o comentário sobre as ruínas e o riso incontido do sucateiro. - Nada muito melhor, é verdade. - Ela sorria para o velho com entusiasmo. - Mas os neolíbios estão aqui há muito tempo, desde que isso aqui virou África. Aliás, eles estão melhor bem instalados aqui do que em Fez. Ou estou errada? - Ela moveu a conversa de volta para Shinji, esperando dele uma resposta. Foi mais ou menos nesse momento que uma montanha negra surgiu na porta do bar. Shinji notou os olhos da mulher se desviando um instante e voltando para ele. Mu-Za, que estava bem de frente reconheceu o anubita, pois era difícil esquecer aquele cara. Zuri pareceu fazer um semblante aliviada pela primeira vez desde que aquilo tudo havia começado. - Parece que ele está procurando por alguém... - Insinuou. Quando confirmassem que ele estavam com eles, com um gesto de queixo a dona do bar indicaria para alguém ir buscá-lo para sentar à mesa. - Um caminhão blindado, um sucateiro vieja escuela e um anubita que parece um arauto da morte... Acho que alguém mentiu pra mim quando disse que vai tirar o dia de folga. |
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