Sombras Rastejantes

Dois dias se passam o casal fica hospedado em um hotel voltando a civilização pela linha de trem, estavam ainda na ilha da Sicilia, mas em sua capital como sugeriu Johan, então Kira recebe a ligação de volta de seu antigo Reitor:

- ... Infelizmente não consegui nenhum passe livre para você querida, mas descobri que na verdade não é uma universidade e sim uma catedral, ela é vigiada para que ninguém invada roubando assim os artefatos de ouro e prata que há na catedral, dificilmente eles abrem ao público, visto que a propriedade de fato é particular, mas eu consegui o nome da pessoa que é a dona do terreno, ele é um padre, embora tenha doado para a Igreja, o local ainda é dele, na catedral, eles não só estudam teologia, mas também abrigam padres e freiras, além de algumas crianças pobres e alguns adolescentes, embora não pude arranjar uma visita sua, eu apenas descobri isso da região, desculpe não conseguir te ajudar, o nome do Padre dono do local é Frey um dinamarquês que mora atualmente na Itália...

O velho reitor entrega por sms o endereço de uma Igreja onde Frey sempre frequenta, a partir dali era com a dupla e mesmo assim seria difícil entrarem no local para espionar, aparentemente durante o tempo que ficaram ali, nada de suspeito aconteceu, nada de movimento que poderia de certo modo prejudicar as atividades dos servos de Poseidon..

Então o casal foi se casar saindo da ilha na Sicília e voltaram a Itália, indo a uma catedral buscando pelo Frey, acharam o local e era uma construção magnífica, as paredes do local eram pintadas de prateado, pelo menos no lado de fora parecia ser uma Catedral bastante bela e ostentava um certo luxo.

Havia um jardim belo em volta com uma trilha que ia até as portas da construção, flores de várias formas, tamanhos e perfume ornavam o jardim, algumas delas, Kira notou, que eram as mesmas que a garota das flores tinha oferecido a ela dias atrás em Roma, o casal não estava em Roma, mas ainda estava em sua volta dentro da região administrativa de Lazio.
Ao adentrar na trilha das flores sentiram uma presença, algo de valor havia dentro daquela catedral e apenas uma freira estava no local vindo na direção dos dois, ela se aproximava calmamente com andar sereno e passos lentos, mas estava a uns bons 30 metros ainda dos dois. A trilha era em linha reta possibilitando um caminhar agradável.

Freira:

A freira olha para os dois, ela nota que o homem fica um pouco desconcertado com as caricias da menina, “eles são mesmo um casal?” – ela pensa, então nota algo estranho naquela dupla, ambos estão pouco a vontade, uma coisa em seu subconsciente diz que a algo de errado ali, embora sua intuição lhe alerta a moça ainda sorri e responde ao casal:

- Bom dia!!! A sim! Parabéns a vocês dois, que bom que vão se entrelaçar no sagrado matrimônio, eu lhes desejo sinceras felicidades, porém eu devo alertar que os eventos na Catedral ocupam todo este mês e o próximo também, eu sinto muito mas acredito que estamos com sem vagas para lhes garantir uma cerimônia adequada.

Ela fica um pouco sem jeito de dar esta notícia ao casal, embora os dois foram simpáticos, a freira nutria uma desconfiança sobre eles, ela então vai até o canteiro ao lado e pega uma flor e entrega a mulher de boné:

- Um presente de nosso amado jardim, é o mínimo que deveria fazer, bem vocês podem falar com Frey, ele está cuidando do jardim em volta da catedral, mas sinto que eu tenha de dizer não teremos vagas por um bom tempo.

A freira segura a flor com as duas mãos e estende ela para Kira, a forma com que a mulher santa segura a flor é como segurasse um bebê, com tamanha delicadeza, o caule da rosa que ela lhe entregava era bastante grande, e o jardim belo, as gotas de orvalho transmitiam uma sensação de beleza inigualável daquele jardim. O sorriso da freira ainda sincero ao casal transmitia conforto, e devido as gotas dágua a rosa parecia brilhar.

Kira não notou, mas havia um cosmo em volta deles no jardim, embora bem fraco, um rastro leve, Johan percebeu no último instante, não era de alguém que ele conhecia ou havia sentido antes, era delicado, como um perfume de rosas, não era agressivo, e muito menos parecia querer expulsá-los dali, mas em meio o vasto jardim o cosmo cintilava como uma leve brisa que visitava o local.

O casal anda em direção a catedral já sem paciência, a medida que conversam no caminho a freira já se afasta ao longe, conversam baixo mesmo distante dela, e logo já estão bem próximos do prédio, era bem grande, a construção bela e magnifica, uma cruz feita de prata estava no topo da Catedral, ela cintilava ao brilho do sol que iluminava o casal, o local parecia vazio ao ver pelo lado de fora, nenhum ruído a não ser o de pássaros em volta cantando sua melodia como que a saudar Johan, o músico ouviu o cantar dos pássaros com afeição, mas Kira já demonstrava desejos assassinos que por assim dizer espantou os bichinhos, uma badalada no sino cortou ferozmente o silêncio, em volta da catedral havia um pequeno jardim de flores, ele seguia tanto pela esquerda da construção quanto pela direita, pelo que a freira lhes disse o Padre Frey deveria estar cuidando destas flores do jardim, possivelmente estava em torno da catedral visto que o jardim seguia a forma da construção em volta das paredes.
De dentro do prédio havia algo que confortava de certa maneira o casal, uma energia diferente das outras que estavam sentindo até o momento, isso já estava virando um hábito entre os dois, sentir energias em volta sem saber o que é, de fato, estava tudo confirmado de que todos estes lugares que visitaram de alguma maneira não eram lugares comuns, estavam diante de possíveis adversários, que poderiam ser cavaleiros de Atena.

Antes que Kira fosse até a porta da igreja aparece uma pessoa diante do casal, ele é bastante alto e seus olhos claros acentuam seu rosto, é um homem belo e forte, coberto por vestes de sacerdote, sua estatura media 1,85 Mts, mais alto que Johan e Kira tinha pelo menos vinte centímetros a menos que os dois, a presença do homem causa certa imponência e nobreza, ele olha fixamente para os dois andando bem lentamente e calmo vindo da lateral do lado de fora da Igreja e diz:

- Desde que vocês pisaram os pés no caminho desta catedral foi que percebi sua presença, a garota deixa transparecer uma aura assassina, oh! Vejo que encontrou uma de nossas freiras pela flor que carrega garota, ela não sabe o perigo que passou, devo dar uma chance a vocês, seu cosmo é profundo e eu imagino o que e quem vocês são, não vou permitir que fiquem aqui, vou apenas permitir que deem meia-volta e nunca mais voltem a este lugar, se ficarem eu não terei escolha a não ser combate-los, mas aviso que não desejo o combate, mas eu não terei escolha.

O sacerdote franze o cenho, embora seu olhar era sereno e ele transparecia a paz, ele não estava brincando ao falar que iria combater, ele deixou seu cosmo fluir e Johan e Kira perceberam que o cosmo parecia pacífico e ao mesmo tempo tinha um “ar” de martírio, a medida que o tempo se passava seu cosmo se elevava e ficava cada vez mais violento enquanto os dois permaneciam ali.

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Cenário: