Annie subiu as escadas do velho hotel de madeira, seus passos ecoando pelo corredor estreito e silencioso, abafado apenas pelo constante barulho de uma tempestade lá fora. No andar de cima, Asdza, imersa em seu estado de conexão com o mundo espiritual, ouvia o ranger dos degraus. No entanto, à medida que os passos se aproximavam, Asdza percebia indícios de humanidade, até compreender que não se tratava de um espírito, mas sim de Annie se aproximando do quarto. De dentro do quarto, Javier pôde ver o encontro das duas mulheres.
Abe adentrou o quarto designado, que se encontrava imerso em uma profunda obscuridade. O único feixe de luz provinha do relâmpago ocasional, oferecendo-lhe vislumbres momentâneos daquele espaço sombrio. O baú de cedro estava posicionado no canto mais afastado. Ao alcançar o baú, Abe sentiu um arrepio percorrer sua espinha. A madeira polida emanava uma sensação enigmática e sedutora. O ranger das dobradiças ao se abrirem parecia ecoar pela sala vazia, enquanto o mundo lá fora era consumido pela tempestade. Abe deparou-se com um relicário em ouro reluzente, cuidadosamente posicionado no centro. Ao lado do relicário, um pequeno caderno de capa gasta e páginas amareladas.