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Andando por Estígia

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Andando por Estígia - Página 3 Empty Re: Andando por Estígia

Mensagem por GM Sex Ago 25, 2023 8:07 pm

Mandhros escreveu:
Off: Nossa! Fiquei impressionado tanto com a descrição da Toca do Coelho quanto com a pesquisa sobre o amor no além-túmulo. Deu até uma ponta de arrependimento de não ter acompanhado o Aramis!

@GM, aguardo a narrativa direcionada ao Dimitri, rumo ao Ônibus Incerto!

@Mandhros

Imagine o que vou narrar agora, como um fluxo de consciência.

OFF: Narração em fluxo de consciência é uma técnica literária que busca reproduzir o processo de pensamento de um personagem, misturando raciocínio lógico, impressões pessoais, memórias, desejos e associações de ideias. Essa técnica rompe com a linearidade e a ordem da narrativa tradicional, criando um efeito de imersão na mente do personagem. Alguns autores que usaram essa técnica são C.S. Lewis, Marcel Proust, Virginia Woolf, James Joyce, Clarice Lispector e Guimarães Rosa.

Num ponto que parecia estar à margem do conhecido e do desconhecido, me percebi, quase como um sonho, em pé, junto a uma longa fila de seres esperando o ônibus em uma ruela distante e desolada. A aura do entardecer, em um peculiar volteio do destino, subjugava a noite crescente, cobrindo o firmamento com um manto de chuva tenra e evanescente. Pelas vastidões incontáveis do que me parecia uma eternidade, eu percorri sendas similares. Estranhas e estéreis, essas ruelas não refletiam as eufóricas celebrações da Saturnália dos Mortos. O tempo parecia ter feito uma pausa naquele momento sombrio em que apenas algumas lojas acendem as suas luzes e não está ainda suficientemente escuro para que as janelas projetem na calçada sombras alegres da mesma forma que a tarde não chegou a ser noite, meu perambular jamais me levou a partes melhores da cidade.


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Andando por Estígia - Página 3 Mestr104

Por mais que andasse, só encontrei pensões mesquinhas, pequenas tabacarias, tapumes com cartazes rasgados e caindo aos pedaços, depósitos despidos de janelas, estações sem trens e livrarias do tipo onde se vende As Obras de Aristóteles. Tal realidade estava obscurecida, como se envolta em um véu de esquecimento. O presente era como um eco distante da lembrança de minha própria morte, um eco desprovido de qualquer sombra de inquietação ou trepidação. Em minhas mãos, o panfleto e o bilhete do ônibus incerto pareciam ter se transformado, instilando em mim uma curiosidade pungente.

Eu o olho...

Andando por Estígia - Página 3 Mestre17

Com efeito, o crepúsculo, em sua inércia, parecia haver congelado a própria passagem do tempo. Os edifícios sombrios, as ruas desapossadas de vida e a constante presença da chuva plasmavam uma tapeçaria de desolação. Todavia, naquela melancolia, uma estranha paz inundou-me, uma serenidade que não conheci em minha vida terrena.


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E não havia nada que lembrasse da Saturnália. Saturnália do que? O que será que é mesmo... Qual o nome? Você não consegue lembrar da Saturnália também, pergunta seu consciente ao subconsciente, com espanto!?? Depois de um breve momento de desespero, parece que ali, a mente do limbo não tinha seu poder e você não pode sondar a mente única de Abaddon, o anjo da morte e criador do limbo, onde em morte eterna ele, o anjo, jaz, você pensa com si mesmo.

Tudo esquece... Consciente e inconsciente... Só sobrou a sensação de esquecer, mas logo essa também se desfaz.

Então eu senti paz. Tal paz, nem mesmo no mundo da carne, eu tinha sentido com tamanha intensidade, conforto e aconchego. O que importava era estar aqui e no agora...

Depois de um instante... Reparo que não vi ninguém em lugar algum. A não ser pelo pequeno ajuntamento no ponto de ônibus, a cidade inteira parecia deserta, no tempo e no espaço. Como era mesmo o nome dela? Esti... Estiga... Deixa para lá... Sei lá... Penso que foi por isso que decidi entrar naquela fila. Mas, tão logo essa sensação tomou conta, reparei que, com a exceção daqueles na fila do ônibus, o mundo em volta estava estranhamente despovoado. Intrigas e desavenças ocorriam nessa fila, tão humanas quanto as que se encontravam em qualquer ruela da Terra. Uma senhora, com sua insistente negação, e um cavalheiro, ostentando um tom digno, abandonaram a fila. O homem baixinho, de feição carrancuda, revelou seu descontentamento e logo enfrentou a ira de um homem robusto. Cada interação, cada retirada, diminuía o número na fila, até que, finalmente, o ônibus, iridescente e grandioso, aproximou-se. O Motorista, irradiando uma luz quase celeste, dirigia o veículo com uma destreza divina, afastando a chuva com um aceno casual. Seu pronunciamento foi claro, como um eco através do éter: “Esta é a última chamada, quem quiser ficar que fique, mas quem quiser ir que vá! Vamos?”

Dentro desse interstício do real e do irreal, a decisão parecia carregar um peso que ia além da simples escolha de embarcar ou não. Era um chamado a uma jornada, um convite a enfrentar o desconhecido.

E assim, no limiar entre dois mundos, a escolha recaiu sobre cada alma presente. Inclusive a minha...

Vais subir?


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Mensagem por Mandhros Seg Ago 28, 2023 3:32 pm

Off: Mestre, seu fluxo de consciência foi uma pintura. Eu já escrevi e reescrevi postagens em resposta umas cinco vezes, mas não acho que conseguiria descrever a mente e as impressões do Dimitri melhor do que você descreveu. Cada vez que tentei, eu me senti um plágio, uma sombra de uma obra belíssima! Então, desta vez, eu vou continuar de onde você parou. Acho que é a melhor forma de fazer jus à obra de arte que li por aqui! =D

On:

Como tudo do outro lado da Mortalha, o caminho até o Ônibus Incerto era... Incerto.

Num ponto que parecia estar à margem do conhecido e do desconhecido, me percebi, quase como um sonho, em pé, junto a uma longa fila de seres esperando o ônibus em uma ruela distante e desolada. A aura do entardecer, em um peculiar volteio do destino, subjugava a noite crescente, cobrindo o firmamento com um manto de chuva tenra e evanescente. Pelas vastidões incontáveis do que me parecia uma eternidade, eu percorri sendas similares. Estranhas e estéreis, essas ruelas não refletiam as eufóricas celebrações da Saturnália dos Mortos. O tempo parecia ter feito uma pausa naquele momento sombrio em que apenas algumas lojas acendem as suas luzes e não está ainda suficientemente escuro para que as janelas projetem na calçada sombras alegres da mesma forma que a tarde não chegou a ser noite, meu perambular jamais me levou a partes melhores da cidade.

Por mais que andasse, só encontrei pensões mesquinhas, pequenas tabacarias, tapumes com cartazes rasgados e caindo aos pedaços, depósitos despidos de janelas, estações sem trens e livrarias do tipo onde se vende As Obras de Aristóteles. Tal realidade estava obscurecida, como se envolta em um véu de esquecimento. O presente era como um eco distante da lembrança de minha própria morte, um eco desprovido de qualquer sombra de inquietação ou trepidação. Em minhas mãos, o panfleto e o bilhete do ônibus incerto pareciam ter se transformado, instilando em mim uma curiosidade pungente.

Eu o olho...

Com efeito, o crepúsculo, em sua inércia, parecia haver congelado a própria passagem do tempo. Os edifícios sombrios, as ruas desapossadas de vida e a constante presença da chuva plasmavam uma tapeçaria de desolação. Todavia, naquela melancolia, uma estranha paz inundou-me, uma serenidade que não conheci em minha vida terrena.

E não havia nada que lembrasse da Saturnália. Saturnália do que? O que será que é mesmo... Qual o nome? Você não consegue lembrar da Saturnália também, pergunta seu consciente ao subconsciente, com espanto!?? Depois de um breve momento de desespero, parece que ali, a mente do limbo não tinha seu poder e você não pode sondar a mente única de Abaddon, o anjo da morte e criador do limbo, onde em morte eterna ele, o anjo, jaz, você pensa com si mesmo.

Tudo esquece... Consciente e inconsciente... Só sobrou a sensação de esquecer, mas logo essa também se desfaz.

Então eu senti paz. Tal paz, nem mesmo no mundo da carne, eu tinha sentido com tamanha intensidade, conforto e aconchego. O que importava era estar aqui e no agora...

Depois de um instante... Reparo que não vi ninguém em lugar algum. A não ser pelo pequeno ajuntamento no ponto de ônibus, a cidade inteira parecia deserta, no tempo e no espaço. Como era mesmo o nome dela? Esti... Estiga... Deixa para lá... Sei lá... Penso que foi por isso que decidi entrar naquela fila. Mas, tão logo essa sensação tomou conta, reparei que, com a exceção daqueles na fila do ônibus, o mundo em volta estava estranhamente despovoado. Intrigas e desavenças ocorriam nessa fila, tão humanas quanto as que se encontravam em qualquer ruela da Terra. Uma senhora, com sua insistente negação, e um cavalheiro, ostentando um tom digno, abandonaram a fila. O homem baixinho, de feição carrancuda, revelou seu descontentamento e logo enfrentou a ira de um homem robusto. Cada interação, cada retirada, diminuía o número na fila, até que, finalmente, o ônibus, iridescente e grandioso, aproximou-se. O Motorista, irradiando uma luz quase celeste, dirigia o veículo com uma destreza divina, afastando a chuva com um aceno casual. Seu pronunciamento foi claro, como um eco através do éter: “Esta é a última chamada, quem quiser ficar que fique, mas quem quiser ir que vá! Vamos?”
Olho ao redor, como se buscasse justificativa para o cumprimento de um contrato que eu já tinha assinado. Eu sabia que no além-vida, intenções manifestadas, pensamentos e pesadelos tinham mais valor que toques ou ouro, e sabia que descumprir minha palavra, a promessa que fiz em troca de um saco de gloomies, podia ter consequências pavorosas - tanto para mim quanto para aqueles que estavam comigo aqui.

Além disso... Por mais que minha memória sobre muitas coisas falhasse, por mais que aquela jornada tivesse um quê de esquecimento, a memória de Yanna e a noção da existência do meu filho queimavam como faróis na minha consciência.

Por eles, com eles no meu coração ectoplasmático, dou um passo à frente e embarco no ônibus, rumo à incerteza.
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Mensagem por Alexyus Ter Ago 29, 2023 5:10 pm



♫♫♫

Aramis estava ampliando sua compreensão de como o amor transcendia a morte e continuava a existir mesmo em Estígia, embora funcionasse de forma ligeiramente diferente. E o casal à sua frente fornecia uma demonsstração física bastante explícita.

Mas naquele momento nada daquilo o interessava. Talvez Samuel e Alice já soubessem daquilo, ou estivessem aprendendo junto com ele naquele exato momento. Mas D'Anjou era tão obcecado quanto um artista virtuoso poderia ser, e naquele momento seu foco estava apenas em abordar o dono da tatuagem de coelho branco.

O que ele poderia lhe dizer, Aramis não fazia ideia, mas iria perseguir aquela pista, conforme a dica do Bibliotecário.

Por isso, ele continuou ali parado, sentindo seus gloomys e óbolos nos bolsos, segurando o estojo de seu primoroso violino, sem desviar os olhos do casal que dava vazão à sua paixão.
  
Aramis D'Anjou











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Mensagem por GM Qua Ago 30, 2023 5:42 pm

@Alexyus

OFF: Boa tarde. Tudo bem com você? Tenho visto que você, ou seu PdJ, não tem "gostado" das locações do cenário. Eu gostaria muito de lhe fornecer uma experiência mais prazerosa. O que você gostaria de ver no jogo? Um combate? Exploração? Enigmas? Drama? Enfim, me ajude com essa tarefa, por favor.
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Mensagem por GM Sex Set 01, 2023 9:25 pm

@Alexyus @Mandhros @Charlie


Enquanto o casal dava vazão ao seu libido sob o veludo carmesim do chão da Toca do Coelho Branco, que parecia convidar à luxúria e decadência de espíritos imundos e luxuriantes. As luzes douradas se entrelaçavam em uma dança etérea com as sombras, criando um espetáculo mágico. Em meio à cacofonia dos risos, suspiros e gemidos, estavam Samuel e Alice, dois amantes que mesmo no limiar entre a vida e a morte, entre o real e o irreal, o amor deles permanecia inabalável. Seus olhares se encontravam em meio à multidão, como se estivessem perpetuamente procurando um pelo outro. Suas memórias, desconexas, fragmentadas, por vezes contraditórias e dolorosas, traziam ecos de um tempo em que eram mortais, vulneráveis e, acima de tudo, humanos.

Nessa noite particularmente misteriosa na Toca, enquanto a música crescia em sua intensidade sensível, os olhares de Samuel e Alice pousaram sobre uma figura familiar. Lá estava ele - Hans Landa, a personificação do mal, e ao seu lado Sergej Vasiliev, certamente ele havia conseguido uma maneira de atuar entre vivos e mortos. Landa fora o canalha que os havia arrancado de seu mundo mortal. Seu sorriso arrogante, sua postura dominadora, tudo nele os fazia se sentir pequenos e frágeis novamente. Mesmo agora, no reino dos mortos, Landa continuava a exalar uma aura opressiva. Assim que o casal pôs os olhos nele, uma onda de náusea os atingiu. As lembranças de tortura, de desespero, da câmara de gás, com seu cheiro de nozes torradas, invadiram suas mentes. O chão sob seus pés parecia balançar, e o ambiente ao redor tornou-se turvo. O ar na Toca tornou-se espesso, e o clima sensual deu lugar a uma atmosfera carregada de tensão.

Alice, com olhos lacrimejantes, agarrou o braço de Samuel. Ele, por sua vez, apertou a mão dela em um gesto de solidariedade e proteção. Landa, percebendo a perturbação que causara, virou-se para encará-los, seu olhar frio e calculista. As aparições ao redor, sentindo a mudança na atmosfera, pararam para observar. O que se seguiria seria uma batalha não de força, mas de vontade e espírito.

Neste sombrio e voluptuoso cenário da Toca do Coelho Branco, onde as paixões do espírito e os horrores da alma colidem, a cortina se levanta sobre um novo ato.


Charlie, sente um calafrio indescritível percorrer sua espinha. Ao seu lado, Cythera, a espectral dama da noite, sua beleza etérea dissolvendo as fronteiras entre a realidade e o sonho, percebe uma mudança na atmosfera, como se um vento gelado atravessasse o salão. Ambos lançam seus olhares na direção de Samuel e Alice, que parecem transmutar a própria essência da dor em um vislumbre palpável.

Hans Landa, a personificação da crueldade, senta-se à mesa. Ele não está sozinho; Sergej, outro abutre da desgraça humana, e seus lacaios nazistas e comunas, compõem um grotesco quadro de demônios de carne e osso, rodeados por espectros pavorosos que exalam maldade pura. Eles não foram convidados; mas, então novamente, demônios como Landa nunca precisam ser convidados. Eles entram e dominam, como sempre fizeram.

E aqui, neste lugar onde a moralidade é uma questão de perspectiva, Landa se alimenta de forma voraz e abjeta do medo, a delícia transcendental que agora nutre sua essência profana. Ah, como ele se delicia na fraqueza dos outros, como saboreia cada gota de terror que escorre dos olhos daqueles que se consideram subjugados. A tensão atinge um ápice quase insuportável. O ar se torna denso, quase viscoso, ectoplasmático, como se a atmosfera da Toca estivesse prestes a sufocar todos em sua opressiva névoa. Mas algo notável acontece; as sombras de todos os presentes começam a se agitar, a se desvencilhar de suas formas corpóreas como serpentes prontas para o bote. É uma dança sinistra de silhuetas negras, espelhando os conflitos de suas almas. Um balé de maldade, ódio e vingança.

Charlie levanta-se, sua presença imponente tornando-se o epicentro de uma energia incalculável. Ao seu lado, Cythera desdobra-se como uma chama que arde em tons de azul e roxo, mágicos e etéreos. "Agora é a hora", Charlie sussurra para Cythera, mas sua voz parece atravessar a sala inteira, tocando cada alma e cada sombra ali presente. Cythera acena com a cabeça, seus olhos brilhando como estrelas caídas do firmamento, e ambos começam a se mover na direção de Landa e sua corte profana. Os olhos de Samuel e Alice se encontram, e por um momento, a dor que os consumia dá lugar a uma centelha de esperança.  O combate que se anuncia não será apenas de punhos e armas, mas de vontades, de almas, de essências em luta pela redenção ou condenação eterna. O jogo tem início, e os dados rolam em direção ao abismo. O que você fará Aramis?



>>> Já podem fazer suas postagens... <<<
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Mensagem por Mandhros Seg Set 04, 2023 2:15 pm

Off: @GM, aguardo a minha deixa!
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Mensagem por GM Seg Set 04, 2023 7:03 pm

@Mandhros

OFF: Sua sombra já apareceu? Eu não achei a ficha dela...
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Mensagem por Mandhros Ter Set 05, 2023 10:50 am

Off: Mestre, respondi quanto à sombra no chat geral, de forma mais detalhada.
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Mensagem por GM Ter Set 05, 2023 6:45 pm


@Mandhros




Dentro de um ônibus que já estava em movimento, que deveria estar em algum lugar entre o limbo e um reino além, Petrov encontrava-se imerso em um oceano de reflexão, uma espécie de meditação sobre o absurdo da existência e os labirintos da mente humana, enquanto o ônibus andava por uma senda irregular.

Mais à frente, duas aparições, que mais pareciam reflexos efêmeros da antiga humanidade, confabulavam em um tom que misturava desprezo e confusão. Uma delas, com um semblante marcado pela amargura, murmurou, conversando sobre o Motorista: “Parece que estava se divertindo, não é? Aposto que se sente tão orgulhoso, tão elevado. Meu caro, por que ele não pode simplesmente ser como nós? Será que se acha superior, que nossas almas não merecem sequer um olhar de sua parte? Olhe para ele com todos esses adornos dourados e vestes púrpuras. Tal ostentação em um lugar como este... Será que não percebe que há coisas mais urgentes para investir do que em sua vaidade? Oh, como gostaria de poder alcançá-lo, de dar-lhe um bom soco e fazê-lo entender!”

O outro, com um olhar mais ponderado e uma aura que sugeria uma longa jornada de introspecção, replicou: "É fácil julgar à distância, mas quem somos nós para entender as complexidades de sua existência ou de suas escolhas?"

Petrov, cujo nome completo era Dimitri Petrov, tentava manter-se alheio a esse diálogo, mas as palavras ressoavam em seus ouvidos, trazendo-lhe um eco desconfortável de julgamentos e preconceitos passados. Observando o Motorista, tudo o que Dimitri via era um homem imerso em seu papel, um ser que exalava um profundo senso de dever e autoridade. Não havia naquele rosto nenhuma das arrogâncias ou desdéns sugeridos pelas aparições.

E assim, enquanto o ônibus avançava por paisagens intangíveis, Dimitri, como observador deste teatro de almas, reflete sobre a natureza falível da percepção humana, sobre como somos rápidos em julgar e lentos em compreender, e sobre o eterno conflito entre nossa interioridade e o mundo exterior. Dentro da escuridão interior que cada alma carrega, surge uma entidade, uma sombra que molda e transforma os pensamentos mais recônditos. Para Dimitri Petrov, essa sombra tinha nome e forma. Ela era Lysandra.





Andando por Estígia - Página 3 Mestr131

Andando por Estígia - Página 3 Mestre18

Andando por Estígia - Página 3 Mestre19




Lysandra, com a silhueta sutil e grácil, se movimentava como a neblina, serpenteando pelas profundezas da mente de Dimitri. Embora não pudesse ser vista diretamente, sua presença se fazia sentir pelo peso que trazia ao coração de Petrov. Seus olhos, escondidos sob a penumbra, brilhavam com um verde venenoso e atraente, e seu rosto, embora fosse de uma beleza inigualável, carregava um sorriso cruel que prometia tormento.

A cada palavra proferida pelas aparições no ônibus, Lysandra sussurrava interpretações distorcidas, amplificando o rancor e a inveja em Dimitri. "Olhe para ele," ela murmurava, referindo-se ao Motorista. "Ele pensa que é tão superior, não é? Com seus trajes ostentosos e atitudes pretensiosas. Por que ele merece tal posição, e você não?"

O peito de Dimitri pulsava com raiva. As palavras de Lysandra eram como veneno, penetrando e corrompendo cada fragmento de sua racionalidade. "Você é mais do que ele, você merece mais reconhecimento. Por que ele deve se destacar enquanto você permanece nas sombras?"

Lysandra, com sua sedução maldosa, insinuava-se mais e mais na psique de Dimitri. Cada pensamento negativo, cada ressentimento, cada gota de inveja era alimentado e inflamado por ela. Ela tecia uma tapeçaria de maldade na mente de Dimitri, tornando cada pensamento mais escuro e mais amargo. O Motorista, alheio à batalha interior que se desenrolava dentro de Dimitri, continuava com sua tarefa, mas em Dimitri, a tempestade de sentimentos negativos era alimentada e instigada pela bela e terrível Lysandra. Embora não fossem palavras, a narrativa fala por si: Lysandra, embora bela, carregava em si a capacidade de corromper e destruir. Em sua dança sombria, ela semeava discórdia e desespero, provando que nem toda beleza é sinônimo de bondade.




Se eu estiver exagerando nas imagens, é só falar...




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Mensagem por Mandhros Qua Set 06, 2023 5:51 pm

Off: @GM, para mim as imagens estão excelentes! Achei interessantíssima a Lysandra, também. Vamos ao nosso teatro dos mortos!

On:

E, então, eu embarquei n'O Ônibus Incerto. Por um breve momento, ele não parecia ser nada além de um meio de transporte mundano. Mas nada era mundano em Estígia, e O Ônibus não seria excessão.

Assim, vi o motorista fazendo a chamada e, rapidamente, tomando seu caminho rumo ao... Incerto. No interior do veículo, duas aparições discutiam, debatendo sobre as preferências e prioridades do motorista. Aquilo me parecia supérfluo, já que minha mente estava focada em encontrar soluções para problemas graves e reais mas, então, uma sombra volta a se agitar no canto da minha visão. Ela serpenteia e flutua, assumindo, só para mim, a forma graciosa de uma mulher bonita e jovem.

Isso, por si só, seria desconcertante, porque a beleza e a maldade pareciam filosoficamente contrárias entre si. Mas minha sombra, Lysandra, como agora se apresentava à minha psiquê, tinha apostado em uma ideia muito mais cruel.

Seu rosto... Seu rosto era o rosto de Yanna!

Embora eu soubesse que aquela entidade diante de mim não era a mulher que eu amava e que gestava (ou já teria gestado) meu filho, e ainda que outros traços, como os cabelos e vestes, fossem diferentes... Aquele rosto... Aquele semblante me lembrava a cada momento de que eu não tinha sido bom o suficiente... De que nem mesmo morrendo eu tinha conseguido garantir segurança para aqueles que eu amava... Que eu amo.

"Olhe para ele," ela murmurava, referindo-se ao Motorista. "Ele pensa que é tão superior, não é? Com seus trajes ostentosos e atitudes pretensiosas. Por que ele merece tal posição, e você não?"
(...)
"Você é mais do que ele, você merece mais reconhecimento. Por que ele deve se destacar enquanto você permanece nas sombras?"
Minha sombra era ardilosa, mas estava descalibrada. Eu não sentia ódio do motorista por ele ter um papel de destaque. Não dava a mínima importância para o fato de que ele tinha qualquer posição em Estígia, e eu não. Mas ele tinha o poder para chegar onde quisesse, dirigindo aquele maldito Ônibus. E eu? Eu não era bom o suficiente para isso?

Até decidir deixar Aramis para trás, eu precisava depender dos acordes ridículos de um músico medíocre unicamente para formular perguntas? O quanto você decaiu, Petrov! Você não é capaz de andar pelas próprias pernas, nem bom o suficiente para salvar-se de si mesmo! E sua família? Todos foram jogados na boca do leão só porque você não foi capaz de garantir que Sergej Vasiliev tivesse desaparecido para sempre!

Um ódio cresce, desmedido no meu peito, um misto de frustração, terror e angústia.

Lysandra sorri e me olha nos olhos. Ela não precisava dizer mais nada. Seu reposicionamento fora rápido e preciso. Perfeito. Como eu não era.

Mas...

Se eu não tinha sido perfeito até ali... Se não tinha acertado ao escolher me sacrificar para proteger minha família... Eu ainda precisava fazer alguma coisa! Não me entregaria às minhas paixões sombrias e falharia com Yanna e meu bebê! Eu não podia.

Então é Lysandra o seu nome. Você pode trazer o rosto da mulher que eu amo, mas eu sei quem você é. Eu sei o que você é. E eu não vou deixar você me sobrepujar. Você não é boa o bastante para isso.

Aramis doou sua arte e seus recursos para me ajudar e para proteger Alice e Samuel. Ele vem se provando um amigo.

Ele não é medíocre. Nem eu sou. Eu preciso salvar Yanna e meu filho. E nem mesmo você vai me impedir!

O ódio vira determinação. Por um momento, encaro Lysandra, aguardando a próxima estocada. Mas, desta vez, faço isso de frente. Eu tinha um propósito, e nem mesmo o meu lado sombria podia negar ou suplantar isso.
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Mensagem por GM Qua Set 06, 2023 9:39 pm

OFF: Dentro do abismo da psique, há uma dança eterna entre a Luz e a Escuridão - a Aparição e a Sombra. Este jogo não é apenas um mero passatempo, mas uma jornada para desvendar os mistérios da alma humana.

A 'Força de Vontade' é o fio dourado que liga a consciência ao inconsciente, a ponte que uma Aparição deve atravessar para se manter intacta. Há duas faces dessa moeda: a permanente, que é a essência da Aparição, e a temporária, a chama que se acende e se apaga com as paixões e desejos do ser.

Paixões, na verdade, são como estrelas guias para a Aparição, ajudando-a a recobrar a Força de Vontade temporária que é consumida no enfrentamento de desafios. Já a Força de Vontade permanente é aquela centelha imutável, a resistência da Aparição contra os sussurros tentadores da Sombra.

E falando da Sombra, ela busca constantemente o controle, desejando obscurecer a Luz da Aparição. Para se defender das tentações dessa escuridão interior, a Aparição precisa evocar sua Força de Vontade permanente. A intensidade deste enfrentamento é ditada pelo Narrador.

Se a Sombra vencer, a Angústia - o registro do poder da Sombra sobre a Aparição - cresce. No entanto, se a Sombra falhar, sua influência diminui. Em um equilíbrio perfeito, nada se altera.

No momento em que a Angústia alcança seu auge, equivalente à essência imutável da Aparição, a Sombra, como uma névoa densa, engole a consciência da Aparição. Por um período, a Aparição é prisioneira em sua própria mente, com a Sombra guiando-a através de tormentos e tentações.

Contudo, há uma centelha de esperança. Em momentos de profundo desespero, uma Paixão ou uma conexão com o mundo dos vivos, conhecida como Grilhão, pode permitir que a Aparição lute por um breve momento, repelindo a Sombra.

Este embate entre Luz e Escuridão não é apenas um jogo, mas uma representação profunda do eterno conflito da alma humana. Os jogadores são convidados a mergulhar profundamente em seus próprios abismos, enfrentando seus temores, desejos e traumas, buscando iluminação ou obscuridade no vasto reino do Mundo Inferior.

Vamos começar...

A pontuação de Angústia de uma aparição sempre começa em um nível igual ou menor do que seus pontos permanentes em Força de Vontade. Para determinar a Angústia inicial, jogue um número de dados equivalente à Força de Vontade da aparição com uma dificuldade 6.

Quantidade aleatória (1,10) : 9
Quantidade aleatória (1,10) : 2
Quantidade aleatória (1,10) : 9
Quantidade aleatória (1,10) : 8
Quantidade aleatória (1,10) : 4
Quantidade aleatória (1,10) : 8

A quantidade de sucessos indica o número de pontos permanentes de Angústia que a aparição começa. Neste teste, os números “1” não cancelam os sucessos e cada aparição deve começar o jogo com no mínimo um ponto de Angústia permanente. Aparições sem Angústia permanentes imediatamente transcendem, tornando as Crônicas muito curtas. Como Força de Vontade, Angústia pode ser gasta (pela Sombra apenas) com o propósito de ganhar sucessos automáticos. Diferente de Força de Vontade, no entanto, a Angústia temporária pode exceder a sua pontuação permanente, chegando a um máximo de 10. Quando a Angústia temporária supera sua Força de Vontade, a Sombra pode tentar tomar o controle do Corpus por meio de um teste de Catarse (ver página 176).

Por outro lado, a Sombra pode escolher ir acumulando Angústia temporária. Quando chegar a 10, a Sombra pode trocá-la imediatamente por outro ponto de Angústia permanente. Quando a Angústia permanente chega a 10, a Sombra assume o controle permanentemente e a aparição se torna um Espectro. É claro que a mudança nem sempre pode ser tão óbvia para seus amigos... Níveis de Angústia temporária tendem a variar muito durante um jogo.

Sombras usam Angústia para ativar suas habilidades especiais, chamadas Espinhos e podem gastar grandes quantidades de energia em sua guerra contra a Psique. Por outro lado, uma grande variedade de Arcanoi dão a seus portadores Angústia temporária e todas as Sombras possuem Paixões Sombrias que podem ser alimentadas também. Fica à cargo do Guia da Sombra saber quanta Angústia temporária uma aparição tem e convertê-la para Angústia permanente se achar necessário. Também é responsabilidade do Guia da Sombra pedir um teste de Catarse quando achar apropriado. Uma aparição nunca deve saber quão forte sua Sombra está, afinal de contas; a incerteza ainda é uma das razões que tornam a vida tão interessante (mas nesse primeiro momento, para você entender a mecânica, vou deixar você saber).
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Mensagem por GM Qua Set 06, 2023 9:50 pm

OFF: Sua sombra possui quatro pontos de angustia inicial permanente. Nesse momento a sombra não vai gastar nenhum ponto de angustia e vai embora ganhando mais um ponto de angústia temporária, ou você pode lutar com ela por este ponto. O que você prefere? (Se for lutar role 6d10, por favor).


Adquirindo Angústia



O tormento contínuo da vida nas Terras das Sombras faz com que acumular Angústia seja inevitável e oportunidades para fazê-lo são numerosas. A condição natural de uma aparição incorpora conflitos internos e é esta guerra interna que resulta em um acúmulo consistente de Angústia. Um personagem pode ganhar Angústia de várias maneiras. A menos que seja especificado, toda Angústia ganha é Angústia temporária, que permanece até ser gasta ou até ser convertida em pontos de Angústia permanente. • Arcanoi: O uso de certos Arcanoi por um personagem que controle a Psique, automaticamente resulta na acumulação de Angústia temporária ou permanente (ver Capítulo 5). Por exemplo, uma aparição que use Castigar • (Coagir) para adquirir um dado adicional da sua Sombra ganha um ponto de Angústia temporária cada vez que usar este Arcanos. Do mesmo modo, uma aparição que use Titerismo • • • • • (Obliterar a Alma) para possuir permanentemente um humano vivo corre o risco de aumentar drasticamente a sua pontuação de Angústia devido a natureza abusiva e inumana desta ação. Nota: Se a Sombra domina o personagem quando estes Arcanoi são usados, a Angústia que seria normalmente ganha é, ao invés disso, subtraída da pontuação atual. • Dados da Sombra: Em situações críticas, a Sombra de uma aparição pode oferecer dados extra a sua Psiquê para aumentar as chances de sucesso de alguma ação. Cada 1 rolado nesses Dados da Sombra resultam em um ponto de Angústia temporária. A Sombra pode oferecer até cinco dados extras para um único teste. • Paixões Sombrias: Quando a Sombra satisfaz suas próprias Paixões, a Angústia de um personagem pode aumentar. Um teste da Paixão Sombria apropriada (dificuldade 7) resulta na adição de um ponto temporário de Angústia para cada sucesso. Por exemplo, se a Sombra de Morgan tem a Paixão Sombria Adquirir quantas relíquias forem possíveis (Ganância), quando Morgan olha com um pouco de inveja para a relíquia de Sacha, o Guia da Sombra de Morgan estaria livre para fazer um teste de Paixão Sombria. Note que neste caso, Morgan está agindo gananciosamente por sua própria vontade e não porque sua Sombra o forçou. A Sombra também pode tentar impor uma emoção que alimente suas próprias Paixões Sombrias em outra pessoa (dificuldade 9), ganhando um ponto de Angústia temporária por sucesso. Se a Sombra de Morgan o atormentou para cobiçar a relíquia de Sacha contra sua própria vontade, então este tipo de teste de Paixão Sombria poderia ser feito. • Critério do Narrador: O nível de Angústia de um personagem também reflete a luta contínua para lidar com o tormento externo e interno da existência de uma aparição de maneiras que não estão claramente definidas no sistema de regras. Narrando cenas nas quais um personagem confronta suas dúvidas, medos ou perigos externos podem justificar que o Narrador “premie” o jogador com um ponto de Angústia temporária. O jogador deve concordar que este aumento de Angústia é apropriado para a situação, desde que tal decisão não seja determinada pelo resultado do teste, mas sim, alcançada através de consenso mútuo.
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Mensagem por Alexyus Qui Set 07, 2023 4:59 pm



♫♫♫

Embora o foco de Aramis estivesse no homem com a tatuagem de coelho branco, ele não ignorava o que ocorria nos arredores.

Por isso ele percebeu a súbita reação de Alice e Samuel quando dois fantasmas antigos entraram.

O casal de aparições era importante para Aramis, que os considerava seus primeiros amigos no pós-vida, já que David e Miranda tinham partido para destinos além da compreensão dele. O amor imorredouro dos dois dava esperança a ele de também encontrar sua amada imortal e talvez desfrutar um pouco da felicidade que perdera nas Terras da Pele. Por isso Aramis estava sempre alerta ao bem-estar dos dois amantes.

Ele acompanhou o olhar deles na direção de um sujeito trajando a odiosa farda das hostes nazistas, até mesmo com o símbolo sagrado ancestral que Hitler profanara. A
Como francês, Aramis tinha repúdio natural àquela ideologia maligna, e concordaria com Samuel e Alice se eles tivessem apenas aversão àquele defunto desprezível, mas eles sentiam algo mais, muito mais profundo e assustador.

- Foi ele que causou a morte de vocês? Vocês morreram durante a Segunda Guerra Mundial?

Aramis voltou sua atenção com raiva para Landa, analisando-o com olhos duros e críticos.

Novamente ele sabia mais sobre aquele ser do que deveria, sem explicar como adquirira esse conhecimento. Hans Landa fôra oficial das SS nazista e tinha tido participação em muitos dos crimes dos alemães naquela época. Ele também sabia sobre o homem ao lado dele, Sergej Vasiliev, um espião russo da época stalinista. Como aqueles dois que tinham sido de lados opostos em vida poderiam se sentar tranquilamente ao lado um do outro, isso Aramis não sabia, mas não achava que fosse nada de bom a uni-los.

Um ímpeto de desafio preencheu o peito fantasmagórico de Aramis, e ele disse a Samuel e Alice:

- Não se preocupem! Eu vou protegê-los! Eles nunca tocarão em vocês enquanto eu estiver aqui!

Instintivamente, Aramis apanhou seu violoncelo e começou a executar uma música que combinava com seu atual estaado de espírito.

  
Aramis D'Anjou











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Mensagem por Mandhros Seg Set 11, 2023 10:54 am

Off: Acho a dinâmica da Sombra muito interessante. De fato, foi um dos principais motivadores para participar desta mesa. Como é da natureza do Dimitri ser combativo, ele vai duelar com Lysandra pelo ponto de angústia.
Mandhros efetuou 6 lançamento(s) de dados Andando por Estígia - Página 3 D10 (d10.) :
1 , 6 , 8 , 5 , 10 , 1
@GM, sinta-se à vontade para barbarizar com a Lysandra. o Dimitri era um espião russo e, por definição, estava acostumado a (e era treinado para suportar) provações psicológicas sérias. O ponto fraco dele, todavia, é a família que ele deixou para trás (a companheira, Yanna; o filho, que ele acredita se chamar Dimitri Junior; e o pai). Ele também acha que não foi bom o suficiente para mantê-los em segurança, o que leva a sombra a assumir o arquétipo perfeccionista.

Depois da resposta ao embate interno com a sombra, posterei em on, ok?
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Mensagem por GM Sáb Set 16, 2023 10:33 am

GM efetuou 4 lançamento(s) de dados Andando por Estígia - Página 3 D10 (d10.) :
9 , 10 , 8 , 7
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Mensagem por GM Sáb Set 16, 2023 10:38 am

A sombra conseguiu quatro acertos, mas você três... Você perde um ponto de Força de Vontade (psique) e agora sombra tem 5 dados de angustia, sendo um temporário. Logo farei o roleplay dela.
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Mensagem por Mandhros Seg Set 18, 2023 10:38 am

Off: @GM, vou aguardar o roleplay da sombra, então, e depois dou sequência!
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Mensagem por GM Ter Set 19, 2023 6:29 pm





Em meio à melancolia taciturna do limbo, na Toca do Coelho, um súbito clamor ecoa. Tintinnábulos estridentes, análogos a sirenes ancestrais, ressoam por todos os cantos e interstícios do véu espiritual. Tal tumulto convulsiona o próprio éter deste purgatório ambíguo. Das profundezas tenebrosas do umbral, um maelstrom titânico, turbilhonante, desemboca de um enclave tempestuoso.

Eis que se avizinham as almas perdidas, vítimas de uma crueldade inaudita; Judeus, Ciganos, Portadores de Infortúnios Congênitos e homens de pigmento ébano, todos tragados pela insensatez do conflito mais devastador que a humanidade já presenciou - a Segunda Grande Guerra. O fardo deste conflito, ainda que décadas passadas, perpetua seu eco lamentoso no mundo etéreo.

Uma fragrância pungente, reminiscente das nozes, infiltra o ar – um tétrico lembrete do Zyklon-b. Um composto que, sob o manto do extermínio de roedores, foi pervertido e usado como instrumento de morte em um dos capítulos mais sórdidos da história humana.

Com uma majestade lúgubre, nuvens ectoplásmicas de fumaça e fuligem começam a se manifestar. Tais emanações, impenetráveis às fortificações estigianas, convergem para o solo, transmutando-o numa poça obscura e viscosa, onde jazem os resquícios desse passado tétrico, onde milhares foram carbonizados nas fornalhas nazistas.





Andando por Estígia - Página 3 Mestr133

Andando por Estígia - Página 3 Mestr134

Andando por Estígia - Página 3 Mestr132




Dentro da elíptica e misteriosa Toca do Coelho, uma atmosfera quimérica se instaura quando Serjev e Landa, com seus semblantes oscilando entre o nefasto e o sarcástico, desencadeiam uma risada estrondosa que reverbera por todo o recinto, um riso digno de entidades ultraterrenas. Essa cacofonia é tão ensurdecedora que parece emergir dos próprios abismos de Diyu.

À medida que essa gargalhada lúgubre e sinistra ressoa, a corporeidade de ambos começa a sofrer uma metamorfose. Com estatura elevando-se de maneira sobrenatural, eles se agigantam, fazendo com que a própria Toca pareça pueril em comparação.

Em meio ao pandemônio, Cythera, com sua presença regal e aura imperturbável, ergue-se com a destreza de quem já enfrentou as profundezas das esferas arcáicas. Sua voz, carregada de autoridade, fende o ar: "Ethan, leve consigo os que preferem a sombra do pacifismo (ou não podem lutar) ao brilho da batalha para um refúgio seguro!"

E como que atendendo a um chamado arcano, das brumas do destino, adentra a Toca Kai’ckul. Seu semblante oculto por uma máscara de gás que faz lembrar os tempos anacrônicos da grande guerra, conferindo-lhe uma aparência quase apocalíptica. Seu ingresso naquele recinto não é por mero acaso, mas como se os entrelaçamentos cósmicos o guiassem até ali. Ao lançar seu olhar sobre Cythera, uma familiaridade não verbalizada, mas palpável, flutua no ar, indicando um passado compartilhado. Kai’ckul, sem hesitação, alinha-se ao lado da guerreira, pronto para o enfrentamento que se anuncia.





A aura macabra que envolvia Landa e Serjev se tornava mais clara a cada segundo. As risadas demoníacas eram um som que nenhum humano poderia produzir, e o tamanho colossal de seus corpos agora fazia sentido à luz de sua verdadeira herança. Eles eram descendentes de Og, o último dos refains e o rei de Basã. Mas não era apenas sua linhagem real que lhes concedia tamanho e poder formidáveis. Eles eram da linhagem maldita dos Nephilins, nascidos do amor proibido entre os Vigilantes, os anjos caídos, e as filhas dos homens.

Serjev e Landa, como herdeiros desse legado antigo e sombrio, tinham uma vingança específica a cumprir. Os judeus, os descendentes de Enoch e Noé, eram seus alvos. Enoch, que havia condenado os Vigilantes a uma prisão eterna, e Noé, que, através da Arca, havia erradicado sua raça - exceto por Og, que, segundo as lendas, sobreviveu agarrando-se ao exterior da Arca durante o Grande Dilúvio.

Cythera, agora totalmente ciente do perigo que enfrentava, convocou não apenas a força de suas reencarnações anteriores, mas também o poder inerente ao próprio solo da Toca do Coelho, carregado das cinzas ectoplasmáticas dos assassinados no Shoah. Ela invocou as memórias da linhagem de Enoch e Noé, pedindo proteção contra essas abominações antigas.

O ar ficou pesado, carregado com a tensão de uma batalha iminente entre poderes celestiais e terrenos. Cythera, posicionando-se firmemente, começou a recitar palavras em uma língua antiga, invocando o poder de Enoch para selar novamente esses seres amaldiçoados.

Os risos de Landa e Serjev tornaram-se gritos de fúria. Eles avançaram, seus passos retumbando, mas uma barreira luminosa ergueu-se ao redor de Cythera. Ela, canalizando todo o seu poder, liberou um feixe de energia que envolveu os dois gigantes. (Continua... Aguardando as ações padrão dos PdJs)






O Combate:

Intenção e Realismo do Sistema de Combate:
O jogo "Aparição: O Limbo" tenta capturar a intensidade e a dura realidade do combate. A ideia é combinar a brutalidade do combate real com os elementos fantásticos específicos que as "Aparições" (presumivelmente personagens ou entidades no jogo) trazem para a mesa.

Tipos de Combate:  

Existem três categorias distintas de combate no jogo:

1. Combate com Armas de Fogo:  
   - Esta categoria envolve qualquer combate usando uma arma que dispara projéteis.
   - Exemplos incluem bestas, submetralhadoras Uzi e espingardas de cano curto.
   - Para que esse tipo de combate ocorra, os oponentes geralmente precisam estar visíveis entre si.
 
2. Combate com Armas Brancas:  
   - Este tipo de combate é com armas corpo a corpo.
   - Pode variar desde improvisadas, como uma garrafa quebrada, até mais formais e mortais, como uma espada ou um machado feito de "Aço Estigio".
   - Os oponentes precisam estar bem próximos (dentro de um ou dois metros) para engajar em combate corpo a corpo.
 
3. Briga:  
   - Este é combate desarmado, que pode variar desde uma briga de rua até uma luta altamente treinada de artes marciais.
   - Os oponentes precisam estar fisicamente próximos o suficiente para tocar um ao outro.

Resolução de Combate:  
Quando os jogadores entram em combate, eles fazem "rolagens" (jogadas de dados) para determinar o sucesso de seus ataques, se o alvo consegue se esquivar e o dano que o alvo sofre.

O texto também menciona que cada manobra de combate, no tempo do jogo, leva três segundos, embora na realidade (ou seja, quando você está realmente jogando o jogo com seus amigos) pode levar mais tempo para resolver cada ação.

Conclusão:
"Aparição: O Limbo" parece ter um sistema de combate que combina o realismo com elementos fantásticos, dando aos jogadores uma variedade de opções sobre como querem enfrentar seus adversários, seja com armas, corpo a corpo ou com os punhos.

Primeiro Estágio: Iniciativa

1. Objetivo do Estágio:  
  Este estágio organiza a ordem de ação dos personagens no turno. É quando os jogadores anunciam e detalham o que seus personagens pretendem fazer.

2. Declaração de Ações:  
  - Os jogadores devem detalhar o que seus personagens estão fazendo, desde saltar de algum lugar até gritar algo.
  - A especificidade do detalhe exigido dependerá do Narrador.
  - Aqui, os jogadores também decidem qual arma, se houver, seus personagens estão usando.

3. Determinando a Ordem:  
  - A ordem de ação é determinada por uma jogada de iniciativa.
  - Esta jogada é feita usando os atributos "Raciocínio + Prontidão" e tem uma dificuldade base de 4. O Narrador pode, no entanto, modificar essa dificuldade se considerar necessário.
  - O personagem com mais sucessos age primeiro. Se há empates em sucessos, o personagem com maior destreza age primeiro ou, alternativamente, esses personagens podem agir simultaneamente.
  - Personagens que não obtêm sucesso são os últimos a agir.
  - Aqueles que falham criticamente ficam confusos e não podem agir nesse turno.

4. Divisão de Ações e Parada de Dados:  
  - Se um jogador deseja que seu personagem execute várias ações em um turno, ele deve dividir sua "Parada de Dados" entre essas ações. A quantidade de dados alocada para cada ação precisa ser declarada.
  - Os jogadores também devem declarar se estão gastando pontos de "Força de Vontade".
  - Todas as ações de um personagem são resolvidas quando chega a vez do personagem.
  - A única exceção é a ação de esquiva, que pode ser executada a qualquer momento, contanto que o personagem ainda tenha dados restantes em sua Parada de Dados.

Conclusão:  
O "Primeiro Estágio" de combate, chamado "Iniciativa", é todo sobre organização e declaração. Ele estabelece a ordem de ação dos personagens e garante que todos os jogadores estejam claros sobre suas intenções para o turno. A mecânica de divisão da Parada de Dados permite aos jogadores decidir se querem se concentrar em uma única ação ou tentar várias ações em um turno, com os riscos e recompensas inerentes a essa escolha.





>>> Já podem postar... <<<
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Mensagem por GM Qua Set 20, 2023 8:49 pm

@Mandhros


Nas profundezas da mente de Dimitri, as águas escuras da angústia se agitam. Ele sempre fora um bastião de força, um muro de pedra contra os ventos gélidos da traição e do medo. Mas até as pedras mais sólidas têm suas fissuras, e nessas fendas, as trevas se insinuam.

Lysandra, a sombra sinistra e implacável de Dimitri, sente a crescente angústia. Uma chama negra acende em seus olhos. Ela sussurra com uma voz serpentina, destilada de veneno e regozijo: "Vê, Dimitri? Por mais que tentes, nunca serás perfeito. Os espectros do teu passado assombram-te, e por quê? Porque tu falhaste."

Dimitri tenta se afastar do sussurro insidioso, mas Lysandra não está disposta a deixá-lo escapar tão facilmente. Ela conjura imagens da sua família - Yanna, olhando desamparadamente enquanto algo terrível acontece ao jovem Dimitri Junior. O olhar de decepção de seu pai, seu olhar que parece dizer: "Meu filho, tu não foste bom o suficiente."

Dimitri é picado pelo veneno angustiante da sombra. Ele vê, em devaneio, uma visão, de um dos recantos mais sombrios do Limbo, onde a escuridão é tão densa que parece palpável, onde Serjev moldou o Azylum. A concepção deste local sinistro emergia da mente caída de Legião, o demônio expulso por Jesus que, sendo incapaz de habitar um único hospedeiro, teve sua multidão de entidades lançadas em uma manada de porcos, que rapidamente se afogou em águas turbulentas. Legião, sendo uma entidade coletiva, lembrava-se de uma nuvem de moscas, uma massa viva de consciências obscuras que zumbiam em uníssono.

Controlando essa horda estava o príncipe demoníaco Belzebuth, também conhecido como o Senhor das Moscas. Ele é uma figura imponente e assustadora, com uma estatura que supera a dos homens comuns. Sua pele é de um negro azulado, tão escura que parece absorver a luz ao seu redor. Seus olhos são duas órbitas vazias, mas irradiam um brilho vermelho intenso que penetra na alma de quem os encara. Ele é cercado por uma nuvem de moscas, cada uma agindo como uma extensão de sua vontade, um enxame que se move à sua ordem.




Andando por Estígia - Página 3 Mestr135
Belzebuth



Belzebuth não tem asas como os anjos caídos tradicionais. Em vez disso, seu corpo é coberto de cicatrizes e marcas, um lembrete constante de sua queda e da rebelião que o levou ao abismo. Em sua mão, ele carrega um cajado feito de ossos humanos entrelaçados, o topo do qual é adornado com uma caveira com olhos de rubi.

Em sua obsessão distorcida, Belzebuth tomou um interesse particular no filho de Dimitri, Dimitri Junior. O jovem era um brinquedo em suas mãos, uma alma que ele poderia moldar, quebrar e reconstruir à sua imagem. No Azylum, sob o olhar constante de Serjev e as intenções sinistras de Belzebuth, Dimitri Junior enfrentava um terror que ia além da compreensão humana.





Andando por Estígia - Página 3 Mestr136
Lysandra




"Vês? Mesmo no teu ofício, no qual foste treinado até a exaustão, ainda há falhas, rachaduras no teu escudo. E é por essas rachaduras que eu entro, e por elas que eu te dominarei. Por que lutar, Dimitri? Aceita a tua imperfeição."

Dimitri respira fundo, sentindo o peso do desespero sobre ele. Lysandra, triunfante, circunda-o como uma serpente prestes a dar o bote. "Aqueles que amas, que deixaste para trás, sofrem pelas tuas falhas. O teu perfeccionismo é uma faca de dois gumes, e corta-te mais profundamente do que qualquer inimigo poderia."

O espião russo sente-se encurralado, mas em algum lugar, bem no fundo, ainda há uma centelha de vontade, uma resistência que não se renderá totalmente. Porém, por agora, Lysandra reina supremamente na consciência de Dimitri, saboreando cada gota de sua angústia.

E assim, em meio às batalhas psicológicas nas trevas do subconsciente, o ônibus chega e Dimitri nem percebeu que ele havia parado, se não fosse pelo motorista que toca seu ombro e diz: Chegamos, amigo...
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Mensagem por Mandhros Sex Set 22, 2023 6:06 pm


Nas profundezas da mente de Dimitri, as águas escuras da angústia se agitam. Ele sempre fora um bastião de força, um muro de pedra contra os ventos gélidos da traição e do medo. Mas até as pedras mais sólidas têm suas fissuras, e nessas fendas, as trevas se insinuam.

Lysandra, a sombra sinistra e implacável de Dimitri, sente a crescente angústia. Uma chama negra acende em seus olhos. Ela sussurra com uma voz serpentina, destilada de veneno e regozijo: "Vê, Dimitri? Por mais que tentes, nunca serás perfeito. Os espectros do teu passado assombram-te, e por quê? Porque tu falhaste."

Dimitri tenta se afastar do sussurro insidioso, mas Lysandra não está disposta a deixá-lo escapar tão facilmente. Ela conjura imagens da sua família - Yanna, olhando desamparadamente enquanto algo terrível acontece ao jovem Dimitri Junior. O olhar de decepção de seu pai, seu olhar que parece dizer: "Meu filho, tu não foste bom o suficiente."

Dimitri é picado pelo veneno angustiante da sombra. Ele vê, em devaneio, uma visão, de um dos recantos mais sombrios do Limbo, onde a escuridão é tão densa que parece palpável, onde Serjev moldou o Azylum. A concepção deste local sinistro emergia da mente caída de Legião, o demônio expulso por Jesus que, sendo incapaz de habitar um único hospedeiro, teve sua multidão de entidades lançadas em uma manada de porcos, que rapidamente se afogou em águas turbulentas. Legião, sendo uma entidade coletiva, lembrava-se de uma nuvem de moscas, uma massa viva de consciências obscuras que zumbiam em uníssono.

Controlando essa horda estava o príncipe demoníaco Belzebuth, também conhecido como o Senhor das Moscas. Ele é uma figura imponente e assustadora, com uma estatura que supera a dos homens comuns. Sua pele é de um negro azulado, tão escura que parece absorver a luz ao seu redor. Seus olhos são duas órbitas vazias, mas irradiam um brilho vermelho intenso que penetra na alma de quem os encara. Ele é cercado por uma nuvem de moscas, cada uma agindo como uma extensão de sua vontade, um enxame que se move à sua ordem.
Havia poucas coisas que podiam me perturbar mais do que o sofrimento da minha família... Por minha culpa... Eu não fui bom o suficiente com eles... Para eles...

Por quê?

Eu nunca fui alguém religioso. Em vida, por mais que presenciasse coisas estranhas, sempre preferi acreditar que havia alguma explicação científica para tudo. Não precisava haver um céu e um inferno. O inferno estava na terra. O inferno eram os outros. O céu também estava ali. Era nossa mente, no fim das contas, que condicionava a visão e a percepção das coisas.

Mas agora...

Eu vejo um demônio torturando meu filho. Eu não posso fazer nada!

Yanna... Eu a encaro nos olhos, e a tristeza e o desamparo que vejo... Meu coração se rasga diante dela. O olhar de desaprovação do meu pai desce sobre mim como uma clava me partindo ao meio.

Nem todos os gritos que escutei nas divisões especiais dos russos, nem todo o sofrimento que presenciei e causei parecia chegar perto de como eu me sentia naquele momento. A dor da carne passa, seja com a cura ou com a morte. E a dor da alma? Como era possível torturar a força que anima um corpo vivo? Como era possível estripar uma vontade livre?

Eu choraria se pudesse. Quero desviar o olhar, mas não posso.

Uma força me impele a continuar observando, sem que eu consiga resistir.

Há um demônio torturando o meu filho!

Belzebuth não tem asas como os anjos caídos tradicionais. Em vez disso, seu corpo é coberto de cicatrizes e marcas, um lembrete constante de sua queda e da rebelião que o levou ao abismo. Em sua mão, ele carrega um cajado feito de ossos humanos entrelaçados, o topo do qual é adornado com uma caveira com olhos de rubi.

Em sua obsessão distorcida, Belzebuth tomou um interesse particular no filho de Dimitri, Dimitri Junior. O jovem era um brinquedo em suas mãos, uma alma que ele poderia moldar, quebrar e reconstruir à sua imagem. No Azylum, sob o olhar constante de Serjev e as intenções sinistras de Belzebuth, Dimitri Junior enfrentava um terror que ia além da compreensão humana.
Não só um monstro do além. Um monstro que conheci em vida. Uma alma apodrecida em um corpo pulsante, que agora jaz sem a casca de antes. Sergej... Aquele desgraçado! Eu devia... Eu devia ter trucidado ele quando tive a chance! Devia ter arrancado a carne de seus ossos e a alma de seu corpo enquanto ele ainda estava entre os vivos!

Como ele pôde? Uma criança! Meu filho!

"Vês? Mesmo no teu ofício, no qual foste treinado até a exaustão, ainda há falhas, rachaduras no teu escudo. E é por essas rachaduras que eu entro, e por elas que eu te dominarei. Por que lutar, Dimitri? Aceita a tua imperfeição."

Dimitri respira fundo, sentindo o peso do desespero sobre ele. Lysandra, triunfante, circunda-o como uma serpente prestes a dar o bote. "Aqueles que amas, que deixaste para trás, sofrem pelas tuas falhas. O teu perfeccionismo é uma faca de dois gumes, e corta-te mais profundamente do que qualquer inimigo poderia."

O espião russo sente-se encurralado, mas em algum lugar, bem no fundo, ainda há uma centelha de vontade, uma resistência que não se renderá totalmente. Porém, por agora, Lysandra reina supremamente na consciência de Dimitri, saboreando cada gota de sua angústia.

E assim, em meio às batalhas psicológicas nas trevas do subconsciente, o ônibus chega e Dimitri nem percebeu que ele havia parado, se não fosse pelo motorista que toca seu ombro e diz: Chegamos, amigo...
Aceitar... Aceitar minha... Imperfeição?

Sucumbir?

Não. Não... Não! Eu não posso! Eu preciso... Salvar... Salvar a minha família!!!

Com mãos espectrais escondendo um rosto deformado pela dor e desespero ouço a voz de um maquinista desconhecido fazendo uma afirmação tão simples quanto incerta. Ele dizia que tínhamos chegado. Mas qual era o nosso destino?

Chegamos... Onde chegamos?

Não consigo esconder minha confusão. Permanecia algo preso na minha própria angústia, travando uma batalha desleal contra Lysandra.

Não sabia onde estava. Só sabia que precisava seguir adiante, de alguma forma.

Eles precisam de mim.
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