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    Grupo GAMA - Capítulo 1 - A Balada dos Dragões

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    Mensagem por Mandhros Sex Abr 19, 2024 1:20 pm

    A costa leste do Continente Azul é uma área estranha.

    Quem observa a área a partir das praias brancas e frias, vê uma estreita faixa de terra, encravada entre uma cordilheira de montanhas altíssimas e um mar revolto e gelado. A água fria que evapora do oceano frequentemente acaba barrada pelas montanhas, se condensa e dá origem a algumas das tempestades mais ferozes do Primórdio, abundantes e frias.

    A grande frequência de precipitações fez surgir uma floresta na parte baixa das montanhas, que se estende por alguns poucos quilômetros até a areia das praias. As árvores ali são altas, grossas e resistentes, com cascos duros e folhas largas. É um lugar conhecido como Floresta-sem-Retorno. Quem se aventura além da faixa de areia raramente é visto de novo, já que na mata se escondem versões muito mais fortes de animais que habitam outras áreas do Continente Azul. Em um ambiente inóspito, só os mais aptos sobrevivem.

    Pouca gente visita as praias da Floresta-sem-Retorno. Não há estradas, nem rotas de navegação por ali. Além do oceano inquieto, está o local desconhecido para onde foram expulsos os Kyrin, 100 anos antes. Ainda assim, há dois locais de interesse.

    Um é "O Enclave". Há uma lenda de que, dentro da Floresta-sem-Retorno, bem no coração da mata, os druidas mais formidáveis do Primórdio se reúnem a cada cem anos, para trocar experiências. Dizem que O Enclave é constituído por uma cidade viva, cujos prédios são árvores - há quem diga que, na verdade, são ents - e as vias e alamedas são galhos entrelaçados, muito acima do solo duro e frio.

    O outro, é a Taverna-no-Fim-do-Mundo.

    Longe de rotas comerciais convencionais, longe da guerra constante que assola o resto do Primórdio. Bem, longe de absolutamente tudo, a Taverna opera unicamente pela persistência do taverneiro, um anão alto (para um anão) e careca conhecido como Casmurro, e serve apenas aos poucos peregrinos que decidem buscar O Enclave - e que invariavelmente desaparecem ao tentar - e à "barda residente" do local, a belíssima elfa Altaria.

    Lendas dizem que Altaria está naquela região desde os primeiros dias, quando o mundo ainda era jovem - embora ela própria não tenha uma ruga sequer! - e que tem a memória de eventos que aconteceram muito antes de os homens e outras raças jovens chegarem ao Primórdio. Lendas também dizem que Altaria e Casmurro são amantes (!?), mas todos os que insinuaram isso no local foram postos para fora a cadeiradas pelo taverneiro.

    *********************

    @Shadow Wolf

    Foram essas lendas que atraíram Kratsu Coração em Chamas. Embora ainda jovem, o norfss já tinha percorrido boa parte do Continente Azul. Já tinha se esquivado de ataques dos anões perto da Floresta das Lâminas, comprado mercadorias nos mercados de Geneva, e até viajado aos confins da Alta Montanha onde, nas ruínas de um posto de vigília erguido para monitorar o retorno dos Kyrin, ouviu de um eremita Urgrosh a lenda d'O Enclave.

    Talvez o segredo para que o druida se tornasse um dragão estivesse escondido naquele fim de mundo, e a única maneira de descobrir era tentando.

    Assim, após meses de uma caminhada solitária e da perigosa descida pela encosta da cordilheira, Kratsu finalmente conseguiu encontrar a Taverna-no-Fim-do Mundo.

    Ao longe, o druida via que a construção tinha lá sua beleza. Era um solar, fincado firmemente sobre uma rocha que apontava em direção ao mar, sobre um abismo. Abaixo da construção, ondas batiam ferozmente contra as pedras. A vista das paredes envidraçadas, imaginava Kratsu, deveria ser fenomenal - o mar revolto de um lado, e a Floresta-sem-Retorno, vista de cima, do outro.

    *********************

    @bahamut

    Off: Por favor, poste sua ficha, completa, com o BG, no tópico de fichas. Está faltando isso.

    On:

    Gor-Gor também já tinha visto muito da vida. Desde sua luta contra os mortos-vivos e o sacerdote maligno, passaram-se anos. Sua personalidade, forjada na guerra e no massacre, o tornava uma companhia perturbadora. E, assim, o meio-orc vagou de grupo mercenário em grupo mercenário, de vila em vila, sempre deslocado, sempre sem um lar, sempre desprezado.

    Sua última parada fora com um grupo mercenário contratado para escoltar um jovem druida humano, Peter. O garoto, de alguma forma, tinha muito dinheiro e pouco juízo. Pagou bem por guarda-costas que o levassem até até as praias do leste, e o escoltassem da Taverna-no-Fim-do Mundo (que nome engraçado!) até o coração da Floresta-sem-Retorno (nome nada engraçado).

    E, assim, Gor-Gor viajou por meses, escoltando o garoto. O meio-orc tinha a impressão que Peter era só um fedelho rico que fez o pai contratar algum druida para ensiná-lo alguma coisa, e que depois obrigou o mesmo pai a contratar um grupo de mercenários para protegê-lo em viagem em busca do segredo que o tornaria o "maior druida do mundo".

    Parecia piada.

    Não foi surpresa Peter ter virado carne moída já no fim da jornada, depois que o grupo foi atacado por uma matilha de worgs especialmente grandes e agressivos. A surpresa foi que todo mundo morreu no ataque, menos Gor-Gor que, de novo, estava banhado de sangue... E sozinho.

    O único abrigo ali perto era a tal Taverna-no-Fim-do-Mundo, e era melhor parar lá por uns dias do que passar a noite na praia e correr o risco de encontrar os worgs de novo.


    Ao longe, o bárbaro via que a construção tinha lá sua beleza. Era um solar, fincado firmemente sobre uma rocha que apontava em direção ao mar, sobre um abismo. Abaixo da construção, ondas batiam ferozmente contra as pedras. A vista das paredes envidraçadas, imaginava Gor-Gor, deveria ser fenomenal - o mar revolto de um lado, e a Floresta-sem-Retorno, vista de cima, do outro.
    *********************
    Pouco antes de chegar ao único caminho que conduzia à Taverna, Kratsu e Gor-Gor viram um ao outro, ambos surpresos por encontrarem outro viajante em um local tão ermo.
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    Mensagem por bahamut Seg Abr 22, 2024 6:25 pm

    Gor Gor está sentado no chão... Em sua volta diversos corpos mortos, entre eles enormes worgs, vários mercenários e um jovem, aquele a quem Gor Gor foi pago para proteger.

    Essa já não é a primeira vez que Gor Gor se vê nessa situação. O meio-orc está sozinho, ferido e coberto de sangue a uma distância considerável de qualquer lugar. Mas ele não se importa. Gor Gor aprendeu a viver com as intempéries da vida, pois delas ele recebeu bem mais do que um bocado em seu tempo de vida. Sendo assim, novamente Gor Gor se ergue e começa a saquear os corpos dos mortos, dinheiro, equipamentos, armas, tudo que ele consiga fazer valer algum dinheiro. Mesmo longe de tudo, Gor Gor sabe de uma taverna com nome engraçado e ali ele pode encontrar abrigo para poder descansar, fazer negócios (um local isolado não sobrevive apenas de bebidas e comida) e cuidar de seus ferimentos (uma vez que seus colegas mercenários conseguiram tomar todas as suas poções e ainda assim morrer).

    Gor Gor anda sem pressa, mas alerta. Sozinho ele é um alvo fácil para Worgs e quaisquer outras criaturas e humanoides que possam vir a aparecer. Depois de muito caminhar, Gor Gor conseguiu visualizar melhor ao longe a tal taverna e realmente era uma bela construção. Mantendo o seu passo, Gor Gor caminhou por entre o caminho e depois de passar por algumas árvores, Gor Gor se deparou com uma criatura crocodiliana, andando com vestimentas simples. Um Norff. Gor Gor não esperava encontrar ninguém em espaço aberto nesse local e o razoável é esperado. Gor Gor alcança o cabo de seu machado e fica apreensivo, pronto para avançar se for preciso. Com seus olhos fixados no Crocodiliano, o meio-orc apenas acena com a cabeça, em um cumprimento singelo. Gor Gor ficará atento ao Norff para saber o que fazerm em seguida. Gor Gor quer chegar à taverna e existe a possibilidade de viajar lado a lado com um desconhecido. Mas se necessário, Gor Gor irá investir contra o escamoso sem problemas, mas até lá, Gor Gor manterá a posição defensiva e caminhará até a taverna.
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    Mensagem por Shadow Wolf Qua Abr 24, 2024 6:52 pm

    Minha jornada me levava a mais uma parada estranha, poucas vezes eu teria preferido andar na costa do que na floresta, mas precisava de mais informações sobre o local, e o nome Taverna do Fim do Mundo se adequava muito bem àquele lugar, não se via nenhuma rota, vila ou cidade próxima que justificasse aquela taverna, o Urgrosh havia me falado do Conclave druídico que ocorria na floresta ao meu lado, mas essas reuniões ocorriam 1 vez a cada 100 anos, não tinha como justificar uma taverna, quão excêntrico deveriam ser os donos para sustentar esse local?

    Isso atraia a minha curiosidade, pois eu mesmo gostava da vida em solidão, atrás da minha busca pela transcendência e o conhecimento perdido de como me tornar um dragão, poucos acreditam que esse conhecimento seja real, menos ainda estão dispostos a seguir em busca desse conhecimento, que me levou a vagar pelo continente, mas a imagem do dragão que incendiou a floresta quando ainda era um trainee de guardião estava marcada em mim ainda mais forte e firme.  

    Talvez nesse enclave algum druida seja capaz de me dar uma direção sobre esse conhecimento, talvez tenha um sábio que realmente tenha tido contato com um dragão ou acessado a sabedoria de como perseguir essa transcendência.

    Muitos pensamentos passavam pela minha cabeça enquanto andava na direção da taverna, realmente ela tinha uma aura sobrenatural no topo daquela rocha, sendo constantemente assolada pela agua do mar, a natureza em sua beleza sempre me encantava, ressoava em mim como um chamado que a muito aprendi a escutar.

    Perdidos em meus pensamentos, percebi um outro vulto andando comigo na costa, ele era alto e com uma postura militar, seu cheiro me atingiu antes mesmo que eu conseguisse reconhecer que era um Orc, mas não um puro sangue, era um mestiço, seu cheiro trazia o odor de sangue, mas não era o sangue dele, o odor de sangue de feras era forte e pelo seu jeito de andar parecia que estava ferido.

    O fato da única atração do local ser um conclave druídico me deixou curioso do motivo de um guerreiro estar naquele lugar, talvez não fosse tão isolado como eu havia imaginado.

    Quando ele finalmente me viu, seus músculos retesaram e seu machado, firme na mão, estava tenso, mesmo cansado e ferido ele estava pronto para lutar se me considerasse uma ameaça.

    Devagar me aproximo dele e com uma voz calma falo com ele:

    "Calma guerreiro, não há ameaças pra você em mim. Um simples estudioso da natureza não é páreo para um guerreiro sobrevivente de várias batalhas, mas este estudioso pode lhe ser útil com essas suas feridas, se você se interessar!"
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    Mensagem por bahamut Qui Abr 25, 2024 5:26 pm

    Gor Gor:

    Gor Gor olha nos olhos do crocodiliano, que em contrapartida fala com a voz suave e amigável. "Mais um fumador de ervas e comedor de cogumelos" pensa Gor Gor. Ele não tinha nada contra as práticas desses tais servos da natureza, embora não compartilhe de tais práticas, mas se preocupa com as habilidades deles em combate. Até agora não viu nenhum deles demonstrar proeza e também não está tão interessado em conversa. Quanto à companhia, Gor Gor evita pensar no assunto, visto que não terá como evitá-la.

    Relaxando os músculos, Gor Gor se prepara para continuar seu caminho e ainda olhando desconfiado para o escamoso, responde a pergunta dele.

    Gor Gor: - Pode ser...

    Gor Gor segue caminho enquanto espera que o comedor de cogumelos trate de seus ferimentos, como havia dito. Gor Gor não baixará totalmente a guarda e ficará de olho no seu novo companheiro de viagens e nos arredores. Seria péssimo ser emboscado agora, mas pelo menos ele agora tem um alvo para dividir as agressões.
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    Mensagem por Shadow Wolf Qui Abr 25, 2024 10:09 pm

    Vejo que o meio orc relaxa um pouco com minha proposta de tratar seus ferimentos, mas mantendo a guarda sempre alta, uma atitude sensata de um guerreiro em relação a um desconhecido, mas imaginava que ele se mostraria um pouco mais interessado em tratar suas feridas, visto que dificilmente encontraria um curandeiro por essa região.

    Vendo que ele não estava interessado em conversar, falo a ele.

    "Estou a caminho daquele casebre, lá poderemos tratar suas feridas de uma forma mais tranquila. "

    E sigo até o casebre sem esperar por ele.
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    Grupo GAMA - Capítulo 1 - A Balada dos Dragões Empty Re: Grupo GAMA - Capítulo 1 - A Balada dos Dragões

    Mensagem por Mandhros Sex Abr 26, 2024 10:28 am

    @bahamut e @Shadow Wolf

    As praias que margeavam a Floresta-sem-Retorno, em geral, eram paisagens desertas e pouco acolhedoras, com a mata ameaçadora de um lado, e o mar revolto do outro, além das constantes tempestades. Naquele momento, contudo, eram palco de um encontro inusitado, de uma coincidência incomum.

    O brutal Gor-Gor tinha encontrado o resiliente Kratsu. Suas histórias tinham pouco em comum além de uma luta ferrenha pela sobrevivência e aprimoramento. Não que, em um primeiro contato, qualquer dos dois aventureiros realmente soubesse disso, mas algo parecia sugerir um respeito mútuo.

    Ninguém que não fosse muito capaz teria sobrevivido uma jornada até o limiar do mundo, isso ambos sabiam.

    Tão inusitado quanto o encontro do Bárbaro e do Druida, foi o fato de ambos compreenderem que, juntos, talvez pudessem criar uma situação vantajosa para ambos. Inusitado, porque além da alta parede de pedra, a oeste da Floresta-sem-Retorno, Urgrosh, Homens e Norfss estavam em guerra. Bem, parece que o mundo todo estava em guerra, afinal...

    Os heróis seguiram uma trilha, vagamente marcada com pedras, que conduzia a uma estrada estreita e íngreme, mas já melhor definida, que subia em curvas, escadas e rampas, colina acima. Quanto mais Gor-Gor e Kratsu subiam, mais se davam conta do quanto aquilo tudo parecia irreal - uma taverna literalmente no meio do nada!

    Além disso, nem mesmo o acesso ao lugar era fácil - a longa subida e as pedras molhadas pela tempestade e pelos respingos do mar impiedoso era desafiadora, mesmo para aventureiros experientes.

    Ensopados, ambos, finalmente, chegam ao fim da trilha. Cerca de 100m adiante, a Taverna-no-Fim-do-Mundo, um solar com cerca de 50m de largura, com paredes de vidro reluzente de fora a fora, se erguia diante dos heróis. Seu telhado era de um sapê grosso e formato piramidal, e vinha adornado por uma enorme biruta no ponto mais alto. Naquele momento, o vento soprava para o oeste, em direção à costa.

    O local contava com portas largas o suficiente para um pequeno batalhão entrar, também feitas de vidro transparente, que se abriam sozinhas com a aproximação de clientes, e fechavam, também, sozinhas.

    Quando, finalmente, os aventureiros adentram o local, não conseguem evitar ficar boquiabertos.

    O estabelecimento se dividia em dois andares, sendo o superior composto por um mesanino largo, com paredes internas que ocultavam o vidro externo, cheias de portas de madeira nobre - pareciam ser quartos, muitos deles!

    Na área térrea, havia um saguão enorme e claro. No centro, um vultoso balcão circular se colocava diante de estante iluminada, também circular, como um pilar, que ia do chão ao teto. Em cada prateleira, dezenas... Não! Centenas de garrafas de bebidas e poções, dos mais variados tipos, cores e tamanhos. Dentro do perímetro do balcão circular também era possível ver, de imediato, barris, empilhados uns sobre os outros, como um triângulo, mais alto que um gigante da colina.

    O saguão também contava com mesas abundantes, incontáveis em um primeiro momento. Eram todas circulares e contavam com oito cadeiras cada, com bom espaçamento entre uma e outra. Todas a mobília, balcão, mesas e cadeiras, era constituída de madeira firme e clara.

    Próximo das paredes de vidro, havia sofás e poltronas espalhados, com mesas menores e mais aconchegantes.

    Na face norte do local, perpendicular a uma vista fenomenal do mar revolto de um lado, e da floresta, do outro, havia algo que parecia ser um palco.

    Por fim, espalhados por todo o estabelecimento, havia lareiras de metal, todas circulares e gradeadas, com fogo quentinho crepitando, se contrapondo ao frio que fazia do lado de fora.

    Atrás do balcão havia um humanóide careca, com orelhas ligeiramente pontudas e barba volumosa. Estava limpando uma caneca enorme de cerveja, mas suas roupas eram especialmente alinhadas, não pareciam compatíveis com as vestes sempre surradas de um taverneiro comum.

    Sentada em uma banqueta, diante do que parecia ser o taverneiro, estava uma elfa. Kratsu não sentiria interesse por uma fêmea de sangue quente, mas até ele precisava admitir que a moça tinha um quê especial.

    Já Gor-Gor esfregava os olhos. A elfa tinha o rosto, cabelos e corpo absolutamente perfeitos, e se vestia também como aventureira. Suas roupas, contudo, eram visivelmente caras e belas, um tecido vermelho chamativo mas de muito bom gosto.

    Com a chegada dos heróis, uma lufada de vento frio entrou pela porta, chamando a atenção do anão e da elfa. O anão resmungou algo ininteligível, mas a voz da elfa soou alta e clara, e era tão aveludada e bela quanto a própria interlocutora:

    - Veja, Casmurro, querido! Temos visitantes!

    E então, abrindo um sorriso luminoso, ela se volta a Kratsu e Gor-Gor:

    - Sejam bem vindos à Taverna-no-Fim-do-Mundo! Eu sou Altaria, e este é o meu querido Casmurro! Sejam bem vindos!

    O que fariam os heróis?
    Spoiler:

    *********************

    @Zartul

    Terryn Mckinnon tivera seus primeiros dias como nobre, mas a vida logo tinha ensinado como o destino poderia ser cruel. Ainda jovem, o meio-elfo vira sua família assassinada e fora despojado de sua antiga glória. Sem amigos, sem família, sem nome e sem um lar.

    O ataque dos Ashglade a Nurburg, de um momento para outro, tinha destruído séculos de história e tradição. Mais que isso, tinha levado embora tudo o que Terryn mais amava no mundo.

    E o pior de seus algozes era Derek, o bastardo que havia, pessoalmente, assassinado o pai do aventureiro.

    Os anos vividos na rua não aliviaram a dor de Terryn. Nem mesmo a bondade de Bryce aplacaria, por completo, o desejo de vingança do Bruxo da Lâmina Maldita, agora empoderado pela vontade da entidade Belros.

    E foi assim que o aventureiro começou sua caçada. Um a um, ele confrontou e matou soldados da Casa Ashglade, na tentativa de livrar Nurburg de sua mácula.

    Todavia, algo estranho aconteceu.

    Embora a Casa Ashglade ainda fosse suficientemente poderosa para rechaçar as investidas de Terryn, de um dia para outro Derek ordenou a retirada de todos eles.

    Nobres usurpadores, familiares, soldados, mercenários... Todos partiram da cidade, em caravana, abandonando os prédios mas levando consigo toda a riqueza roubada da Casa McKinnon.

    O bruxo decidiu seguí-los, e Bryce ainda tentou impedí-lo de partir, mas o desejo de vingança do meio-elfo falou mais alto que o bom senso e a vontade de reconstruir seu lar. Terryn queria sangue. O sangue de Derek.

    Não era exatamente difícil seguir uma grande caravana, que chamava muito a atenção por onde passava, mas também não era prudente atacá-la abertamente até que se estabelecesse em algum lugar. Assim, Terryn seguiu os Ashglade por meses enquanto rumavam para o norte, através do Istmo de Licaeus, até as praias ao sul do Continente Azul.

    Como Terryn descobriria mais tarde, aquela área era um território Norfss, e estrangeiros de outras raças, em grande quantidade, evidentemente representavam uma ameaça. Para os reptilianos, ameaças deviam ser massacradas.

    O jovem Mckinnon visitou a caravana Ashglade depois de um ataque brutal e coordenado dos nativos do Continente Azul. Talvez por justiça poética, os usurpadores tinham sofrido o mesmo destino que os McKinnon. Contudo...

    Contudo, Terryn não localizou o cadáver de Derek. Isso o incomodava muito, e o deixou aflito, em um primeiro momento, e obcecado, depois.

    Após uma breve investigação na cidade-bazar de Geneva, Terryn ouviu um boato de que um homem havia sobrevivido ao massacre dos Ashglade, e que teria atravessado os pântanos, a leste.

    Segundo Terryn investigou, as características físicas eram compatíveis com as de Derek. Os locais diziam que ele iria em busca do poder para se vingar e dominar toda a região, e então retornaria.

    Aquela história, no mínimo, merecia ser investigada.

    Assim, o bruxo vagou, sempre a leste, atravessando charcos gelados e planícies irregulares e pedregosas, até reencontrar o mar além.

    Por um momento, Terryn pensou em voltar, em desistir, em retornar para Nurburg, para reencontrar Bryce e refazer a vida, mas Belros sussurrava em seus ouvidos à noite, e em sonhos sugeria que Derek ainda estaria à frente.

    Assim, McKinnon singrou praias brancas e gélidas, encravadas entre um mar revolto e uma floresta ameaçadora. Atravessou inúmeras tempestades furiosas, e teve dificuldade em encontrar abrigo dias após dia.

    Até que, algumas semanas depois, o bruxo localizou o que parecia ser um grupo de aventureiros dizimado. Os corpos estavam marcados por ataques bestiais, com feridas compatíveis com garras e presas. Havia cadáveres de worgs, em decomposição, no local, mas não havia qualquer item de valor ou dinheiro ali.

    Aquilo parecia suspeito, e indicava que, provavelmente, alguém tinha sobrevivido ao ataque. Poderia ser Derek?

    Belros sugeria, seguidamente, que sim.

    Desta forma, o bruxo avançou, sempre ao norte, até que pode visualizar, ao longe, uma estrutura não natural. Parecia ser uma mansão... Um solar, talvez... Estava fincada no alto de um despenhadeiro à beira do mar revolto.

    Terryn via outra tempestade se formando e, honestamente, não estava muito disposto a enfrentar o mau tempo sem um abrigo adequado.

    - Não perca tempo aqui, nobre mestre... Derek está à frente... Queremos o sangue dele...

    A voz de Belros, na mente de Terryn, era constante. O que fazer?
    Spoiler:
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    Mensagem por bahamut Ter Abr 30, 2024 6:04 pm

    Gor Gor e seu novo companheiro acavbam chegando na taverna e ao adentrarem, se surpreendem com o que veem. Gor Gor, logo ao entrar fica deslumbrado com o tamanho e a limpeza do lugar. Ele esperava ver um lugar envelhecido e empoeirado, o que é comum de um lugar que raramente há visitantes. Sem perceber, Gor Gor estava de boca aberta enquanto seus olhos passeavam por todo o saguão, paredes e mezanino. O que ele segurava nos braços agora está ao chão e então seus olhos cruzam uma linda elfa vestida de vermelho. Ela chamava por um "Casmurro" que Gor Gor não se deu ao trabalho de procurar e em seguida, buscou voltar a si, chacoalhando o rosto e pegando as coisas que deixava ao chão e segue até a elfa com passos lentos.

    No caminho, Gor Gor não deixa de pensar na trilhagem de sua vida, a forma como o mundo e as pessoas tem reagido a ele e como ele reagiu de volta. Este é o lugar mais agradável que Gor Gor já pisou os pés e o sorriso cativante desta beldade élfica foi a única expressão aconchegante e positiva que Gor Gor já teve em toda a sua vida. Gor Gor não consegue evitar deixar sua mente relembrar toda a sua vida desde pequeno, apanhando, sendo escorraçado, deixado de lado, aprisionado, usado, escravizado e insultado até a vida adulta. Gor Gor tem cicatrizes em todo o seu corpo e sua mente que comprovam todos os seus ferimentos. A forma como essa elfa reage com ele é uma incógnita e Gor Gor fica sem saber como reagir de volta.

    Quando Gor Gor fica frente a frente com ela, ele solicita a ela os serviços que tem necessidade. Sem muita educação e trato com as palavras, Gor Gor não deixa de ficar na defensiva, uma vez que não conhece os donos da estalagem e não sabe do que são capazes.

    Gor Gor: - Tenho fome e tenho sede. Tenho dinheiro para pagar. Preciso de quarto, preciso de banho para me lavar e lavar roupas. Gor Gor tem itens para vender, se elfa quiser comprar.
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    Mensagem por Zartul Ter Abr 30, 2024 7:10 pm

    Terryn seguia pelas terras frias do Continente Azul, a mochila as costas com suas provisões e equipamento de viagens, e quanto a armas, nada além de um escudo preso a mesma.
    O frio lhe incomodava, Nurburg podia fazer frio as vezes, mas nada como esse lugar parecia fazer constantemente, e o tempo ruim ainda por cima diminuía sua velocidade e energia.

    "Essa busca tem se mostrado cada vez pior..."

    Então ele avista os mortos, observando bem os cadáveres.
    "Alguém sobreviveu... Seria Derek? Ou alguém passou por aqui?"

    Ele continua seguindo, então avista a frente um solar, e ao ouvir as palavras de Belros ele retruca mentalmente.
    "Não é você que está molhado, sujo e sem dormir numa cama quente a semanas, né? Continuar assim só vai drenar minhas energias e tornar mais difícil que eu pegue Derek, preciso descansar apropriadamente..."

    Então Terryn começa a se dirigir até as portas, subindo as escadas e então estendendo a mão para abrir as portas.
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    Mensagem por Shadow Wolf Qui maio 02, 2024 11:17 am

    Kratsu adentra a taverna e quanto mais olhava menos ela fazia sentido, primeiro por ser feita totalmente de vidro, num lugar onde tempestades e ventos eram comuns, segundo pelo tamanho descomunal e pela quantidade de mesas, quartos, lareiras e bebidas. Parecia que eles se preparavam para receber um número enorme de convidados, o que era ilógico para um lugar no meio do nada como aquele. Kratsu já se sentia desconfortável quando não estava no meio da natureza, mas aquele lugar ligou um alerta nele, mais do que o bárbaro mestiço que caminhava com ele, até a porta tinha magia, demonstrando que aquele lugar era muito mais do que aparentava e a magia que não era proveniente da natureza trazia uma sensação de aversão ao druida.

    A elfa que falava se mostrava bem atraente para os padrões da própria raça, não que isso importasse para Kratsu, pois seres de sangue quente não o interessavam, exceto quando podiam ser úteis em sua busca pelo conhecimento perdido ou quando buscavam a sabedoria da natureza, na qual o eremita se permitia manter a companhia de outros seres por um breve período de tempo. Mas aquela aparência e tom de voz parecia querer agradar demais, como se quisessem que você baixasse a guarda perto dela. Comparado a isso o anão parecia muito mais sincero que a elfa.

    Tudo isso somado ao fato de que se encontravam no meio do nada, com um único evento que poderia justificar aquela taverna acontecendo uma vez a cada 100 anos só trazia uma conclusão, ou aquele lugar era uma armadilha para quem viesse de longe, como uma miragem aos viajantes do deserto, ou eles eram guardiões com o propósito de vigiar ou proteger algo, tendo em vista que o conclave estava ocorrendo lá perto, Kratsu tinha a esperança que fosse a segunda opção.

    "Sou grato pelas boas vindas, me chamo Kratsu, um humilde druida em busca de uma boa refeição e abrigo. E se estiverem dispostos, de uma conversa!"

    Sigo até uma mesa perto do fogo que me desse visão ao mesmo tempo do bar, da porta e da janela que apontava para a floresta. E sentado enquanto espero ser servido, uso minha percepção para entender o que mais havia de errado naquele lugar e minha magia de "Encontrar Armadilhas".


    [0ff] lancei um dado para percepção, não sei se era o correto fazer assim [off]
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    Mensagem por Rolador de Dados Qui maio 02, 2024 11:17 am

    O membro 'Shadow Wolf' realizou a seguinte ação: Lançar dados


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