Ato I - Prólogo

Munido pelos comunicadores que pegara emprestado da Wayne Enterprises, Mr. Sussurro se moveu junto com o grupo pelos canais de esgoto até chegarem bem próximos de seu destino. Ele ouviu as palavras de Lanthys e acenou com a cabeça.

- Pode deixar comigo! Eu irei subir até o topo do prédio e qualquer coisa fora do comum que eu avistar, incluindo a possível Katana, irei avisá-los pelo comunicador. Nós estamos atrasados pro nosso encontro, então não fiquem enrolando muito ai embaixo.

Dito isso, Jacob usa os poderes do simbionte para se camuflar na escuridão, tornando-se invisível aos olhos dos demais. Ele então alça voo, ultrapassando os últimos concretos entre a rua e o esgoto como se não fossem nada. Ele perde alguns segundos olhando para o movimento na rua e nas calçadas, assim como em becos próximos. Se não visse nada que pudesse levantar suspeitas, ele então seguiria voando para o alto, desta vez visando o topo do prédio que deveriam ir. Ele estava com o comunicador numa das mãos e a bainha da espada na outra, preparado para enfrentar quaisquer perigos.

A rua estava deserta, o que era um bom sinal, mas as câmeras de vigilância poderiam complicar o grupo. Adicionando o comunicador, Jacob se comunica diretamente com o androide e lhe pergunta:

- Lanthys, você consegue desligar o sistema de monitoramento das câmeras de vigilância? Há uma bocadinho delas na rua, e como dissemos hoje mais cedo, toda cautela é pouca. O resto do caminho parece livre. Câmbio, desligo.

Mr. Sussurro volta a guardar o comunicador, prendendo-o no cinto de seu traje. Ele então levita até o topo do edifício, onde aparentemente não havia ninguém. Mr. Sussurro faz uma ronda no local, sobrevoando os arredores para ver se via a aproximação de alguém. A mulher misteriosa já era para estar aqui, pensa Jacob. Por último em sua vistoria, o herói ultrapassaria a porta que dava acesso aos andares inferiores, apenas para se certificar de que ela não se encontrava ali, escondida, talvez esperando o momento certo para agir.

Por algum motivo, o comunicador não estava funcionando. Jacob ouviu o que o androide queria, mas não conseguiu respondê-lo através do dispositivo. Eu e tecnologia é uma combinação que nunca dará certo, pensa Mr. Sussurro enquanto fazia uma última ronda no topo do prédio. Não vendo nenhum sinal da figura misteriosa (que todos achavam ser a Katana), o herói resolve descer para até onde estavam os seus companheiros. Ele primeiro vê Babidi, mas passa reto por ele e chega até os demais.

- Ei, pessoal, estou aqui - comunica Sussurro uma vez que ele ainda estava invisível. - O comunicador falhou, me lembrem de reclamar disso para Lucius. Bem... Eu não sei se te aguento, Lanthys. Você continua tendo o peso de uma máquina mesmo na forma humana? Talvez a nossa amiga aqui possa te erguer com mais facilidade... - Termina dizendo Mr. Sussurro se referindo a Arqueira Invernal.

De qualquer modo, ele testa o peso de Lanthys para ver se ele era capaz de levantá-lo. E depois explica o porque dele ter descido.

- O caminho lá em cima tá livre. Nem sinal de Katana ou de quem quer que fosse na visão de Babidi. Começo a achar que tenha sido um alarme falso..

Mr. Sussurro termina de alçar o seu companheiro androide para cima e então ajuda a escondê-lo. Invisível e sorrateiro, Jacob se aproxima da porta de saída da delegacia, onde ficaria a postos para agir rapidamente caso fosse preciso.

Vestida com um sobretudo que escondia seu traje harendiano e um gorro de crochê que não conseguia envolver toda sua cabeleira branca, teve sucesso em não ser identificada no caminho de ida e volta do laboratório, mas no percurso até a delegacia um grupo de crianças aventureiras acabaram por identificá-la.

- Ei, moça! Você é a Arqueira Invernal!? - Uma das crianças comentava em baixo tom enquanto caminhava ao lado de Siggy, outras duas crianças estava acompanhando o garoto que deveria ter entre 11 a 14 anos.
- Não, não sou. Vá pra casa garoto, daqui a pouco dá o toque de recolher. - Siggy continua sua caminhada sem olhar para as crianças.
- É você sim! Você tem o olho estranho e cabelo branco!.. E aposto que está escondendo a vestimenta harendiana embaixo desse... - A criança intrometida abre o sobretudo com um único puxão, Siggy não esperava por isso. Os olhos da criança brilharam quando viu as vestes de Siggy.
- É, okay... Eu sou a Arqueira Invernal. - Siggy respondia enquanto checava todos os cantos da esquina, observando se mais alguém havia visto aquilo. Rapidamente ela volta a fechar o sobretudo.
- Legal! Legal! - Os outros acompanhavam a empolgação do garoto desta vez. - Você foi demais naquela vez que o "Bárbaro Azul" tentou abrir o portal do outro mundo... - A criança pulava, fazia gestos com as mãos e sons com a boca, simulando a cena de luta que estava em sua cabeça. - Você está numa missão secreta? Não é? Toma... - A criança retira os óculos de grau que usava e oferece a Siggy. - Assim ninguém vai te reconhecer. - O sorriso no rosto da criança denunciava que o desejo de ajudar era verdadeiro, ainda acreditava nos heróis, e Siggy não queria magoá-lo.
- Obrigada. - Siggy prontamente aceita o presente e veste o acessório. - Agora vocês precisam ir para casa. É sério... E não contem pra ninguém sobre isso, okay?
- Pode deixar, os meus amigos que eu contaria já estão aqui... Boa sorte Arqueira Invernal! - As crianças viram as costas e correm para o lado oposto em direção as suas casas. Estavam empolgados e continuaram comentando aquele encontro entre si.

Siggy se atrasou com o encontro com as crianças, mas talvez o óculos realmente a ajudasse, afinal já havia funcionado com outros antes. - Desculpe, tive uma distração, mas agora está tudo certo. - A Arqueira Invernal contata os Renegados, estava agora observando-os na calçada ao lado do edifício através dos óculos de grau. Rapidamente sobe as escadarias que Lanthys tentava subir, o auxiliando assim que pudesse para que todos os quatro chegasse no topo do edifício a tempo. A subida apressada ainda era mais silenciosa que o androide metálico.