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    [!Prólogo!] Old Roads, New Problems (Seth)

    Zer0
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    Mensagem por Zer0 Dom Ago 13, 2017 8:39 pm

    Música sugerida:

    Seth estava encostado sentado em uma banqueta no canto da sala. Ouvia a discussão afastado dela: 
     
    -O garoto está pronto, Ni! Quantos anos você acha que eu tinha quando parti para as expedições, hein? Muito mais novo que o Zhen! Ele tem que criar coragem, minha amada. 
     
    Esse era o "Marechal" Nebraska discutindo com sua esposa, Ni Yu Nebraska. O Marechal acreditava que o filho do casal, Zhen, de 15 anos,  já tinha idade o suficiente para acompanhar o pai e Seth no posto avançado de vigia. 
     
    -Amor, tenha bom senso, ele não sabe o que é uma briga de verdade, ele é só um adolescente querendo amadurecer mais rápido, você sabe como ele te admira, você sabe como ele quer te impressionar. - Respondeu a matriarca 
     
    Nesse momento, o garoto surge de dentro da casa com uma Jaqueta de Kevlar muito grande para ele, em uma mão segurava um capacete e na outra uma pistola leve. Todos sabiam que as crianças nômades eram preparadas desde cedo para as vidas perigosas que teriam, mas sempre era chocante vê-las assim, pareciam sempre mais novas que a geração anterior. 
     
    -Eu não sou mais criança, eu quero ir mãe, eu estou pronto. 
     
    A jovem mulher leva as duas mãos a boca e seus olhos marejam: 
     
    -Eu não quero isso pra você, Zhen! Você tem que obedecer sua mãe! 
     
    O marechal, olha meio triste para a mulher e fala em tom apaziguador: 
     
    -Minha querida, você pode ficar calma. Não tem muita coisa acontecendo no posto, é um trabalho muito mais cansativo do que perigoso. Eu e Seth vamos tomar conta dele e garantir que ele aprenda o que deve aprender sem correr riscos. Não é mesmo Seth? Você não se importaria em levar o garoto conosco, não é? 
     
    Todos os olhos da casa estavam sob o jovem nômade. Aguardando sua resposta.

    Familia Nebraska :
    Bem vinda!:
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    Mensagem por Natalie Ursa Seg Ago 14, 2017 2:39 am

    Monótono era a melhor palavra com a qual Seth conseguiria descrever aquele trabalho. Era fora da área de atuação dele e já estava durando muito mais tempo do que a maioria de seus contratos anteriores. Isso sem mencionar o fato de que o rapaz nem era muito acostumado a trabalhar em equipe, sentia que ficava mais lento desse modo, mais exposto. E do jeito que a situação do vilarejo evoluía, o trabalho poderia demorar uma eternidade até que algo que realmente necessitasse de sua intervenção acontecesse.

    Todo dia, quando acordava, o primeiro pensamento que cruzava sua cabeça era uma única pergunta: Por que tinha aceitado o trabalho? Só que ele já sabia a resposta e lembrar-se dela era o suficiente para afugentar a revolta com a situação...

    E agora isso! Era só o que faltava... Não bastasse o abuso de sua boa vontade, agora estavam metendo ele em assuntos familiares. Qual seria o próximo passo? Ia ser contratado como babá? Ironicamente Seth acreditava não ter muitas habilidades em lidar com crianças, então com certeza não seria pago.

    Ele ouvia a discussão entre o casal meio por cima. Estava mais interessado em esfregar as lentes de seus óculos espelhados, já que estavam meio sujos. Seth só ergueu os olhos para o que acontecia à sua frente quando o garoto passou por ele com aquela jaqueta enorme e a arma em mãos. Não teve muitas oportunidades de conhecer o garoto até então, só o via por ali em algumas ocasiões nesse tempo em que estava em Whitechapel. Se o ruivo quisesse ser honesto, admitiria que um jovem, tão ansioso à se envolver em assuntos perigosos, não lhe agradava nem um pouco. Por outro lado, não tinha sido do mesmo jeito para Seth quando ele era ainda mais novo do que esse daí? Tanto faz. Não era do interesse dele se envolver aqui, ou sequer ser honesto quanto ao assunto. Isso até que resolveram meter ele no meio da discussão à força.

    Por que "o Seth" ia "garantir que ele aprenda o que deve aprender"? Não é que tinham mesmo a intenção de fazer dele uma babá!? Será que rolaria um pagamento extra para isso?

    Seth levantou-se da banqueta, pendurou o óculos na gola da camiseta e estreitou os olhos na direção do Marechal ao ouvir sua pergunta.

    - Mas que por...? - ele desistiu de terminar a frase ao ver que todo mundo lhe encarava e respirou fundo antes de continuar - O filho é seu, Marechal. Faça o que bem entender sobre isso. Já aviso que sou péssimo professor. - poderia ter exigido mais dinheiro pelo serviço extra, mas imaginava que seria tão inútil desempenhando essa tarefa que nem valia a pena cobrar - E afinal, o que pode acontecer por lá? Nada acontece. - comentou em tom de sarcasmo e deu de ombros, querendo sair logo dali e evitando olhar na direção de Ni Yu.

    Não queria que jogassem sobre ele a desavença familiar, ou uma decisão que só caberia aos dois, muito menos queria aquela mulher lhe lançando olhares acusadores por não proteger seu filho.
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    Mensagem por Zer0 Seg Ago 14, 2017 8:40 pm

    Marechal toma o único trecho que favorecia seu argumentos na fala de Seth e aponta para ele como se o nômade tivesse falado a maior verdade possível:

    -Viu! Eu falei que não tinha nada! Ni, eu me responsabilizo, você vai ver que o garoto vai voltar são, salvo e principalmente entediado.  

    A mãe do menino olha para os cantos da sala, como se esperasse encontrar alguma pista oculta que pudesse ser utilizada como argumento, mas nada encontrou. Desolada, olhou para o filho e o marido e disse, baixinho:
    -Vocês vão voltar de noite, não vão? Me prometa.

    -Eu prometo que vamos voltar, nada vai me fazer quebrar essa promessa.

    Zheng solta um "YES!" Enquanto o Marechal e Seth se levantam. Saem do casebre da família Nebraska e caminham em direção ao carro do ex-militar.

    -Eu vou na frente! - Grita o pirralho.

    O pai dá de ombros e olha para Seth com um ar de "o que eu posso fazer?"

    [...]

    A viagem para o posto de vigia era longa. Uma enorme estrada reta, completamente abandonada. O carro caindo aos pedaços não melhorava muito a situação. Não demorou muito para que o silêncio começasse a ficar incômodo, então o marechal diz:

    -Acho que eu nunca te contei como conhecia minha esposa, não é Seth? Bem, ela não é uma nômade. Pelo menos não nasceu uma, mas hoje é uma de nós sim. Acredito que ela seja a única Netrunner no...

    Nesse instante ele é interrompido pela voz gritante do garoto, que, ao olhar para o banco de trás e perceber os armamentos do guerreiro exclama:

    -Cacete! Você tem um Rifle E uma Katana? Sabe usar essas coisas? Aonde você conseguiu? Me ensina?
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    Mensagem por Natalie Ursa Ter Ago 15, 2017 7:30 pm

    Seth não via a hora de sair de dentro do recinto. Principalmente porque não poderia deixar de sentir-se um pouco "oprimido" naquele ambiente familiar. Era definitivamente algo com o que não sabia lidar. Sentia até certo receio de dizer algo errado na frente deles. Tentava comedir, na medida do possível, suas palavras, mas não era muito bom nisso. E o Marechal tentando usar Seth para convencer sua mulher de levar o filho na missão estava lhe deixando bastante desconfortável.

    Ao ouvir o Marechal falar que o filho provavelmente voltaria entediado, Seth retrucou de modo ácido:

    - Com sorte quando voltar nunca mais vai querer sair de casa outra vez. - e a frase provavelmente fez todo mundo lançar um olhar confuso, ou então espantando para ele, que ergueu uma das sobrancelhas ao perceber que seu tom mais parecia uma ameaça à segurança do garoto do que ao seu humor- De tão tedioso que será! - corrigiu antes que causasse uma nova discussão entre o Marechal e sua esposa.

    À essa altura o Marechal provavelmente já deveria estar ciente que o nômade que contrataram não era a pessoa mais eloquente dali e as vezes tendia a falar mais do que deveria.

    Por sorte a mulher finalmente deixou que saíssem, depois de fazer seu marido prometer que voltariam à noite. Apesar de estar com muita pressa de sair, Seth se pegou imaginando como seria ter alguém que lhe fizesse prometer essas coisas tão bobas ou banais... Devia ser um saco ter pessoas dependentes dele desse jeito, foi o pensamento que logo se sobrepôs àquele.

    Seth fez uma careta quando ouviu o moleque gritar que iria na frente. Mal saíram da casa e o abuso já estava começando outra vez! Tudo bem. Pelo menos poderia tirar um cochilo no banco de trás, já que a viagem era comprida. Mesmo que o carro sacolejasse tanto que parecia que iria quebrar.  Só que não. O Marechal estava com vontade de conversar... Sobre a família, é claro.

    Seth, que já estava meio atirado sobre o banco de trás e sobre seus equipamentos, sentou-se mais ereto quando o homem falou com ele. O rapaz começava a se perguntar se o Marechal já não estava achando que ele tinha entrado para sua família, visto a quantidade de informações que queria dividir e também o episódio à pouco ocorrido. O nômade iria fazer um esforço e ouvir a história do Marechal, porém o pirralho, que estava agora encarando Seth com um olhar assustadoramente brilhante, começou a fazer perguntas em um tom de voz bem alto, como se o ruivo fosse surdo.

    Seth franziu as sobrancelhas com a quantidade de perguntas que o garoto conseguia fazer por minuto.

    - É o que parece. - respondeu em tom entediado à pergunta óbvia sobre os armamentos que Seth trazia consigo - Não. Não sei usar. Eu carrego todo esse peso comigo porque ter um fuzil e uma katana está na moda. Todo mundo carrega um fuzil e uma katana por aí. Nunca viu? - respondeu debochadamente - E para que saber usar um fuzil quando você pode apontar para seus inimigos e fazer eles se borrarem de medo? - ajeitava os fones de ouvido sobre a cabeça e desviava o olhar na direção da paisagem monótona pela qual passavam - E você, pirralho? Sabe usar a pistola que trouxe? Espero que não atire no próprio pé. E mantenha bem longe do meu pé! - não se importava muito em debochar do filho do Marechal na frente dele, só tentou evitar agir assim dentro da casa com a esposa toda preocupada em seu encalce.
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    Mensagem por Zer0 Qua Ago 16, 2017 4:33 pm

    Ao ouvir a zoação de Seth, o garoto abre um sorriso amarelo como se tivesse comido algo péssimo mas tentava fingir que estava gostoso. Alguns segundos de silêncio seguiram, todos aguardavam a reação do Marechal até que ele se rompeu em uma risada intensamente debochada:

    -HAHAHAHA! Tomou na cara, hein garotão? Vai falar merda pra um cara que você não conhece? Dica número 1 da vida real: Não mexa com quem tá quieto, bixo.

    Zheng fica incomodado e retruca:

    -Ei! Eu sei usar uma pistola! Você sabe disso, pai! Eu acertava todas as latinhas lá nos fundos.

    O Marechal para de rir e agarra o garoto pelo braço com uma mão enquanto continua dirigindo com a outra. Sua voz agora é séria, nervosa, como um começo de bronca:

    -Escuta aqui, se você acha que sabe atirar por que atinge alvos estáticos que não revidam, você vai ser o primeiro a cair no tiroteio. Quanto os fuzis cantam, ninguém é bom o suficiente. Não eu, não Seth, Nem mesmo Nut é boa o suficiente. A cada combate que você sobreviver você deve agradecer por estar vivo. Se se acostumar com os tiroteios e achar que é bom o suficiente, você vai tombar, está me ouvindo Zheg? Você. Vai. Tombar.

    Nesse momento, o carro sai da estrada e entra em uma trilha circundada de prédios abandonados, feitos ruínas pela Terceira Guerra. A Faixa inteira era assim, ruínas de um passado que parecia desmoronar a olhos vistos.  

    O motorista encostou o carro em um esconderijo atrás de uma parede de tijolos. O trio desceu do carro, caminhou algum tempo por uma rua e subiu os degraus de um prédio semi conservado. De um cômodo no terceiro andar era possível ver um longo trecho pela estrada que ligava Whitechapel à Evergrow. O território dos Caubóis.

    O lugar estava exatamente do jeito que eles haviam deixado a última vez que saíram. A armadilha explosiva embaixo do tapete foi desarmada, as garrafas de bebida ainda estavam no lugar, as janelas estavam trancadas. Depois que toda essa etapa de introdução foi concluída, o grupo relaxou e sentou-se nas cadeiras não muito confortáveis... o tédio não demorava muito para aparecer

    [...]

    Depois de algumas horas no tédio, Marechal serrou algumas madeiras de um banco extra jogado no andar de baixo e fez umas monokatanas de treinamento. Zheng não tinha treinamento nenhum, era ágil e cheio de energia. Mas nem toda a energia do garoto impedia de tomar uma surra do seu experiente pai.  O estalo da madeira batendo contra o joelho do pequeno era engraçado. O garoto tentava disfarçar a dor, mas não conseguia tirar a expressão de raiva na sua cara.


    Ao analisar o estilo de luta de marechal, Seth concluiu que poderia vencê-lo se fosse ousado o suficiente. O velho Nebraska lutava como um robô, tinha uma série de movimentos pré-ordenados por sua memória muscular e os executava com certa maestria, porém bastava um movimento mais ousado e inesperado que ele não saberia como agir.  

    O menino foi ao chão mais uma vez. Seu pai disse, sabiamente:

    -Ao invés de tentar 10 ataques e acertar 3, tente 2 ataques e acertar os 2. Cada ataque errado é uma brecha para seu inimigo... Seth, alguma dica para o garoto?
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    Mensagem por Natalie Ursa Sex Ago 18, 2017 9:30 am

    O silêncio do motorista quase fez Seth achar que desta vez finalmente tinha ofendido ele com as respostas debochadas que deu ao filho, mas sua risada pareceu sumir com a pequena tensão que tinha surgido no ar.  Seth riu junto, se a missão era um tédio, pelo menos poderia contar com o bom humor do Marechal para lhe distrair. O ruivo achava até engraçado como seu tom e discurso com o filho mudara agora que a mulher não estava mais por perto. Era assim que homens casados se portavam? Ficou ainda mais evidente com a bronca. Preferiu não intervir no sermão. Tinha sido a causa dele, mas não era da sua conta, embora concordasse com as afirmações do Marechal. Só ficou se perguntando quem seria Nut....

    Finalmente chegavam em seu destino. Um local que estava em pior estado do que onde Seth viveu sua infância, embora não fosse tão diferente assim. Velho, empoeirado, caindo aos pedaços. Só faltava o bando de maltrapilhos andando de um lado para o outro. Depois da caminhada por entre os escombros da cidade fantasma, finalmente tinham chegado na parte mais emocionante da viagem... Que consistia em passar o resto do dia sentado, olhando para a cara de um bando de gente esquisita.

    Seth detestava aquela cadeira, preferia sentar-se no chão, com as pernas cruzadas e uma posição muito ereta e rígida, uma disciplina corporal que volta e meia surgia em seus trejeitos, contrastando de forma gritante com a personalidade do rapaz. Depois de um tempo já estava com o fone de ouvido na cabeça e assoviando uma música, como se aquilo ainda funcionasse. Já tinha conseguido ele de segunda mão, mas tinha gostado do estilo, combinava com as roupas chamativas que Seth gostava de usar, só que desde que estragou, ele não tivera muito tempo (dinheiro) para fazer algo à respeito... Isso há um ano atrás.

    Enquanto fingia ouvir música, observava o Marechal e Zheng treinarem com as espadas improvisadas. Seth achava graça e chegava a rir quando o garoto levava porrada e se reposicionava todo cheio de raiva. O pai tinha muita técnica com a espada... E só. Provavelmente preferia uma arma de fogo, como praticamente todo o resto do mundo. Era como diziam para Seth: Precisava gostar muito para trocar uma arma de fogo por uma lâmina, ou então ser completamente louco. Os dois casos eram válidos. Seth confia mais na lâmina do que no fuzil, mas sabe que ninguém mais ali dividia essa visão com ele, afinal uma lâmina não servia de nada quando o inimigo estava longe e você exposto.

    O ruivo imaginou que talvez apenas um movimento não convencional seria o suficiente para derrotar o Marechal. A maioria dos que se prendiam demais às técnicas que aprenderam não aguentavam mais do que um golpe que não estavam esperando.

    O Marechal finalmente se dirige ao ruivo com a pergunta sobre dicas para o filho. Seth ergue uma sobrancelha. De novo o homem o incluía em algo como se fossem mais próximos do que contratante e contratado. Bem, se estava esperando uma ajuda do tipo, já deveria saber que seu contratado não pouparia as palavras ácidas:

    Dicas... - ele estreitou os olhos para o garoto, tirando os fones dos ouvidos e cruzando os braços - Minha dica é que ele desista logo. Ao menos que ele pretenda perder uma mão ou um braço pra poder colocar algum Cyberware no lugar, pois movido pela raiva desse jeito é tudo o que ele vai conseguir. É melhor você continuar com a sua pistola que você usa muito bem contra as vis latinhas do seu quintal. Pelo menos com ela você pode descarregar a raiva à vontade nessas coisinhas de metal. - debochou com um sorriso maldoso e provocativo nos lábios - Pra usar uma espada é melhor você esquecer a raiva, porque com ela você fica sacudindo isso como se estivesse tentando afugentar uma mosca no ar, pirralho. - com o tom arrogante da voz e o olhar superior, parecia querer deixar Zheng ainda mais enfurecido.
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    [!Prólogo!] Old Roads, New Problems (Seth) Empty Re: [!Prólogo!] Old Roads, New Problems (Seth)

    Mensagem por Zer0 Dom Ago 20, 2017 11:41 am

    Ao ouvir as palavras maldosas de Seth, Zheng se enfurece, solta a espada de madeira no chão e vai para um canto sem falar nada. O pai da criança dá um olhar repreendedor ao nômade, parecia dizer "Precisava de tudo isso?"  

    Nesse momento algo chama a atenção do rapaz. Contrastando com toda a paisagem estática que havia contemplado na última semana, percebe uma pequena movimentação ao sul da estrada, levantando um pouco de poeira.

    Pega o binóculo largado no balcão e aponta para o objeto. Demora um pouco para conseguir o foco necessário, então de repente a imagem se clareia. Um AV dos Caubóis, azul com uma estrela branca na lateral, devia estar transportando 8 homens ou mais.
    Marechal, ao ver a movimentação de seu companheiro, toca na lateral do olho e parece regular um binóculo implantado. Fica algum tempo mexendo nas configurações e então diz:

    -Ainda bem que você estava atento, eu iria demorar um pouco para enchergar esses malditos chegando. O que será que querem? Não irão invadir Whitechapel com apenas um AV, isso é loucura.

    Zhang se levanta de onde está e fica esticando o pescoço, como se assim pudesse ver melhor.  O Marechal, vai até um rádio e começa a falar os dados observados para a central. Talvez não fosse nada, mas a quebra da monotonia no posto parecia ser algo digno de ser informado.

    Todos permanecem abaixados atrás da cobertura, a posição do observatório o tornava quase impossível de ser visto, mas não havia por que ficar dando chances ao azar. O AV está a aproximadamente 1 km de distância quando diminui a velocidade. Parece estar quase parando. A tensão começa a crescer, um silêncio ensurdecedor enche os ouvidos do trio. A imaginação começa a pregar peças na percepção. Será que aquela janela está se mexendo? Aquelas armas apontaram para nós um instante? Então de repente um míssil é disparado do AV!

    O barulho do explosivo cortando o vento começa a se aproximar rapidamente. O Marechal grita o óbvio:

    -TODOS PARA O CHÃO!

    Seth, com os reflexos apurados consegue rolar para longe da varanda, o pai agarra no filho e pula com ele para longe. Assim que caem no chão, alguns milésimos se passam até que uma explosão atinja o teto. Vários fragmentos são expelidos e uma parte do teto desaba.  O rapaz abre os olhos, ainda atordoado, mas consegue perceber que por um milagre não foi atingido, exceto por alguns fragmentos que não conseguiram penetrar a jaqueta.

    O Marechal não teve a mesma sorte, sua coxa está sangrando muito, porém seu filho permanece a salvo. Ele corre mancando até o rádio e fala gritando com uma voz preocupada:

    -MAYDAY! MAYDAY! POSTO SIERRA 3 SOB ATAQUE, CRIANÇA NO LOCAL, PRECISAMOS REFORÇOS! MAYDAY! MAYDAY!

    Alguns segundos de pura estática fazem a esperança despencar. Zhang parece não acreditar no que está acontecendo, olha para os cantos do recinto com um olhar esbugalhado. A estática do rádio some por alguns instantes e uma voz grave e rouca responde:

    -Na escuta, Sierra 3. Estou me aproximando com um jipe. Central, precisamos de mais reforços!

    O AV parou a uns 600 metros do posto de observação. Vários soldados saltam para o chão e começam a correr para a posição do trio.

    Nebraska olha para Seth e, parecendo aceitar a situação, pergunta:

    -O que você acha? Tentamos correr até o carro ou nos escondemos e fazemos a guerrilha até os reforços chegarem? Eu estou com a perna machucada, posso acabar atrasando a corrida.

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    [!Prólogo!] Old Roads, New Problems (Seth) Empty Re: [!Prólogo!] Old Roads, New Problems (Seth)

    Mensagem por Natalie Ursa Seg Ago 21, 2017 9:23 pm

    Em resposta, Seth fez uma careta contrariada para o Marechal, como se agora fosse um garoto não muito mais velho do que Zheng.

    - Qual é, cara? Eu não entendo de criança, mas desse jeito ele não vai aprender nada!

    Ainda bem que ele não tinha sido contratado para dar aulas de como usar a espada, pois nisso ele era péssimo, ainda mais se Seth estava resolvendo levar em conta o jeito com o qual foi ensinado, quando ainda era bem mais novo do que Zheng.

    Quando virou a cara, ainda com uma atitude meio infantil, sua atenção se voltou à estranha movimentação do lado de fora, muito distante, mas incapaz de passar despercebido.

    Ouvindo o comentário do contratante, Seth responde prontamente, já se preparando para o pior:
    - À passeio é que eles não devem ter vindo. - pousou a mão sobre o cabo da monokatana. Não pretendia desembainha-la, não tinha ainda uma razão para isso, mas o movimento lhe ajudava a se acalmar um pouco quando sentia-se mais agitado - Melhor esperar por qualquer coisa. - respondeu enquanto prestava atenção no que acontecia do lado de fora.

    Enquanto abaixado com os outros dois, o ruivo já imaginava que se a situação piorasse seria muito difícil conseguir ataca-los furtivamente, pelo menos não enquanto todos juntos. Não era um soldado, tampouco era a melhor opção para um embate frontal. Era por isso que esse trabalho não tinha nada a ver com ele. Precisaria de muitas distrações para conseguir boas brechas para atacar e eles só eram três. Pelo menos estavam ocultos ali e dificilmente teriam que enfrentar alguém naquele momento. Levaria um tempo para acharem o trio ali se realmente tivessem a intenção de encontra-los. O pensamento deixava Seth um pouco mais aliviado.... Isso até ele se dar conta de que se estivessem os procurando iriam vir com algum dispositivo com sensores de calor, ou qualquer outra dessas tecnologias malucas que só atrapalhavam seu trabalho.

    Seth ia quebrar o silêncio inquietante do ambiente para sugerir se afastarem mais da janela, quando o míssil é disparado e o Sr. Nebraska grita o comando em desespero. Sem pensar direito, o rapaz só conseguiu rolar para longe, não tendo tempo para tentar ajudar os outros dois. A explosão que veio em seguida foi ensurdecedora. O teto despencou, mas Seth tinha se afastado o suficiente para escapar, quanto aos outros dois não tinha certeza, não conseguia ver nada com toda a poeira e fumaça que a explosão levantou. Ele rapidamente se colocou de pé e foi verificar a situação do Marechal e seu filho.

    Pela quantidade de sangue que escorria da coxa do Sr. Nebraska, o ferimento tinha sido profundo, mas não impediu ele de ir atrás do rádio enquanto Seth confirmava mentalmente, com irritação, que definitivamente fora uma péssima ideia aceitar o trabalho. Não tinha grande experiência em guerrilha. Não tinha experiência nenhuma em guerrilha com pessoas feridas para tomar conta! Tarde demais para arrependimentos. Nada ia ser resolvido se ele ficasse só se repreendendo mentalmente por ter sido tolo o suficiente para aceitar estar ali.

    Enquanto esperavam resposta no rádio, Seth percebeu o pavor no olhar de Zheng e pousa a mão no cabelo empoeirado dele:

    - Fica calmo aí que tá todo mundo vivo ainda.

    A resposta veio no rádio, mas não foi o suficiente para deixar o ruivo mais confiante sobre a situação. O fraco ruído dos homens se aproximando ficava mais audível à cada instante e logo ficariam cercados naquele prédio destroçado. Enquanto estava tentando decidir o próximo passo, o Marechal também demonstrava querer saber a opinião dele sobre o que deveriam fazer. Seth coçou a cabeça também empoeirada, pensativo. Sozinho ele sairia dali o mais rápido que pudesse, mas provavelmente não iria retornar ao carro. Se estavam dispostos a bombardear prédios velhos para derrubar inimigos que, sabe-se lá como, sabiam onde estavam, poderiam facilmente explodir o carro se tivessem a chance. Talvez fosse até fácil fugir e desaparecer enquanto sozinho... Só que Seth não estava pensando em fugir sozinho. Era exatamente por isso que não gostava de trabalhar em equipe. O rapaz se distraía demais se preocupando com a integridade física dos outros. Era muito mais simples cuidar se si próprio, pois já tinha plena consciência de suas capacidades e limites, mas não tinha como saber as daqueles que o acompanhavam.

    - Olha, cara. Acho que tem que considerar como eles ficaram sabendo que tinha gente aqui. - se aproximou, meio agachado, do Marechal e arrastou o filho dele junto, o segurando pelo braço - Talvez também saibam onde o teu carro tá. Só que eu não gosto da ideia de ficar aqui e trocar tiro também. Você não sabe quanto tempo o reforço vai levar pra vir. Vamos tentar sair do prédio e nos esconder em outro lugar. - o ruivo finalmente puxou o fuzil das costas, pois aparentemente a situação exigiria que ele bancasse o atirador. - Ei, você. Zheng! - puxou-o de forma um pouco mais brusca em direção ao Sr. Nebraska - Ajuda teu pai a andar mais rápido, eu dou cobertura pra vocês! - correu até a porta para verificar se ainda era possível atravessar o corredor depois da explosão e se já havia alguém por perto, procurando prestar atenção nos ruídos que ecoavam nas paredes da construção abandonada - Tem outra saída desse prédio? - inquiriu ao Marechal, diminuindo o tom da voz, mas mantendo os olhos atentos no caminho à frente.
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