O Destino de Whitechapel

@Gakky @isaac-sky @Natalie Ursa


A lambreta de Jin consegue acelerar e alcançar o soldado. Lado a lado, os dois trocam um olhar rápido, se avaliando. O caubói aponta sua pistola para a garota aproximadamente a 1 metro dela, porém a nômade é mais ágil no controle da moto e se aproxima até quase encostar as duas motos, saindo do ângulo da arma e então desferindo um poderoso soco no nariz do adversário, quebrando-o.

Tonto, o militar perde o controle da moto e é arremessado ao chão. A moto desliza pelo asfalto, dando alguns giros enquanto o soldado quica no chão duro várias vezes, cada pancada faz um som de fratura pior do que o anterior, os membros são entortados de um lado ao outro como uma boneca de pano até que o corpo atinge a inércia a alguns metros de Carmem.
A submetralhadora da policial está carregada, o cano quente aponta diretamente para a cara do inimigo que parecia morto, havia sangue por toda a parte e seu braço estava em um ângulo estranho, nada natural. Então ele tosse, balança a cabeça abre os olhos, fitando Carmem. Sua cara estava suja de sangue e poeira, faltavam alguns dentes, ele cospe um bolo de sangue no chão ao lado e pergunta em uma voz baixa e de aceitação:

-Você tem coragem de puxar o gatilho, oficial?

De repente David desce do jipe e grita:

-NÃO! Ele está desarmado! Não atire, vamos levá-lo prisioneiro!

Goner fica indignado e grita uma resposta:

-Você está louco, seu engomadinho de mer**? Nós não levamos prisioneiros. Não temos comida e suprimentos médicos nem para os nossos, vamos gastar com um caubói? Ele não nos pouparia.

Seth:

A moto de Jin e o carro de Nebraska estacionam perto do jipe. Carmem continuava apontando sua arma para a cabeça do condenado. Goner e David gritavam MORTE! e VIDA!

-Oh não, ele ainda está vivo. - Diz Nebraska em uma voz baixa e sombria.

Ao fundo, o AV que transportara os soldados fugia de volta para Evergrow. O ponto de vigilância dos nômades estava destruído, graças a armadilha de Zheng, mas o custo disso em soldados havia sido muito alto. Alguém do Alto Escalão dos caubóis devia estar furioso agora.

Carmen observa o desenrolar da situação e vê aquele homem quase moribundo perto dos seus pés. A mão que se segurava a submetralhadora tremia de vontade de matá-lo ali e agora. Mas seu senso policial lhe dizia ao contrário. Aquela provocação do inimigo fez Carmen sorrir, um sorriso malicioso. Ela se aproximou do sujeito e com o sorriso ainda no rosto, retirou os óculos espelhados o encarando e a apontando sua arma para ele. Atrás dela um gritava para não atirar e outro para atirar.

A policial pisa em cima de um dos braços daquele homem sem dó e com força, como se esmagasse um inseto, em seguida diz:

- Não vamos precisar de muito tempo, só me deixem arrancar algumas informações desse aqui antes de mandá-lo para o inferno.

Carmem olha para o cara e pergunta:

- Então Caubói, você pode ir para o inferno sem sofrer mais ou pode ir bem devagar, talvez eu queria arrancar os seus dentes que restaram um por um. Então quanto mais ficarmos aqui, mais eu terei ideias.

A policial pisa agora no meio do peito do sujeito e pergunta:

- É hora de responder as perguntas, para quem você trabalha? Em que tipo de missão está envolvido? Tem ligação com tráfico de drogas?

O ruivo quase se joga para dentro do carro no banco do passageiro.

- Sem potencial eu já estava morto. - retrucou, sem tirar o sorriso convencido do rosto.

Quando o filho do Marechal começou a narrar energeticamente todo o ocorrido nos últimos minutos, Seth alargou ainda mais o sorriso e começou a agir com o garoto como se jamais houvesse se portado como um babaca para ele mais cedo, piscando o olho em que não tinha implante nenhum e assumindo uma pose para fazer jus às palavras de Zheng.

- É. Eu sei. - respondeu ajeitando o topete com estilo e colocando os óculos de sol no rosto, que antes estava pendurado na gola da camiseta branca.

Quando presenciam o golpe da garota asiática montada na moto, Seth levanta uma das sobrancelhas, surpreendido, antes do comentário do Sr. Nebraska.

- Depois que eu matei um fica mais fácil! - respondeu para ele recuperando rapidamente a expressão anterior e saltando do carro logo que ele estaciona.

A já rotineira expressão implicante de Seth novamente muda para certo espanto ao presenciarem a garota de pele um pouco mais escura ameaçando o sujeito que, mesmo todo detonado ainda estava vivo e, dando uma cutucada com o cotovelo em Zheng, pergunta:

- E aquelas garotas de moto ali, que tal? Tem coragem de encarar? - cochichou, colocando as mãos dentro dos bolsos do casaco azul e amarelo.

O ruivo já tinha outra vez um tom meio que de deboche na voz.

A violência nas ruas é dessa forma: brutal e rápida. Em poucos instantes os inimigos já estavam ou com os miolos espalhados na rua ou sobre a mira de uma arma.

Jin desce da moto, estrala o braço, pega a pistola e a recarrega enquanto anda até ficar do lado de Carmem. Ela guarda a arma no coldre.

A vida do capanga estava nas mãos de Carmem, Jin não tiraria essa autoridade dela.

Se agachou perto do homem caído e ferido.

-É melhor responder ela, yankee. Não estamos de bom humor e fomos recebidos de forma muito rude - ela diz, incentivando a técnica de Carmem de conseguir informações com um moribundo.

Jin olha de soslaio para o carro próximo, pelo visto deveriam ter algo a ver com aquele tiro que matou um deles.
Aquilo demonstrava como os cowboys tinham equipamento muito superior, teríamos de derrotar esses caras com a cabeça não com fogo puro.