Sala do Nost

A raiva ainda borbulhava em minha garganta, mas o que diabos era aquela velha idiota? Arrancando meus piercings e me fazendo rezar pra algum deus qualquer? Tá me zoando né? Deus? Hilário, mas ao mesmo tempo ela parecia preocupada comigo, o que está acontecendo aqui afinal? Me mantenho quieta no momento, trato de apenas concordar ou discordar com a cabeça, confusão, raiva e mais confusão se misturavam na minha cabeça nesse momento.

Ao ouvir que iriamos comer busco um lugar para me sentar e tento quietamente me servir, mas só começo a comer após ver que as outras pessoas faziam o mesmo, não levanto os olhos ao encontrou de ninguém, a melhor forma de ler alguém era através dos olhos, e eu não quero expressar meus sentimentos agora.

Assim que o discurso da senhoria acabou, ainda que a minha parte mais racional dissesse que ela é completamente louca e senil, meus instintos me diziam que o que ela falava era verdade, que eu podia acreditar naquilo, que eu já ouviu algo parecido com aquilo antes. Não que eu tenha gostado de como ela me tratou no começo, levo minha mão ao septo onde meu piercing estava antes, mas logo abaixo ela, parece que o que ela fala faz sentido, de alguma forma muito bizarra, agora só tem algo que eu quero entender -Ok… Digamos que isso tudo seja verdade, o que é esse lugar? Por que está ajudando? De graça assim, tipo uma ONG? Falo ainda desconfia, na verdade, eu nem sei direito o que é uma ONG, só saiu, parece fazer sentido na frase, eu acho.