[!ON!] Vilarejo

Sendo alvo de pena de um cachorro que também estava preso, hoje não era verdadeiramente um dia de sorte para Kabun, mas sua audácia ainda era grande, afinal chamar algo de sem cérebro sendo um goblin, era bastante audácia. Pensara ouvir alguns barulhos de metal, mas se era alguém passando, não deu tanta importância a confusão.

Só depois de algum tempo clamando por ajuda é que o goblin teve algum resultado, já não era sem tempo também. De uma das cabanas da vila saia um senhor mal encarado, com uma enxada em mãos. -Mas que droga de cachorro, não cala a. E então ele nota o goblin. -Mas que... Outra dessas pragas.

E então o velho se aproximava do pequenino piromaníaco, talvez para ajudar, ou assim pensava até o senhor chegar perto o suficiente e levantar a enxada em sua mão, mirando um golpe na cabeça do goblin. Acho que nesse momento ele finalmente entendeu que os humanos não tinham muito gosto pelos goblins...

Opa, tenta evitar inserir detalhes no cenário que definam o andar da narrativa, coisas como o olhar de pena do cachorro é valido, e divertido, mas definir que as pessoas que se aproximavam faziam barulho de metal já afeta o andar da narrativa, então evita, tudo bem?

E, se quiser que Kabun consiga se soltar da cerca antes de ser atacado, rola um teste de Habilidade, se ficar com dúvida sobre os teste só perguntar o/

Por sorte Kabun escapa da cerca antes de ter sua cabeça esmagada pela enxada. E ele estava extremamente irritado com o velho, como se você encontrar uma criatura, de uma espécie que causou diversos estragos no seu vilarejo, tentando passar pela sua cerca, e então tentasse matá-la, fosse um completo absurdo. O que claro, com certeza era.

E pior ainda, o senhor era ainda mais mal educado, ao sair chamando por ajuda para matar o goblin, ignorando tudo que o piromaníaco falou. Ao menos o cachorro baixara a cabeça depois das represálias de Kabun, quase como se entendesse que estava sendo chato, ou ele só tinha desistido de dar atenção ao goblin… É, a segunda opção é mais provável.

Kabun estava irado, afinal aquele velho não tinha nem dado bola para seu insulto e foi logo correr atrás de sei lá o quê. Humanos são inteligentes e tudo o mais, diferente da escória verde e estranha que era aquele goblin ali. Nem o cachorro se importava mais com a presença de Kabun, acho que ele conseguiu ser tão insignificante quanto um inseto.

Mas acontece que Kabun já lidava com aquele tipo de reação, até porque é algo que está no seu sangue. Então ele levantou e pensou em ir investigar o que pediram... - O que eu tinha que investigar mesmo? - Ele coçou a barriga, coçou a bunda e depois coçou a cabeça. Esses goblins disfarçados de carrapatos...

Na verdade, o goblin nem mesmo sabia mais o por que estava ali, após coçar muito sua cabeça e bunda, em uma alternância bizarra, ele finalmente lembrou. Era para investigar as movimentações estranhas nas estradas que davam para o vilarejo, e no próprio vilarejo, e ele já sabia que essas movimentações estranhas vinham dos aventureiros que estavam instalados ali.

Agora se ele pretendia descobrir o por que os aventureiros estavam se reunindo ali, teria que ser rápido. De longe o barulho de pessoas se aproximando ficava cada vez mais claro, até o cachorro parecia se agitar novamente...

Isso, eu preciso investigar algo... Kabun começa a se movimentar para encontrar algo que ajudasse na investigação dele, mas ele sentia um pouco de medo da fúria humana depois do ataque quase sucedido daquele velho e por isso resolveu não dar a louca, por enquanto.
E assim o horrendo goblin prosseguiu, enquanto em seu estomago acontecia um conflito entre curiosidade, medo e idiotice. Afinal, ele estava se aproximando demais daquele grupo de aventureiros. E quando ele já conseguia enxergar quase tudo com clareza, pelo menos com o máximo que ele conseguia com aqueles olhos estranhos e pequenos, o goblin parou para observar o que acontecia.

E com olhos tão pequeninos e inúteis, ele acabou conseguindo entender do que se tratava, mas nem tanto assim, já que era bem estúpido e esquecido.

Sua visão era bem curiosa, ele encarou aquela aglomeração de humanos com certa animosidade. Um cenário maravilhoso para conseguir alguns itens...

Mas sua missão é algo importante também, ele precisava chegar mais perto e mais perto.

Kabun, incrivelmente, conseguiu discernir que pela organização das carroças e dos aventureiros, eles estavam apenas passando pelo vilarejo, logo iriam partir, mas pra onde? Isso estava além das habilidades do piromaníaco.

Enquanto se aproximava, simplesmente andando, ouve um tilintar vindo das suas costas, seguido por um grito -EI! Achei um. É só um mesmo… Que saco! Quem falava era um homem garoto qualquer, e além das duas adagas nas suas mãos, ele não parecia ser muito ameaçador, logo atrás dele estava o velho que atacou antes o goblin.

O goblin encarou aquela pequena criatura a sua frente e levantou o olhar até o velho.
- Essa imundice se multiplica, né?

O ser asqueroso e pistoleiro não pensava muito bem em sua própria espécie quando resolvia insultar alguém, ele mal teve o cuidado de falar em tom baixo. O saco de pele humana também estava atrás de Kabun e o goblin começou a ficar nervoso.

- Carne de goblin causa uma dor mortal e sem cura e pare de me seguir. - Kabun tentou prosseguir com sua investigação, mas tinha um pouco de medo daqueles humanos estranhos.

O garoto parece não entender o que Kabun falou, e fica sem saber o que falar, ao menos até ele balançar a cabeça, como se afastasse qualquer tentativa de entender um goblin. -Fodasse, esse bicho nem raciocina. Murmurava o garoto enquanto segurava firme as duas adagas em suas mãos e avançava para o desprotegido goblin.

-SÓ MORRE LOGO PRA EU VIRAR UM AVENTUREIRO!!! Gritava o garoto enquanto apunhalava uma das adagas no goblin. O golpe atingiu o ombro de Kabun, e ainda que não fosse fundo, já fazia o sangue gosmento do goblin escorre para fora, junto de uma dor latejante no ombro atingido.

-AAAAAI SEU FIO DE UM TROÇO - Kabun vocifera em direção ao pequeno humano, que por sua vez parecia ser um dos excêntricos que atacam por nada.

- Tu num acha isso dói? Samerda dói pra caramba.... - Kabun coloca a mão no seu ombro machucado e depois encara o pequeno humano com fúria em seus olhos, ele pega em uma das suas pistolas e aponta na direção do menino. - EU VOU VIRAR AVENTUREIRO QUANDO TU SAIR CORRENDO DE MEDO!

Kabun se exaltava com a audácia da criança de atacá-lo, como tal verme ousa tocar no goblin, um erro totalmente inaceitável. Como castigo, Kabun puxava a sua arma com o objetivo de desferir um tiro e eliminar aquela criatura insolente. Mas o goblin pega a arma com o seu ombro machucado, e a dor resultante do machucado acaba atrapalhando o tiro do goblin, que acerta o chão bem em frente ao garoto, obviamente apenas um pequeno erro, completamente comum.

Por sorte o tiro parece assustar o garoto, que hesita por um momento. Aparentemente goblins usando armas não era especialmente comum, mas era potencialmente perigoso, e o garoto não era tão burro para não pensar nisso, e exatamente por isso que após o seu momento de hesitação ele saiu correndo.

Mas além do garoto Kabun tinha outro problema. O tiro fez muito barulho, e parecia ter chamado a atenção de alguns aventureiros que olhavam para onde Kabun estava, eles não estavam avançando em direção ao goblin, mas o olhavam com uma cara de curiosidade, esperando para ver a sua própria ação.

Kabun tremia de nervoso, afinal, ele deveria ter acertado no muleque. Como assim falhou nisso?

Tá okay, ele não tem uma moral de cavalheiro e por isso essa preocupação não perdurou em sua cabeça por muito tempo, mas ainda assim havia um problema. Um grupo de pessoas estavam encarando o goblin e ele não achava essa coisa de ser o foco da atenção.

O goblin levanta os braços e gesticula de forma irada. - Qual foi agora? Nunca viram ninguém errar um tiro não? Só queria me vingar desse muleque que dá facada pelas costas? - Assim que movimenta o ombro machucado, ele solta uma série de insultos por causa da dor causada pelo movimento.