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    O Diário de Ayana Ngozi Adichie

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    O Diário de Ayana Ngozi Adichie Empty O Diário de Ayana Ngozi Adichie

    Mensagem por Rosenrot Ter maio 08, 2018 12:03 am



    A historinha da Ayana, a menina anjo.


    O Diário de Ayana Ngozi Adichie 391f7110

    Quando Ayana ainda era um bebê, seus pais Abbe e Nadia se mudaram de Nova Orleans para Derry, no Maine. Aconteceu depois da morte de seu tio-avô, possivelmente o primeiro nigeriano a chegar em Derry, que deixou de herança para a família um pequeno boteco na entrada da cidade, chamado Black Spot.

    Era Abbe quem tomava conta do bar, mas foi Nadia quem evitou várias vezes que o negócio fosse à falência. Além de deixar preparada a comida que serviriam no bar, ela limpava casas cinco vezes maiores que a sua e ainda cuidava de Ayana e de seus dois irmãos mais novos, Lekan e Chike.

    A família vivia no limite da pobreza. Não chegava a faltar comida em casa, mas nunca sobrava dinheiro. O pouco que não era gasto com a sobrevivência era doado para a Igreja Batista de Derry, da qual Nadia era uma assídua frequentadora.

    Ayana também era muito religiosa. Todos os dias ela conversava com Deus, um velho de barba e cabelos brancos e de pele preta. Assim como sua mãe, ele sempre dizia que ela era uma criança iluminada. Um anjinho capaz de trazer a paz aos pobres pecadores. Convencida por seu amigo imaginário, o sonho da menina era se tornar pastora evangélica, ou até quem sabe a primeira profetisa mulher da história do evangelho.

    Por ser a irmã mais velha, Ayana ajudava a cuidar dos irmãos e às vezes ia trabalhar no bar. Ela nunca ficava lá até tarde, quando chegavam os trabalhadores da ferrovia, os mineiros, os lenhadores e as mulheres da vida. Muitas vezes quando Abbe voltava para casa, já de madrugada, estava tão bêbado que caía no sofá da sala e lá passava o resto da noite.

    Abbe tinha problemas com álcool, mas agressividade não era um deles. Muito pelo contrário. Naturalmente sensível, ele se tornava ainda mais afetuoso depois de beber. Vez ou outra, Ayana ficava acordada esperando o pai voltar. Sua mãe ficava brava com os dois, mas não conseguia resistir ao vê-los se divertindo juntos.

    Gratidão era o primeiro sentimento que a garota sentia sempre que pensava na família. Aos poucos, porém, essa percepção deixaria de existir. Tudo começou quando Nadia adoeceu. Ela tinha câncer no intestino e passaria seus últimos meses internada em uma cama de hospital ao lado da filha mais velha.

    O pai de Ayana não podia deixar o bar fechado e seus irmãos eram muito novos para ver a mãe desfalecer bem devagar. Ela também era muito nova para passar por isso. Tinha apenas nove anos, mas era a única da família que poderia estar no hospital todos os dias. Rezando, rezando e rezando, cada vez mais, à medida que a mãe passava mais tempo desacordada. Mesmo para uma criança, era evidente perceber que as preces não estavam servindo para nada.

    A morte lenta a deixava assustada e ao mesmo tempo enfurecida. O câncer não estava apenas matando sua mãe. Também a estava degradando, humilhando e diminuindo. Ayana brigou com Deus, seu amigo imaginário. Aliás, passou a odiá-lo. E em seguida desejou apenas que a mãe partisse logo. Foi o que aconteceu uma semana depois.

    Abbe foi quem mais sentiu a perda. Sentia-se incapaz de viver sem a esposa e alguns dias depois de enterrá-la, trancou-se no bar e bebeu até anoitecer. Era janeiro e a temperatura registrava o valor mais baixo daquele inverno. Ele voltava bêbado a pé para casa; não tinha mais dinheiro para abastecer o carro. As ruas estavam desertas na madrugada por isso ninguém viu quando Abbe caiu de costas na neve, olhando para o céu, procurando pela esposa. Na manhã seguinte, alguns disseram que o casal havia se reunido mais uma vez, quando encontraram o corpo dele congelado e sem vida.

    Ayana e os irmãos foram enviados ao Orfanato Presbiteriano de Derry. Logo ela ficou sabendo que a maioria das famílias só adotava crianças com menos de oito anos. Ela estava prestes a completar dez, enquanto os irmãos estavam com sete e cinco anos. A regra se provou verdadeira. Não demorou para que os dois fossem adotados por uma mesma família sem condições de cuidar de mais uma criança já “crescidinha”. Eles foram morar em uma cidade perto de Derry.

    Pronto. Levaram tudo que ela tinha de mais precioso. Um castigo divino por ela ter desejado a morte da mãe. A condenação seria passar o resto da vida sozinha, então só lhe restava uma opção: fazer as pazes com Deus. O amigo imaginário voltou a aparecer depois de um pastor, que não sabia os pecados dela, lhe assegurar de que ela estava perdoada.

    Deus dizia que ela seria adotada, mas assim como a assistente social, recomendava que ela tivesse paciência porque era trabalhoso encontrar a família ideal. A menina aceitava esse argumento porque não queria pais doentes ou alcoólatras. Ela só não esperava que a família selecionada seria bastante peculiar.

    A assistente social havia adiantado que eram dois homens, mesmo assim, quando os viu pela primeira vez, Ayana perguntou se não havia uma mulher. Por alguns segundos, pareceu que eles ficaram desapontados. Disseram que não havia e que por isso estavam tão desesperados para encontrar uma princesa. Ficaram olhando para ela, que não resistiu e começou a chorar. Tinha certeza de que amaria e seria amada.

    Richard parecia tão velho quanto seu pai e Alex devia ter pouco mais de 30 anos. Um era médico o outro jornalista. Moravam numa casa enorme no centro de Derry, onde Ayana passou alguns finais de semana, que pareciam durar poucas horas. Voltava para o orfanato com uma sensação de vazio, mais forte até do que quando perdera os pais. Era doloroso, como seria para uma passarinho que sai na natureza e volta para a gaiola.

    O dia mais feliz de sua vida começou no café da manhã com um cupcake de chocolate só para ela. Preparado especialmente para sua despedida. E embora ela não tenha entendido a princípio, bastou a assistente social lhe mostrar o papel com a confirmação do processo de adoção para Ayana começar a tremer e soluçar. Só conteve as lágrimas quando lhe disseram que ela estava ficando com cara de sapo na lagoa.

    Pela primeira vez, ela teve um quarto só para ela e cheio de brinquedos. Tanta riqueza ainda era novidade, mas ela estava gostando de passar por essa fase de adaptação. Quer dizer, nem sempre. Acreditava que seria difícil suportar os olhares de reprovação toda vez que saía de mãos dadas com seus dois papais, o primeiro casal homossexual a adotar uma criança no Maine. Mas não era a primeira, nem seria a última vez que encararia a intolerância dos moralistas. Estava convencida de que era uma garota muito forte. E repetia isso muitas vezes, preparando-se para conhecer outras crianças com o início das aulas na nova escola.
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    O Diário de Ayana Ngozi Adichie Empty Re: O Diário de Ayana Ngozi Adichie

    Mensagem por Rosenrot Qua maio 16, 2018 5:48 pm



    Essa sou eu!






    Meu nome é: Ayana Ngozi Adichie
    Eu sou uma menina de 10 anos idade.
    Meu aniversário é: 15/04

    Habilidades:


    Agilidade: 2
    Briga: 3
    Raciocínio: 3
    Carisma: 3
    Empatia: 4

    Traços:

    Bom:
    Eu posso correr rápido quando estou assustada.

    Ruim:
    É difícil para mim me importar com alguém quando me tratam mal.

    Virtudes:

    : 3
    Inteligência: 7

    Assustado ØØØØØ | ØØOOO Calmo

    Humor: 10

    Ruim ØØØØØ | ØØØØØ Bom

    Qualidades:

    1.: Eu sou madura demais para minha idade +2
    2.: Consigo me comunicar bem +3
    3.: Posso me virar sem nenhum adulto +3
    4.: Sou corajosa +1
    5.: Minha família é rica +1
    6.: Não consigo mentir para meus pais -1
    7.: Eu vejo coisas assustadoras -1

    Saúde: 8

    Bem
    Ferido
    Mal
    Frio

    Minhas coisas:

    Colar relicário com foto da família: 1
    (Chamo Deus para me ajudar)

    Varinha do Harry Potter: 1
    (Deixa monstros atordoados)

    Ioiô com luzinha: 1
    (Acerto na cara de quem me trata mal / Briga +1)

    Questionário:

    Pessoas e coisas próximas a mim:

    Meu melhor amigo é: papai Alex.
    Único adulto em que posso confiar é: papai Richard.
    Uma vez perdi: meu diário secreto. Isso era especial para mim porque: tem um monte de segredos que ninguém pode saber.
    Coisas assustadoras: ficar sozinha, pessoas muito doentes, noites muito frias.
    O único lugar onde os monstros não podem me pegar é: embaixo do meu cobertor.
    A coisa que sempre me põe em problemas é: brigar com gente preconceituosa.
    Quando os monstros estão por perto ou eu me assusto eu: me coloco na frente para defender meus amigos
    Minha família é: muito atenciosa e carinhosa comigo. Sinto muita falta dos meus irmãos mas sempre converso com eles.
    Meu segredo é: sou uma criança iluminada porque Deus conversa comigo.


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