Therak estava pronto para adentrar a propriedade, mas Dasdingou e Sanes ainda queriam falar com Zerelda.
Dasdingou escreveu:-Senhora Zeralda, fico feliz que tenhamos a ajudado de alguma forma e agradecemos esse favor que nos deu. Espero encontra-la novamente em uma circunstância melhor, além disso, você poderia me explicar se a moeda que me deu tem algo especial? se Sim o que?
Zerelda deu atenção ao pequeno pixie, explicando calmamente:
- Ela é um amuleto da boa sorte dos vistani. Uma vez a cada 7 dias, voce pode segurá-la para invocar sua sorte.OFF: Em termos de regras, 1 vez por semana, Dasdingou pode usar o amuleto para conseguir sucesso automático numa jogada de ataque, teste de resistência ou de perícia. Ele só funcionará com Dasdingou. Sanes escreveu:- Também não posso chama você de amiga, porquê fosse nossa amiga teria nos avisado sobre a taverna, mas agradeço a ajuda. Na próxima vez pleno menos nos avise do perigo a frente.
A vistana dispensou a reclamação de Sanes com um gesto displicente enquanto dava puxões nas rédeas para colocar seu cavalo em movimento, afastando-se do grupo enquanto seguia seu caminho de volta às Brumas.
Oliver Allard caminhou ao lado de Therak, com Onke logo atrás deles, deixando Sanes, Dasdingou e Jack seguindo na retaguarda.
O portão da propriedade, já um tanto carcomido pela ferrugem, não estava trancado, de modo que a entrada deles não apresentou nenhuma dificuldade.
Os jardins do lugar já deveriam ter sido belos algum dia e ainda guardavam um pouco da elegância do projeto original, mas agora o mato estava alto e muitos dos caminhos de pedra estavam rachados e apresentavam buracos em vários pontos.
Oliver bateu na porta com uma aldrava que deveria ter sido dourada em seus tempos de glória, mas estava bastante enegrecida. Houve uma espera de mais de um minuto, e o anacoreta estava prestes a bater novamente quando sons metálicos pesados do interior indicaram que a porta estava sendo aberta.
- Spoiler:
A porta foi aberta por um homem com roupas imponentes e rebuscadas, mas um tanto mal cuidadas. As feições dele denotavam cansaço e melancolia, mas sua postura ainda era ereta e formal. A voz dele era grave e rouca ao falar, pronunciando as palavras num idioma que parecia muito o mordentiano, mas um pouco mais complexo.
- Bom dia, posso ajudá-los?Oliver tomava a liderança do grupo com naturalidade e novamente tomou a frente ao explicar:
- Saudações, meu caro! Nós fomos enviados pelas senhoritas Weathermay-Foxgrove, do Herbanário Van Richten. Elas receberam uma carta do Conte Tomas d'Aloure, solicitando ajuda, e aqui estamos.A surpresa no rosto do homem surgiu imediatamente, e ele escancarou a porta, dando passagem ao grupo enquanto diia:
- Graças a Ezra! Estávamos à espera de vocês há muito tempo! Entrem, por favor! Vou levá-los a Monsieur le Conte!O homem introduziu os homens, o macaco, e o pixie num vestíbulo mergulhado na penumbra, iluminado apenas parcialmente pela luz externa.
- Sou Fabien Favreau, mordomo de Monsieur le Conte. Eu pediria que aguardassem até que eu avisasse le Conte, mas ele está tão ansioso pela chegada de vocês que acho melhor levá-los diretamente a ele. Acompanhem-me, ele está sempre na biblioteca nesse horário.O mordomo Favreau conduziu os aventureiros pela mansão ainda mergulhada na penumbra. Era visível que a habitação tinha sido uma residência de muito luxo, mas que agora se encontrava em seus piores dias. Em vários cômodos, havia grandes quadros com pinturas de boa qualidade, e as mais recentes mostravam um nobre e sua esposa em diversas poses.
- Spoiler:
Ao finalmente chegarem à biblioteca, os aventureiros encontraram um recinto longo e com um pé direito bastante elevado, e prateleiras de madeira escura lotadas de livros erguiam-se praticamente até o teto.
Sentado no extremo oposto do aposento, numa poltrona voltada para a janela, encontrava-se um homem que gaurdava semelhança notável com o nobre retratado nas pinturas recentes.
- Spoiler:
Na entrada da biblioteca, Fabien perguntou quem deveria anunciar, e Oliver lhe disse seus nomes. O mordomo postou-se de lado e anunciou ao seu amo:
- Excusez-moi, Monsieur le Conte! Em resposta a sua carta ao Herbanário Van Richten, chegaram enviados das mademoiselles Weathermay-Foxgrove: Oliver Allard, anacoreta de Ezra, Therak e seu companheiro animal Onke, Pixie, o dasdingou invisível, o padre Sanes Yang e o andarilho Jacques.O Conte Tomas d'Aloure levantou-se com pressa e caminhou na direção dos aventureiros, estendendo a mão para cumprimentá-los.
Embora ele não pareça bem, o conde continuava bonito e arrojado. Ele estava no final dos trinta, mas o cabelo dele permanecia preto escuro sem um traço de cinza, perfeitamente aparado em quase estilo militar. Ele estava em excelente forma, forte e atlético, mas seu atual nervosismo e ansiedade o fazia parecer menos saudável do que realmente era, quase frágil; parecia às vezes como se um vento forte pudesse quebrá-lo em dois.
Ele era um pouco pequeno em estatura, tendo pouco mais de 1,60m, mas seu carisma o fazia parecer mais alto. As linhas que emolduravam seus olhos revelavam a facilidade com que ele sorria, mas aquele sorriso agora era visto apenas fugazmente.
Ele usava roupas da moda atual, calças de lã escura, camisas de seda e casacos de cauda da nobreza de Dementlieu, mas evitava as cartolas populares, que ele parecia acreditar parecerem ridículas. Ele usava um anel de sinete transmitido por sua família desde pai para filho por gerações, com uma letra A estilizada, o selo dos d’Aloures.
- Hélas! Sejam bem-vindos! Finalmente chegaram! Espero realmente que possam me ajudar!Oliver respondeu cortesmente:
- Nós também esperamos, senhor conde! Pode nos contar mais sobre o problema exato?D'Aloure suspirou e preparou-se para começar a falar:
- Eu nasci em 712 entre a aristocracia de Dementlieu. Um século atrás, os d’Aloures estavam entre os mais poderosos e influentes dos nobres de Dementlieu, mas nos últimos anos o surgimento da classe média de Dementlieu e a crescente política de poder no cargo de Lorde Governador combinaram-se para empurrar a maioria das famílias nobres de Dementlieu em segundo plano, os d’Aloures entre eles. Mas, embora o título de Comte agora tenha pouco poder oficial para acompanhá-lo, os d’Aloures continuavam sendo muito respeitados e muito ricos. Mas atualmente sou o único herdeiro do sobrenome. Eu trabalhei para elevar a reputação dos d’Aloure. Sempre procurei ser carismático, gentil e generoso, e, por isso, tornei-me bastante popular entre as classes superiores e inferiores. A crescente popularidade dos D’Aloure atraiu a atenção de muita gente importante, até mesmo de Dominic d'Honaire, um dos principais membros do Conselho Radiante. Acho que eles sentiam que alguém da minha popularidade e influência me tornaria um membro útil para os jogos da corte. Eu e minha esposa Sarah fomos convidados, junto com muitos outros da elite de Dementlieu, para um banquete no Palácio do Lorde-Governador Marcel Guignol em Port-a-Lucine. A lembrança parecia pesar na lembrança no conde, mas ele se forçou a continuar:
- Durante o banquete, enquanto os nobres conversavam entre si e comigo, o Lorde-Governador Guignol bastante de repente declarou que o banquete havia chegado ao fim. Isso foi três anos atrás. Desde o banquete, a minha vida mudou para pior. Apenas algumas semanas depois disso, minha querida esposa Sarah morreu de uma doença desconhecida. Meus amigos começaram a me evitar, e eu me vi de repente na lista negra da maioria dos eventos sociais. A maior parte dos meus servos me abandonou. Eventualmente, o que começou como o ostracismo transformou-se em antagonismo absoluto. A tristeza na voz dele era indisfarçável.
- Hoje em dia, eu não ouso nem sequer deixar minha propriedade por qualquer período de tempo, já que fui até fisicamente atacado por plebeus nas últimas vezes em que saí. Estou absolutamente perplexo sobre porque aqueles que me amavam e me chamavam de amigo agora completamente fecham as portas para mim, e eu não tenho ideia de por que os plebeus agora parecem odiar-me tanto.A apreensão do conde trasnparecia em cada gesto e palavra dele, demonstrando como ele estava nervoso e agitado.
- Senhores, eu estou convencido de que existe alguma maneira de conspiração contra mim, e quero muito descobrir a verdade. Há muito poucas pessoas com poder suficiente para orquestrar tantos estragos contra mim. Embora eu possa lhes contar muito sobre as intrigas da nobreza dementliana, e eu seja capaz de superar quase todos eles num duelo pessoal, eu não faço ideia de como desvendar tudo isso. Por isso, eu procurei investigadores profissionais, e Allanyk Ray recomendou escrever para o Dr. Van Richten para pedir ajuda.Oliver assentiu, compreensivo:
- Eu conheço a fama do detetive Allanyk Ray. Se ele achou que era preciso pedir ajuda aos aliados do Dr. Van Richten, deve haver algo sobrenatural envolvido. O que acham, companheiros? Como deveríamos começar a investigar?