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    A Aventura Começa - "O Coração da Floresta"

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    A Aventura Começa - "O Coração da Floresta" - Página 3 Empty Re: A Aventura Começa - "O Coração da Floresta"

    Mensagem por Mandhros Qui Jun 22, 2023 10:54 am

    Eu mal tinha repreendido o pequeno gnomo de pele escura, e sequer tive o tempo de um suspiro após interpelar a goliath quanto a participar de nossa jornada, e um silvo, agudo encheu meus ouvidos. Um zunido de metal, madeira e penas cortando o ar em alta velocidade, vindo de algum ponto sob a mesa em direção a... Em direção a mim!

    Eu pude ver uma flecha de madeira escura singrando o ar na direção do meu coração - que quase parou por uma fração de segundo - até que uma sombra gigante se moveu como um fantasma, como um pensamento, e se interpôs entre mim e o que seria, certamente, um ataque decisivo e mortal.

    Uma manzorra capturou o projétil em pleno voo como se fosse um graveto, que parecia inofensivo diante do tamanho colossal da goliath. Apenas a ponta de metal, reluzente e direcionada ao meu tórax, era um lembrete nada sutil do risco real que eu acabava de correr!

    Fico boquiaberta, tanto pelo susto de um ataque inesperado quanto pelo incrível desfecho daquele golpe.

    Será que eu teria injustiçado a meio-gigante? Será que teria considerado um convite amistoso como uma inadvertida investida amorosa?

    Meu cérebro, por um momento, congela. A bárbara, decididamente, tinha salvado a minha vida - ou, ao menos, evitado um ferimento bastante sério.

    Ainda boquiaberta, tentando digerir toda aquela cena, falo à goliath, gaguejando:

    O... Obrigada...

    Mal percebo o olhar furioso que a guerreira lançou ao meu atacante, ainda absolutamente perdida com o que havia acontecido...
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    A Aventura Começa - "O Coração da Floresta" - Página 3 Empty Re: A Aventura Começa - "O Coração da Floresta"

    Mensagem por Lucas Corey Qui Jun 22, 2023 3:01 pm

    Namfoodle achou engraçado quando sugeriu que a paladina o chamasse por um apelido bem informal e ela começou a se referir a ele, respeitosamente, como "Senhor Nam"... Mas não estava com espírito para rir ou comentar qualquer coisa sobre isso. E nem houve tempo para tais amenidades, já que, logo depois, Nadien se viu obrigada a admoestar um outro gnomo por recolher os diamantes de um homem cujo cadáver não havia nem sequer esfriado!

    Nam acompanhou Nadien na indignação, mas expressou isso apenas com um olhar de desprezo para Nimb, sem nada dizer. Quando viu que este apontava a "princesa" como dona das joias, Nam ficou confuso, e sua opinão sobre a goliath piorou. "Vejo agora que ela protegeu o corpo de Lysander só por ganância: não satisfeita com os dois lindos diamantes que recebeu das mãos dele, afastou a turba só para coletar também as gemas que caíram e que não lhe pertencem! E ainda mandou esse svirfneblin estranho pegar mais"!

    Foi nesse estado de espírito que Nam recebeu a carta de Lysander, de modo que, ao invés de se atirar imediatamente ao esforço de decifrar o código, continuou mantendo seu olhar de desprezo e dúvida sobre o outro gnomo. Somente por isso ele pôde ver, estupefato, um arco rústico ser preparado contra Nadien!

    Movido pela emoção, sem pensar muito no que fazia, Namfoodle gesticulou com a mão livre enquanto murmurava algumas palavras numa linguagem arcana, e uma pequena luz multicolorida começou a brilhar entre seus dedos, carregada de energia elétrica...

    O Orbe Cromático estava pronto para ser jogado contra Nimb quando Garona, com uma rapidez inesperada (ainda mais para alguém de tamanho agigantado), segurou a seta em pleno ar! Essa ação surpreendente fez Namfoodle se conter e fechar a mão, abortando a magia, e a eletricidade foi então atraída para uma caneca de estanho que estava numa mesa ao lado, caneca que saltou até o teto em meio a faíscas.

    Nadien agradeceu pela proteção, enquanto a bárbara olhou para o gnomo de maneira furiosa. Nam concluiu que as habilidades de Garona poderiam ser extremamente úteis na jornada, mas a atitude protetora dela em relação à Nadien não mudou sua opinião: "essa mercenária que não respeita nem os mortos quer seguir conosco para lucrar ainda mais, e só por isso se zangou com o svirfneblin que a chama de 'princesa'... ele tentou flechar uma parceira de negócios, afinal".

    Mas não perderia tempo discutindo atitudes e valores, pois havia uma missão urgente a cumprir. Deu três passos adiante, e se pronunciou em voz alta:

    - Fui contratado pelo senhor Lysander por carta, e assim ele me instruiu a vir até aqui. Vocês duas foram aceitas por ele durante a reunião, como ficou cristalino pelo documento entregue à Nadien e pelos diamantes que entregou a você, os quais já deveriam ter sido recompensa mais do que suficiente…

    Ele fez uma pausa ao dizer aquelas palavras, enquanto olhava para Garona com ironia e reprovação.

    - Quanto a você, Gnomo das Profundezas, acho que poderá acompanhar sua dita “princesa”, mas desde que ela se comprometa a continuar mantendo você na coleira… Da minha parte, não quero diamante nenhum, riqueza nenhuma. Meus interesses aqui são acadêmicos. No mais, temos uma primeira missão a cumprir: incinerar o corpo do sábio Lysander (que Azuth abençoe sua alma) e espalhar as cinzas no local apropriado. Sugiro que comecemos a providenciar isso agora mesmo!

    Terminou de falar olhando diretamente para Nadien, a única em quem ele confiava.
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    A Aventura Começa - "O Coração da Floresta" - Página 3 Empty Re: A Aventura Começa - "O Coração da Floresta"

    Mensagem por Dante Qui Jun 22, 2023 6:53 pm

    Nimb deixou um sorriso aparecer nos lábios assim que a flecha foi disparada. Não era sempre que sedia aos seus instintos, mas dessa vez ele achou que as vozes estavam certas.

    Porém, tão logo ele sorriu sua expressão mudou. Em um piscar de olhos sua flecha estava imóvel no ar. E ela... Sua princesa havia interceptado sua flecha. “Que maravilha” pensou Nimb. Afinal ela dava cada vez mais motivos para receber a admiração do pequeno Nimb. Mas novamente sua expressou mudou ao notar o olha de repreensão de sua princesa.

    Ele tentou falar, mas não conseguiu. O barulho estava muito alto na sua cabeça. Ele não entendia. Começava a entrar em desespero. Teria ele decepcionado sua princesa? O que faria agora? O simples pensamento de ter arrancado seu objetivo de vida conseguido a menos de 10 minutos fez o estomago de Nimb embrulhar, suas pernas fraquejaram e ele sentiu como se estivesse sendo engolido pelo abismo do fim do mundo. Seu mundo caiu. Ele inconscientemente pegou uma de suas espadas curtas. Porém, não a pegou pelo cabo e sim pela lâmina o sangue escorre pela sua mão e as vozes não param.

    “Calma Nimb, você está ansioso, seu batimento cardíaco e sua pressão arterial estão elevados.”

    “Vamos lá Nimb. Essa é a hora. Acabe com isso. O que você achou? Olhe pra você. Acabe com isso. Vamos!”


    Seu surto psicótico foi interrompido pela voz da princesa. “Ela é amiga”. A voz que para alguns poderia soar gutural, para Nimb era uma melodia tão bela quanto o canto dos pintassilgos e ouvir sua voz era como receber uma brisa refrescante.

    Ele conseguiu voltar a si. Pelo menos ao seu estado mais próximo do normal.

    Ele viu que o outro Gnomo falava com ele, mas ele não ouvia, apenas via seus gestos e sua boca movendo, mas ele ouvia apenas um zunido. Até que ele ouviu “princesa” e “coleira” e pensamentos correram pela sua cabeça e seu sorriso característico voltou.

    Ele resolveu se focar no que o Gnomo dizia e ouviu o final do monologo sobre incinerar um corpo e ele achou que seria um bom momento para se mostrar prestativo.

    Então como se nada demais tivesse acontecido nos últimos momentos Nimb diz: “Eu posso ajudar com isso”. E começa a procurar algo em sua mochila.
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    Mensagem por Dycleal Qui Jun 22, 2023 8:28 pm

    Garona está furiosa com o ataque de Nimb e parte para lhe dar uma lição e coloca-lo nos trilhos... E de repente ela vê a imagem de Shave Meliamne, a sua linda elfa. Ela para ao vê-la linda com uma túnica transparente e diáfana, esta portando uma cítara e com um dedo nos lábios, manda um beijo e diz: - Calma meu amor, veja ao redor a situação... Seu contratante que você tão bem defendeu, está morto... E o pequeno gnomo, está encantado por você e pensou que a paladina fosse sua inimiga... Foi tudo um terrível engano... Perdoe ele e vá olhar o corpo do Lysander e fale que precisam encontrar a família dele e que os companheiros dele podem informar sobre como acha-los ou até dizer qual o desejo do pobre arcanista em caso de morte. Tente acalmar a todos e não esqueça... Eu estou sempre com você lhe aconselhando e amando... E dissipa aos poucos na sua frente.

    Garona, fica um tanto confusa e diz para Nimb: - Pequeno, fique parado ai, que já vou conversar com você, Preciso ver como está o Lysander... Pois a minha amada, disse que ele se foi. E se dirige até onde está o corpo inerte do seu contratante e se ajoelha e encosta a testa na testa do morto e diz: - Como ele morreu? A elfa azul não orou para o salvar? E se levanta e pergunta aos companheiros de mesa do Lysander se algum deles sabe onde está a família do morto para fazer os rituais de passagem ou se eles sabem o desejo do morto para uma ocasião como esta... E se volta para a Elfa azul e o gnomo ao seu lado e diz: - Houve um terrível equivoco, o pequeno pensou que você era minha inimiga ao dizer algo contrário ao que tinha falado para ele, perdoem a ação impensada que ele fez... Desculpem a minha ação de reunir o patrimônio do nosso contratante e não sabia que ele tinha morrido, pois eu estava em plena fúria e não percebi que ele tinha morrido... E faz uma mesura e diz: - Não fiquem com raiva de mim, a minha intenção era proteger o patrimônio de quem eu pensava estar vivo e como ele era meu contratante, é meu dever defender seus interesses...  

    Volta para o pequeno Nimb e diz: - Sei que você me admira e me chama de princesa, eu gostei da sua simplicidade em agir, mas não foi legal você atacar a elfa azul, ela não gosta muito de mim, não sei porque, talvez porque sou de uma raça inferior para ela, não sei... Mas conversaremos sobre isso e vamos nos entender, pois somos aliadas... Então se quer seguir conosco e ser meu amigo, precisa saber que precisamos de ordem e sugiro que a elfa azul seja a nossa líder em nossa missão, pode ser elfa? E olha para ela, esperando a resposta e diz: - E não precisa me agradecer, é o que se faz com os companheiros e aliados e saibam que sou uma combatente leal aos companheiros.
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    A Aventura Começa - "O Coração da Floresta" - Página 3 Empty Re: A Aventura Começa - "O Coração da Floresta"

    Mensagem por Mandhros Sex Jun 23, 2023 12:37 pm

    Desde o momento em que a goliath tinha interceptado a flecha em pleno ar, as coisas pareciam acontecer em câmera lenta ao meu redor... Eu tinha ficado ligeiramente perdida com tudo aquilo...

    O Sr. Nam estava interpelando o gnomo sombrio debaixo da mesa, e instou todos a cumprirem os últimos desígnios de Lysander, como tínhamos sido contratados a fazer.

    Por outro lado, a meio-gigante adotou uma postura muito amistosa, tanto comigo quanto com o pequeno atacante...

    Honesmente, acho quem nem Tyr em pessoa me faria compreender o que tinha se passado ali.

    Por um momento, penso no quão vulnerável eu tinha ficado e na estupidez que foi baixar a guarda, mesmo no interior da taverna. Lysander estava morto - e eu não pude salvá-lo, como a goliath fez comigo...

    Sinto a culpa invadir o meu peito de uma forma avassaladora, e me entristeço, genuinamente.

    No fim, as explicações da bárbara de que todo o rebuliço posterior à morte do nosso empregador fora um grande mal entendido parece ser o que fazia mais sentido.

    Era o momento de colocar as coisas em ordem.

    Assim, me levanto - ainda estava curvada sobre o cadáver de Lysander - e aprumo a roupa. Falo a todos - menos, talvez, ao gnomo das profundezas que ainda estava sob a mesa e era difícil de ver... - tentando repassar o que tinha acontecido e decidir os próximos passos de forma racional.

    Senhores... Senhorita...

    Eu já me apresentei formalmente ao Sr. Nam, aqui presente, e creio que, para desfazer qualquer mal entendido, devo fazê-lo a todos...

    Meu nome é Nadien, sou conhecida como "A Azul", Paladina da Ordem de Tyr.

    Senhorita bárbara, creio que eu a julguei mal na nossa primeira interação... Obrigada por me defender!

    E você, pequenino! Você aí embaixo da mesa! Pode sair... Eu não vou machucá-lo, e tenho certeza que ninguém aqui também pretende fazer qualquer mal a você. Vamos conversar...

    Sr. Nam, creio que a carta que passei ao senhor contém as disposições de última vontade de Lysander... Ele desejava que seu corpo fosse levado a um local, um sítio específico, e só então cremado.

    Temos algumas questões a resolver...

    O Sr. Lysander fora atacado dentro da taverna por um grupo de malfeitores que ainda não identificamos... A única pista que temos, no momento, é a flecha que foi utilzada para o homicídio.

    Além disso, precisamos definir como vamos viajar até a cripta para cumprir a demanda que nos foi confiada... Temos que preservar e levar o corpo do Sr. Lysander, e também precisamos de provisões adequadas para uma viagem de alguns dias.

    Não sei se sou a pessoa mais adequada a liderar uma expedição mas, se vamos trabalhar juntos, seria interessante que, ao menos, pudéssemos nos conhecer minimamente uns aos outros, e que nos comprometêssemos a não nos atacarmos uns aos outros...

    Solto um longo suspiro. Meus músculos, enrijecidos pela tensão de ser vítima de um ataque surpresa e por não ter conseguido impedir outro finalmente relaxaram, passando a padecer de uma dor invulgar. Eu tinha viajado muito, e vindo de muito longe. Há pouco tempo, tinha chegado à taverna em busca de boa bebida, boa comida, um banho e uma cama e, dadas as circunstâncias, a dor e o cansaço eram os menores dos meus problemas.

    Fito o Sr. Namnack por um momento, olhando gentilmente para ele e para a carta que ele tinha em mãos, como um incentivo para que ele se apresentasse e para que tentasse decifrar a mensagem codificada.

    Então, abaixo levemente, fazendo um sinal claro para que o gnomo sob a mesa saísse dali e viesse para perto de nós.

    Por fim, endireito o corpo novamente e estendo ambas as mãos em direção ao punho colossal da goliath, com um cumprimento e um agradecimento:

    Mais uma vez, muito obrigada!

    Convido os demais a terminar as confabulações em um quarto da taverna e estalagem, longe daquela confusão. Ali, eu também poderia, talvez com a ajuda do Sr. Nam, preparar, minimamente, o cadáver de Lysander, dispensando ao falecido um último tratamento digno, limpando sua ferida e dando-lhe trajes limpos e adequados. Além disso, uma honesta prece a Tyr poderia retardar a putrefação do corpo, infundindo-o com energia divina até que chegássemos ao nosso destino...
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    A Aventura Começa - "O Coração da Floresta" - Página 3 Empty Re: A Aventura Começa - "O Coração da Floresta"

    Mensagem por Lucas Corey Dom Jun 25, 2023 4:12 pm

    O svirfneblin intrigante ouviu as palavras de Namfoodle com uma expressão ausente, e fez os olhos do mago se arregalarem de espanto quando se preparou para pegar alguma coisa que poderia ser útil para cremar o corpo de Lysander naquele mesmo instante, sem qualquer cerimônia, no salão de uma taverna!

    Namfoodle reagiu a esse gesto procurando também um "objeto": a Lâmina Etérea de Yog-Sothoth. Segurou o cabo da arma sem ativar seu efeito, mas essa exposição do objeto podia ser notada por Nadien, que assim descobriria a fonte de Caos que o mago carregava. Namfoodle estava prestes a gritar com Nimb, ameaçando atacar se este ousasse tocar no corpo de Lysander, mas foi interrompido pela surpreendente intervenção de Garona.

    O pequenino e a gigante começaram com o pé esquerdo, pois uma lembrança muito ruim tinha deixado Nam retraído diante dela, no primeiro contato, e os acontecimentos que se seguiram o levaram a concluir que estava lidando com uma mercenária de poucos escrúpulos. Mas a atitude apaziguadora de Garona o fez refletir que, de fato, ela não tinha como saber, no instante em que ameaçou os gananciosos que avançaram para pegar as gemas, que Lysander estava condenado. Logo, era lícito concluir que a bárbara estava defendendo com lealdade os interesses daquele que a tinha contratado!

    "Parece que me precipitei", refletiu Nam ao esconder novamente a arma. As palavras de Garona soaram bastante sensatas - especialmente a sugestão de eleger Nadien como líder do grupo. Quando ela terminou de falar, Namfoodle voltou a se dirigir aos presentes:

    - As propostas de Nadien e Garona revelam as melhores intenções! Será um privilégio seguir viagem com ambas. Mas as revelações inusitadas e estarrecedoras que Lysander nos trouxe mostram que temos urgência!

    Nam olha para o corpo caído com expressão de respeito e pesar, antes de prosseguir:

    - Será mais rápido e prático incinerar o corpo aqui em Selbrin e levar as cinzas conosco para espalhá-las na entrada da Cripta, cumprindo a última vontade do sábio. E devemos providenciar essa cerimônia antes de avisar qualquer parente dele, lastimo dizer, pois o tempo de espera até que sejam avisados e venham até aqui é incerto e pode ser longo.

    Depois, Nam se virou para o gnomo dos subterrâneos e pensou no que deveria dizer… Não entendia a relação de Nimb com Garona e nem suas atitudes impensadas e o ar completamente alheado. Num breve insight, vieram-lhe à lembrança os escritos de um certo Axpersen (mago que atingiu grande maestria nas Escolas da Adivinhação e da Ilusão), sobre algumas perturbações da mente.

    Na dúvida, Nam-Nack preferiu olhar em volta para saber a reação dos presentes às suas palavras, e viu que Nadien concordou.

    - Se vamos ou não esperar por parentes de Lysander, é algo que não devemos fazer neste local, de qualquer forma. Alguém daqui pode informar qual é o templo mais próximo aonde podemos levar o corpo?
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    Mensagem por Dycleal Dom Jun 25, 2023 4:48 pm

    Garona ouve as propostas de cerimônias fúnebres para o seu contratante e esse tipo de cerimônia é muito sagrado para seu povo e diz: - Bem, parece que o Senhor Lysander escreveu na carta o seu desejo. E se falou ainda em vida, deve ser respeitado... Posso preparar um local na floresta, conforme os xamãs da minha tribo exigem que seja o preparo e ele pode ser incinerado em solo sagrado e em contato com a natureza, conforme apreciam os elfos conforme me dizia a minha amada Shave, uma alta elfa. Mas vocês que são sábios que decidem, só ofereço fazer o que aprendi com a minha mãe e o que fiquei sabendo com a minha elfa amada. E cruza os braços aguardando a decisão dos companheiros...
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    Mensagem por Mandhros Dom Jun 25, 2023 6:28 pm

    Ouvindo o que Garona e o que Nam diziam, de fato, fazia muito mais sentido que o corpo de Lysander fosse imediatamente cremado e, após, suas cinzas transportadas até onde deveriam ser espalhadas.

    Todavia, os ritos funerários adequados também precisavam ser executados para que o recém falecido descansasse em paz e sua alma pudesse prosseguir sua jornada.

    Assim, com um silêncio respeitoso, assinto com a proposta de Nam e, gentilmente, levo o cadáver até um local mais reservado.

    Ali, recolho as roupas e pertences do falecido, deixando todo o material dobrado, separado e organizado e, com o auxílio dos funcionários da taverna, limpo o corpo e visto-o com roupas claras, limpas e adequadas.

    Presumo que Garona fosse preparar um local apropriado na floresta para a cremação e, enquanto ela fazia os preparativos que a competiam, faço preces a Tyr, encomendando a alma de Lysander.

    Por fim, providencio um estrado de cama sobre o qual apoiar o corpo, e solicito ajuda de outras pessoas - já que, por mais boa vontade que tivessem, o Sr. Nam e o outro gnomo dificilmente conseguiriam carregar um corpo com gente muito maior que eles, e que a goliath estava ocupada com seus próprios afazeres - e levo o corpo até a floresta, no local previamente demarcado pela bárbara.

    Ali, em silêncio, deposito o corpo sobre o que seria, brevemente, uma pira funerária.

    Como era costume na Ordem de Tyr, beijo as mãos de Lysander, entoando uma última prece:

    Que seus caminhos sejam calmos
    Que além daqui possas descansar
    Em campos verdejantes
    Ou em praias claras do mar

    Que os teus ancestrais te acolham
    Quando ao teu destino chegar
    Que teus queridos não chorem
    Por habitares um novo lar

    Siga pela luz
    Em cada estrada por vir
    E tenha boa jornada
    Na companhia de Tyr.

    E, então, me afasto, para que a pira pudesse ser acesa, contemplando a cena em silêncio.
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    A Aventura Começa - "O Coração da Floresta" - Página 3 Empty Re: A Aventura Começa - "O Coração da Floresta"

    Mensagem por Dycleal Dom Jun 25, 2023 7:34 pm

    Garona chama Nimb para ajuda-la e ao escolher o local que fará seu ritual, ela instrui o pequeno dizendo: - Preciso do maior número de pedrinhas como essa, e mostra o tamanho, e colocarei quatro pedras grandes e você completará o lado do retângulo com as pedrinhas... Não toque em mim em nenhum momento, ou terei que matá-lo e assim que terminar de fazer o desenho, avise a elfa azul e traga os nossos companheiros para cá. A goliath, tira da sua mochila algumas penas azul e gelo, arranca alguns troncos de 1,50 m e coloca delimitando o círculo que ficará em volta do retângulo funerário, onde se levantará a pira.

    Após colocar as quatro enormes pedras de esquina, que deviam pesar em torno de 200 a 300 quilos, ela despe o seu busto de couro áspero, ficando apenas com a sua micro tanga de couro cru, a sua beleza fica mais evidente e o seu preparo físico e perfeita forma e proporções. Começa a cantar uma canção ritualística e para em cada um dos quatro pontos onde esta a pedra e diz no primeiro ponto: - Que Kavaki, A grande águia do penhasco, te guie e proteja no teu caminho do conhecimento e busca pessoal e volta a dançar e cantar até a segunda pedra: - Que Kavaki, A grande águia do penhasco, te guie e proteja no teu caminho da verdade e da justiça e volta a dançar e cantar até a terceira pedra: - Que Kavaki, A grande águia do penhasco, te guie e proteja no teu caminho da sabedoria e da coragem e volta a dançar e cantar até a Quarta pedra: - Que Kavaki, A grande águia do penhasco, te guie e proteja no teu caminho da bravura e da habilidade do teu ofício e volta a dançar e cantar até o centro do círculo e se ajoelha em adoração e enterra o coração de uma ave, que tira de um vidro, com algum líquido dentro.

    Por fim, queima um pó que tira de dentro de um pequeno saco, e inala aquela fumaça cinza-amarelada e durante aproximadamente uns dez minutos, fala um mantra ininteligível em sua língua natal e caí por terra, próximo do centro do círculo. Em silêncio, volta a se vestir, conferir o desenho traçado pelas pedras menores e diz: - Parece que o Nimb, não é tão tolo assim e sorri e vê ao longe o séquito dos seus companheiros, trazendo o corpo do contratante e se afasta e apenas mostra ao grupo, onde deve montar a pira crematória.
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    Mensagem por GM Seg Jun 26, 2023 11:02 am

    Salve, corajosos participantes deste intrincado baile de máscaras que chamamos de aventura. Vejo em vossas expressões, nas entrelinhas de vossas palavras e na essência de vossos atos, o brilho de um roleplay notavelmente desempenhado. Recebam minha admiração por tão ardoroso envolvimento no enredo que tecemos juntos (anotem 500xp nas suas fichas, como prêmio). De antemão, pergunto: já providenciaram tudo o que necessitam para enfrentar a sinistra jornada que se avizinha? Possuem os mantimentos, os equipamentos, as armas e os artefatos que vos darão alguma chance de sobrevivência na inóspita Espinha do Dragão? (Se não podem dizer que comprem, gastando um preço justo. Se algo estiver fora do padrão, eu falarei.) Neste percurso de perigos imprevisíveis, contaremos com a experiência de Servius, o estudioso que se unirá a nós como guia, um farol na escuridão que cobre nossos caminhos. Nossa jornada será longa e árdua, durando aproximadamente doze horas. Cinco horas serão gastas adentrando a densa floresta, três horas escalando o austero planalto e mais três horas conquistando o ápice da ameaçadora Espinha do Dragão. Finalmente, após uma hora vagando pelo cemitério, chegaremos à entrada da Cripta. Esteja ciente de que, a cada hora dessa odisseia, os caprichosos deuses do destino poderão nos presentear com um encontro aleatório. Como seu Game Master, lançarei um dado de 100 faces em segredo, com uma chance de 20% para cada hora de que tal evento aconteça. Se tal encontro for decretado pelos dados, informarei onde ocorrerá e que tipos de inimigos, bem como quantos deles, estão à espreita para surpreendê-los. Com a mesma imparcialidade, lançarei a iniciativa para nossos oponentes, revelando suas fichas para o escrutínio de vocês. Agora, sem mais delongas, estendamos nossos passos em direção à Espinha do Dragão. Que a sorte esteja conosco.
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    Mensagem por Dante Seg Jun 26, 2023 4:47 pm

    E você, pequenino! Você aí embaixo da mesa! Pode sair... Eu não vou machucá-lo, e tenho certeza que ninguém aqui também pretende fazer qualquer mal a você. Vamos conversar...

    "Esta vendo Nimb? Ela acha que pode nos machucar. Mostre a ela."

    Nimb vê toda a interação da Elfa com sua princesa com um olhar de criança e percebe que ela não parece querer o mal da princesa.

    Sua busca por algo para colocar fogo no corpo foi interrompida pelas palavras da princesa. “Amada?” “Elfa?” Nimb olhava da Elfa para a princesa tentando entender o que estava acontecendo.

    "Nimb. Sua pressão arterial está subindo novamente. Recomendo que se acalme."

    - Preciso do maior número de pedrinhas como essa, e mostra o tamanho, e colocarei quatro pedras grandes e você completará o lado do retângulo com as pedrinhas... Não toque em mim em nenhum momento, ou terei que matá-lo e assim que terminar de fazer o desenho, avise a elfa azul e traga os nossos companheiros para cá.

    Não foi preciso. O chamado da princesa o fez esquecer qualquer problema que tivesse, já tenha tido ou irá ter. Naquele momento apenas ajudar a princesa e mostrar seu valor era importante.

    Nimb achava que tinha feito um bom serviço. Afinal a princesa solicitou novamente sua ajuda.

    Ele escutava as orientações com a atenção de um aluno aplicado. Não se importou com a ameaça de morte, mas ouviu violentamente em seu mundo interior.

    “O quê? Veja! Ela nos ameaçou. Devemos mata-la”

    A outra voz não foi contra dessa vez.

    “Sua sobrevivência é prioridade Nimb. Devemos eliminar qualquer obstáculo”

    Nimb meneou a cabeça negativamente. A voz prosseguiu

    “Deixe-me assumir e farei com que ela não sofra.”

    — Não. Sussurrou Nimb. Uma sensação de aperto no peito o fez sentir que não conseguia respirar. Seu sangue era água.

    “Então você precisara se afastar dela e...”

    — NÃO! Ele gritou. E não houve mais vozes. Por enquanto...

    Ele segue e cumpre a nova missão dada por sua princesa de forma obstinada e diligente. Naquele momento não há nada. Só a missão. Após organizar as pedras conforme orientado informou de forma jovial com um sorriso bobo no rosto a Elfa Azul conforme orientado. Quem o visse falar assim com a Elfa com certeza duvidaria que ainda a pouco ele quase a matou friamente. Ele indica o local aos companheiros conforme orientado e parece finalmente perceber o outro gnomo e pensamentos correm em sua mente...

    Nimb não parecia preparado para o que veio a seguir. Ver o ritual feito pela sua princesa praticamente nua o fez sentir coisas que nunca tinha sentido. E não havia vozes. E não havia mundo e não havia preocupações. Ele sabia que não importava o que diziam as vozes. Dessa vez, ele iria resistir. Ele precisava, estava fascinado. Seu sangue era fogo.
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    A Aventura Começa - "O Coração da Floresta" - Página 3 Empty Re: A Aventura Começa - "O Coração da Floresta"

    Mensagem por GM Qua Jun 28, 2023 5:13 pm

    @Dycleal @Dante @Lucas Corey @Mandhros

    O Réquiem de Lysander





    Com o véu do silêncio celestial sobrepujando o firmamento, os viventes deste drama mortal se congregaram à volta do monumento ao caído, um cenário entristecido iluminado apenas pela luz pálida e indiferente dos astros acima. Nadien, guerreira e sacerdotisa de Tyr, resplandecia uma luz solene ao lado do corpo inanimado de Lysander, sua figura feminina imbuída de uma gravidade que desafiava sua pouca idade. Realizava os ritos funerários com a devoção de um cônego, suas orações à divindade ecoavam na quietude da noite, enquanto observava a pira transformar o corpo em cinzas e fumaça, num silêncio compartilhado com a vastidão do cosmos.

    Namfoodle, o gnomo, ausente de devoção religiosa em tempos mais serenos, se encontrava abalado pelas revelações que ressoavam em sua mente, um estrondo perturbador que roubava sua paz. Fazia sua prece a Azuth, seu canto desesperado buscava um fio de conforto em meio ao caos. As 56 peças de ouro que doava para o templo eram um tributo de contrição, um sinal de sua fé recém-ignitada.

    Nimb, o diminuto e brilhante, permanecia perto de Bárbara, oferecendo a tácita companhia de um amigo em tempos sombrios. Sua apreciação pelos rituais funerários era diminuta, mas a presença amigável era um bálsamo para a dor partilhada.

    Enquanto isso, a imponente Garona, a goliath, convocava Nimb para ajudá-la na confecção de um lugar sagrado. Seu ritual, revestido de gestos e palavras sagradas, pintava um quadro de uma devoção singular e fervorosa. Despir-se do corselete de couro revelava a escultura viva de músculos e pele que era seu corpo, a silhueta de uma guerreira cuja beleza era aprimorada pela rudeza de suas batalhas.

    Cantando em uma língua estranha, o lamento fúnebre da goliath ecoava no silêncio, suas palavras invocando a proteção de Kavaki, a Grande Águia do Penhasco, para o falecido. As preces se repetiam em cada uma das quatro pedras gigantescas, cada uma delas um marco na rota do conhecimento, verdade, sabedoria e coragem que o defunto deveria trilhar no além.

    O encerramento da cerimônia veio com a queima de um pó que exalava uma fumaça cinza-amarelada, inalada pela goliath como o último suspiro do defunto. Caiu por terra em adoração, o coração de um pássaro sendo sepultado no solo em um gesto simbólico de retorno à Mãe Terra. Vestida novamente, deu uma olhada final no desenho das pedras menores, um sorriso escapando de seus lábios ao observar que Nimb havia cumprido bem sua tarefa. O cortejo fúnebre finalmente chegou, trazendo o corpo de Lysander para o local designado. Garona se afastou, dando espaço para o último adeus ao caído, o círculo do ritual agora transformado em palco para o último ato desta peça trágica.

    A despedida do sábio Lysander ainda ecoava no ar quando a imponente Garona, com uma reverência tão profunda quanto a quietude da noite, aproximou-se do que restava da pira funerária. Em meio à noite estrelada e ao luto compartilhado, o resplandecer de brasas incandescentes que ainda bailavam no esqueleto carbonizado da pira, emulava um céu estrelado em miniatura.

    Com uma mão calosa e segura, tão hábil no manejo do machado de guerra quanto na delicadeza deste momento, ela começou a colher as cinzas de Lysander. Cada punhado era uma lembrança de um companheiro perdido, uma recordação do guerreiro que um dia combateu ao seu lado. O calor que emanava das cinzas quentes lhe lembrava o fogo que ardia no coração de Lysander, uma chama que agora vivia apenas na memória daqueles que o amavam e o honravam.

    A urna que serviria de morada final para Lysander era uma obra de arte à parte. Feita de prata pura, sua superfície lisa refletia o luar como um espelho de luto, pintando a cena com pinceladas de prata e sombras. A beleza da urna era uma prova do respeito que todos sentiam por Lysander, uma joia forjada pela generosidade de todos que contribuíram para sua compra.

    Com todo o cuidado que um ritual sagrado demanda, Garona depositou as cinzas na urna. Cada grão que caía dentro do recipiente era um último adeus, um último tributo ao valoroso Lysander. E quando a última brasa foi apagada e a última cinza depositada na urna, o silêncio que se seguiu foi quebrado apenas pelo sussurro do vento, como se o próprio mundo se curvasse em respeito ao falecido.



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    Mensagem por Dante Qua Jun 28, 2023 6:19 pm

    Nimb acompanha tudo de forma despreocupada. Ritos fúnebres não era algo que ele estava acostumado ou dava maior importância. Ele seguia o adágio “Se morrer, morreu.” Seu único interesse ali era estar perto de sua princesa para dar sua vida se fosse preciso. Este era seu objetivo, ou melhor, seu propósito de vida desde que a conheceu há poucas horas.

    Apenas o fogo rivalizava com a atenção que Nimb dava a sua princesa. O fogo tinha algo de encantador. Quase como um feitiço colocando Nimb em um tipo de torpor. Era um encantamento e desconforto ao mesmo tempo. Nimb achava o fogo caótico. Não havia um padrão no tremular das chamas e isso era bastante incomodo para Nimb que olhava de forma obsessiva tentando identificar ou mesmo criar um padrão para acalmar sua mente. Ele seguiu assim até que alguma palavra ou atitude de sua princesa o faça esquecer disso.

    Nimb sabia agora que a princesa iria há algum lugar, fazer alguma coisa, com a Elfa e com o Gnomo. Não sabia ao certo o que era e nem onde era. O que sabia é que seguiria sua princesa até os portões do abismo. Até depois do fim...
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    Mensagem por Lucas Corey Qui Jun 29, 2023 1:46 pm

    Quando levaram o corpo para que Nadien o preparasse, Nam foi falar com o taberneiro para alugar um quarto. Teve de esperar um pouco, já que ele estava ocupado acalmando os clientes e dando ordens. As pessoas comentavam sobre o ocorrido aos cochichos, em respeito ao morto, mas o mago pôde ouvir uma conversa na qual alguém perguntou quem tinha atacado Lysander, e a resposta foi: "um dos tipos sinistros que saíram lá do canto escuro"...

    A sensação de ouvir aquilo foi lastimável, pois Nadien tentou alertar a todos, mas Lysander e Nam-Nack ignoraram o aviso. "Ela devia mesmo ser a líder do grupo!".

    Sozinho no quarto, Nam se pôs a examinar o código na Carta de Lysander. Ainda estava sob o efeito do ritual Compreender Idiomas, mas sabia que isso não ajudaria porque não se tratava de uma língua desconhecida, mas de uma mensagem cifrada. "Não creio que vou conseguir decifrar isto sem uma chave de decodificação… Ou quem sabe este poema já indique a chave? Ou será que encontraremos mais pistas na Cripta"?

    Quando foi chamado para a cerimônia, seguiu num silêncio pesaroso, e se comoveu ao ver o capricho com que Garona e Nadien providenciaram tudo. Até pensou em dizer algumas palavras em homenagem ao morto, mas achou que as belas preces a Tyr e aquele espaço ritualístico tão elaborado já eram uma homenagem à altura.

    Voltou para o quarto no mesmo silêncio, e demorou para dormir porque as revelações sobre a Ordem de Gash o tinham deixado terrivelmente perturbado. Ele simplesmente não podia aceitar a ideia do sofrimento extremo como forma de êxtase, muito menos a ideia metafísica de que toda a realidade é, em essência, o caos e a dor de uma dimensão infernal como aquela em que habita o tal "Leviathan". Começou a achar que não era o melhor nome da Confraria para participar da expedição, pois Xaghul’ai, seu amigo Bruxo, estava mais preparado para lidar com Planos e entidades incompreensíveis e caóticas. "Mas aqui estou eu, e farei o que puder"... foi seu último pensamento, antes de adormecer.

    Nam despertou bem cedo, fez uma refeição rápida, e seguiu para o mercado. Usou uma lista de coisas úteis preparada por sua querida esposa Jezziah - apelidada "Tagarela" porque assim ela era, até para os padrões gnômicos… Depois, seguiu para o Templo de Selbrin, onde doou a maior parte do dinheiro que lhe havia sobrado a fim de poder pegar um pouco de água benta. Ao guardar o líquido precioso, e seguir em sua mula recém-comprada para encontrar os demais, pensou:

    "Não sou herói. Nunca pensei que enfrentaria forças tão caóticas e malignas numa jornada pelo conhecimento. Precisarei de vós, Grande Azuth! Vós sois o Deus do conhecimento, e conhecimento é sinônimo de ordem, clareza, discernimento, serenidade. Que eu não precise usar desta água sagrada para afastar o caos e a insanidade, mas, se necessário for, usarei declamando vosso nome, Azuth que Tudo Sabe"!

    Quando se aproximava do ponto em que combinaram se encontrar, Nam viu Garona caminhando com Nimb em seu ombro, e murmurou consigo mesmo:

    - Só Azuth entende...
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    Mensagem por Mandhros Sex Jun 30, 2023 11:23 am

    As chamas ardiam e, com elas, um cheiro de fuligem, carne e madeira queimada impregnavam o ar. Mas não era só. Havia também um certo perfume...

    A pira, habilmente montada por Garona, também desfazia ervas aromáticas castigava pedras muito específicas. Havia algo muito místico naquele momento, como se o próprio Tyr tivesse dado a mão às entidades cultuadas pelo povo bárbaro da goliath. Não havia quem derramasse uma lágrima, contudo.

    Os gnomos adotaram uma postura sobretudo silenciosa e respeitosa. Ao mirar a face de Garona, parada e impassível, era possível ver o reflexo das chamas dançando em seus olhos. Havia pesar e tristeza ali, mas não era algo comum.

    Quando as chamas finalmente cederam, a meio-gigante se adiantou e recolheu as cinzas do corpo, depositando-as gentilmente em uma urna funerária de prata.

    Um a um, todos começaram a se retirar do local - não havia mais nada ali para ser lembrado ou lamentado. Sem o calor das chamas, a noite estava mais fria e quieta. Não era sequer prudente permanecer ali, na mata, mais do que o estritamente necessário.

    E, assim, em silêncio, volto a passos lentos para a taverna e estalagem.

    Cumprimento o taverneiro com um breve aceno de cabeça, pegando uma chave para um quarto onde, finalmente poderia ter uma noite decente de sono.

    No recinto, parecido com aquele no qual eu tinha tratado o cadáver de Lysander, havia uma conforável cama com um colchão de palha e travesseiros de penas de ganso. Havia também uma banheira com água quente, cortesia do taverneiro para compensar todo o estresse de um assassinato ocorrido bem debaixo de seus bigodes.

    Depois de me certificar de que a porta do quarto estava bem fechada, e de que teria uma minuto ou mais de silêncio e solidão, retiro a capa de viagem e bato a poeira de estrada que se acumulava sobre ela, dobrando-a cuidadosamente e depositando-a no guarda-roupas disponibilizado aos hóspedes.

    Em seguida, lentamente desamarro as fivelas que prendiam a pesada cota de malha que protegia do meu torso até as coxas, e dos meus ombros até os punhos. Tiro luvas e botas e, em seguida, deixo cair o peso de todo o aço que me defendia através das aventuras. Junto com a armadura, coloco de lado minha espada, Juramento do Céu, para repousar por uma noite.

    Finalmente, removo as roupas que ficavam ocultas sob a carapaça metálica, revelando um corpo muito branco, esguio e bonito, mas também marcado de cicatrizes. Algumas eram lembranças de feitos heróicos, de histórias que inspirariam bardos por noites sem fim ao lado de lareiras quentes e bebidas geladas. Outras não eram tão lijonjeiras... Reflexos de uma infância e de uma adolescência ricas em abusos e em todo tipo de agressões.

    Com ambas as mãos, massageio brevemente meus ombros cansados antes de, nua, me afundar na banheira e na água quente.

    Mantendo apenas a cabeça e os cabelos molhados para fora daquele precioso líquido, começo a repassar, mentalmente, tudo o que tinha acontecido desde que chegara ao Coração da Floresta, enquanto ensaboava o corpo e deixava a água fazer os músculos relaxarem.

    Eu tinha vindo a Selbin seguindo a trilha de bandidos do bando de Cicatriz, farejando algo mau.

    Assim que cheguei, me deparei com o gentil gnomo mago, o Sr. Namfoodle. Ele parecia ser boa pessoa, mas tinha consigo algo muito caótico, algo potencialmente perigoso.

    Logo em seguida, veio o entrevero com Garona - por Tyr, como devo tê-la julgado mal! - e a breve conversa com Lysander. Minha meta original cedeu lugar a uma missão muito maior do que eu poderia sonhar encontrar em uma pequena taverna, em uma vila no meio da floresta.

    E, então, os cultistas... Eles chamaram minha atenção desde o início, e eu deveria ter sido mais atenta a eles. Lysander pagou com a vida pela minha desídia...

    Uma lágrima se forma, sorrateira, no canto dos olhos dourados, e despenca sobre a água quente enquanto penso que não pude salvá-lo. E como eu queria ter podido evitar o destino de Lysander!

    Passo alguns minutos refletindo sobre isso e, então, volto meus pensamentos ao que nosso empregador tinha, efetivamente, contado. Repasso cada linha dos mapa e da carta, cada palavra da conversa até o tiro final e fatal.

    Depois, apenas caos. O tiro, a morte, as joias espalhadas, a confusão pelo ataque, e um ataque contra a minha própria vida, do qual fui salva por Garona...

    Afundo a cabeça na água, fazendo com que o cheiro de fuligem e poeira que impregnava meus cabelos desaparecesse em meio a sais de banho e espuma. Com as respiração presa, dou um grito, de pura angústia. Um que não seria ouvido por ninguém, contudo, abafado pelas águas quentes.

    Quando finalmente emerjo da água, agora limpa e perfumada, como aqueles elfos dos contos da fadas, me seco e sento sobre a cama feita. Escondo o rosto entre as mãos por um momento e, então, começo a encarar Juramento do Céu.

    Quando Rahm Tor, meu querido professor, me presenteou com aquela espada, ele foi categórico ao dizer:

    Esta espada, pequena Nadien, é mais que só uma espada. Ela jamais provará a carne e o sangue dos justos e há uma chance em dez de que ela faça algo realmente extraordinário. Por isso, ela não deve ser empunhada a não ser que seja absolutamente necessário, e deve sempre ser direcionada contra o mal que assola o mundo. Eu não quero dá-la a você mais do que ela própria quer se doar a você, minha discípula. Use-a com sabedoria.

    Sabedoria... Exatamente o que me faltou ao não antecipar o ataque que matou Lysander...

    Olho, então, para a seta, ainda suja de sangue, retirada do corpo do nosso empregador. Eu sabia que precisava encontrar o responsável por aquele ataque e puní-lo pelo que fez, mas por onde começar?

    Nadien, trate as prioridades como prioridades. Tyr há de revelar o caminho.

    E com esse pensamento em mente, novamente encarando Juramento do Céu dentro de sua bainha, deito meu corpo naquela cama confortável, e encosto da cabeça no travesseiro de penas de ganso, pegando no sono...

    Galopando um corcel sagrado por entre campos em chamas, a Paladina Azul vem à frente de uma tropa, pronta para se abater como a vingança de Tyr sobre todo o mal do mundo, sobre a raiz de todo o mal do mundo. Poeira em brasa corta o ar, arrancada do chão pelos cascos brilhantes do garanhão encantado, e gritos ecoam vastamente naquele derradeiro campo de batalha.

    Sangue.

    O cheiro ferroso invade as narinas dos combatentes, se misturando ao tilintar de lâminas vindos umas ao encontro das outras, em uma dança de vida e morte. Sons úmidos são ouvidos enquanto aço corta carne, formando uma melodia com passos, estrondos e gritos.

    Diante d'A Azul, uma sombra imensa, toda garras e chifres, toda maldade, vem rasgando o campo de batalha...

    E, então, acordo.

    A luz do dia seguinte entrava por frestas na janela de madeira, fechada, e castigava meus olhos.

    Estava descansada - ao menos o corpo - e sabia que precisava seguir viagem em breve.

    Assim, me visto novamente, trocando as roupas usadas por outras, limpas e secas. Tão logo tivesse oportunidade, lavaria a antiga muda de roupas em um rio qualquer.

    Por sobre as novas vestimentas, anéis de metal, fivelas de couro, uma capa azul e um tabardo. Em seguida, pego Juramento do Céu e, com solenidade, tiro a lâmina azulada uns cinco centímetros de sua bainha, encarando o fio da arma, cujo brilho era impecável. Devolvo a espada à bainha e a prendo às minhas costas.

    Gasto, ainda, uma hora completa rendendo orações e homenagens a Tyr, para que o Deus me honrasse, no dia por vir, com seus dons mágicos.

    Só então pego minha mochila e desço, do quarto até o assoalho da taverna, passando pelas portas duplas e deixando o sol da manhã tocar minha face.

    Do lado de fora, esperava o Sr. Nam, já ladeado por uma mula e com uma mochila bastante inchada - em especial, se considerado o tamanho diminuto do aventureiro.

    Bom dia, Sr, Nam... O Senhor teve progresso com a mensagem cifrada? Está pronto para a viagem?

    Mais adiante, uma cena pitoresca. A goliath, metros adiante, caminhava trazendo o outro gnomo em seu ombro.

    Fico boquiaberta por um instante, mas logo depois sorrio. Aquele grupo de aventureiros e a forma como se formou eram, ambos, improbabilidades. Mas podia dar certo.

    Assim, sorrio, sozinha, alargando os lábios adornados por um batom vermelho, que contrastava com as vestes azuis.

    Tecendo preces a Tyr, silenciosamente, invoco meu corcel sagrado, um grande cavalo de montaria protegido por uma armadura completa, que reluzia sob o sol da manhã.

    Ofereço uma das mãos ao Sr. Nam, dizendo:

    Aceita uma carona?

    Caso aceitasse, terminaria de arrumar a mochila na sela do cavalo, colocaria o gnomo sobre a montaria e subiria depois, deixando o pequenino diante de mim, como uma criança, e seguiria, a passos lentos, até onde Garona e Nimb estavam.

    Caso não, simplemente arrumaria a mochila na sela do cavalo e, fazendo um sinal para que o gnomo e sua mula me acompanhassem, seguiria a trote lento até os demais companheiros do grupo.
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    A Aventura Começa - "O Coração da Floresta" - Página 3 Empty Re: A Aventura Começa - "O Coração da Floresta"

    Mensagem por GM Ter Jul 04, 2023 6:57 pm

    A postagem a seguir é um pedido do @Dycleal





    "Ao cair da penumbra do dia que antecedia a viagem, Garona se recolheu aos confins silvestres da floresta, onde a sombra e o mistério abraçam-se em dança perpétua. Seus olhos de ambarina fogueira aprofundaram-se no fito da frondosa vastidão, e, com um sussurro de prece ancestral, chamou à si o dom do sentido feral. Na imediaticidade de um pulsar cardíaco, suas percepções expandiram-se, em uma torrente avassaladora de estímulos que inundavam seus sentidos. Sentiu as pulsações ocultas da vida silvestre - as criaturas rastejantes nas profundezas do subsolo, as aves nidificantes nas alturas das copas, as bestas que perambulavam nas sombras da floresta. O cheiro de terra úmida e folhas em decomposição, o som suave do vento se movendo entre os galhos, o gosto distante do orvalho da manhã na ponta da língua; tudo isso se tornou extremamente vivo, uma sinfonia da natureza em sua mais crua e bela forma. Protegida pela floresta e imbuída de seu poder, Garona então invocou a dádiva de falar com os animais. Sob o manto de folhas e galhos, ela sussurrou palavras doces e persuasivas, linguagem que cruzava a barreira das espécies. Os seres da floresta, inicialmente receosos, gradualmente cederam à sua melódica invocação. Com olhos brilhantes de curiosidade e respeito, eles se aproximaram - um coro de pássaros, um enxame de esquilos, uma raposa astuta - cada um compartilhando sua experiência e sabedoria. Suas histórias entrelaçadas pintavam um quadro vivo da floresta de Cormanthor: Uma alcateia de lobos havia se deslocado para o norte, temendo a presença de uma criatura abominável; os peixes no riacho estavam agitados, pois as águas tinham um sabor metálico estranho; um grande pássaro negro com olhos ardentes havia sido visto voando sobre a clareira da lua na última noite de lua cheia. Com essas informações preciosas em mente, Garona então se conectou com uma águia solitária que se deleitava no alto dos céus. Em um piscar de olhos, sua mente deixou seu corpo terrestre e assumiu a perspectiva da ave. Seu espírito voou alto sobre a floresta, o vento fresco açoitando suas penas enquanto suas asas cortavam o ar. Em um amplo círculo, ela inspecionou a floresta abaixo. A vastidão de Cormanthor se estendia abaixo dela, uma tapeçaria viva de verdes e marrons. Ela notou uma movimentação estranha na copa das árvores ao sul, perto da clareira da lua - talvez o pássaro negro que os animais haviam mencionado? Com o por do sol, Garona permitiu que sua consciência retorne ao seu corpo físico, que estava sentado serenamente na clareira, vigiado por Nimb ( @Dante Se discordar é só falar). As memórias da águia, as visões do voo sublime e da floresta abaixo, permaneceram com ela, impressas como uma tatuagem em sua mente. A floresta parecia mais calma agora, talvez em reverência ao poder que ela havia demonstrado, ou talvez em gratidão por seu respeito e devoção à harmonia natural. Trazendo consigo os relatos dos animais e as visões de sua exploração aérea, Garona retomou seu caminho de volta ao acampamento. As informações que adquiriu formavam um enigma intrigante - os lobos temerosos, as águas conturbadas, a grande ave negra, e a movimentação estranha na copa das árvores. A natureza parecia estar alertando sobre uma presença maligna na floresta, algo estranho e perturbador que tinha até mesmo as mais ferozes bestas fugindo. Apesar da apreensão que essas descobertas poderiam despertar, Garona também sentia uma estranha satisfação. Ela estava em sintonia com a floresta, podia sentir seus humores e mudanças. E, armada com esse conhecimento, ela estava mais preparada para enfrentar os perigos que aguardavam o grupo em sua jornada. O amanhecer prometia não apenas a luz do sol, mas também a esperança de desvendar os mistérios que estavam se formando na floresta de Cormanthor. Como uma goliath, Garona era conhecida por sua força e resistência. Mas naquela noite, sob a luz da lua cheia e a sombra das árvores sussurrantes, ela provou que tinha mais do que força física - ela tinha a sabedoria da floresta e a feroz determinação de proteger seu lar, mesmo diante dos mistérios mais sombrios. Com essa resolução em seu coração, ela se preparou para a jornada que se aproximava, pronta para enfrentar qualquer adversidade que viesse em seu caminho."



    Lucas Corey
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    Mensagem por Lucas Corey Ter Jul 04, 2023 8:46 pm

    Nam aproximou-se de Nadien e a cumprimentou com um sorriso e um leve aceno de cabeça, sem descer de sua montaria. Ela lhe perguntou sobre o código, e o gnomo balançou levemente a cabeça ao responder que já tinha feito um primeiro exame, mas sem sucesso. Depois, ele viu que Garona e Nimb, que ele já tinha notado à distância, estavam chegando perto, então cumprimentou os dois com um aceno animado.

    A paladina começou a entoar palavras mágicas, e assim realizou um belíssimo ritual de conjuração, o qual fez um cavalo enorme, saudável e paramentado com armadura, surgir do nada!

    "Eu aprecio a magia em todas as suas formas", era o que Nam sempre falava, então não era surpreendente que, mesmo sendo um mago, ficasse boquiaberto diante daquela magnífica conjuração sagrada! Assim, quando Nadien lhe estendeu a mão, oferecendo carona, Nam sentiu o desejo de cavalgar aquela criatura invocada do nada, por pura magia, mas declinou gentilmente do convite - e nem foi por já ter sua própria montaria.

    - Obrigado, cara Nadien, mas minha esposa, Jezziah, é um pouco ciumenta demais. Ela não gostaria de me ver dividindo sela com outra mulher, mesmo em se tratando de uma paladina sagrada. E eu, embora sabendo que ela jamais veria isso, não me sentiria bem fazendo algo que ela não aprovaria.

    Os quatro seguiram caminho, e as conversas amenas cessaram conforme foram se embrenhando na floresta de Cormanthor, atravessando áreas onde Nam nunca estivera e nas quais a vegetação era mais densa do que nas paragens que ele já conhecia. Depois de aproximadamente 4 horas cansativas no lombo de uma mula, ele resolveu quebrar o silêncio:

    - Sabem, eu tenho orgulho de ser mago, então, quando estou na cidade, sempre me visto à moda de um, com chapéus pontudos, robes, túnicas e capas coloridas e estampadas com símbolos arcanos e astrológicos. Mas, quando contei para minha querida esposa que iria explorar uma Cripta, ela me convenceu - com algum custo, admito hehehe - a usar roupas práticas. Só por isso eu agora estou vestindo estas roupas simples, resistentes, de cor verde escura, como um típico gnomo das florestas. Bendita seja minha querida Jezziah, ha ha ha! Já estou com saudades dela…

    Nam interrompeu sua fala quando sons de folhagens em movimento e o ruído áspero de algo se arrastando pelo chão fizeram-se ouvir. Houve um instante de silêncio, não mais do que isso, até que formas grotescas, que deveriam pertencer ao mar, não à terra, surgissem para defender o espaço onde o grupo havia chegado! "Eu devia ter continuado de boca calada”..., pensou o gnomo.

    Prodígio:
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    Mensagem por Dycleal Ter Jul 04, 2023 9:56 pm

    Garona pela manhã, já pronta, durante o desjejum compartilha da visão que tivera durante o seu voo de pássaro e pergunta para Nimb, na hora que a paladina oferece a carona no cavalo que invocara, se ele ia querer uma carona no seu ombro, para irem mais rápido.
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    Mensagem por Dycleal Qua Ago 02, 2023 6:35 pm

    Vou usar esse post como um rascunho, tá pessoal?

    Ao adentrar ao palácio, vi uma estrutura sensacional, mas me chama mais atenção, as pessoas que estavam dentro daquela colossal estrutura. Olho direto para o duque e para a princesa, meus principais alvos de observação ali, naquele espaço, eles que precisam ser meu foco. E observo olhar de Davi cruzando com o olhar do duque. Meu coração se acalma, pois descubro o motivo do silêncio do meu parceiro e prometido marido. Era o medo o medo congelante de um momento de confronto com alguém muito forte e seu mentor. Olho novamente para o Duque e vejo, em suas vestes negras com o bordado da sua casa, e uma camisa branca por baixo desta composição e percebo que ele continua um padre ou mesmo um templário, embora agora sendo um ex-inquisidor.

    Neste momento vem a minha mente um insight e percebo que o Duque é a pessoa importante que David precisa se ausentar da minha companhia para ter a sua conversa reservada... Neste momento, também vejo que meu noivo, recolhe de onde não se espera uma coragem necessária para este inevitável encontro. Ele lá tinha os seus truques e reservas de energia. Passo então a observar a princesa, com seu sorriso estampado no rosto, com seu estudado jeito delicado e gentil, e para uma pessoa da corte, como eu, sei que estas são as características perfeitas para identificar uma cobra perigosa. Então sei, por experiência, que preciso ter muito cuidado, principalmente por causa de quem a apoia e de quem ela quer conquistar e vou usar toda a perícia que minha educação deu e os conselhos de David para catalisar e multiplicar a habilidade palaciana de sobreviver na corte, nesta tarefa preciso colher êxito.

    O duque neste momento faz um sinal para Davi e cochichar algo no ouvido da princesa imediatamente ela vem para o nosso encontro e ao se encontrar com o David indo em direção ao duque dá um leve encontrão aproveitando para lhe lançar seus olhares tentadores, ela é mais velha do que eu, mas bem formada do que eu, mas não consigo ter medo de concorrer com ela, deveria ter, suponho, mas não consigo, pois confio no meu Deus, que comanda o meu futuro e o meu destino e também confio na minha inteligência e na minha coragem, pois se elas estão postas no meu Deus, não tenho inimigos a minha altura. A princesa finalmente chega, me cumprimentando de um modo que não sei se é sincero ou se é escárnio quando ela fala: - Há quanto tempo, Lady Chrystina, quase não a reconheci nestas vestes! parecia tentar me constranger, mas dei a chance de ser apenas uma surpresa em me ver após tanto tempo... E ela continua: - Mas, em todo caso, devo lhe agradecer, uma vez que vosso pai não está aqui, pela ajuda que nos foi dada! Muitíssimo obrigada.

    Fico pensando no que responder e após calibrar a resposta, de modo a não me complicar, digo: - Realmente, concordo contigo princesa, esta roupa me caiu muito bem. Preciso passar mais tempo na corte e menos tempo salvando os que não podem se defender... Mas, pessoas gratas, fazem com que este sacrifício valha a pena! E fico observando a sua reação: Se ela sentiu-se compelida ou se apenas tomou como uma frase vazia e ela então continua: - Em todo caso me diga como tem passado? Me fale o que está achando de sua estadia em Aragão e me fale também sobre você. Fiquei sabendo dos seus feitos no campo de batalha... Enfim temos muito o que conversar enquanto os homens se gabam dos seus feitos! E neste momento vira o rosto para Arnou e David.

    Novamente tenho que calibrar minha resposta fazendo uma modulação entre o possível e o não ofensivo e respondo com calma e com a voz mais maviosa que eu consigo fazer: - Querida, eu estou bem, me sentindo leve e com a sensação do dever cumprido! Fazendo minhas peregrinações, e as autoridades da região aqui tem me apoiado bastante, tanto os nobres quanto a inquisição e você, quando vai nos visitar em Londres? O meu primo aguarda a sua visita, após meu pai relatar a reconquista do seu reino. E olhe, continuo, então, falando em um tom mais baixo, quase confessional, que ele é um partido muito interessante e atualmente disponível, eu daria todo o meu apoio, se te interessar, é claro. E após esta fala, fico analisando o seu posicionamento e se ela pesca a sugestão e fica pensativa, se demonstra alguma contrariedade pela intromissão ou se até se anima abertamente com sugestão plantada, pois não há maior partido masculino a ser conquistado, do que o jovem rei da Inglaterra! Senhor da maior Frota Naval e do maior exército e fortuna da nossa época.
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    A Aventura Começa - "O Coração da Floresta" - Página 3 Empty Re: A Aventura Começa - "O Coração da Floresta"

    Mensagem por GM Qua Ago 02, 2023 9:43 pm

    Dycleal escreveu:Vou usar esse post como um rascunho, tá pessoal?

    Ao adentrar ao palácio vi uma estrutura sensacional mas me chama mais atenção as pessoas que estavam dentro daquela colossal estrutura olho direto para o duque e para a princesa que precisam ser meu foco e cruzando o olhar de Davi com duque meu coração se acalma pois descubro o motivo do silêncio do meu parceiro e prometido marido era o medo o medo congelante de um momento de confronto com alguém muito forte e vejam em suas vestes negras com bordado da sua casa e uma camisa branca por baixo que ele continua um padre e um templário mesmo sendo inquisidor e agora mas também vejo que ela tá que está precisando se encontrar com aquele que me avisar em um momento me deixaria vejo que ele recolhe de onde não se espera uma coragem e neste momento observa a princesa com seu sorriso, tem jeito delicados e gentil e para uma pessoa da corte, como eu, sei que são as características perfeitas para uma cobra. Então sei que preciso ter muito cuidado, principalmente por causa de quem a apoia e de quem ela quer e vou usar toda a perícia que minha educação deu e os conselhos de Davi, nesta tarefa para colher êxito.

    O duque neste momento faz um sinal para Davi e cochichar algo no ouvido da princesa imediatamente ela vem para o nosso encontro e ao se encontrar com o Davi indo em direção ao duque dá um leve encontrão aproveitando para lhe lançar seus olhares tentadores, ele é mais velha do que eu, mas bem formada do que eu, mas não consigo ter medo de concorrer com ela, deveria suponho, mas não consigo, pois confio no meu Deus, que comanda o meu futuro e o meu destino e também confio na minha inteligência e na minha coragem, pois se elas estão postas no meu Deus, não tenho inimigos a minha altura. A princesa finalmente chega, me cumprimentando de um modo que não sei se é sincero ou se é escárnio quando ela fala: - Há quanto tempo, Lady Chrystina, quase não a reconheci nestas vestes! parecia tentar me constranger, mas dei a chance de ser apenas uma surpresa em me ver após tanto tempo... E ela continua: - Mas, em todo caso, devo lhe agradecer, uma vez que vosso pai não está aqui, pela ajuda que nos foi dada! Muitíssimo obrigada.

    Fico pensando no que responder e após calibrar a resposta, de modo a não me complicar, digo: - Realmente, concordo contigo princesa, esta roupa me caiu muito bem. Preciso passar mais tempo na corte e menos tempo salvando os que não podem se defender... Mas pessoas gratas como a minha bela princesa, fazem com que este sacrifício valha a pena! E observo a sua reação: Se ela sentiu-se compelida ou se apenas tomou como uma frase vazia e ela então continua: - Em todo caso me diga como tem passado, me fale o que está achando de sua estadia em Aragão e me fale também sobre você. Fiquei sabendo dos seus feitos no campo de batalha... Enfim temos muito o que conversar enquanto os homens se gabam dos seus feitos! E neste momento vira o rosto para Arnou e Davi.

    Novamente tenho que calibrar minha resposta fazendo uma modulação entre o possível e o não ofensivo e respondo com calma e com a voz mais maviosa que eu consigo fazer: - Querida, eu estou bem, me sentindo leve e com a sensação do dever cumprido! fazendo minhas peregrinações, e as autoridades da região aqui tem me apoiado bastante, tanto os nobres quanto a inquisição e você quando vai nos visitar em Londres? O meu primo aguarda a sua visita, após meu pai relatar a reconquista do seu reino. E olhe, digo em um tom mais baixo, quase confessional, que ele é um partido muito interessante e atualmente disponível, eu daria todo o meu apoio, se te interessar, é claro. E após esta fala, fico analisando o seu posicionamento e se ela pesca a sugestão e fica pensativa, se demonstra alguma contrariedade pela intromissão ou se até se anima abertamente com ela, pois não há maior partido masculino a ser conquistado, do que o jovem rei da Inglaterra! Senhor da maior Frota Naval e do maior exército e fortuna da nossa época.

    Quando terminar, me avisa para eu apagar...
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