"Nottingham? Já apanhou Robin Hood? Brincadeirinha. Estou ligando a respeito de hoje a noite sobre o encontro dos enólogos e sommeliers. Teremos vinhos de safras incriveis esta noite então tudo que estar certo sem nenhum risco de penetra ou falha de segurança.
Infelizmente não teremos o Châteauneuf-du-Pape, pois o negociante que me garantiu que o vinho era um da coleção do Papa Leão XIII deu pra trás e o especialista romano não pode vir."
Vaisey Nottingham
Vou mandar meu pessoal para cuidar da sua segurança. Ninguém vai incomodar seu encontro.
Off:
Vou ordenar que parte do meu pessoal cubra o evento.
Maxine Dubois chamou o Uber, sendo atendida novamente por Úrsula Ernest, a mesma motorista que a apanhara nas noites anteriores. Como antes, ela se mostrou solícita e discreta, cumprimentando Max com cordialidade formal.
Ao desembarcar, Max atravessava as ruas sombrias e desertas de Gary, cada passo ecoando contra as paredes das construções decadentes. A noite estava fria e úmida, com uma névoa leve pairando no ar, conferindo ao cenário um ar ainda mais fantasmagórico.
A Irmã Magdelene, uma figura soturna e austera, a acompanhava, seus passos silenciosos e calculados. As duas se dirigiam à Clínica Comunitária de Saúde Mental de Gary, um lugar conhecido por abrigar aqueles que a sociedade preferia esquecer. Ao se aproximarem da clínica, Maxine pôde ver a silhueta de Trashman à distância. Ele estava em pé, meio encoberto pelas sombras, mas sua presença era inconfundível. Trashman era um homem de estatura média, com cabelos longos e desgrenhados e roupas esfarrapadas que mais pareciam camadas de trapos. Seus olhos, no entanto, eram intensamente vivos e inteligentes, refletindo uma astúcia e uma determinação ferozes.
Quando Maxine e a Irmã Magdelene se aproximaram, Trashman saiu das sombras, seus olhos fixos na vampira com uma mistura de curiosidade e cautela. Ele não disse nada enquanto elas se aproximavam, apenas aguardou em silêncio. - Maxine - cumprimentou Trashman com um aceno de cabeça - O que te traz aqui a essa hora?
Assim que ela explicou o que desejava, Trashman estreitou os olhos, considerando as palavras de Maxine.
- E o que eu ganho com isso? - perguntou ele, sua voz carregada de um tom desafiador.
Maxine chegou à Clínica Edgewater Health após uma curta viagem, a fachada imponente do edifício contrastando com a escuridão da noite. A ala psiquiátrica era um lugar silencioso, interrompido apenas pelo ocasional sussurro de enfermeiras e o som de portas abrindo e fechando suavemente. Maxine, acompanhada por Shadow, fez seu caminho até o quarto de Walter J. Swann.
Ela parou diante da porta de Walter, respirou fundo e bateu levemente antes de entrar.
Walter estava sentado em sua cama, envolto em um cobertor xadrez. Seus olhos, que sempre pareciam um pouco perdidos, se iluminaram ao ver Maxine. - Maxine! Você veio! - ele exclamou, um sorriso tímido surgindo em seu rosto. Seus dedos inquietos brincando com a ponta do cobertor.
- Os médicos dizem que estou estável, mas você sabe como é. As vozes, as conspirações... nunca param.
Quando ela pediu a ajuda dele, Walter inclinou-se para a frente, os olhos brilhando com interesse.
- Eu ajudo, Maxine. Sempre ajudo. O que você precisa?
A madrugada já era avançada quando Maxine saiu da clínica.
Ela poderia ainda ir ao Nightawake, mas arriscaria ter que passar o dia em algum lugar improvisado.
O Elísio tinha lugares seguros para passar o dia, mas ir até ele significaria abrir mão da visita ao clube noturno onde ela esperava encontrar o Doutor.
Maxine enfim terminara a conversa com o xerife e após garantir que o mesmo enviara segurança para o Elísio ela estava livre para seguir sua própria agenda e tudo começava agora ao entrar no uber. Ao faze-lo constatou que estava sendo atendida por Úrsula Ernest e que finalmente podia associar um rosto a voz e deixou um sorriso se manifestar e cumprimentou a motorista.
"Boa noite. Hoje vai ser corrido, mas é uma bela noite para um passeio e esta vai ser longa." Diz enquanto segura Virgil na coleira enquanto olhava pela janela para ver o caminho que percorriam é claro que aos outros ela era uma pessoa cega e Maxine pretendia manter que as pessoas continuassem a acreditar nisso.
Ela chegara a clinica comunitária e ao bandejão. Notara a irmã Magdalene assim como Trashman e cumprimentou ambos com cortesia e educação para então pedir um aparte e afastou-se com o lorde dos mendigos e explicara suas intenções e logo recebeu a resposta.
Alexyus escreveu: - E o que eu ganho com isso? - perguntou ele, sua voz carregada de um tom desafiador.
Era esperado que Trashman não faria as coisas de graça, mas Maxine estava pronta para este colóquio e respondeu sem hesitar.
"Mon ami Trashman. Ecoutez... Posso conseguir-lhe alguns itens para sua comunidade neste caso falo de medicamentos. Se você fizer isso por mim em nosso próximo encontro realizamos a troca: a informação pelos remédios. Se concordar com isso você pode me contatar para marcarmos a troca."
Maxine pensou consigo mesma. Posso conseguir os medicamentos com Maurice usando o dinheiro que consegui daquele escroque do Orne e bem também posso pedir ao Doutor, mas enfim uma coisa de cada vez.
Ao fim do colóquio ela se dirigiu para Clínica Edgewater Health ela entrou discretamente e chegou ao quarto onde viu Walter, seu futuro prospecto para os Malkavianos e sorriu.
"Sim, Walter existem movimentações e conspirações em todo lugar até mesmo aqui em Gary e vou precisar de sua ajuda." Disse sorrindo para logo então baixar a voz e continuar "Os médicos não sabem escutar as vozes...Elas tem sabedoria."
Alexyus escreveu:- Eu ajudo, Maxine. Sempre ajudo. O que você precisa?
"Creio que seja possível espelhar o acesso as câmeras da prefeitura? Para que possamos ver as imagens das mesmas remotamente? Ah sim meu amigo aguarde, mas creio que muito em breve vou lhe tirar daqui e lhe dar guarida num lugar melhor e com um equipamento digno de suas habilidades. Se quiser escrever o que você precisaria neste papel eu vou tratar de providenciar."
Maxine pensou consigo mesma. Novamente vou ter que falar com o Doutor para achar um lugar onde posso colocar Walter e claro bem torna-lo um carniçal.
Observou a hora e ponderou sobre isso, mas o encontro com o Doutor era muito importante e resolveu ir ao Nightwake chamou o Uber novamente para que perdesse o mínimo tempo possível e bem se fosse necessário poderia passar o dia no próprio Nightwake que seja. Afinal seu Senhor estava lá.
Depois de firmar seu acordo com o Trashman, Maxine foi até a clínica.
"Creio que seja possível espelhar o acesso as câmeras da prefeitura? Para que possamos ver as imagens das mesmas remotamente? Ah sim meu amigo aguarde, mas creio que muito em breve vou lhe tirar daqui e lhe dar guarida num lugar melhor e com um equipamento digno de suas habilidades. Se quiser escrever o que você precisaria neste papel eu vou tratar de providenciar."
Virgil assentiu lunaticamente: - Possível? Sim, é possível! Totalmente possível! Trabalhoso, sim, mas possível! Não sei quantas câmeras a prefeitura tem. Centenas, talvez? Hackeá-las não parece tão complicado. Podemos instalar um trojan no sistema deles que nos daria acesso ao sistema. Outra alternativa seria instalar um retransmissor diretamente no equipamento deles, mas isso seria mais complicado. Me dê um e-mail que possa abrir o trojan dentro do servidor deles. Com um hardware e software potente o suficiente, podemos operar uma escuta nas câmera.
O paciente escreveu numa folha de receituário várias configurações de computador que ele desejava, tanto de máquina física quanto de programas instalados, e entregou a Maxine.
Maxine saiu da clínica e chamou seu uber novamente, sendo atendida pela mesma Úrsula Ernest de sempre.
O carro de aplicativo a levou ao Nightwake, já praticamente vazio naquele horário quase matutino, tanto que os funcionários já tinham começado a limpar o salão erguendo as cadeiras sobre as mesas. O barman daquela noite já tentava persuadir os últimos clientes do bar a saírem enquanto uma música gravada tocava nos autofalantes.
Maxine não encontrou sinais do Doutor em nenhuma parte.
A seu pedido, foi lhe concedido acesso ao depósito do bar no subsolo. Entre caixas de bebidas e alimentos, ela poderia passar o dia em segurança.
5 de Março de 2023
Maxine acordou com uma mensagem no voicemail marcada como urgente em seu celular.
Era da Príncipe Valentina Albertini.
"Preste atenção! Estamos sob ataque! O Clube Arcadia está consumido por um incêndio ainda não controlado! Não temos notícias de Rosalinda Bianchi! Certifique-se de sua segurança pessoal! O Elísio está sob forte segurança, mas só venha para cá se seu deslocamento for seguro! Informe sobre seu estado atual assim que possível!"
Maxine havia feito parcialmente oque desejava arrumando sua rede de informação e vigilância ao acertar com Trashman e Walter, porém novamente seu senhor lhe dera um "bolo" e ela não o encontrara. Chegara ao Nightwake a tempo de evitar a aurora de um novo dia graças a eficiência de Úrsula Ernest que merece as cinco estrelas no aplicativo.
Trocou palavras com o bartender e obteve um acerto para sua permanência, porém novamente seu senhor não dava o ar de sua graça no recinto, o que frustrava seus intentos e levantava questionamentos. Olhou para Virgil, o grande cão dinamarquês que a olhou de volta com óbvia evidência da fidelidade canina: a língua para fora e o abanar de rabo, a malkaviana enfim suspirou e ao observar os últimos clientes saindo e nisso ela sentiu que precisava lavar o rosto e foi a toalete ao chegar lá viu que estava vazio salvo por uma jovem que dormia o profundo sono alcoólico dos farristas boêmios e bem vira uma oportunidade para renovar as energias trancou a porta e fez uma rápida "boquinha" tendo o cuidado de não beber demais. Sentindo-se renovada, ela deixou a jovem no banheiro, mas avisou ao bartender que havia uma moça lá e que provavelmente teria que ser buscada por um amigo ou responsável.
No depósito, acomodou-se para poder "descansar" e, embora não fosse a primeira vez que dormira num abrigo entre caixas, a falta de conforto era perceptível, porém o abraço de Morfeu foi bem-vindo e ela caiu no reino dos sonhos, sendo velada por seu fiel cão Virgil.
"Com certeza não é um Ritz, mas vai servir." disse antes de perder a consciência.
Sonhos foi uma palavra bem colocada, pois ela sonhou (Uso de força de vontade para um sonho profético).
Ao despertar ela usou a dádiva do sangue para curar seus olhos e limpou o rosto com toalhas de papel que havia apanhado no banheiro na noite anterior e consultou o telefone vendo a mensagem urgente da Príncipe percebera que as sombras estavam agindo conforme ela vira e agora tinha tido mais uma visão e precisava de um tempo para interpretá-la antes de decidir seus próximos movimentos...
Ao beber o sangue da jovem embriagada, Maxine sentiu imediatamente os efeitos do álcool invadirem seu sistema. O mundo ao seu redor parecia girar levemente, e ela teve que se apoiar na pia do banheiro para não perder o equilíbrio. Sua mente ficou nebulosa, os pensamentos entrelaçando-se de maneira confusa e desconexa. Ela se esforçou para manter a compostura enquanto saía do banheiro, informando ao bartender sobre a moça desacordada antes de descer ao depósito para descansar.
No depósito, Maxine se acomodou entre as caixas de bebidas e alimentos. O efeito do álcool a envolvia como uma névoa densa, e ela logo caiu em um sono profundo e agitado, sendo velada por seu fiel cão Virgil.
Maxine encontrou-se em uma versão distorcida e onírica da cidade de Gary. As ruas estavam cobertas por uma névoa espessa, e as sombras pareciam se mover com vida própria. Ela estava descalça, sentindo o frio do asfalto sob seus pés, e caminhava sem rumo, guiada por uma força invisível.
Ao virar uma esquina, viu o Clube Arcadia em chamas. As chamas dançavam com uma fúria sobrenatural, consumindo a construção rapidamente. No meio do fogo, podia ver Rosalinda Bianchi, uma figura indistinta e cercada por sombras. Rosalinda parecia tentar gritar, mas nenhum som saía de sua boca.
De repente, Maxine foi puxada para outra cena. Estava em um salão opulento, cheio de espelhos que refletiam infinitas versões dela mesma. No centro do salão, uma figura encapuzada a observava, os olhos brilhando com uma luz fria e inumana. Ao redor da figura, sombras se contorciam e sussurravam, formando palavras incompreensíveis.
"Maxine Dubois," a figura disse, sua voz ecoando pelo salão. "Você está em uma encruzilhada. Escolhas devem ser feitas. Alianças serão testadas. A verdade está oculta nas sombras, mas você deve ver através delas."
A cena mudou novamente. Agora, Maxine estava no meio de um campo de batalha. Vampiros e outras criaturas sobrenaturais lutavam ferozmente, o som de aço contra aço e gritos de dor preenchendo o ar. No centro do caos, a Príncipe Valentina Albertini lutava com uma determinação feroz, mas parecia estar cercada por inimigos.
Ela tentou se aproximar para ajudar, mas algo a impediu. Olhando para baixo, viu que suas pernas estavam presas em correntes de sombras, que a puxavam para baixo, tentando arrastá-la para a escuridão. Ela lutou contra as correntes, seu coração batendo freneticamente enquanto as sombras se aproximavam, sussurrando segredos antigos e ameaçadores.
Maxine acordou com um sobressalto, o som dos sussurros ainda ecoando em sua mente. Sentiu o gosto metálico de sangue em sua boca, misturado com o amargor do álcool. A cabeça latejava, e por um momento, a realidade parecia se misturar com os fragmentos de seu sonho.
Virgil estava ao seu lado, observando-a com preocupação.
Maxine usou a dádiva do sangue para curar seus olhos e limpar os resquícios do álcool de seu sistema, sentindo-se mais clara e focada. Ela então pegou seu celular e viu a mensagem urgente da Príncipe Valentina Albertini.
O sonho profético ainda estava fresco em sua mente, cada detalhe vívido e perturbador. Ela sabia que o sonho era um aviso, uma visão do que estava por vir. O incêndio no Clube Arcadia, o desaparecimento de Rosalinda Bianchi, a figura encapuzada, e a batalha iminente eram todos sinais de um conflito maior que se aproximava.
Maxine Dubois desperta, sua mente ainda imersa nas visões perturbadoras que assombraram seu repouso. A cidade de Gary parecia estar sob um véu sombrio, como se as trevas houvessem engolido cada rua e beco. As sombras se contorciam, ganhando formas grotescas, e a névoa espessa que permeava o ar era quase tangível, como um espectador silencioso e onipresente.
Descalça, Maxine sente o frio do chão sob seus pés. Uma pergunta latejava em sua mente: "Por que estou sem meus sapatos?", mas essa era apenas uma das muitas perguntas que pairavam como fantasmas em sua mente. As visões que a assaltaram enquanto dormia pareciam mais reais do que nunca, como se ela estivesse presa em um filme de terror antigo, daqueles produzidos pelos estúdios Hammer, onde cada detalhe era meticulosamente orquestrado para provocar medo e desespero.
Apesar da sensação de vulnerabilidade, Maxine não podia ignorar o impulso que a conduzia. Era como se um diretor invisível traçasse seu caminho, guiando-a por ruas familiares que agora pareciam desconhecidas e ameaçadoras. Ela se movia quase mecanicamente, os olhos atentos a cada movimento nas sombras, a cada sussurro na névoa.
No meio dessa perspectiva aterradora Maxine viu um clarão que rompia o padrão, pois num virar de esquina lá estava o Clube Arcádia ardendo em chamas, estas que tremulavam de forma antinatural engolfando a construção consumindo-a rapidamente e eis que distinguiu naquele espetáculo de fogo e sombras a figura de Rosalinda Bianchi que gritava, porém, nenhum som saia de seus lábios.
Como um corte de um editor que corria contra o tempo e a serviço do estúdio e do implacável diretor, a cena mudava novamente sem um desfecho do que estava sendo visto anteriormente, mas temos agora uma nova cena. Maxine estava em um salão opulento repleto de espelhos que refletiam incontáveis versões dela, mas o que realmente lhe chamava a atenção era a figura encapuzada que a observava com olhos brilhantes de uma luz fria e inumana como um fogo-fátuo sinistro as sombras ao redor se contorciam e sussurravam sons incompreensíveis, mas a figura enfim lhe dirigiu a palavra com termos enigmáticos obviamente.
"Maxine Dubois," a figura disse, sua voz ecoando pelo salão. "Você está em uma encruzilhada. Escolhas devem ser feitas. Alianças serão testadas. A verdade está oculta nas sombras, mas você deve ver através delas."
Um novo corte de cena e agora se via o caos e nele havia vampiros e outras criaturas sobrenaturais que lutavam ferozmente em uma batalha campal e no epicentro desta selvageria estava a Príncipe Valentina Albertini, feroz e determinada, porém cercada por inimigos como ela havia previsto antes. Maxine tentou movimentar-se, porém, sem sucesso, já que suas pernas estavam presas em correntes de sombras, que a puxavam para baixo, tentando arrastá-la para a escuridão enquanto as sombras se aproximavam, sussurrando segredos antigos e ameaçadores.
Conforme avançava, as visões de sua mente se misturavam com a realidade ao seu redor. Seria essa a verdadeira face de Gary, uma cidade corrompida por forças além da compreensão mortal? Ou seria apenas um reflexo de sua própria mente fragmentada, uma manifestação dos segredos obscuros que ela carregava como uma Malkaviana?
Cada passo que dava a aproximava mais de uma verdade que temia descobrir. O caminho que seguia parecia guiá-la para o coração das trevas, onde talvez encontrasse respostas para suas visões, ou quem sabe, um destino ainda mais sombrio.
A noite estava apenas começando, e para Maxine Dubois, as sombras de Gary estavam mais vivas do que nunca.
Maxine enfim colocou o celular de lado e afagou a cabeça do grande cão dinamarquês que a acompanhava para então levantar-se do chão e arrumar-se. Sentia uma imensa vontade de um banho restaurador, mas o tempo estava correndo de forma inexorável e seu olhar perdeu o foco, pois novamente estamos na mente fragmentada da Malkaviana.
As quatro personalidades – Yeva, Silke, Elizabeth e Maxine – estão novamente na sala de terapia e a porta de metal no canto da sala continuava a bater ameaçadoramente contra suas fundações.
Yeva abraçou seu ursinho de pelúcia, Misha, como se este pudesse protege-la e disse em seu forte sotaque russo: "Maxine. As sombras pegaram Rosalinda e querem pegar todos. O que faremos?"
Silke com cara de poucos amigos ficou de pé e disse num leve sotaque alemão "O que vamos fazer? Ora eu te digo nós vamos chutar umas bundas é isso que devemos fazer juntar todo mundo e chutar umas bundas."
Elizabeth, que tomava notas em sua prancheta diz em um sotaque britânico: "Silke, novamente devemos abordar isso com cautela. Os sonhos está representando um padrão e a figura da sombra novamente apareceu, mas será que isso também não é um indicativo que pode haver um Lasombra? Manipulação de sombras? Divago e sabemos muito pouco apesar de nossos progressos."
Maxine, tomando um momento para reunir seus pensamentos, respondeu: "Devemos obter mais informações e estou frustrada porque não encontramos o Doutor, mas talvez devamos fuçar um pouco por aqui antes de irmos ao Elisio encontrar a principe. Teste de alianças? Não foi o que a figura das sombras disse não foi? Veremos."
ELizabeth anotava informações em sua prancheta e levantou os olhos dizendo: "Precisamente. Talvez o escritório? Afinal pode ser instrutivo."
Silke, colocou os braços atrás da cabeça e ironizou. "Até que enfim vamos lá e remexer as gavetas dele e bem talvez ele resolva aparecer afinal o Doutor adora seus segredinhos."
A batida atrás da porta tornou-se mais intensa, e este novo sonho misterioso deixou uma atmosfera inquietante na sala. Às quatro personalidades encontraram-se em uma encruzilhada, divididas entre a intriga das revelações do sonho e a necessidade de ação.
Maxine saiu de seu estupor e bem estava decida iria fuçar por ali e bem o escritório era uma ideia interessante...
Maxine respirou fundo, sentindo a determinação tomar conta dela. Virgil, seu fiel cão dinamarquês, parecia captar a mudança em sua atitude e levantou-se ao seu lado, pronto para acompanhá-la em qualquer lugar que ela fosse.
A Malkaviana olhou ao redor do depósito, certificando-se de que não havia mais ninguém por perto. O Nightwake estava praticamente vazio, e os funcionários do bar estavam começando a limpeza e se preparando para a chegada dos clientes da noite. Maxine sabia que precisava agir rapidamente, antes que o movimento normal da noite começasse e as oportunidades de investigação fossem perdidas.
Ela saiu do depósito e subiu as escadas com passos silenciosos. O salão principal do Nightwake estava quieto, com apenas o som distante da música gravada tocando nos alto-falantes. Maxine fez um sinal para Virgil, e o cão a seguiu de perto enquanto ela se dirigia ao escritório do Doutor, que ficava nos fundos do bar.
Maxine abriu a porta do escritório com cuidado. O ambiente era austero, decorado com móveis de madeira escura e poucas decorações pessoais. A iluminação suave lançava sombras longas pelas paredes, criando um ambiente quase gótico. A escrivaninha estava organizada de forma meticulosa, mas Maxine sabia que os segredos estavam escondidos nas profundezas das gavetas e arquivos.
Sentada na cadeira do Doutor, ela começou a desvendar os documentos e arquivos digitais com uma sensação crescente de urgência. A cada página e arquivo digital acessado, ela descobria camadas de teorias da conspiração que se estendiam por toda a cidade de Gary e além.
Os documentos impressos que Maxine encontrou no cofre eram detalhados e minuciosos, revelando um emaranhado de conspirações. As principais teorias abrangiam dois eixos:
1 - Controle da Economia Local: Havia gráficos e relatórios financeiros detalhando como o Doutor, em colaboração com figuras influentes, estava manipulando a economia de Gary. Pequenos negócios estavam sendo comprados ou destruídos, e o dinheiro era canalizado para empresas controladas por aliados secretos.
2 - Infiltração de Instituições Locais: Listas de nomes e cargos de indivíduos em posições de poder na polícia, governo local e até hospitais que estavam supostamente sob o controle do Doutor. Esses indivíduos seriam seus olhos e ouvidos, facilitando a execução de seus planos.
Maxine começou a perceber o quão profundo e abrangente eram os planos do Doutor. As conspirações não se limitavam apenas a Gary, mas também se estendiam a outras cidades próximas, sugerindo um esforço coordenado para espalhar uma influência externa à Camarilla por toda a região. Documentos médicos sugeriam o uso de poderes vampíricos para manipular mentes influentes na cidade, incluindo líderes comunitários e jornalistas, talvez para criar um ambiente de medo e desinformação e facilitar a tomada do controle. Notícias falsas e campanhas de difamação contra líderes locais. Uma lista de humanos em posições estratégicas a quem poderiam ser oferecidos poder e recursos em troca de lealdade. Esses humanos poderiam ser treinados para agir como agentes duplos, infiltrando-se em organizações importantes.
Nada era muito claro, apenas um monte de anotações confusas, diferentes documentos reunidos e rabiscados com indicações para outros, estabelecendo um labirinto de conexões que Maxine levaria dias para desvendar completamente.
Maxine ainda estava tentando organizar tudo em sua mente quando a porta do escritório se abriu abruptamente.
Lá estava o Doutor, uma figura alta e esguia, com um sorriso insano que não conseguia esconder a inteligência fria em seus olhos. Ele entrou lentamente, seus passos ecoando no espaço pequeno, enquanto Maxine instintivamente recuava, sentindo a tensão aumentar no ar.
- Ah, Maxine - ele disse, sua voz carregada de uma estranha mistura de charme e loucura - Eu sabia que eventualmente você encontraria o caminho até aqui. As sombras sempre encontram seus próprios.
O Doutor riu, um som que parecia ecoar e se distorcer na mente de Maxine. - Claro, claro. Você sempre teve uma curiosidade insaciável. E é por isso que preciso de você ao meu lado, Maxine. Você vê as coisas de uma maneira que poucos conseguem.
Ele se aproximou, seus olhos brilhando com uma intensidade quase hipnótica. - A cidade de Gary está se transformando, e eu estou no centro dessa transformação. Eu vi as visões, Maxine. As mesmas que você viu. As sombras sussurraram para mim, revelando os segredos mais profundos e os caminhos ocultos.
O sorriso do Doutor se alargou ainda mais, quase se tornando uma máscara grotesca de loucura. - Traição e lealdade são conceitos tão... limitados. Eu procuro algo maior, algo além das simples divisões entre Camarilla, Anarquistas e Sabá. Eu procuro o verdadeiro controle, a verdadeira compreensão. As sombras nos mostraram o caminho, e juntos podemos moldar este mundo de acordo com nossa vontade.
Ele estendeu a mão para ela, um gesto ao mesmo tempo convidativo e ameaçador. - Junte-se a mim, Maxine. Com suas habilidades e minha visão, podemos criar algo extraordinário. Podemos trazer uma nova ordem para esta cidade e além. Imagine o poder que poderíamos alcançar, a verdade que poderíamos desvendar.
A noite estava densa e silenciosa na cidade de Gary, uma cidade mergulhada em segredos e intrigas vampíricas. Maxine, uma Malkaviana dedicada e leal, estava sozinha no escritório, cercada por papéis e documentos do Doutor. O silêncio era perturbador, quase tangível, enquanto ela folheava meticulosamente cada pedaço de informação. Então, finalmente, ela compreendeu o plano do Doutor. Era um esquema ambicioso, uma teia complexa que ele tecera para controlar a Camarilla não só em Gary, mas na região circundante.
As palavras do Doutor ecoavam em sua mente: "Ter o poder sem um plano é tolice. O plano sem poder é inútil." Ele sempre fora uma figura impressionante para Maxine, tanto como mestre quanto como uma espécie de figura paterna. Ela não podia deixar de sentir um orgulho ao descobrir a magnitude do plano. Porém, havia uma inquietação, uma preocupação de que seu mestre pudesse estar envolvido na recente confusão no clube Arcadia. Isso não fazia sentido se seu objetivo era fortalecer a Camarilla. Ela ponderava sobre essas possibilidades quando, de repente, ele apareceu.
Grande como a vida e em pessoa, o Doutor estava ali. Maxine o fitou com admiração e respeito. Em todos esses 81 anos, ele não só salvou sua vida no momento de seu abraço, mas também fora seu conselheiro, amigo e mentor. A revelação do plano trouxe outros pensamentos, mas antes que ela pudesse articulá-los, algo aconteceu.
Sua mente saiu de foco. Talvez fosse o stress das últimas noites e das revelações. Ela olhou timidamente para baixo, mas quando levantou a cabeça, não era Maxine falando. Era Yeva, com seu sotaque do leste europeu (russo).
"O senhor prometeu que iria voltar e nos contaria mais histórias! Mas não voltou!" A voz infantil e contrariada ecoava na sala. "As sombras pegaram Rosalinda! E agora queimam a cidade e querem nos pegar, Doutor! O senhor vai nos proteger, não vai? Vai?" Ela estava agitada, com medo na voz, chamando por Misha, seu urso de pelúcia.
De repente, a agitação cessou. Seu olhar ficou estático, o pescoço movendo-se de um lado para o outro. Quando os olhos recuperaram o foco, a voz que saiu dos lábios tinha um sotaque britânico. Era Elizabeth.
"Doutor. O plano. É maravilhoso. Tudo tão premeditado e organizado. O senhor é um gênio. Eu vejo algo maior do que as divisões, assim como o senhor. A ordem sobre o caos!" Elizabeth falou com admiração verdadeira nos olhos.
"O senhor nos deixou no escuro, mas seguimos a sua vontade e também fizemos alguns progressos. Eu anotei tudo! Onde estão minhas notas? Minha prancheta? Ah, não faz mal. É óbvio que o senhor sempre nos observou e cuidou de nós."
Mas então, Elizabeth colocou as mãos na cabeça como se sofresse uma dor avassaladora. "Você... Você nos deixa no escuro por todo esse tempo e agora aparece como um palhaço que sai da caixa de surpresa, como se nada tivesse acontecido, não é? Não é, Herr Doctor?" A voz agora era de Silke, com um sotaque alemão, acusadora e raivosa.
Silke avançou na direção do Doutor, apontando um dedo acusador. "Apesar de tudo, você colocou aquela molenga da Maxine no comando. Ela é calma demais! A cidade está indo para o buraco e há uma confusão acontecendo. Temos que fazer algo. O que você vai fazer, meu caro mentor? Roma está em chamas e não somos Nero!"
A agressividade de Silke parecia que ia dizer algo mais, mas a mão que apontava foi baixada por outro braço, que parecia se mover sem consentimento próprio. "Scheisse! Eu não terminei ainda o que eu dizer então fique na sua. Agora ele vai escutar umas verdades." Silke continuou com raiva na voz.
"Eu... eu... VOCÊ VAI VOLTAR PRO SEU LUGAR. A regra do Doutor tem que ser obedecida, não só por mim, mas por todas vocês." Era Maxine, num embate interno com suas personas. Ela deu um grito gutural e, por alguns segundos, pareceu perder a consciência em pé. Finalmente, ela olhou para seu mentor.
"Olá, meu senhor. Faz um tempo que estou atrás de você... Acho que os ânimos esquentaram aqui. A porta continua trancada e resistindo." disse ela, apontando para a própria cabeça e se respirasse provavelmente estaria ofegando.
Ela se aproximou e arrumou o penteado observada pelo grande cão dinamarquês que não se mexeu durante todo o episódio a malkaviana observou seu companheiro canino como uma confirmação, pois se este não fosse o Doutor o faro apurado de Virgil seria determinante...
"O senhor me salvou e cuidou de mim por todos esse anos e ainda duvida que opte por outro caminho? Me conte mais, porém creio que a cidade está precisando ser salva antes de ser controlada... A Príncipe corre perigo e alguém colocou fogo no clube Arcádia e capturou Rosalinda."
O Doutor observou Maxine com uma expressão de diversão e orgulho misturados. Seus olhos, brilhando com uma luz fria e insana, fixaram-se nela, absorvendo cada mudança de personalidade com fascínio. Ele estava diante de sua obra-prima, uma Malkaviana tão fragmentada quanto brilhante. Quando Maxine finalmente retomou o controle, ele deu um passo à frente, a sombra de um sorriso se formando em seus lábios finos. - Ah, Maxine, minha querida - disse ele, a voz profunda e carregada de uma loucura latente - Sempre tão dedicada, tão... multifacetada.
Ele fez uma pausa, os olhos percorrendo o escritório, onde os documentos revelavam seu plano complexo. - Vejo que encontrou algumas das minhas anotações. Maravilhoso, não é? A teia que teci, cada fio conectado, cada peça em seu lugar... Mas você, você é especial. Uma peça central nesse quebra-cabeça que está prestes a se completar.
Ele se aproximou lentamente, a presença dele dominando a sala. Virgil, o grande cão dinamarquês, permaneceu imóvel, observando, mas sem sinal de ameaça. O Doutor passou os dedos por um dos papéis sobre a mesa, como se acariciasse um tesouro precioso. - A cidade de Gary... tão vulnerável, tão cheia de potencial. E você, Maxine, com suas vozes, suas visões... está vendo o que outros não conseguem. Mas o caos... o caos é necessário para que a verdadeira ordem possa emergir. Entende? A Camarilla, o Sabá, todos eles são meras distrações, peças em um jogo maior. E nós, nós somos os jogadores.
Ele se inclinou mais perto, os olhos cravados nos dela, a loucura dançando em seu olhar. - Você fala da Príncipe, do clube Arcádia, mas esses são meros sintomas de algo maior. A cidade está queimando, sim, mas das cinzas... ah, das cinzas, algo novo surgirá. Algo que nós moldaremos.
O Doutor recuou um pouco, erguendo as mãos em um gesto amplo. - Veja, Maxine, estou oferecendo a você um papel mais grandioso. Não mais apenas minha pupila, mas minha parceira. Juntos, podemos redefinir a Camarilla, reescrever as regras deste jogo. Imagine, Maxine, o poder que podemos alcançar. E com suas visões, com a clareza que suas múltiplas personalidades proporcionam, podemos prever cada movimento, antecipar cada ameaça.
Ele deu uma risada suave, quase inaudível, mas repleta de malícia. - Mas, claro, o tempo é essencial. A cidade está em crise, e nossas mãos precisam moldar o futuro agora. Você está pronta para aceitar essa responsabilidade, minha querida? Para se juntar a mim em algo muito maior do que qualquer um de nós jamais sonhou?
O Doutor observava atentamente a reação de Maxine, esperando a resposta com uma expectativa doentia, sabendo que sua proposta poderia levá-la ainda mais profundamente ao abismo da insanidade.
A medida que Maxine foi escutando as palavras de seu senhor e mentor foi se instalando em sua mente que tudo isso era um teste para ela, pois algumas coisas não estavam fazendo sentido que o Doutor tivesse ambição ao poder era correto e que se as cartas corretas fossem jogadas poderiam alçar um novo patamar, porém discordava apenas no ponto em que a cidade precisava cair em cinzas para que isso ocorra já que isso faria com que os grandões da entidade virassem seus olhos para Gary e pelo que consta a ela um manipulador precisa justamente o contrário quanto menos, atenção melhor quanto mais "anestesiado" o paciente estiver melhor e melhor ainda se eles pudessem controlar as cordas da marionete e que esta fosse uma Príncipe bem agradecida e iludida seria excelente.
Ela fica do lado de Virgil e acaricia o cão com ternura...
"O senhor tem bons pontos e até concordo com eles, porém apenas discordo na eliminação imediata do vigente sistema se uma coisa aprendi com o senhor em todos esses anos é que titereiro deve ficar atrás das cortinas deixando o títere manipulado em evidência para que no caso de tudo der errado, ele a marionete sofra as consequências e não quem o manipulou e o jeito que está propondo realizarmos as coisas, irá atrair a atenção tanto dos chefes da Camarilla quanto do Sabá e quiçá da Segunda Inquisição nos colando nos holofotes indesejados.
Quando me colocou aqui na posição de vidente para Príncipe acredito que foi para começarmos um processo da mesma se tornar dependente de nós e bem aos poucos influenciando a mesma a nossa causa manipulando-a. Creio que salvar a cidade e principalmente ajudar Rosalinda e colocar uma rede informativa para coletar informações o que eu meio que comecei a fazer (Informa de seus progressos com Trashman, Orne, Franklin, Irmã Magdalene e Swann) e claro o hacker Swann pode nos ser muito útil se o tirarmos do hospital... Francamente, creio que ele tem potencial futuro."
OBS: Mestre como está a Aura do Doutor? E queria ver se o mesmo está me escondendo algo em seu discurso tipo alguma skill que eu possa jogar tipo um "sentir motivação?
Maxine começou a se reconectar com a realidade à medida que ouvia as palavras do Doutor e ponderava sobre suas motivações.
Seu mentor, embora brilhante, parecia estar propondo algo arriscado demais para o gosto dela. A destruição completa de Gary, com o objetivo de reconstruir algo maior, parecia uma medida extrema — um erro estratégico que atrairia atenção indesejada. Enquanto ela considerava suas opções, os olhos do Doutor a observavam com uma intensidade peculiar.
O Doutor sorriu enquanto ela falava, um sorriso que não chegava aos olhos. Ele a ouvia com paciência, mas havia uma ponta de loucura sempre presente em sua expressão. Quando Maxine mencionou sua discordância sobre a destruição do sistema vigente e a necessidade de manipular a Príncipe gradualmente, a expressão dele se tornou ainda mais enigmática. No entanto, algo na maneira como ele a ouvia parecia… distante, como se houvesse uma segunda camada em seu discurso que ele estava mantendo oculta.
Maxine, sendo uma Malkaviana experiente e astuta, sentiu que havia algo mais por trás das palavras de seu mentor. Ela sabia que o Doutor era mestre em manter segredos, em ocultar suas verdadeiras intenções por trás de suas palavras aparentemente sinceras. Agora, ela precisava saber o que realmente estava acontecendo.
Decidida a descobrir mais, ela fechou os olhos por um instante e concentrou-se, ativando sua habilidade de Ler Auras — um Dom Malkaviano que permitia captar nuances sutis nas emoções dos outros. O mundo ao seu redor ficou levemente distorcido, e a aura do Doutor começou a se manifestar para ela.
Sua aura era caótica e fragmentada, como ondas de um mar tempestuoso. Uma combinação de cores piscava em sua visão: tons de vermelho indicavam raiva controlada, azul representava uma mente estrategista, mas havia um tom de verde — ambição, e uma pitada de um roxo sombrio, que revelava segredos escondidos e um senso de loucura mais profundo do que o usual para um Malkaviano. A presença de cinza claro, que Maxine identificou como sinais de mentiras e meias-verdades, confirmava o que ela suspeitava: o Doutor estava escondendo algo.
O Doutor a encarou por alguns segundos após sua fala, como se estivesse calculando sua resposta. Então, com um sorriso quase paternal, ele começou a falar, sua voz fluindo com a cadência de alguém que acredita estar no controle total da situação. - Ah, Maxine... sempre tão perspicaz. É verdade, minha querida, que não devemos nos apressar em destruir tudo à vista. Eu concordo com você em muitos pontos. Manipular a Príncipe, fazê-la dependente de nós, é uma estratégia sólida. E os avanços que você tem feito com sua rede informativa... muito impressionantes, devo dizer.
Ele fez uma pausa, como se estivesse ponderando o próximo passo de sua resposta. - Mas o caos... o caos é o catalisador da mudança verdadeira. Não estou propondo uma destruição imediata, minha cara. Estou falando de um colapso controlado, uma série de eventos cuidadosamente orquestrados para parecerem naturais, inevitáveis. Os líderes da Camarilla, do Sabá, e até mesmo da Inquisição não devem ver nossa mão nisso. Eles devem acreditar que a queda foi obra de forças alheias ao nosso controle.
Maxine sentiu que o Doutor estava jogando com as palavras, usando sua insanidade como uma máscara para algo muito mais calculado. A aura dele pulsava de forma irregular, sugerindo que ele mantinha segredos importantes. Talvez ele não estivesse revelando toda a extensão de sua aliança com o Sabá ou o real motivo pelo qual queria o colapso de Gary. - Quanto a Rosalinda... ela é, ou era, uma peça-chave, claro. Mas não se preocupe, meu plano para ela já está em andamento. E sobre Swann, você está certa, ele tem potencial. Tire-o do hospital. Se ele puder ser moldado, será uma adição valiosa para o que estamos prestes a realizar.
Ele então deu um passo em direção a Maxine, sua presença física se tornando quase sufocante. - Você é minha aluna mais brilhante, Maxine, e é por isso que estou lhe confiando essa tarefa. Eu preciso que você continue no caminho, que siga controlando as informações, mas sempre lembre-se: às vezes, uma cidade deve ser sacudida até os alicerces para que algo grandioso possa ser erguido.
Com sua habilidade de sentir motivação, Maxine conseguiu captar que o Doutor não estava apenas jogando o jogo da Camarilla e do Sabá. Ele estava planejando algo muito maior, algo que envolvia forças e alianças que ele ainda não havia revelado. Havia uma ambição mais profunda. Embora ele falasse de "caos controlado", suas verdadeiras intenções pareciam algo que ele acreditava que poderia controlar, mas que Maxine sabia ser extremamente arriscado.
A decisão estava em suas mãos: seguir cegamente seu mentor ou tentar influenciar seus planos de uma forma que garantisse a sobrevivência — e, possivelmente, a ascensão — de ambos.
Maxine escutou o Doutor com atenção e com certas divergências ela até concordava com suas ideias do caos entrópico e sentiu sua tensão se esvanecer após todo o discurso que o Doutor realizou e por fim arriscou manifestar-se.
"Entendo. Meu senhor é claro, mas err necessitamos de recursos para que as coisas se acertem com precisão e certos subornos possam ser efetuados." -diz Maxine tentando polidamente barganhar por recursos adicionais a seu senhor.
Ela expõe que a principe solicitou a movimentação dos membros e comunicação por canais seguros.
"Então o que devo dizer a ela? Se é que eu devo dizer algo, mas enfim prevejo que o senhor deva fazer sua entrada triunfal em breve é isso?"
Ela aguardou a resposta, mas já previa o que seria dito a seguir e bem ela tentaria seguir os desígnios de seu senhor, mas se possível influenciar o mesmo para que o caos seja mais controlado.
O Doutor sorriu levemente ao ouvir as palavras de Maxine. Ele percebia o cuidado com que ela escolhia seus argumentos, a forma como buscava a permissão e o apoio necessário para executar seus planos com a precisão e controle que tanto desejava. O cão ao seu lado, Virgil, permanecia em silêncio, seus olhos atentos, refletindo a tensão sutil no ar.
- Você tem razão, Maxine. Recursos serão necessários, e confio em sua habilidade para conseguir o que precisa. Temos aliados nas sombras, contatos que podem ser utilizados. Não hesite em negociar, em subornar quem for necessário, desde que o faça de forma discreta. Quero que você tenha total liberdade para conduzir essas tratativas.
Ele deu um passo em direção à janela, onde a luz da cidade ao longe piscava suavemente, e continuou, com a voz baixa e controlada:
- Quanto à Príncipe... - ele soltou uma leve risada, quase de desprezo - Ela ainda acredita que tem o controle de Gary. Que movendo algumas peças aqui e ali, pode manter o equilíbrio. Mas o verdadeiro jogo... esse, ela ainda não compreende. Deixe que ela acredite nisso por enquanto. Diga a ela o que for necessário para mantê-la tranquila. Use os canais seguros que ela pede, mas mantenha nossos segredos protegidos. Se a situação exigir minha 'entrada triunfal', como você bem disse, será no momento certo. Mas por enquanto, minha ausência é parte da estratégia.
Ele se virou para encará-la, sua expressão um misto de orgulho e confiança em sua pupila.
- Você sabe o que precisa fazer. Prolongue esse controle, mas não tema em dar um toque de caos quando for necessário. A sobrevivência e o sucesso dependem de nossa capacidade de controlar as marionetes sem que elas percebam.
Maxine sabia que, nas entrelinhas, o Doutor lhe dava mais liberdade do que o normal — um sinal de confiança. Ele via nela o potencial para agir de forma independente, para mover suas peças com precisão enquanto mantinha a fachada de lealdade à Camarilla e à Príncipe Rosalinda.
Por fim, o Doutor olhou brevemente para o céu noturno. Havia uma sensação crescente de urgência em sua postura, como se o tempo estivesse se esgotando.
- O Sol se aproxima, Maxine. Preciso partir antes que a noite chegue ao fim. Você tem tudo o que precisa para seguir com o plano. Não me decepcione.
Ele inclinou a cabeça levemente, um gesto de despedida, e começou a se afastar em direção à escuridão da noite. Maxine sentiu o peso da responsabilidade sobre seus ombros, mas também um certo alívio. Ela sabia que tinha a liberdade para agir, moldar a situação da forma como acreditava ser melhor, ainda que precisasse manter os planos caóticos do Doutor em mente.
Agora, sozinha com Virgil, restava a ela continuar suas tratativas com a Príncipe e seus contatos, buscando os recursos e alianças necessárias para viabilizar o grande jogo que estava por vir.
Maxine não pode deixar de ficar apreensiva com esta conversa, pois seu mentor e senhor estava tecendo um grande plano ambicioso, porém como um castelo de cartas uma simples lufada de vento poderia derruba-lo e Maxine faria o possível para que isto não ocorresse. Aliados, recursos tudo que fosse necessário estava sendo encaminhado e agora só restava fazer o seu papel e estar disponível para príncipe. Ela ligaria para o numero e iria se juntar aos outros no lugar seguro que ela havia mencionado na ultima mensagem.
"Juntarei os recursos como planejado e farei nossa rede se ampliar, mas de forma discreta e modesta, pois não queremos que as coisas se agitem demais do que já estão. Quanto ao controle... Hmmm... Apenas as grandes mentes podem ver o verdadeiro tabuleiro, meu senhor. Eu farei como o senhor diz e me juntarei a príncipe e farei o jogo seguir e dentro do caos teremos ordem." Diz Maxine de forma paradoxal, mas que Malkaviano não é um misto de contrários?
"O astro rei aproxima-se inevitavelmente e também devo ir se desejo chegar a tempo de me reunir a príncipe e tentar acalma-la. Então à bientôt meu senhor e que a cidade ainda esteja de pé em nosso próximo encontro."
Após seu senhor deixa-la ela se viu na companhia do fiel Virgil que a olhava com seus olhos fidelíssimos somente encontrados nos mais nobres exemplares dos caninos e se pudesse falar provavelmente ele perguntaria o que seria feito agora. Maxine dedilhou o ar no piano invisivel que lhe permitia entrar em foco e também acalmar seus nervos para seguir em frente, mas obviamente temos um momento obrigatório da mente fragmentada de Maxine.
As quatro personalidades – Yeva, Silke, Elizabeth e Maxine – estão na sala de terapia, o ar espesso com tensão. A porta de metal pesado no canto da sala continuou a bater ameaçadoramente, como se algo dentro da mente fraturada de Maxine estivesse desesperado para se libertar e pelas janelas da sala podia-se ver que o fogo estava consumindo a cidade.
Silke, com seu suave sotaque alemão, inclinou-se para a frente, um brilho de rebeldia emanava de seus olhos claros. "Sabe que no fundo nós somos peças desse tabuleiro? E que no final talvez ele nos descarte como os outros? Eu podia gritar e espernear, mas isso faria você ver oque está óbvio na sua frente? Se vamos jogar o jogo temos que conseguir algumas garantias de que no final não vamos nos estrepar..."
Yeva segurou seu ursinho de pelúcia, Misha, em busca de conforto enquanto falava em seu forte sotaque russo: "Maxine...O Doutor vai se livrar da gente? Ele prometeu que sempre iria cuidar da gente."
Elizabeth, mantendo sua compostura analítica e sotaque britânico, interveio: "O Doutor tem confiança em nossa capacidade, Silke e ele não vai nos trair, mas devemos apoia-lo mais do que nunca agora... principalmente agora."
Maxine olhou pela janela vendo a cidade queimar suspirou e enfim respondeu: "Ordem no caos. Faz sentido, mas não nasci ontem. Nenhuma de nós e sei muito bem que isso é um jogo perigoso e que a corda sempre pode arrebentar do lado mais fraco. O Doutor não vai nos trair porque nós confiamos nele e ele confia em nós, mas se isso mudar e espero que isso não ocorra nós estaremos prontas." Ela bate no bolso do casaco com certa ternura e no celular que lá está. A porta continua a bater sem descanso.
ELizabeth anotava informações em sua prancheta e levantou os olhos dizendo: "Você nos gravou? E gravou a ele?"
Maxine ergueu as sobrancelhas "Não morri ontem, Elizabeth."
Silke, levantou-se da cadeira e bateu palmas. "Há! E eu pensando que você só sabia ajoelhar e tentar agradar que surpresa para a menina de internato grã-fino."
Yeva não disse nada apenas agarrava com força o urso de pelucia e olhava temerosa para a porta ao canto que incessantemente continuava a retumbar…
A batida atrás da porta tornou-se mais intensa, e o sonho misterioso deixou uma atmosfera inquietante na sala.
Maxine então saiu de seu transe e estava novamente apenas com fiel Virgil na sala e apanhando sua bengala para depois arrumar os óculos escuros ela discou para o numero seguro para reunir-se no local seguro onde estava a príncipe, pois precisava estar a par do que estava acontecendo e depois ela tinha a sua lista de afazeres para as próximas noites...
Maxine não precisou esperar muito. Poucos minutos depois que finalizou sua ligação, o fiel Virgil ao seu lado, os faróis de um carro preto surgiram à distância. O veículo se aproximou rapidamente, seus pneus deslizando silenciosamente sobre o asfalto molhado da noite. Era um sedã de luxo, de janelas escuras, impossível ver quem estava dentro. O tipo de carro que emana uma presença de autoridade, discreta e perigosa.
O motorista abriu a porta traseira com um movimento rápido, não dizendo nada, apenas fazendo um gesto para que Maxine entrasse. Seus movimentos eram precisos, quase automáticos, como se ele fizesse isso há anos. Dentro, o ar era pesado e úmido, o silêncio sendo quebrado apenas pelo ronronar do motor. Maxine acomodou-se no assento traseiro, ajustando sua bengala e seus óculos escuros enquanto Virgil subia com ela, aninhando-se a seus pés.
O carro partiu sem uma palavra trocada, deslizando pelas ruas da área portuária de Gary.
Alguns minutos depois, o carro parou em frente a um galpão antigo que Maxine já conhecia, mas via pela primeira vez. O local era o conhecido refúgio da Camarilla, o Elísio disfarçado entre as ruínas de Gary. Um dos agentes da Príncipe, um homem alto e forte, vestindo um terno preto sem qualquer distintivo visível, abriu a porta do carro para Maxine. Ele a cumprimentou com um leve aceno de cabeça, respeitoso, mas frio.
- Entre, senhora. Fizemos preparativos para acomodá-la durante o dia - disse ele, com um tom neutro e distante.
Maxine e Virgil desceram do carro, e ela foi conduzida até o interior do galpão. A grande estrutura industrial, com suas paredes de madeira reforçada, era espaçosa, mas silenciosa. Apesar do tamanho, havia algo opressor no ar. Uma sensação de vazio e abandono, mesmo com a presença de alguns guardas e outros agentes da Príncipe circulando discretamente.
Porém, quando Maxine finalmente chegou ao centro do Elísio improvisado, notou de imediato que algo estava errado. A Príncipe não estava lá.
Um dos guardas, um homem mais jovem com um olhar de preocupação, se aproximou de Maxine, seu tom cuidadoso:
- Desculpe-nos, senhora, mas a Príncipe não pôde estar presente para recebê-la. Ela teve que se afastar repentinamente para tratar de um assunto urgente. Ela pediu para que aguardássemos novas instruções. Podemos oferecer algo enquanto a senhora espera?
Maxine sentiu o peso da situação. A ausência da Príncipe era, no mínimo, um sinal de que os acontecimentos estavam em movimento rápido demais. Algo estava em curso, e ela precisava estar à frente para garantir que seus planos — e os do Doutor — não fossem comprometidos.
Virgil permaneceu ao seu lado, atento a tudo ao redor, enquanto Maxine respirava fundo, ajustando mentalmente seu próximo passo.
Os lacaios da Príncipe a conduziram a um recinto hermeticamente fechado, onde havia tanto uma cama quanto um caixão, além dos demais móveis típicos de uma suíte de hotel. O lacaio lhe entregou a chave para que Maxine a trancasse por dentro, se assim desejasse.
Segunda-feira, 6 de Março de 2023
Maxine despertou no recinto do Elísio, o lugar onde havia sido levada na noite anterior. O teto de concreto acima de sua cabeça refletia a fraca luz artificial que nunca se apagava completamente naquele espaço, projetando sombras longas e inquietantes. O ar era frio e carregava o odor leve de poeira antiga e tinta, uma sensação familiar para os que frequentavam os domínios de poder em Gary.
Quando ela abriu os olhos lentamente, ajustando-se ao ambiente, viu ao seu lado, Virgil repousando, seu fiel companheiro canino, sempre vigilante, mesmo no silêncio. Ele ergueu a cabeça assim que sentiu a movimentação de Maxine, seus olhos atentos e cheios de lealdade.
Não havia novas mensagens da Príncipe nem de outros Membros da Camarilla da cidade, e tampouco do Doutor.
Quando Maxine abriu a porta do recinto do Elísio, foi recebida pelo silêncio opressor do grande salão vazio. A ausência da Príncipe era notável, mas havia outros agentes por perto, figuras silenciosas que se moviam pelas sombras, cuidando de suas próprias missões. Ela sabia que, em breve, teria que reunir mais informações. Trashman, Irmã Magdalene, Orne e o hacker Swann, todos peças que precisavam ser ativadas ou controladas.
Sua missão, dada pelo Doutor, era clara: garantir que a cidade, mesmo caótica, permanecesse em suas mãos e nas do Doutor.
Foi recebida na entrada do Elisio por um serviçal da Príncipe que a saudou prontamente convidando-a a entrar, ironicamente o cinema sempre reforçou o costume que membros não poderiam entrar em localidades se não fossem convidados talvez isso fosse relacionado a lugares santos e sagrados, mas os camponeses para sentirem-se seguros ampliaram para que isso abrangesse seus lares. Uma crendice popular é claro.
"Certainement." disse em resposta a saudação do serviçal de terno acompanhando o mesmo.
Mas notou o óbvio a Príncipe não estava lá. Talvez estivesse em "quarto do pânico" ou quem sabe tenha sido eliminada... Mas o serviçal informou que a mesma se ausentou por assuntos urgentes. Maxine podia imaginar quais seriam os assuntos urgentes e lembrou-se o Club Arcádia queimando na paisagem.
"Bem você poderia me por a situação atual conhecida. O que sabemos até agora?" Disse sorrindo para afastar a tensão, mas era claro que isso era apenas um gesto teatral para afastar o óbvio e assim que o serviçal a informasse do que sabia ele o acompanharia até o quarto fechado e sim ela o tranca por dentro.
Na manhã seguinte ela despertou as cegas como era o esperado até que ela curasse o ferimento usando o poder do sangue. Depois pode ir até o banheiro da suíte onde lavou o rosto e tomou um banho para renovar as energias. Obviamente não esperava que houvesse outras roupas que pudesse usar, mas isso era um inconveniente pequeno para o momento...
Verificou o frigobar se houvesse bolsas de sangue ela não se faria de rogada e iria consumir as mesmas.
Era momento de saber se algo havia mudado durante o periodo que havia saído de cena. Verificou suas outras mensagens no telefone e organizou os passos que faria a seguir já tinha o dinheiro de Orne, mas também havia conseguido permissão do Doutor então poderia adquirir se fosse necessário mais dinheiro. Ela iria ao Centro Clínico de Gary e comprar os remédios da lista de Trashman para paga-lo pelas informações e rumores que o mesmo pudesse ter.
Mas antes ela procuraria o serviçal do Elísio e veria o que mesmo tem a dizer...
A voz que soou na cabeça de Maxine assim que ela abriu os olhos era estranha e assustadora. Ela estava sozinha e trancada num cômodo hermeticamente fechado, e ninguém poderia estar vigiando-a. Ou poderia? A voz não era uma de suas personalidades múltiplas, era masculina demais. Também não era do Doutor: era bem mais cavernosa que a do sire de Max, e um sotaque indefinível muito diferente da fala empolada do inglês britânico-americano do malkaviano mais velho.
Mas não houve mais palavras, e Maxine teve que iniciar a noite com mais um mistério deixado sem resposta.
Ela se moveu com fluidez pelo quarto, sua mente clara e focada no próximo passo. Verificou as mensagens em seu telefone e organizou mentalmente as informações enquanto se preparava para sair em busca de mais respostas.
No frigobar, encontrou três bolsas de sangue. Cada gota a fortalecia, apagando o cansaço remanescente da noite anterior e alimentando sua mente afiada. Maxine sabia que o tempo era crucial. O caos em Gary devia ter crescido, e ela precisava jogar suas cartas com precisão.
Após a refeição, deu um leve afago na cabeça de Virgil, sinalizando que estavam prontos para seguir adiante.
Maxine deixou o quarto e caminhou pelos corredores do Elísio até encontrar Tony Twist, o serviçal que a recebera na noite anterior. Ele estava posicionado no grande salão, à espera de instruções, como se previsse sua aparição. Ao vê-la, ele fez uma leve reverência e se aproximou educadamente.
- Signora Maxine. A situação continua tensa, mas conseguimos reunir algumas informações desde ontem. O Club Arcádia foi completamente destruído, e os bombeiros ainda trabalham para controlar as chamas. Aparentemente, o incêndio não foi um acidente, mas uma ação coordenada.
Perante a cavernosa voz misteriosa que surge em sua mente Maxine não pode deixar de exclamar em seu idioma nativo "Qu'est-ce que c'est?" não há resposta apenas o silêncio no quarto selado. Ela se atenta melhor aos arredores (Liga o Auspícios e aumento de percepção e procura ver o invisível) e também dá uma olhada em Virgil afinal o cão pode farejar...
Ao encontrar o carniçal que a recebera na noite anterior, o senhor Twist, Maxine enfim recebeu mais noticias do que estava havendo e meneou a cabeça ponderando o que ouvira e por fim disse.
"Allors. E o que xerife está fazendo? Presumo que esteja investigando a situação? Coordenada? Os anarquistas? O Sabah? Os mortais? São muitas dúvidas ainda."
O clube Arcádia destruído por uma ação coordenada levanta várias questões, e a ausência de informações sobre Rosalinda adiciona um elemento de incerteza terá sido o fim dela? Ou quem sabe a mesma sobreviveu? Ela precisava ver as coisas por outro prisma e talvez Trashman e sua rede tenha pego alguma informação que possa trazer alguma luz e ainda iria tirar Swann do sanatório.
Tony Twist, o carniçal diligente e sempre calmo, parecia ansioso ao responder a Maxine. Seus olhos escuros a observaram de modo hesitante antes de falar, ciente da gravidade da situação.
- Milady, o Xerife não retornou com relatórios ou novas instruções, tampouco sabemos de ações coordenadas de sua parte. A Príncipe Valentina foi clara: nossa prioridade é a segurança dos presentes no Elísio. Com os rumores de conflitos e ações de anarquistas, ela ordenou que todos os esforços fossem focados em proteger o território e conter qualquer movimento contra nossos refúgios conhecidos. Há pouca informação até o momento.
O Club Arcádia em ruínas, rumores de anarquistas em ação, Rosalinda desaparecida. Tudo parecia apontar para uma mudança de forças, um desestabilizador sutil mas letal nas sombras da cidade. A linha tênue entre ordem e caos estava ruindo, e Gary parecia à beira de uma guerra, onde cada passo errado poderia ser o último.
Trashman, que possuía uma rede de contatos que circulava pela face menos “limpa” de Gary, poderia ser o informante ideal. A noite estava espessa, quase sufocante, e conforme ela descia sobre as ruas cobertas de névoa e sujeira, percebia-se a violência latente em cada beco e sombra.
Mas para chegar a ele, Maxine teria de deixar a área segura do Elísio e se arriscar nas ruas da cidade.