"Nottingham? Já apanhou Robin Hood? Brincadeirinha. Estou ligando a respeito de hoje a noite sobre o encontro dos enólogos e sommeliers. Teremos vinhos de safras incriveis esta noite então tudo que estar certo sem nenhum risco de penetra ou falha de segurança.
Infelizmente não teremos o Châteauneuf-du-Pape, pois o negociante que me garantiu que o vinho era um da coleção do Papa Leão XIII deu pra trás e o especialista romano não pode vir."
Vaisey Nottingham
Vou mandar meu pessoal para cuidar da sua segurança. Ninguém vai incomodar seu encontro.
Off:
Vou ordenar que parte do meu pessoal cubra o evento.
Maxine Dubois chamou o Uber, sendo atendida novamente por Úrsula Ernest, a mesma motorista que a apanhara nas noites anteriores. Como antes, ela se mostrou solícita e discreta, cumprimentando Max com cordialidade formal.
Ao desembarcar, Max atravessava as ruas sombrias e desertas de Gary, cada passo ecoando contra as paredes das construções decadentes. A noite estava fria e úmida, com uma névoa leve pairando no ar, conferindo ao cenário um ar ainda mais fantasmagórico.
A Irmã Magdelene, uma figura soturna e austera, a acompanhava, seus passos silenciosos e calculados. As duas se dirigiam à Clínica Comunitária de Saúde Mental de Gary, um lugar conhecido por abrigar aqueles que a sociedade preferia esquecer. Ao se aproximarem da clínica, Maxine pôde ver a silhueta de Trashman à distância. Ele estava em pé, meio encoberto pelas sombras, mas sua presença era inconfundível. Trashman era um homem de estatura média, com cabelos longos e desgrenhados e roupas esfarrapadas que mais pareciam camadas de trapos. Seus olhos, no entanto, eram intensamente vivos e inteligentes, refletindo uma astúcia e uma determinação ferozes.
Quando Maxine e a Irmã Magdelene se aproximaram, Trashman saiu das sombras, seus olhos fixos na vampira com uma mistura de curiosidade e cautela. Ele não disse nada enquanto elas se aproximavam, apenas aguardou em silêncio. - Maxine - cumprimentou Trashman com um aceno de cabeça - O que te traz aqui a essa hora?
Assim que ela explicou o que desejava, Trashman estreitou os olhos, considerando as palavras de Maxine.
- E o que eu ganho com isso? - perguntou ele, sua voz carregada de um tom desafiador.
Maxine chegou à Clínica Edgewater Health após uma curta viagem, a fachada imponente do edifício contrastando com a escuridão da noite. A ala psiquiátrica era um lugar silencioso, interrompido apenas pelo ocasional sussurro de enfermeiras e o som de portas abrindo e fechando suavemente. Maxine, acompanhada por Shadow, fez seu caminho até o quarto de Walter J. Swann.
Ela parou diante da porta de Walter, respirou fundo e bateu levemente antes de entrar.
Walter estava sentado em sua cama, envolto em um cobertor xadrez. Seus olhos, que sempre pareciam um pouco perdidos, se iluminaram ao ver Maxine. - Maxine! Você veio! - ele exclamou, um sorriso tímido surgindo em seu rosto. Seus dedos inquietos brincando com a ponta do cobertor.
- Os médicos dizem que estou estável, mas você sabe como é. As vozes, as conspirações... nunca param.
Quando ela pediu a ajuda dele, Walter inclinou-se para a frente, os olhos brilhando com interesse.
- Eu ajudo, Maxine. Sempre ajudo. O que você precisa?
A madrugada já era avançada quando Maxine saiu da clínica.
Ela poderia ainda ir ao Nightawake, mas arriscaria ter que passar o dia em algum lugar improvisado.
O Elísio tinha lugares seguros para passar o dia, mas ir até ele significaria abrir mão da visita ao clube noturno onde ela esperava encontrar o Doutor.
Maxine enfim terminara a conversa com o xerife e após garantir que o mesmo enviara segurança para o Elísio ela estava livre para seguir sua própria agenda e tudo começava agora ao entrar no uber. Ao faze-lo constatou que estava sendo atendida por Úrsula Ernest e que finalmente podia associar um rosto a voz e deixou um sorriso se manifestar e cumprimentou a motorista.
"Boa noite. Hoje vai ser corrido, mas é uma bela noite para um passeio e esta vai ser longa." Diz enquanto segura Virgil na coleira enquanto olhava pela janela para ver o caminho que percorriam é claro que aos outros ela era uma pessoa cega e Maxine pretendia manter que as pessoas continuassem a acreditar nisso.
Ela chegara a clinica comunitária e ao bandejão. Notara a irmã Magdalene assim como Trashman e cumprimentou ambos com cortesia e educação para então pedir um aparte e afastou-se com o lorde dos mendigos e explicara suas intenções e logo recebeu a resposta.
Alexyus escreveu: - E o que eu ganho com isso? - perguntou ele, sua voz carregada de um tom desafiador.
Era esperado que Trashman não faria as coisas de graça, mas Maxine estava pronta para este colóquio e respondeu sem hesitar.
"Mon ami Trashman. Ecoutez... Posso conseguir-lhe alguns itens para sua comunidade neste caso falo de medicamentos. Se você fizer isso por mim em nosso próximo encontro realizamos a troca: a informação pelos remédios. Se concordar com isso você pode me contatar para marcarmos a troca."
Maxine pensou consigo mesma. Posso conseguir os medicamentos com Maurice usando o dinheiro que consegui daquele escroque do Orne e bem também posso pedir ao Doutor, mas enfim uma coisa de cada vez.
Ao fim do colóquio ela se dirigiu para Clínica Edgewater Health ela entrou discretamente e chegou ao quarto onde viu Walter, seu futuro prospecto para os Malkavianos e sorriu.
"Sim, Walter existem movimentações e conspirações em todo lugar até mesmo aqui em Gary e vou precisar de sua ajuda." Disse sorrindo para logo então baixar a voz e continuar "Os médicos não sabem escutar as vozes...Elas tem sabedoria."
Alexyus escreveu:- Eu ajudo, Maxine. Sempre ajudo. O que você precisa?
"Creio que seja possível espelhar o acesso as câmeras da prefeitura? Para que possamos ver as imagens das mesmas remotamente? Ah sim meu amigo aguarde, mas creio que muito em breve vou lhe tirar daqui e lhe dar guarida num lugar melhor e com um equipamento digno de suas habilidades. Se quiser escrever o que você precisaria neste papel eu vou tratar de providenciar."
Maxine pensou consigo mesma. Novamente vou ter que falar com o Doutor para achar um lugar onde posso colocar Walter e claro bem torna-lo um carniçal.
Observou a hora e ponderou sobre isso, mas o encontro com o Doutor era muito importante e resolveu ir ao Nightwake chamou o Uber novamente para que perdesse o mínimo tempo possível e bem se fosse necessário poderia passar o dia no próprio Nightwake que seja. Afinal seu Senhor estava lá.
Depois de firmar seu acordo com o Trashman, Maxine foi até a clínica.
"Creio que seja possível espelhar o acesso as câmeras da prefeitura? Para que possamos ver as imagens das mesmas remotamente? Ah sim meu amigo aguarde, mas creio que muito em breve vou lhe tirar daqui e lhe dar guarida num lugar melhor e com um equipamento digno de suas habilidades. Se quiser escrever o que você precisaria neste papel eu vou tratar de providenciar."
Virgil assentiu lunaticamente: - Possível? Sim, é possível! Totalmente possível! Trabalhoso, sim, mas possível! Não sei quantas câmeras a prefeitura tem. Centenas, talvez? Hackeá-las não parece tão complicado. Podemos instalar um trojan no sistema deles que nos daria acesso ao sistema. Outra alternativa seria instalar um retransmissor diretamente no equipamento deles, mas isso seria mais complicado. Me dê um e-mail que possa abrir o trojan dentro do servidor deles. Com um hardware e software potente o suficiente, podemos operar uma escuta nas câmera.
O paciente escreveu numa folha de receituário várias configurações de computador que ele desejava, tanto de máquina física quanto de programas instalados, e entregou a Maxine.
Maxine saiu da clínica e chamou seu uber novamente, sendo atendida pela mesma Úrsula Ernest de sempre.
O carro de aplicativo a levou ao Nightwake, já praticamente vazio naquele horário quase matutino, tanto que os funcionários já tinham começado a limpar o salão erguendo as cadeiras sobre as mesas. O barman daquela noite já tentava persuadir os últimos clientes do bar a saírem enquanto uma música gravada tocava nos autofalantes.
Maxine não encontrou sinais do Doutor em nenhuma parte.
A seu pedido, foi lhe concedido acesso ao depósito do bar no subsolo. Entre caixas de bebidas e alimentos, ela poderia passar o dia em segurança.
5 de Março de 2023
Maxine acordou com uma mensagem no voicemail marcada como urgente em seu celular.
Era da Príncipe Valentina Albertini.
"Preste atenção! Estamos sob ataque! O Clube Arcadia está consumido por um incêndio ainda não controlado! Não temos notícias de Rosalinda Bianchi! Certifique-se de sua segurança pessoal! O Elísio está sob forte segurança, mas só venha para cá se seu deslocamento for seguro! Informe sobre seu estado atual assim que possível!"
Maxine havia feito parcialmente oque desejava arrumando sua rede de informação e vigilância ao acertar com Trashman e Walter, porém novamente seu senhor lhe dera um "bolo" e ela não o encontrara. Chegara ao Nightwake a tempo de evitar a aurora de um novo dia graças a eficiência de Úrsula Ernest que merece as cinco estrelas no aplicativo.
Trocou palavras com o bartender e obteve um acerto para sua permanência, porém novamente seu senhor não dava o ar de sua graça no recinto, o que frustrava seus intentos e levantava questionamentos. Olhou para Virgil, o grande cão dinamarquês que a olhou de volta com óbvia evidência da fidelidade canina: a língua para fora e o abanar de rabo, a malkaviana enfim suspirou e ao observar os últimos clientes saindo e nisso ela sentiu que precisava lavar o rosto e foi a toalete ao chegar lá viu que estava vazio salvo por uma jovem que dormia o profundo sono alcoólico dos farristas boêmios e bem vira uma oportunidade para renovar as energias trancou a porta e fez uma rápida "boquinha" tendo o cuidado de não beber demais. Sentindo-se renovada, ela deixou a jovem no banheiro, mas avisou ao bartender que havia uma moça lá e que provavelmente teria que ser buscada por um amigo ou responsável.
No depósito, acomodou-se para poder "descansar" e, embora não fosse a primeira vez que dormira num abrigo entre caixas, a falta de conforto era perceptível, porém o abraço de Morfeu foi bem-vindo e ela caiu no reino dos sonhos, sendo velada por seu fiel cão Virgil.
"Com certeza não é um Ritz, mas vai servir." disse antes de perder a consciência.
Sonhos foi uma palavra bem colocada, pois ela sonhou (Uso de força de vontade para um sonho profético).
Ao despertar ela usou a dádiva do sangue para curar seus olhos e limpou o rosto com toalhas de papel que havia apanhado no banheiro na noite anterior e consultou o telefone vendo a mensagem urgente da Príncipe percebera que as sombras estavam agindo conforme ela vira e agora tinha tido mais uma visão e precisava de um tempo para interpretá-la antes de decidir seus próximos movimentos...
Ao beber o sangue da jovem embriagada, Maxine sentiu imediatamente os efeitos do álcool invadirem seu sistema. O mundo ao seu redor parecia girar levemente, e ela teve que se apoiar na pia do banheiro para não perder o equilíbrio. Sua mente ficou nebulosa, os pensamentos entrelaçando-se de maneira confusa e desconexa. Ela se esforçou para manter a compostura enquanto saía do banheiro, informando ao bartender sobre a moça desacordada antes de descer ao depósito para descansar.
No depósito, Maxine se acomodou entre as caixas de bebidas e alimentos. O efeito do álcool a envolvia como uma névoa densa, e ela logo caiu em um sono profundo e agitado, sendo velada por seu fiel cão Virgil.
Maxine encontrou-se em uma versão distorcida e onírica da cidade de Gary. As ruas estavam cobertas por uma névoa espessa, e as sombras pareciam se mover com vida própria. Ela estava descalça, sentindo o frio do asfalto sob seus pés, e caminhava sem rumo, guiada por uma força invisível.
Ao virar uma esquina, viu o Clube Arcadia em chamas. As chamas dançavam com uma fúria sobrenatural, consumindo a construção rapidamente. No meio do fogo, podia ver Rosalinda Bianchi, uma figura indistinta e cercada por sombras. Rosalinda parecia tentar gritar, mas nenhum som saía de sua boca.
De repente, Maxine foi puxada para outra cena. Estava em um salão opulento, cheio de espelhos que refletiam infinitas versões dela mesma. No centro do salão, uma figura encapuzada a observava, os olhos brilhando com uma luz fria e inumana. Ao redor da figura, sombras se contorciam e sussurravam, formando palavras incompreensíveis.
"Maxine Dubois," a figura disse, sua voz ecoando pelo salão. "Você está em uma encruzilhada. Escolhas devem ser feitas. Alianças serão testadas. A verdade está oculta nas sombras, mas você deve ver através delas."
A cena mudou novamente. Agora, Maxine estava no meio de um campo de batalha. Vampiros e outras criaturas sobrenaturais lutavam ferozmente, o som de aço contra aço e gritos de dor preenchendo o ar. No centro do caos, a Príncipe Valentina Albertini lutava com uma determinação feroz, mas parecia estar cercada por inimigos.
Ela tentou se aproximar para ajudar, mas algo a impediu. Olhando para baixo, viu que suas pernas estavam presas em correntes de sombras, que a puxavam para baixo, tentando arrastá-la para a escuridão. Ela lutou contra as correntes, seu coração batendo freneticamente enquanto as sombras se aproximavam, sussurrando segredos antigos e ameaçadores.
Maxine acordou com um sobressalto, o som dos sussurros ainda ecoando em sua mente. Sentiu o gosto metálico de sangue em sua boca, misturado com o amargor do álcool. A cabeça latejava, e por um momento, a realidade parecia se misturar com os fragmentos de seu sonho.
Virgil estava ao seu lado, observando-a com preocupação.
Maxine usou a dádiva do sangue para curar seus olhos e limpar os resquícios do álcool de seu sistema, sentindo-se mais clara e focada. Ela então pegou seu celular e viu a mensagem urgente da Príncipe Valentina Albertini.
O sonho profético ainda estava fresco em sua mente, cada detalhe vívido e perturbador. Ela sabia que o sonho era um aviso, uma visão do que estava por vir. O incêndio no Clube Arcadia, o desaparecimento de Rosalinda Bianchi, a figura encapuzada, e a batalha iminente eram todos sinais de um conflito maior que se aproximava.
Maxine Dubois desperta, sua mente ainda imersa nas visões perturbadoras que assombraram seu repouso. A cidade de Gary parecia estar sob um véu sombrio, como se as trevas houvessem engolido cada rua e beco. As sombras se contorciam, ganhando formas grotescas, e a névoa espessa que permeava o ar era quase tangível, como um espectador silencioso e onipresente.
Descalça, Maxine sente o frio do chão sob seus pés. Uma pergunta latejava em sua mente: "Por que estou sem meus sapatos?", mas essa era apenas uma das muitas perguntas que pairavam como fantasmas em sua mente. As visões que a assaltaram enquanto dormia pareciam mais reais do que nunca, como se ela estivesse presa em um filme de terror antigo, daqueles produzidos pelos estúdios Hammer, onde cada detalhe era meticulosamente orquestrado para provocar medo e desespero.
Apesar da sensação de vulnerabilidade, Maxine não podia ignorar o impulso que a conduzia. Era como se um diretor invisível traçasse seu caminho, guiando-a por ruas familiares que agora pareciam desconhecidas e ameaçadoras. Ela se movia quase mecanicamente, os olhos atentos a cada movimento nas sombras, a cada sussurro na névoa.
No meio dessa perspectiva aterradora Maxine viu um clarão que rompia o padrão, pois num virar de esquina lá estava o Clube Arcádia ardendo em chamas, estas que tremulavam de forma antinatural engolfando a construção consumindo-a rapidamente e eis que distinguiu naquele espetáculo de fogo e sombras a figura de Rosalinda Bianchi que gritava, porém, nenhum som saia de seus lábios.
Como um corte de um editor que corria contra o tempo e a serviço do estúdio e do implacável diretor, a cena mudava novamente sem um desfecho do que estava sendo visto anteriormente, mas temos agora uma nova cena. Maxine estava em um salão opulento repleto de espelhos que refletiam incontáveis versões dela, mas o que realmente lhe chamava a atenção era a figura encapuzada que a observava com olhos brilhantes de uma luz fria e inumana como um fogo-fátuo sinistro as sombras ao redor se contorciam e sussurravam sons incompreensíveis, mas a figura enfim lhe dirigiu a palavra com termos enigmáticos obviamente.
"Maxine Dubois," a figura disse, sua voz ecoando pelo salão. "Você está em uma encruzilhada. Escolhas devem ser feitas. Alianças serão testadas. A verdade está oculta nas sombras, mas você deve ver através delas."
Um novo corte de cena e agora se via o caos e nele havia vampiros e outras criaturas sobrenaturais que lutavam ferozmente em uma batalha campal e no epicentro desta selvageria estava a Príncipe Valentina Albertini, feroz e determinada, porém cercada por inimigos como ela havia previsto antes. Maxine tentou movimentar-se, porém, sem sucesso, já que suas pernas estavam presas em correntes de sombras, que a puxavam para baixo, tentando arrastá-la para a escuridão enquanto as sombras se aproximavam, sussurrando segredos antigos e ameaçadores.
Conforme avançava, as visões de sua mente se misturavam com a realidade ao seu redor. Seria essa a verdadeira face de Gary, uma cidade corrompida por forças além da compreensão mortal? Ou seria apenas um reflexo de sua própria mente fragmentada, uma manifestação dos segredos obscuros que ela carregava como uma Malkaviana?
Cada passo que dava a aproximava mais de uma verdade que temia descobrir. O caminho que seguia parecia guiá-la para o coração das trevas, onde talvez encontrasse respostas para suas visões, ou quem sabe, um destino ainda mais sombrio.
A noite estava apenas começando, e para Maxine Dubois, as sombras de Gary estavam mais vivas do que nunca.
Maxine enfim colocou o celular de lado e afagou a cabeça do grande cão dinamarquês que a acompanhava para então levantar-se do chão e arrumar-se. Sentia uma imensa vontade de um banho restaurador, mas o tempo estava correndo de forma inexorável e seu olhar perdeu o foco, pois novamente estamos na mente fragmentada da Malkaviana.
As quatro personalidades – Yeva, Silke, Elizabeth e Maxine – estão novamente na sala de terapia e a porta de metal no canto da sala continuava a bater ameaçadoramente contra suas fundações.
Yeva abraçou seu ursinho de pelúcia, Misha, como se este pudesse protege-la e disse em seu forte sotaque russo: "Maxine. As sombras pegaram Rosalinda e querem pegar todos. O que faremos?"
Silke com cara de poucos amigos ficou de pé e disse num leve sotaque alemão "O que vamos fazer? Ora eu te digo nós vamos chutar umas bundas é isso que devemos fazer juntar todo mundo e chutar umas bundas."
Elizabeth, que tomava notas em sua prancheta diz em um sotaque britânico: "Silke, novamente devemos abordar isso com cautela. Os sonhos está representando um padrão e a figura da sombra novamente apareceu, mas será que isso também não é um indicativo que pode haver um Lasombra? Manipulação de sombras? Divago e sabemos muito pouco apesar de nossos progressos."
Maxine, tomando um momento para reunir seus pensamentos, respondeu: "Devemos obter mais informações e estou frustrada porque não encontramos o Doutor, mas talvez devamos fuçar um pouco por aqui antes de irmos ao Elisio encontrar a principe. Teste de alianças? Não foi o que a figura das sombras disse não foi? Veremos."
ELizabeth anotava informações em sua prancheta e levantou os olhos dizendo: "Precisamente. Talvez o escritório? Afinal pode ser instrutivo."
Silke, colocou os braços atrás da cabeça e ironizou. "Até que enfim vamos lá e remexer as gavetas dele e bem talvez ele resolva aparecer afinal o Doutor adora seus segredinhos."
A batida atrás da porta tornou-se mais intensa, e este novo sonho misterioso deixou uma atmosfera inquietante na sala. Às quatro personalidades encontraram-se em uma encruzilhada, divididas entre a intriga das revelações do sonho e a necessidade de ação.
Maxine saiu de seu estupor e bem estava decida iria fuçar por ali e bem o escritório era uma ideia interessante...
Maxine respirou fundo, sentindo a determinação tomar conta dela. Virgil, seu fiel cão dinamarquês, parecia captar a mudança em sua atitude e levantou-se ao seu lado, pronto para acompanhá-la em qualquer lugar que ela fosse.
A Malkaviana olhou ao redor do depósito, certificando-se de que não havia mais ninguém por perto. O Nightwake estava praticamente vazio, e os funcionários do bar estavam começando a limpeza e se preparando para a chegada dos clientes da noite. Maxine sabia que precisava agir rapidamente, antes que o movimento normal da noite começasse e as oportunidades de investigação fossem perdidas.
Ela saiu do depósito e subiu as escadas com passos silenciosos. O salão principal do Nightwake estava quieto, com apenas o som distante da música gravada tocando nos alto-falantes. Maxine fez um sinal para Virgil, e o cão a seguiu de perto enquanto ela se dirigia ao escritório do Doutor, que ficava nos fundos do bar.
Maxine abriu a porta do escritório com cuidado. O ambiente era austero, decorado com móveis de madeira escura e poucas decorações pessoais. A iluminação suave lançava sombras longas pelas paredes, criando um ambiente quase gótico. A escrivaninha estava organizada de forma meticulosa, mas Maxine sabia que os segredos estavam escondidos nas profundezas das gavetas e arquivos.
Sentada na cadeira do Doutor, ela começou a desvendar os documentos e arquivos digitais com uma sensação crescente de urgência. A cada página e arquivo digital acessado, ela descobria camadas de teorias da conspiração que se estendiam por toda a cidade de Gary e além.
Os documentos impressos que Maxine encontrou no cofre eram detalhados e minuciosos, revelando um emaranhado de conspirações. As principais teorias abrangiam dois eixos:
1 - Controle da Economia Local: Havia gráficos e relatórios financeiros detalhando como o Doutor, em colaboração com figuras influentes, estava manipulando a economia de Gary. Pequenos negócios estavam sendo comprados ou destruídos, e o dinheiro era canalizado para empresas controladas por aliados secretos.
2 - Infiltração de Instituições Locais: Listas de nomes e cargos de indivíduos em posições de poder na polícia, governo local e até hospitais que estavam supostamente sob o controle do Doutor. Esses indivíduos seriam seus olhos e ouvidos, facilitando a execução de seus planos.
Maxine começou a perceber o quão profundo e abrangente eram os planos do Doutor. As conspirações não se limitavam apenas a Gary, mas também se estendiam a outras cidades próximas, sugerindo um esforço coordenado para espalhar uma influência externa à Camarilla por toda a região. Documentos médicos sugeriam o uso de poderes vampíricos para manipular mentes influentes na cidade, incluindo líderes comunitários e jornalistas, talvez para criar um ambiente de medo e desinformação e facilitar a tomada do controle. Notícias falsas e campanhas de difamação contra líderes locais. Uma lista de humanos em posições estratégicas a quem poderiam ser oferecidos poder e recursos em troca de lealdade. Esses humanos poderiam ser treinados para agir como agentes duplos, infiltrando-se em organizações importantes.
Nada era muito claro, apenas um monte de anotações confusas, diferentes documentos reunidos e rabiscados com indicações para outros, estabelecendo um labirinto de conexões que Maxine levaria dias para desvendar completamente.
Maxine ainda estava tentando organizar tudo em sua mente quando a porta do escritório se abriu abruptamente.
Lá estava o Doutor, uma figura alta e esguia, com um sorriso insano que não conseguia esconder a inteligência fria em seus olhos. Ele entrou lentamente, seus passos ecoando no espaço pequeno, enquanto Maxine instintivamente recuava, sentindo a tensão aumentar no ar.
- Ah, Maxine - ele disse, sua voz carregada de uma estranha mistura de charme e loucura - Eu sabia que eventualmente você encontraria o caminho até aqui. As sombras sempre encontram seus próprios.
O Doutor riu, um som que parecia ecoar e se distorcer na mente de Maxine. - Claro, claro. Você sempre teve uma curiosidade insaciável. E é por isso que preciso de você ao meu lado, Maxine. Você vê as coisas de uma maneira que poucos conseguem.
Ele se aproximou, seus olhos brilhando com uma intensidade quase hipnótica. - A cidade de Gary está se transformando, e eu estou no centro dessa transformação. Eu vi as visões, Maxine. As mesmas que você viu. As sombras sussurraram para mim, revelando os segredos mais profundos e os caminhos ocultos.
O sorriso do Doutor se alargou ainda mais, quase se tornando uma máscara grotesca de loucura. - Traição e lealdade são conceitos tão... limitados. Eu procuro algo maior, algo além das simples divisões entre Camarilla, Anarquistas e Sabá. Eu procuro o verdadeiro controle, a verdadeira compreensão. As sombras nos mostraram o caminho, e juntos podemos moldar este mundo de acordo com nossa vontade.
Ele estendeu a mão para ela, um gesto ao mesmo tempo convidativo e ameaçador. - Junte-se a mim, Maxine. Com suas habilidades e minha visão, podemos criar algo extraordinário. Podemos trazer uma nova ordem para esta cidade e além. Imagine o poder que poderíamos alcançar, a verdade que poderíamos desvendar.
A noite estava densa e silenciosa na cidade de Gary, uma cidade mergulhada em segredos e intrigas vampíricas. Maxine, uma Malkaviana dedicada e leal, estava sozinha no escritório, cercada por papéis e documentos do Doutor. O silêncio era perturbador, quase tangível, enquanto ela folheava meticulosamente cada pedaço de informação. Então, finalmente, ela compreendeu o plano do Doutor. Era um esquema ambicioso, uma teia complexa que ele tecera para controlar a Camarilla não só em Gary, mas na região circundante.
As palavras do Doutor ecoavam em sua mente: "Ter o poder sem um plano é tolice. O plano sem poder é inútil." Ele sempre fora uma figura impressionante para Maxine, tanto como mestre quanto como uma espécie de figura paterna. Ela não podia deixar de sentir um orgulho ao descobrir a magnitude do plano. Porém, havia uma inquietação, uma preocupação de que seu mestre pudesse estar envolvido na recente confusão no clube Arcadia. Isso não fazia sentido se seu objetivo era fortalecer a Camarilla. Ela ponderava sobre essas possibilidades quando, de repente, ele apareceu.
Grande como a vida e em pessoa, o Doutor estava ali. Maxine o fitou com admiração e respeito. Em todos esses 81 anos, ele não só salvou sua vida no momento de seu abraço, mas também fora seu conselheiro, amigo e mentor. A revelação do plano trouxe outros pensamentos, mas antes que ela pudesse articulá-los, algo aconteceu.
Sua mente saiu de foco. Talvez fosse o stress das últimas noites e das revelações. Ela olhou timidamente para baixo, mas quando levantou a cabeça, não era Maxine falando. Era Yeva, com seu sotaque do leste europeu (russo).
"O senhor prometeu que iria voltar e nos contaria mais histórias! Mas não voltou!" A voz infantil e contrariada ecoava na sala. "As sombras pegaram Rosalinda! E agora queimam a cidade e querem nos pegar, Doutor! O senhor vai nos proteger, não vai? Vai?" Ela estava agitada, com medo na voz, chamando por Misha, seu urso de pelúcia.
De repente, a agitação cessou. Seu olhar ficou estático, o pescoço movendo-se de um lado para o outro. Quando os olhos recuperaram o foco, a voz que saiu dos lábios tinha um sotaque britânico. Era Elizabeth.
"Doutor. O plano. É maravilhoso. Tudo tão premeditado e organizado. O senhor é um gênio. Eu vejo algo maior do que as divisões, assim como o senhor. A ordem sobre o caos!" Elizabeth falou com admiração verdadeira nos olhos.
"O senhor nos deixou no escuro, mas seguimos a sua vontade e também fizemos alguns progressos. Eu anotei tudo! Onde estão minhas notas? Minha prancheta? Ah, não faz mal. É óbvio que o senhor sempre nos observou e cuidou de nós."
Mas então, Elizabeth colocou as mãos na cabeça como se sofresse uma dor avassaladora. "Você... Você nos deixa no escuro por todo esse tempo e agora aparece como um palhaço que sai da caixa de surpresa, como se nada tivesse acontecido, não é? Não é, Herr Doctor?" A voz agora era de Silke, com um sotaque alemão, acusadora e raivosa.
Silke avançou na direção do Doutor, apontando um dedo acusador. "Apesar de tudo, você colocou aquela molenga da Maxine no comando. Ela é calma demais! A cidade está indo para o buraco e há uma confusão acontecendo. Temos que fazer algo. O que você vai fazer, meu caro mentor? Roma está em chamas e não somos Nero!"
A agressividade de Silke parecia que ia dizer algo mais, mas a mão que apontava foi baixada por outro braço, que parecia se mover sem consentimento próprio. "Scheisse! Eu não terminei ainda o que eu dizer então fique na sua. Agora ele vai escutar umas verdades." Silke continuou com raiva na voz.
"Eu... eu... VOCÊ VAI VOLTAR PRO SEU LUGAR. A regra do Doutor tem que ser obedecida, não só por mim, mas por todas vocês." Era Maxine, num embate interno com suas personas. Ela deu um grito gutural e, por alguns segundos, pareceu perder a consciência em pé. Finalmente, ela olhou para seu mentor.
"Olá, meu senhor. Faz um tempo que estou atrás de você... Acho que os ânimos esquentaram aqui. A porta continua trancada e resistindo." disse ela, apontando para a própria cabeça e se respirasse provavelmente estaria ofegando.
Ela se aproximou e arrumou o penteado observada pelo grande cão dinamarquês que não se mexeu durante todo o episódio a malkaviana observou seu companheiro canino como uma confirmação, pois se este não fosse o Doutor o faro apurado de Virgil seria determinante...
"O senhor me salvou e cuidou de mim por todos esse anos e ainda duvida que opte por outro caminho? Me conte mais, porém creio que a cidade está precisando ser salva antes de ser controlada... A Príncipe corre perigo e alguém colocou fogo no clube Arcádia e capturou Rosalinda."