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    Ato I - As sombras de Aldoria

    Vinah
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    Ato I - As sombras de Aldoria Empty Ato I - As sombras de Aldoria

    Mensagem por Vinah Dom Abr 28, 2024 4:50 pm

    Não havia sinal de vida a vista. A estrada que Nilus Talandro percorria montado em um corcel magro estava em absoluto silêncio, e nenhum animal selvagem fora avistado por Nilus já fazia cerca de um dia completo. No início de sua jornada, o caçador de bruxa percorreu caminhos em meio a florestas e vales, repletos de vida, mas a medida que em que ele se aproximava de Aldoria, as estradas tornaram-se silenciosas, o verde tornou-se marrom e grotesco, com árvores retorcidas sendo engolidas pelo pântano que se tornava mais abundante. Em certos momentos, até mesmo a estrada parecia estar sendo engolida aos poucos. Não havia nenhum barulho, até mesmo o cavalgar de sua montaria parecia um eco distante. Isso realmente estava acontecendo? O mundo estava perdendo a cor, perdendo a vida? Ou tudo isso era fruto da tempestade que estava se formando naquele dia, lançando um vento que ganhava cada vez mais força, pingos de chuva que eram escassos, mas possuíam um toque gélido na pele do caçador, prenunciando que seria uma noite difícil? Ou tudo isso era simplesmente fruto da mente do próprio Nilus Talandro, que parecia estar sentindo o peso de uma viagem como nunca sentira antes?

    Os dedos de Nilus pareciam refletir bem a confusão mental que Nilus estava passando. Eles acariciavam, de forma automática, um papel amassado que já fora lido muitas vezes naquela viagem. A mente de Nilus, confusa, parecia tentar lutar para lembrar do que estava escrito naquele papel. Sua memória sempre havia sido ruim assim? Mesmo com o pensamento confuso, Nilus podia sentir sua pele começar a queimar, o prenúncio de uma doença começar a se espalhar pelo seu corpo. Um sopro gelado do vento encontrou seu corpo, inundando Nilus com a sensação de espinhos de gelo perfurarem sua pele... e então, tudo mudou.

    O caçador de bruxas estava em um pântano, agachado, escondido embaixo de uma árvore com galhos brancos como ossos, com galhos retorcidos para todos os lados. O contato com a água pútrida do pântano era quente, fazendo com que o caçador sentise-se confortável. Sua própria boca se moveu, proferindo palavras em susurro:

    - Se o vento é o sopro da mudança, então deixe-se ser levado pela brisa. Resistir a ela seria como lutar contra o próprio destino... e isso não deve terminar bem....- Sua voz falhou nas últimas palavras, e quando olhou para o lado, havia uma figura escondida na mesma árvore que Nilus. Era o seu pai, Argos.

    Argos morrera na fatídica noite que Nilus nascera, mas mesmo assim, algo lhe dizia que aquele homem era o seu pai,  e Argos estava com um sorriso no rosto, a boca retorcida em um sorriso maldoso, onde escorria um filete se sangue entre seus dentes, percorrendo o queixo e caindo em gotas profusas dentro do pântano. Da mesma forma que Nilus sabia que aquele era seu pai, também tinha a sensação que o sangue que escorria não era dele.

    Foi então que em um momento, Argos se movera, com graciosidade e leveza, e em poucos segundos, atacava uma mulher indefesa, que até então Nilus não havia notado. A mulher usava vestes simples de uma criada. A mulher não teve nenhuma chance contra a selvageria graciosa de Argos.

    Tudo mudou novamente, e dessa vez Nilus Talandro estava de volta na estrada, encarando o papel em meio ao inicio de uma chuva mais forte, e um filete de sangue escorria de sua boca, percorrendo seu queixo, e manchando o papel.  O papel se tratava de uma carta que recebera de seu avô, o Conde Ardryll Talandro. As palavras escritas com a letra trêmula do velho conde ecoavam em sua mente.

    "Nilus, espero que esta carta o encontre são e salvo, pois há assuntos urgentes a serem resolvidos. Chegou o momento de enfrentar os demônios do passado e desvendar os mistérios que assombram os seus dias. As respostas estão em Aldoria."

    O caçador de bruxas que havia buscado em sua vida resolver as histórias trágicas do mundo, agora encontrava-se perto da sua própria história...
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    Ato I - As sombras de Aldoria Empty Re: Ato I - As sombras de Aldoria

    Mensagem por Pallando Qui maio 02, 2024 9:13 pm

    Nilus fechou os olhos com força quando sentiu o soprar do vento gélido lhe apanhar de surpresa, quase como se repentinamente fosse abraçado por uma coberta de agulhas de gelo. Grunhiu com a sensação desagradável, desanimado e com o crescente sentimento de que tudo estava dando errado. "Por que estou fazendo isso?", perguntou-se com certa irritação. Mas quando abriu os olhos, tudo havia mudado. Nilus viu-se agachado em um pântano, encoberto pelos galhos retorcidos de uma horripilante árvore branca, e parcialmente mergulhado na água do pântano. A temperatura dela logo depois daquele sopro gélido de antes foi bem vinda, trazendo uma sensação de conforto que já havia algum tempo que não sentia.

    - Se o vento é o sopro da mudança, então deixe-se ser levado pela brisa. Resistir a ela seria como lutar contra o próprio destino... e isso não deve terminar bem.... - "O quê?", pensou quando as palavras terminaram de sair automaticamente de sua boca. Pensou também que talvez estivesse ficando louco, e quase teve certeza disso quando olhou para o lado.

    Quando seus olhos encontraram aquele homem debaixo da árvore, sorrindo como se tivesse direito para tal e com sangue (com certeza de outra pessoa) escorrendo pelo queixo, o caçador de bruxas sentiu sua ira despertar em meio a todos aqueles sentimentos de confusão e desanimo. Era estranho odiar tanto alguém que nunca sequer conhecera. E então aquele homem, Argos, lançou-se com graciosidade na direção de uma mulher indefesa que o próprio Nilus só havia notado agora. Em um piscar de olhos, aquele maldito deu um fim a vida dela. Naquele momento Nilus queria deixar-se levar pelo forte impulso que queria levanta-lo dali e faze-lo atacar, partir para cima de Argos e dar a ele o mesmo destino da criada. Mas não conseguiu, pois mais uma vez tudo mudou.

    Nilus estava mais uma vez na estrada onde se encontrava antes de o sopro gelado encontra-lo, sentindo-se como se finalmente despertasse de um pesadelo. Seus olhos fixos no pedaço de papel que carregava consigo, até que sangue que escorria de sua boca caiu e manchou-o. Nilus assustou-se com aquilo e imediatamente levou a outra mão até a boca, tentando certificar-se de que realmente estava sangrando e não começando a sonhar outra vez. Quando seus dedos sentiram o filete de sangue que percorria seu queixo, o caçador de bruxas voltou a ficar irritado.

    - "As respostas estão em Aldoria"... por que não as guarda só para você, então? - Resmungou enquanto se ajeitava no corcel. Em um reflexo, acabou amassando o papel em sua mão e por isso o usou logo depois para limpar o sangue que escorria. Logo depois largou o papel pela estrada. - Por que me fazer passar por isso agora, Ardryll?

    Muitas vezes durante o percurso até aquele ponto, Nilus se viu questionando suas próprias razões para fazer o que estava fazendo. Por que não deixar para trás o que quer que tenha acontecido no passado? Não se lembrava de nada mesmo. Por que sequer responder ao chamado de seu avô? Por que se importar? E infelizmente nunca conseguia responder diretamente nenhuma dessas perguntas para si. Sentia-se melancólico com aquilo tudo, pois parecia nunca ser capaz de fugir daquela história. Ela o havia definido, afinal de contas.

    E então, focado agora apenas no caminho diante de seus olhos, o caçador de bruxas seguiu pela estrada para encontrar alguma resposta, movido apenas pelo próprio vazio que tinha dentro de si.
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    Ato I - As sombras de Aldoria Empty Re: Ato I - As sombras de Aldoria

    Mensagem por Vinah Sáb maio 04, 2024 11:49 am

    Nilus Talandro



    Preso em seus próprios pensamentos, o caçador de bruxos não viu quando a carta amassada tocou o chão, e logo em seguida desapareceu com um sopro forte de um vento que atingiu a estrada, levando as palavras e o peso familiar para longe.

    Enquanto cavalgava, o ambiente aos poucos foi se tornando mais concreto, como se a confusão mental fosse aos poucos se dissipando. A estrada foi ganhando forma novamente, o vento se acalmou e agora uivava entre os ramos secos das árvores, carregando consigo o odor pútrido do pântano. O corcel de Nilus avançava com passos pesados, como se estivese sentindo o peso da viagem. E em meio a noite, Nilus finalmente chegara a Aldoria, visualizando o muro de pedra que cercava a cidade. De longe, parecia um muro firme e inquebrável, mas a medida que o caçador se aproximava, via diversos pontos fracos na muralha, como se estivessem a um ponto de ceder. Ao cruzar o portão da cidade, que estava sem nenhum guarda, Nilus começou a ter um vislumbre da cidade.

    Lanternas fracas e escassas iluminavam as ruas estreitas, revelando figuras trôpegas e abatidas que se arrastavam pelas vielas escuras. Havia uma certa tensão no ar quando algumas pessoas pararam para observar Nilus com desconfiança, sussurando palavras entre elas. Edifícios em ruínas erguiam-se como testemunhas silenciosas do sofrimento da cidade, e em cada esquina, Nilus encontrava olhares vazios e desesperançados. Algumas pessoas pareciam ter um olhar de determinação, como se vivessem na sua própria cruzada pessoal a algum objetivo obscuro. Seja como for, Aldoria na noite possuía um ar cinza.

    Enquanto cavalgava, Nilus viu um grande edifício na cidade que lhe chamou a atenção. A Catedral de Aldoria erguia-se majestosa no centro da cidade, suas torres imponentes pareciam perfurar o céu sombrio como lanças de pedra. Os arcos góticos e vitrais coloridos adornam sua fachada, enquanto as estátuas de santos e figuras religiosas observam silenciosamente os transeuntes que passam por suas portas. Do lado de fora, uma série de guardas se prostavam como se defendessem o local.

    Nilus também viu uma hospedaria. A Hospedaria do Lamento Perpétuo, era o que uma placa informava, era uma construção melancólica à beira da cidade, cercada por uma cerca de ferro enferrujado. Seu exterior estava coberto de hera e janelas quebradas, enquanto o cheiro do pântano que ficava ao lado da construção tomava conta do ambiente.

    Também havia uma taverna no centro da cidade. A Taverna se destacava no horizonte sombrio de Aldoria como um ponto de encontro para aqueles que buscavam refúgio da escuridão que pairava sobre a cidade. A fachada tinha uma mistura de rusticidade e misticismo, coberta por uma densa camada de musgo e hera que se agarra às paredes de pedra desgastadas pelo tempo. A madeira escura das vigas do telhado pareciam enegrecidas pela umidade constante que paira sobre a cidade.
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    Ato I - As sombras de Aldoria Empty Re: Ato I - As sombras de Aldoria

    Mensagem por Vinah Dom maio 05, 2024 1:40 pm

    Hilda Tempest

    Sussurros, palavras enigmáticas, por vezes em uma língua desconhecida, mas que parecia tão natural e familiar a Hilda Tempest durante grande parte da sua vida no vilarejo, mas que agora parecia, de certa forma, distante. Passaram-se dias de viagem desde que ela começara sua peregrinação rumo a Aldoria para cumprir seu destino: Seguir o chamado da Desconhecida. Por causa disso, Hilda ganhara a alcunha de "Santa da Noite", o qual havia moldado a sua vida e a de seus pais. Hilda conseguia-se lembrar das despedidas antes de começar sua peregrinação.

    Os olhos cheio de lágrimas dos seus pais, o sorriso afetuoso e a expressão de quem conseguira criar uma pessoa especial. A multidão que se juntara para prestar as últimas homenagens a Hilda, flores recém colhidas que foram jogadas aos seus pés. Frutas e vegetais jogadas por pessoas que mal tinham o que comer, que lidavam com a fome diariamente, mas que de bom grado ofereceriam tudo para Hilda. O vilarejo que Hilda nascera e crescera devia ter cerca de 200 pessoas, camponeses em sua maioria, esmagados e esquecidos por quem quer que estivesse com mais poder. No entanto, a vida de Hilda, desde que ganhara a sua visão, havia sido farta, e por isso, quando começou sua peregrinação estava vestida com um roupa delicada e com um véu fino cobrindo seu rosto.

    Seja como for, a viagem até Aldoria havia sido silenciosa em relação a Desconhecida, mas conturbada em percalços na estrada. A medida que chegavam em Aldoria, um cheiro pútrido foi tomando conta do ar por causa do pântano que cercava a região. O ambiente deixara de ser formado por campos e florestas, e tornara-se cercada de árvores nuas com pouca vegetação, que erguiam-se tortas sem direção definida. O humor dos passageiros na charrete em que Hilda viajava também havia piorado bastante. Um gordo que se sentara ao lado dela durante toda viagem fazendo comentários ruidosos e piadinhas sobre as pessoas que viajavam a pé, agora esbravejava enquanto reclamava do fedor e da falta de alimentos para comer. O condutor da charrete reclamava que os dois cavalos estavam emburrados, e em certo momento da viagem, os cavalos haviam empacados, recusando-se a ir em direção a Aldoria. De qualquer maneira, Hilda Tempest finalmente havia chegado na cidade.

    A charrete havia parado em uma praça circular que havia uma árvore de galhos brancos no meio e com poucas folhas vermelhas restantes. Era noite, e por isso a luz da lua brilhando iluminava a praça e a árvore, mas em volta da praça, tudo parecia emergido nas sombras. As casas em volta pareciam silenciosas, isso se houvessem realmente moradores dentro, pois o estado das paredes era frágil e sujo. Olhando bem, a própria praça parecia sem vida, não havia ninguém na rua com exceção dos membros da viagem. O homem gordou desceu com um salto esquisito, e saiu esbravejando dizendo que iria comer a "porra de um leitão inteiro" em alguma taverna, e saiu bamboleando em direção norte da praça. O homem que conduzia a charrete então falou, com a voz cansada:

    -- Senhorita? Chegamos em Aldoria, seu destino. -- Ele ofereceu a mão para que Hilda descesse da charrete.
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    Mensagem por Zireael Seg maio 06, 2024 10:17 pm

    Hilda seguia sua viagem em silêncio. Cobria o rosto com seu fino véu, presente de sua pobre vila que ela trazia com carinho.
    Seguia em silêncio porque estava preocupada: A Desconhecida - como ela sabia, de alguma forma, que a figura misteriosa queria ser conhecida assim - não falava com ela há alguns dias.

    Hilda encolheu-se ao lembrar-se disso e engoliu em seco. Sentia as delicadas luvas em suas mãos e o véu cair-lhe sobre a face e pensou que tudo aquilo quem lhe dera fora a Desconhecida. Sem ela, o que Hilda seria?

    Ela não sabia dizer se era o cansaço da viagem, mas sentiu os ânimos das pessoas, e dela mesma, mudar enquanto a paisagem de campos cobertos por vegetação e florestas densas era trocada por aquelas compostas de árvores secas. Com os olhos cobertos pelo véu, Hilda conseguia distinguir os corpos meio mortos das árvores, contorcidos, nus e tristes. Ela não ousou fazer qualquer comentário sobre aquela mudança.

    Havia ouvido falar da cidade de Aldoria, mas pouco conhecia além do nome. Ao ver a entrada da cidade e seus arredores, ela sentiu o peito pesar. Ela não queria ter criado nenhuma expectativa, mas ao pensar na cidade em que a Desconhecida a levava, pensava em uma vasta cidade cheia de vida, uma cidade tipicamente cosmopolita e até mesmo, uma grande capital. Permaneceu imóvel ao olhar para as ruas desertas e ao sentir o cheiro estranho e incômodo das ruas da cidade. Olhava para um lado, via a sujeira espalhada. Olhava para outro, via abandono, fosse de pessoas ou prédios. Arrependeu-se de ter partido para Aldoria, mas...

    Logo balançou a cabeça em negativo. Jamais poderia duvidar da Desconhecida! Ela sabia o que estava fazendo. E ela era sua porta-voz!!

    Hilda estava presa em seus pensamentos quando a charrete parou. Hilda acompanhou o homem gordo descer e depois, seus olhos assustados foram para a mão que o cocheiro oferecia:

    - Ah, sim. - ela disse com incerteza na voz. Não queria descer ali. Não sozinha, mas... O que faria? Achou que alguém estaria a sua espera!

    Hilda pegou a mão do homem e desceu da carruagem. Ela olhou em volta e ficou perto do cocheiro como se desejasse que ele não partisse. Sem saber o que fazer, ela disse ao homem:

    - Uma taverna. Onde posso encontrar uma? Ou uma estalagem para passar a noite?

    Ela olhou na direção que o homem gordo havia ido. Se corresse, poderia alcança-lo.

    - Ao norte? Para onde aquele homem vai?

    Falava em um tom baixo, amedrontado.
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    Ato I - As sombras de Aldoria Empty Re: Ato I - As sombras de Aldoria

    Mensagem por Pallando Qua maio 08, 2024 3:56 pm

    Quando finalmente avistou o muro de pedra no fim do caminho que seguia, Nilus animou-se um pouco. Se não fosse o perceptível cansaço que seu pobre corcel sentia naquele momento, com certeza o caçador de bruxas teria o apressado para que chegassem ainda mais rápido. A confusão que sentia antes durante a viagem já era coisa do passado, e com um pouco de sorte talvez não voltasse a sofrer daquela forma por algum tempo.

    Após mais alguns momentos de sua desconfortável viagem, o caçador já se encontrava na entrada de Aldoria. Reparou bem nas falhas da muralha que parecia cercar a cidade, um pouco surpreso por ver seu triste estado, mas estava cansado e já era tarde demais para se preocupar com aquilo hoje. E também imaginava que, se tudo corresse bem, não precisaria passar muito tempo naquele lugar.

    Já no interior de Aldoria, Nilus tentou não olhar muito para as pessoas que passavam amarguradas pelas ruas, que se arrastavam pelas vielas e nem mesmo para aquelas que pareciam curiosas com ele. Ignorou os olhares que recebeu e os sussurros que ouviu sendo cochichados, mas ainda assim em pouco tempo também foi contagiado pela aflição e o sentimento de desesperança que aquele trecho exalava.

    Mas não pôs os olhos apenas em coisas desagradáveis durante sua chegada, pois logo vislumbrou o chamativo edifício que reconheceu imediatamente como sendo a Catedral de Aldoria. Era um refúgio de beleza para seu olhar no meio de tantas coisas "feias", uma estrutura visualmente poderosa que trouxe algum conforto para o coração do caçador. Nilus fez questão de passar por perto para vê-la mais de perto, e também porque estava curioso com a presença de tantos guardas.

    Assim que estava próximo o suficiente do primeiro guarda, Nilus interromperia a passada do corcel e se dirigiria ao guarda.

    - Boa noite, senhor... é uma bela catedral essa. É normal terem tantos guardas assim por aqui? - Perguntaria simulando um certo desinteresse na resposta, enquanto olhava para os arredores e a entrada com mais atenção. - Digo... aos olhos de um leigo como eu, faz parecer que estão esperando algo.

    A depender da resposta do guarda, se fosse evasiva ou vaga demais, Nilus pretendia não insistir mais e seguir para a taverna que havia visto antes. Caso o guarda respondesse algo interessante ou os olhos do caçador identificassem algo mais acontecendo por ali, ele permaneceria.
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