Não havia sinal de vida a vista. A estrada que Nilus Talandro percorria montado em um corcel magro estava em absoluto silêncio, e nenhum animal selvagem fora avistado por Nilus já fazia cerca de um dia completo. No início de sua jornada, o caçador de bruxa percorreu caminhos em meio a florestas e vales, repletos de vida, mas a medida que em que ele se aproximava de Aldoria, as estradas tornaram-se silenciosas, o verde tornou-se marrom e grotesco, com árvores retorcidas sendo engolidas pelo pântano que se tornava mais abundante. Em certos momentos, até mesmo a estrada parecia estar sendo engolida aos poucos. Não havia nenhum barulho, até mesmo o cavalgar de sua montaria parecia um eco distante. Isso realmente estava acontecendo? O mundo estava perdendo a cor, perdendo a vida? Ou tudo isso era fruto da tempestade que estava se formando naquele dia, lançando um vento que ganhava cada vez mais força, pingos de chuva que eram escassos, mas possuíam um toque gélido na pele do caçador, prenunciando que seria uma noite difícil? Ou tudo isso era simplesmente fruto da mente do próprio Nilus Talandro, que parecia estar sentindo o peso de uma viagem como nunca sentira antes?
Os dedos de Nilus pareciam refletir bem a confusão mental que Nilus estava passando. Eles acariciavam, de forma automática, um papel amassado que já fora lido muitas vezes naquela viagem. A mente de Nilus, confusa, parecia tentar lutar para lembrar do que estava escrito naquele papel. Sua memória sempre havia sido ruim assim? Mesmo com o pensamento confuso, Nilus podia sentir sua pele começar a queimar, o prenúncio de uma doença começar a se espalhar pelo seu corpo. Um sopro gelado do vento encontrou seu corpo, inundando Nilus com a sensação de espinhos de gelo perfurarem sua pele... e então, tudo mudou.
O caçador de bruxas estava em um pântano, agachado, escondido embaixo de uma árvore com galhos brancos como ossos, com galhos retorcidos para todos os lados. O contato com a água pútrida do pântano era quente, fazendo com que o caçador sentise-se confortável. Sua própria boca se moveu, proferindo palavras em susurro:
- Se o vento é o sopro da mudança, então deixe-se ser levado pela brisa. Resistir a ela seria como lutar contra o próprio destino... e isso não deve terminar bem....- Sua voz falhou nas últimas palavras, e quando olhou para o lado, havia uma figura escondida na mesma árvore que Nilus. Era o seu pai, Argos.
Argos morrera na fatídica noite que Nilus nascera, mas mesmo assim, algo lhe dizia que aquele homem era o seu pai, e Argos estava com um sorriso no rosto, a boca retorcida em um sorriso maldoso, onde escorria um filete se sangue entre seus dentes, percorrendo o queixo e caindo em gotas profusas dentro do pântano. Da mesma forma que Nilus sabia que aquele era seu pai, também tinha a sensação que o sangue que escorria não era dele.
Foi então que em um momento, Argos se movera, com graciosidade e leveza, e em poucos segundos, atacava uma mulher indefesa, que até então Nilus não havia notado. A mulher usava vestes simples de uma criada. A mulher não teve nenhuma chance contra a selvageria graciosa de Argos.
Tudo mudou novamente, e dessa vez Nilus Talandro estava de volta na estrada, encarando o papel em meio ao inicio de uma chuva mais forte, e um filete de sangue escorria de sua boca, percorrendo seu queixo, e manchando o papel. O papel se tratava de uma carta que recebera de seu avô, o Conde Ardryll Talandro. As palavras escritas com a letra trêmula do velho conde ecoavam em sua mente.
"Nilus, espero que esta carta o encontre são e salvo, pois há assuntos urgentes a serem resolvidos. Chegou o momento de enfrentar os demônios do passado e desvendar os mistérios que assombram os seus dias. As respostas estão em Aldoria."
O caçador de bruxas que havia buscado em sua vida resolver as histórias trágicas do mundo, agora encontrava-se perto da sua própria história...
Os dedos de Nilus pareciam refletir bem a confusão mental que Nilus estava passando. Eles acariciavam, de forma automática, um papel amassado que já fora lido muitas vezes naquela viagem. A mente de Nilus, confusa, parecia tentar lutar para lembrar do que estava escrito naquele papel. Sua memória sempre havia sido ruim assim? Mesmo com o pensamento confuso, Nilus podia sentir sua pele começar a queimar, o prenúncio de uma doença começar a se espalhar pelo seu corpo. Um sopro gelado do vento encontrou seu corpo, inundando Nilus com a sensação de espinhos de gelo perfurarem sua pele... e então, tudo mudou.
O caçador de bruxas estava em um pântano, agachado, escondido embaixo de uma árvore com galhos brancos como ossos, com galhos retorcidos para todos os lados. O contato com a água pútrida do pântano era quente, fazendo com que o caçador sentise-se confortável. Sua própria boca se moveu, proferindo palavras em susurro:
- Se o vento é o sopro da mudança, então deixe-se ser levado pela brisa. Resistir a ela seria como lutar contra o próprio destino... e isso não deve terminar bem....- Sua voz falhou nas últimas palavras, e quando olhou para o lado, havia uma figura escondida na mesma árvore que Nilus. Era o seu pai, Argos.
Argos morrera na fatídica noite que Nilus nascera, mas mesmo assim, algo lhe dizia que aquele homem era o seu pai, e Argos estava com um sorriso no rosto, a boca retorcida em um sorriso maldoso, onde escorria um filete se sangue entre seus dentes, percorrendo o queixo e caindo em gotas profusas dentro do pântano. Da mesma forma que Nilus sabia que aquele era seu pai, também tinha a sensação que o sangue que escorria não era dele.
Foi então que em um momento, Argos se movera, com graciosidade e leveza, e em poucos segundos, atacava uma mulher indefesa, que até então Nilus não havia notado. A mulher usava vestes simples de uma criada. A mulher não teve nenhuma chance contra a selvageria graciosa de Argos.
Tudo mudou novamente, e dessa vez Nilus Talandro estava de volta na estrada, encarando o papel em meio ao inicio de uma chuva mais forte, e um filete de sangue escorria de sua boca, percorrendo seu queixo, e manchando o papel. O papel se tratava de uma carta que recebera de seu avô, o Conde Ardryll Talandro. As palavras escritas com a letra trêmula do velho conde ecoavam em sua mente.
"Nilus, espero que esta carta o encontre são e salvo, pois há assuntos urgentes a serem resolvidos. Chegou o momento de enfrentar os demônios do passado e desvendar os mistérios que assombram os seus dias. As respostas estão em Aldoria."
O caçador de bruxas que havia buscado em sua vida resolver as histórias trágicas do mundo, agora encontrava-se perto da sua própria história...