Motivados pelas palavras das sacerdotisas, os demais acharam por melhor se abster de tomar uma decisão aberta no momento, aguardando mais resposta para depois se posicionarem conforme os próprios interesses.
O cavalariço seguiu com o grupo até encontrar-se com
Taurus. O nobre já estava montando o piquenique para almoçarem ali, mas as informações o deixaram nervoso e com animo de urngência. O seu interesse demonstrado era maior do que todos nos acontecimentos relatados pelo cavalariço.
Diplomático, como precavido, o lorde insistiu para que
Abenty deixasse o deu demônio fora da cidade, para que não gerasse pânico. A gente de lá era um povo pacato e religioso, o infernal apenas atrairia multidões furiosas ou geraria pânico e correria.
Então, assim que o invocador aceitou e deu ordens ao seu criado infernal, eles puderam remontar.
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Juntos, eles desceram até
Un-dun, não levando mais do que 10 minutos à galope apressado.
Ali chegando, eles tiveram de reduzir a velocidade, pois começavam a surgir mais e mais pessoas pelas ruas. Sendo que a sua natureza ocasionou expressões estranhas do povo, que os via de longe, mas ao mesmo tempo se reunia em pequenos grupos para apontar e comentar.
Tratavam-se de pessoas estranhas, chegando em hora de um crime inusitado na sua cidade: uma elfa negra, coisa muito rara; um estranho cavaleiro vestindo uma desconfortável armadura num grifo respeitável de várias maneiras; uma mulher desarmada, mas tão alta e forte que impunha respeito quando passava; e, um homem repleto de alguns itens que atraiam olhares, incluindo um pesado tomo.
Apenas o lorde da mansão era reconhecido e, assim, as pessoas demonstravam acordo ao vê-lo.
Não parecia que o faziam com humor acusatório ou critico, pelo menos a maioria, e se tivesse quem olha-se torto aos estranhos a cidade, a mera presença de
Taurus mudava tudo rapidamente. Um fato que demonstrava como o homem podia ser sociável e formar vínculos com facilidade. O homem cumprimentava pessoas de hora em hora, seja com um acesso seja com um cumprimento oral.
Assim, todos foram tratados apenas com curiosidade pela sua raridade, como visitas que vinham em tal momento de desconfiança do acontecimento da noite anterior.
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Enquanto adentravam na cidade, Taurus fez questão de que conhecessem a história do lugar e enquanto falava, fazia questão que todos os que o acompanhavam o ouvissem.
Segundo o que lhes dizia,
Un-dun havia crescido a partir de algumas poucas fazendas na região, cuja proximidade ao forte
Leyton ocasionou isso.
A igreja era no centro na cidade, onde o culto, outrora simples, hoje é influenciado pelas ideias da capital. Todavia, ainda é um culto para abençoar a produção e prosperidade. O
bushi-dô, o código dos servos, ainda era algo da filosofia marcial dos soldados da capital e permanecia no forte ou entre as suas fileiras.
O forte em si fora construído apenas como precaução da posição geográfica vantajosa da região para o movimento de tropas, mas as tropas que ali se postaram e a necessidade de envio de mantimentos gerou um comercio e, logo, o lugar tornou-se um tipo de ponto numa nova rota comercial, já que o movimento de tropas tornava a rota segura para o envio de gado de corte e outros produtos derivados. Assim, mercadores também menores começaram a utilizar a nova rota e, logo, uma guida mercantil se interessou.
A cidade estava crescendo, um fato. Mas agora, a guerra poderia mudar tudo. Muitas famílias tinham alguém alistado na última década, seja por prestígio local ou por ambição ara fugir para as grandes cidades.
De todo modo, aquele momento iria mudar a história desse povo simples.
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O cavalariço os levou diretamente ao local onde um misto de homens do forte e representantes da cidade estavam. Estranhamento, não haviam oficias militares no local. Isso poderia indicar que agora que o primeiro sinal da aproximação de
Abigail surgiu eles iriam seguir com os próprios planos.
O lugar era um canto atrás de um muro, cuja limpeza indicava ser usado para vomitar pelos carregadores cansados que vieram beber demais ontem a noite. Ao se aproximarem, dois corpos encobertos por lonas estavam ali. Ao redor, os soldados mantinham a segurança da cena. A população mantinha-se afastada, mas bisbilhotando.
Os soldados vestiam meia armadura, com proteção principalmente no tronco, os braços livres, portando sabres e uma segunda espada curta. Eles vigiavam, mas também mediam os recém chegados.
Um homem na idade dos 30 anos, com veste de sacerdote simples, o seu semblante demonstrava preocupação, mas não estava assustadiço o que indicava que possuía alguma experiência, ou era sábio o bastante para manter o autocontrole.
Ele se aproximou, dizendo:
- Bem vindo, lorde Taurus. E os senhores e madames devem ser as suas ilustres companhias as quais ele mencionou que viriam pousar aqui para conhecer a região. Embora, eu deva dizer, não me parece o momento para se tratar de negócios.
- Eu sou Plácido, o encarregado capelão da capela local, mas ao que parece, por falta dos oficiais, eu também estou encarregado de averiguar isto.
-Mas, perdoem-me, tenho certeza de que queria saber o que houve aqui.
- Sobre os detalhes não queremos informar muito. Temos algumas testemunhas da última vez que foram vistos os dois homens, antes de aparecerem aqui, no estado em que estão agora.
- Eu posso lhe adiantar, milorde, de que analisei e uma primeiro exame indicou que ambos os homens foram mortos pela perda de força vital, simplesmente morrendo por falta de vitae. Outros sinais indicam a forte presença de energia negativa.
- O ocorrido em si, as duas mortes não eram pessoas da cidade e, provavelmente, o próprio mercador que empregou os dois homens, tão logo terminasse o seu depoimento, e contratasse outros dois sujeitos confiáveis, ou o melhor que achasse, iria embora dali por segurança.
- Nós cuidamos para que o mercador não falasse com mais ninguém. Pelo menos foi insistência dos soldados, mas nenhum oficial veio ter o exame da cena. O porque disso eu ainda não estou a saber.
- Sei que o senhor compreende e que manterá o sigilo com o resto da população para não gerar pânico.