Capítulo 3 - O Terror dos Piratas

Roosevelt se aproxima do bardo e passa um dos braços envolta do seu pescoço. Ele sussurra bem pertinho de Lewellin com seu hálito fedido atingindo-o.

- Ha ha ha... você se acha engraçado, não é mesmo? Ai ai... tá vendo aquelas pontas farpadas nos chicotes do contramestre? Então, parece que você quer experimentá-las, não quer? Não? Ha ha ha... Se não quer provar o gosto amargo de uma chibatada, pare de tocar esta merda de instrumento e faça o que lhe mandei... entendeu o recado, certo?

Enquanto o bafo insuportável do capitão invadia as suas narinas, Lew lembrou do que ouviu no Navio sobre o Motim contra o capitão. Ele oculta um sorriso sem-vergonha e diz parando de tocar, mas ainda segurando a gaita em mãos:

- Capitão eu sou a alegria do Navio... se não fosse minha música e meus risos o que seria da tripulação, certo? Mas vamos logo encontrar este maldito ouro antes que coisas piores que sanguessugas, saco de ossos e um velho pirata imundo apareça.

Terminando a fala, Lew sai do "abraço" do capitão e segue continuando a subir as escadas, dessa vez apenas fazendo barulhos com a boca ritmados.

O contramestre segue logo atrás do capitão.

Dyke se recompoem ver o capitão falar algo no ouvido do bardo, parecia ser algo engraçado, mas o bardo continuou subindo as escada sem o menor cuidado, Dyke não queria se arriscar, mas com maldito do Bardo andando daquele jeito o grupo logo seria descoberto e o maldito perderia a vida em vão, O Lampreia não ligava muito para à vida do Bardo, mas com o contra mestre já no fim seria difícil sair do lugar apenas ele e o capitão.

-Saí do meio fí de puta, desse jeito tu vai ser descoberto assim que pisar ali fora... Tá só frescando aí
Dyke começa a subir as escadas como se estivesse pisando em ovos.

Spoiler:

Lew ouve o que Dyke disse e logo dá espaços com uma referência debochando levemente da atitude do companheiro, mas certamente sabia que ele tinha mais habilidades.
Vendo que o Dyke subia silenciosamente a escadaria, ele resolve calar-se, apenas pensando em como seria o motim depois que voltarem ao barco.

Lew fica atrás de Dyke, na frente do capitão com sua gaita em mãos e segurando firme a adaga na outra...

As escadarias por fim levam a um novo alçapão. Ao ser aberto por Dyke revela-se um depósito com alguns sacos e caixas de madeira espalhados pelo chão. Eles estavam numa pequena casinha, escura e empoeirada. A tocha que Roosevelt carregava ainda revelou teias de aranha nos cantos da sala e principalmente no teto entre as vigas de madeira.

Dyke se adianta até a única porta e para seu alívio percebe que ela não estava trancada. Quando o marujo a abre, a brisa suave do vento noturno bate em seu rosto. Lá fora estendia-se um longo pátio pavimentado. Não demora muito para Dyke ver um grupo de cinco esqueletos passar a distância fazendo uma espécie de ronda local. À direita, poucos metros dali, o marujo viu o castelo da Ilha de Ferro e o seu portão duplo encontrava-se entreaberto. Talvez se eles fossem rápidos e sorrateiros o bastante poderiam chegar no interior do castelo sem que os esqueletos os notassem...

Lew olha os esqueletos fazendo ronda e suspira profundamente como quem estivesse de saco cheio deles. Ele olha o castelo e logo pensa que o ouro deve estar lá.

- Será que conseguiremos chegar até lá? - Pensa em voz alta.

Em seguida ele olha para o Capitão e o Frac, que subiam logo atrás dele e diz:

- Hey grandão... Acha que aguenta mais um pouco de adrenalina? Se conseguirmos ser rápidos o suficiente podemos passar despercebidos por entre aqueles desgraçados... Provavelmente o ouro deve estar num salão onde um possível rei ou governante disso aqui ficava...

Ele faz uma pausa olhando para baixo, com uma mão apoiada na parede e continua:

- Podemos usar alguém como isca para distrair aquelas criaturas... que tal soltarmos alguém lá das celas?

Sim, Lew queria ver confusão e aqueles loucos piratas correndo dos esqueletos deveria ser hilário.

- Quer descer até lá embaixo sozinho e libertar um daqueles desgraçados? - pergunta Roosevelt ao mesmo tempo em que metia a mão no bolso de seu sobretudo e retirava a chave das celas. - Tome, aí está a chave. Esperaremos pelo seu retorno aqui mesmo.

Lew segura a chave e diz:

- Capitão... uma hora temos que sair daqui de cima né? Podemos ir... todos juntos e... cuidar disso junto certo?

Lew estava, sim, com medo e o capitão já o conhecia o suficiente para saber que o bardo era assim.

Frac então se pronuncia:

-VocÊs acham vantagem passarmos por eles despercebidos? E se eles vierem por nossas costas depois? Acho que pelo menos devemos observar qual é a rotina de ronda desses montes de ossos. E verificar se não correremos risco deles virem atrás de nós quando entrarmos no castelo.

O contramestre ignora completamente a idéia de voltar áté lá embaixo e soltar um dos malditos, o bardo covarde não iria lá sozinho mesmo.

- Você acha que eu não pensei nisso? - pergunta o capitão. - Mas você está ferido, eu mesmo não estou em minhas melhores condições... Podemos vir a ter uma baixa numa batalha dessas, e isto é o que eu menos quero no momento... Quanto a espionar a rotina de ronda deles, o Dyke pode fazer isto enquanto esperamos o maldito músico descer até lá embaixo e pegar o prisioneiro.

Lew se apavora com as chaves em sua mão, tanto que quase caiu quando tentou pegá-las, visto que seu corpo estava apoiado em uma das mãos.
Ele fica olhando para a chave enquanto ouvia o que o capitão e o contramestre falavam.
Sem dizer nada ele respira profundamente e parte para onde os prissioneiros estavam.

Assim que chegar lá, procurará o mais ideal. Um que não esteja louco a ponto de sair correndo e nem um sadio o suficiente para tentar matá-lo.

Spoiler:

Lewellin avança sozinho no caminho de volta pela escadaria de pedra. Estava tudo muito escuro e silencioso, com o único som sendo o de seus passos e de sua respiração. O músico consegue descer até o final da escadaria, e ele estava novamente na sala que tinha os pergaminhos contendo os nomes dos prisioneiros... Porém ele mal sabia que uma figura se avolumava às suas costas...

- Olá! - Diz sorrindo ao ver o magrelo sozinho.

- Cadê aquele seu amigo? Quero conversar com ele... - Se referindo ao Frac.

Caminha na direção do Bardo com a arma embainhada.

Lew se assusta quando ou ve a voz o "cumprimentando", mas logo que se vira reconhece que ele era o maldito pirata das celas:

- Amigo? Se o matar será um favor... olhe estou com pressa... se me der licença...

Lew procura sair de fininho antes que algo pior acontecesse com ele.

- Ei, onde pensa que vai? - Diz irritado.

- Onde ele está? O que vocês querem aqui?

- Ande, diga rápido se não quiser ter o mesmo destino do seu amigo... - Segura firme o cabo da espada para que ela visse, afinal ele estava sem arma antes.

Lew observa que o homem estava bravo, mas ele estava com pressa e sem paciencia, ele repara na espada e mal repara, mas ele não sairiam da ilha vivos mesmo...

- Eu vou ... Não lhe interessa onde vou! Olhe bem seu monte de bosta, se quer saber algo descubra você sozinho, ok? Tenho mais o que fazer...

Lew continua saindo em direção à escada para continuar seu caminho.

Quando o magrela vira as costas ele dá uma espadada de lado na cabeça do bardo, mostrando que mesmo há tempos preso, ainda era forte, afinal era o capitão Barbarossa.

Dados: