Capítulo 1 - O Templo de Mystra

Alexander é agarrado pelo guarda e repele o instinto de revidar. Ele se deixar ser arrastado com alguma resistência trôpega.

-O que? Mas, não é aqui que tem curandeiros? O senhor não pode cuidar do meu problema? Talvez uma moeda ou um pão se não pode?

"Se você queria alguma ajuda, que pedisse antes", o guarda parecia satisfeito em retirar o mendigo dali. Provavelmente ele já estava esperando por um motivo qualquer para isto, e Alexander deu a ele o que queria. O guarda o leva até o lado de fora do templo e diz: "Vá para o centro da cidade, lá haverá alguém que possa lhe ajudar."

Acompanhando de longe seus amigos, o nanico resolve entrar pela outra porta lateral, a que leRoy ainda não tentara, assim que ele passa pelo guarda do templo, já que agora era o momento certo tendo em vista a porta livre, o gnomo entra curioso para ver o que havia lá dentro.

"Trabalho em grupo sempre é mais fácil" - Pensa enquanto abria um leve sorriso.

Invisível e sorrateiro, Endub entrou pela porta lateral que ficava a direita, e para sua surpresa, ela não estava trancada. Era visivelmente um quarto de dormir.

Esse dormitório contém duas camas, uma escrivaninha, um cofre debaixo da escrivaninha, algumas cadeiras, um armário embutido, um urinol mal cheiroso, e uma estante de livros com alguns tomos solitários juntando poeira sobre as prateleiras inferiores enquanto a prateleira de cima tem em abundância garrafas preenchidas com vários líquidos coloridos.

Mas o que chamou mais a atenção do gnomo foi o homem que estava sentado na escrivaninha folheando vagarosamente um livro enquanto mantinha ao lado um copo de vidro de alguma bebida. Levou alguns segundos para o homem perceber que a porta do quarto fora aberta, e só então ele se virou para ver quem tinha entrado. Ele franze o cenho ao não ver ninguém e se levanta da cadeira até a direção da porta aberta, exatamente no ponto em que Endub estava estacionado. Ou o gnomo entrava de vez no quarto, ou então saia para fora dele, voltando ao pátio central.

OUVIR:

Turok fica entre fazer cara de paisagem e sorrir forçosamente. Essas conversas nunca foram o seu forte e ele não tinha qualquer traquejo social. O máximo que podia fazer era um comentário bobo que fizesse o homem rir de seu sotaque, mas resolveu deixar que Clegorian continuasse a conduzir a conversa que ia por um bom lugar.

Endub preferia não se arriscar, assim que o rapaz fosse fechar a porta ele irei fica para o lado de fora, e iria procurar algum lugar que pudesse descobrir algo mais.

O sujeito para no batente da porta e olha para os lados, procurando ver quem tinha aberto o seu quarto. Ele carregava uma fisionomia um tanto cansada e vestia um robe cinza-escuro. O homem pergunta pro Shan Thar:
"Quem abriu a minha porta?"
"Não sei, eu estava de costas", diz o mystrano olhando para os lados. "Guardas, vocês viram alguma coisa?"
Para a surpresa de Clegorian e Turók, havia dois guardas no topo da muralha que cercava o pátio do templo. Eles balançam negativamente a cabeça.
"Não senhor, nós apenas escutamos a porta ser aberta, mas não havia ninguém. E o pedinte que tentou abrir a outra porta já foi levado pro lado de fora, então..."
"Ah, deve ter sido o vento que bateu à porta", conclui o homem do robe. Ele entra novamente no quarto e fecha a porta, e desta vez é possível ouvir um clique da fechadura sendo trancada.

Vendo aquela movimentação toda e descobrindo guardas que estavam a postos no alto do templo, Delding se aproxima com cautela, e vai entrando, procurando por algo que chamasse sua atenção, seguindo o caminho pela porta dupla.

"Você só poderá aprender a Verdade Sagrada de Mystra se tornando parte de nosso templo", diz Shan. "Se vocês tivessem realmente interessados, seus conhecimentos acerca da Deusa da Magia aumentariam consideravelmente, mas acho que um servo de Tempus não renegaria seu deus em função de Mystra, não é mesmo?" Shan olha distraidamente para os guardas no alto da muralha. "Ah, um templo dessa grandeza precisa de proteção, você não acha? Afinal, a maioria dos fieis que vem aqui não são propriamente guerreiros, diferente daqueles que servem ao seu deus da batalha. E além do mais, um templo sempre carrega itens e conhecimento valiosos... Senhor, fique a vontade para permanecer em nossa humilde 'casa', mas a senhora Naedaenya Arthas foi clara ao dizer que não queria receber visitas devido a sua falta de tempo. Porém eu ficarei feliz em responder qualquer duvida que o senhor tenha, ou qualquer ajuda que o senhor precise."

Neste meio tempo, o guarda que estava no pátio e que colocara o pedinte para fora ia voltando ao seu posto. E Endub já havia aberto a porta dupla e entrado por ela. Semelhante ao primeiro pátio, esse era uma sala igualmente grande, porém fechada ao céu. Havia algumas fileiras de pilares e um único altar permanecia no centro da câmara. E também havia movimentação de novos guardas no local - guardas estes que devem ter percebido que a porta foi aberta e fechada.

O ladrão sabia que aquele disfarce estava inutilizado. Ele não podia trocar agora ou levantaria suspeitas. Fosse noite, poderia nocautear o soldado e tomar seu lugar, mas em plena luz do dia isso seria arriscado. Alexander cambaleia até algum ponto de esconderijo fácil e espera que um de seus companheiros volte, ou que passe tempo o bastante para que seja seguro arrumar um novo disfarce.

O gnomo fica imóvel, e tenta vê se chamou muita atenção ao abrir a porta, ao analisar os próximos passos dos guardas, vai tomar alguma providência se preciso for.

Irritado, mas sem demonstrar isso, Clegorian dá um sorriso amarelo para o velho e parte para a entrada do templo, na direção da estátua que vira bem no início. Tenta ficar em algum lugar onde não seja visto por guardas ou mesmbros do templo. "Preciso falar com aqueles dois.", pensa o clérigo.

Os guardas se adiantaram para ver o que tinha acontecido, e sem muitas opções, Endub teve que novamente se retirar para o primeiro pátio. Agora ele via seus dois companheiros, Clegorian e Turok, saindo do templo. E como o Alexander, o Pedinte, já fora colocado para fora anteriormente, seria uma boa o gnomo retornar para junto do resto do grupo.

Sendo assim, os quatro se reúnem novamente fora do templo, e tentam se afastar o máximo possível para que os guardas da muralha não os avistassem. Eles agora estavam seguros para dizerem o que cada um descobrira e para traçar os seus próximos passos.

- Turok, temos que entrar la dentro. O velho foi muito evasivo conosco, como você viu. Penso em criarmos uma grande distração la fora, pra falar a verdade pensei inicialmente em fogo, mas acho que você não vai gostar muito da idéia...bom, com esta distração, entramos no templo quando todos estiverem distraídos. O que tu acha? Não temos muitas opções, diz Clegorian pensativo.

Turok olha para Tu que olha para Turok. Ninguém diz palavra. A idéia de Clegorian era simplória e Turok também. Ele fala exatamente a primeira coisa que vem à sua cabeça:

- Eu mais Tu pudia cumeçá uma briga lá drentu. Devi di sê comum issu pur aqui. U pobrema é qui nóis num ia mais pudê adentrá do jeitu normal...

Alexander espera que seus companheiros saiam do templo e se dirige a eles. O ladrão não havia tido muita sorte, mas agora com uma infiltração propriamente dita, seu leque de opções seria mais variado.

-Não acho muito boa a ideia de deixar um de nós para trás. Nós não sabemos o que há lá dentro. Talvez Endud possa criar uma distração com sua magia.

- Se eu usar qualquer magia irei aparecer novamente - Diz o Gnomo invisível atrás de leRoy.

- Tinha um cara escrevendo alguma coisa no quarto que entrei, ele estava todo de preto, muito estranho!

- Acho esse templo muito protegido para o meu gosto, só nesse templo não podemos entrar!

- Nenhum de vocês consegue enfeitiçar o velho? O que me recebeu? Se não acho que vou entrar la e dizer minhas intenções. Não me ajoelharei ante servos de Mystra. Contarei toda a hostoria que o velho contou e forçarei a entrada do templo, diz Clegorian, direto.

Turok olha para Clegorian explicando e meneando a cabeça negativamente.

- Cê sabi qui eu num faç'as coisa. Pur mim a genti podi isperá a noiti i invadi. Tu bati nelis si elis si'nvergá.