Capítulo 1: As Ruas Estreitas de Bangkok

Nikki

- Tenho clientes de Nova York sim...mas num posso dizer quem é ne, tu me entende pois parece uma mulher bem inteligente! Mas se tu quiser, me deixa teu cartão ou teu numero de telefone que eu posso entregar para ela se ela vier aqui! Diz a velha senhora, sorridente.

Então uma das filhas dela espirra alto na sala, Nikki não consegue não olhar. Então ela dá uma piscadela para Nikki. A agente não precisou pensar muito para saber que aquela mulher podia ajudar em alguma coisa.

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Lucca e Roberto

- Bom Sr. Roberto, o que meu amigo cabeça oca aqui quer dizer é que ele não sabia que o campeonato era de times e que estamos buscando formarmos um. Tá afim? Vai faltar só dois, diz ele, coçando a cabeça...

Após o breve diálogo, todos os três ali reunidos escutam um estouro de vidros a uns 20 metros deles, que veio de um estabelecimento próximo dali. Algumas pessoas olham mas em seguida continuam seus afazeres. Um homem fora arremessado de dentro deste local, e vestia um calção largo e azul, com faixas nas mãos e nas pernas. Ele estava bem escoriado e estava desmaiado.

- Eu não sabia?! - Topo olha de cima para baixo para Oto - Ninguém me avisou que essa merda de torneio seria disputado em time.

Lucca se volta para o rapaz em cima do tablado. - Bem, você já tem um time ou não?

- Fiquei sabendo disso agora também, brow. Só times. - Respondeu Roberto quando o homem ainda lhe apontava.

O capoeirista olhou toda aquela situação e fez uma cara de mau quando o rapaz lhe esticou a mão. Ele pensou um pouco antes de apertar a mão daquele homem, mas não a soltou enquanto os dois falavam sem ao menos lhe dar chance para responder. Roberto tinha muito a perder caso não vencesse este torneio. Não seria qualquer um que poderia lutar a seu lado.

"Ele está achando que vai ser fácil assim? Esse cara nem parece que sabe lutar."

- Não tenho! - Disse falando com força quando tentou puxar Topo para jogá-lo longe. Mesmo querendo testar seu oponente, algo chamava a atenção, fazendo-o se distrair.

"O que está acontecendo lá?"

Spoiler:

- Entendo, claro, mas antes eu poderia usar o seu banheiro? To um pouco apertada e não sei bem aonde tem banheiro aqui - Diz ela fazendo uma expressão de sem graça.

É claro que tinha visto o sinal da garota lá no fundo. Tinha que arranjar uma desculpa pra ir ali pra dentro e ter da chance de falar com a garota.

Lucca e Roberto

O homem que foi arremeçado se levanta por um instante, para então ficar tonto e cair de novo. As pessoas já tinham voltado as suas atividades normais e nem mesmo a polícia tinha ido verificar o que ocorrera. O que quer que tivesse atingido aquele Tailandes tinha sido muito forte.

Apesar de já terem “meio” que combinado um time, ainda faltavam dois integrantes para ele estar completo.

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Nikki

A velha senhora concorda com a Nikki e lhe indica o caminho do banheiro, que era fora do estabelecimento (a uns 10 metros atrás da loja de fumo) em um cubículo feito de madeira, com um assento de madeira e muito sujo e precário. Um minuto depois que ela chega la, ela percebe que alguém bate no “cubículo”. Era a Song-Jong, filha caçula da velha senhora.

- Err...eu sei quem tu ta procurando...posso te falar, mas tu vai precisar me ajudar com uma coisa...tem um mafioso aqui que vive extorquindo dinheiro da vizinhança, ameaçando quebrar tudo e dar o maior prejuízo caso os comerciantes não o façam. Quero que tu de uma lição nele! Arranca todos os dentes e mande uma lembrança do bairro das Pombas! O nome dele é Sanyang e ele vai luta no torneio, ele é muito forte! Diz a Song Jong.

Lucca não entendia o motivo de Roberto estar apertando sua mão com tanta força e tentando puxá-lo. Quando Topo pensou em perguntar a razão de tudo aquilo, ouviu os vidros se estilhaçando e teve tempo de ver apenas o homem caindo no chão. Antes que ele se levantasse, Lucca consegui dizer poucas palavras.

- Que merda foi essa?

Olhou para Oto em busca de respostas, mas o guia parecia tão perdido quanto ele. Topo correu para ajudá-lo depois que ele se levantou e caiu pela segunda vez.

- Ei amigo, você tá bem? Tá me entendendo? - Lucca dava alguns tapas no rosto do homem enquanto procura no homem algo que indicasse quem ele era.

Roberto ignorou um pouco o teste se focando no alvo que tinha sido derrubado. Ele então voltou seu olhar para Lucca e disse:

- Quer conhecer seu novo membro, brow? - Disse claramente se referindo a quem tinha jogado aquele homem pela janela. - Pelo visto sim. - Riu ao ver o homem saindo correndo em ajuda.

Roberto também foi na direção do homem caído, mas teve outro foco. ele olhou para dentro do estabelecimento tetando achar o causador de tudo aquilo.

"Um homem com esta força... Será que ele pode estar aqui?" - Pensou se referindo a M. Punch.

Quando Lucca se aproxima para ajudar o tailandês, ele, tonto e com a cabeça rodando, diz ”Filho da Puta” e cai novamente. Quando Roberto olha na direção de onde o homem tinha vindo, vê um bar, com as vidraças quebradas. La dentro, ele vê vários tailandeses sentados em mesas bebendo, e uma única figura, de ombros largos, musculosos e cabelo raspado rente a cabeça, de costas bebendo no balcão. Ele usa uma camiseta cavada branca e calças de um tecido grosso e branco e é o único no balcão, os tailandeses na volta olham um pouco amedrontados com ele.

O dono do bar, atrás do balcão, seca um copo afastado do homem.

Roberto dá uma olhada rápida para o rapaz caído e já vai entrando no bar, evitando um pouco os cacos de vidro no chão. ele não era do tipo de fazer rodeios, indo direto no homem que causa tanto amedrontamento.

- E ai, brow... - Disse quando chegou na costas do cara, - Você deve ser bem forte para jogar o cara pela janela com tanta facilidade. - Terminou sua fala colocando a mão no ombro do homem todo de branco claramente provocando-o.

Lucca percebe que não poderia fazer nada pelo homem e olha para Oto.

- Já chamou uma ambulância? Roberto, o que... - Topo se virava para trás para falar com o companheiro de time, quando viu que ele já estava no bar, do outro lado da rua, falando com alguém grande o suficiente para ser o cara que arremessou o homem pela vidraça. Lucca se levanta e vai até, imaginando o que os dois poderiam estar conversando.

Nikki olha com nojo pro lugar. O que ela tinha que fazer pra cumprir a sua missão. As vezes tinha odio do seu trabalho como agente. A espera até a jovem vir e falar.

- Hã?! Como tu sabe que eu sei lutar? Nunca disse isso em momento nenhum - Indaga ela surpresa.

Lucca e Roberto
 
- Mais um? diz o homem. Ele se vira para o trio, mostrando-se um homem com feições latinas. Ele é forte, apesar de ter pouco mais de 1,60 de altura. Uma característica chama a atenção do trio: ele possui uma longa cicatriz na parte de cima da cabeça, que começa acima da nuca e acaba em cima do olho direito.
 
- São amigos do cara ali? Ele que me provocou, diz ele.
 
Sobre o comentário sobre a força dele, ele responde:
 
- Tu não tem ideia...quer experimentar?
 
Todos os tailandeses da taverna que estavam em silêncio e ouviram a conversa se afastam imediatamente, em silêncio, dos dois homens.

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Nikki
 
- Não? Então não vo te dize nada! Diz a mulher para Nikki. – Vamos la, vai dizer que mantem esse corpão como? Jogando tênis? Por favo, não so criança! Diz ela a Nikki.

Nikki não aguenta mais aquilo e sai do banheiro pra encarar a mulher.

- Você andou reparando no meu corpo? To começando achar que você é a mulher que eu procuro- Diz Nikki.

A agente move lentamente a mão pro ombro da mulher e começar a aperta de forma mais dura, no entanto não chegando a ser um aperto forte.

Lucca chegou no bar apenas para ouvir um homem provocar o outro, e por mais que em outros tempos Topo tivesse incentivado e até entrado em uma briga por nada, ele havia prometido ao seu sifu que continuaria treinando seu temperamento dia após dia, e aquela era um bom momento para praticar o que já aprendeu.

- Ei, ei, ei... Calma! Nós não tamos aqui pra arranjar uma briga. - Lucca se aproxima dos dois e tira a mão do Roberto do ombro do homem no balcão - Só ficamos curiosos para saber que tinha arremessado aquele homem pela janela.

Topo queria muito que aquilo terminasse ali, tanto que mudo o rumo do assunto para algo mais interessante.

- Meu nome é Lucca, mas pode me chamar de Topo. O que você acha de participar do torneio que vai acontecer com a gente? Tamos procurando pessoas para fechar o nosso time, e você parece ser mais do que capaz... - Lucca aponta a janela destruída e o homem além dela, metros distante deles - Se você aceitar, só vai faltar mais uma pessoa.

Nikki

- Aaaaai, ce ta loca? diz ela, afastando a mão e Nikki e colocando a mão sobre o ombro, como que para conter a dor. - Não viaja dona, não viaja. Mas e ai, vai me ajudar ou não? Tenho que faze muito fumo hoje ainda! questiona a menina.

Roberto tirou a mão quando Lucca chegou e ficou olhando para o outro lutador a sua frente. Ele estava sério e encarava com todo seu tamanho, tentando criar imponência na pessoa ali. Contudo, a pessoa que o tinha chamado para participar do torneio com ela parecia muito calma e amante da paz.

- Pow, brow... Vai sair chamando qualquer zé mané pra nosso time?! - Roberto parecia meio irritado com Lucca agora. - Eu não quero perder este torneio, e por isso não rola de chamar... - O capoeirista para um pouco e olha para o novo lutador analisando antes de falar. - Qualquer fracote.

Bob estava pronto para um porradaria se inciar ali. Ele pouco se importava se isso realmente acontecesse ou não, mas pelo menos se acontecesse ele poderia testar seus possíveis companheiros. Aquele torneio era muito importante para o brasileiro, que só agora sabia que tinha que ser de time.

Lucca e Roberto
 
- Fui eu sim que joguei ele la sim, responde o homem a Lucca, desviando por um breve momento do olhar de Roberto. Então ele volta a olhar e diz: - Afinal, tamanho não é documento. Então ele olha novamente Lucca e fala: - Meu nome é Connor, Lucca, muito prazer. Um torneio de artes marciais? Hmm, interessante, posso ajudá-los sim. Só que não tenho dinheiro cara, posso entrar de graça no campeonato?
 
Quando Roberto fala, ele espera um segundo de silencio e responde, olhando nos olhos de Roberto e dando um empurrão no peito do capoeirista: - Cara, te jogo mais longe ainda que o tailandes ali fora se tu quiser, ta afim de voar ta?
 

Os tailandeses que estavam por perto se afastam mais ainda...

- Pode entrar de graça sim cara, até porque eu também não tenho dinheiro! - Topo ri com a própria piada; realmente tinha achado graça do comentário, mas esperou, sem sucesso, que isso acabasse com a tensão entre os dois. Quando Connor responde a provocação do Roberto com outro provocação, Lucca se afasta sentando no balcão.

- Vou esperar aqui a briga de vocês terminar. - Topo se vira para o homem secando o copo - Amigo, me trás um suco da laranja, por favor?

- Relaxa eu vou ajudar você sim. Só não sei aonde ficar esse torneio e como faz pra entrar nele- Diz Nikki olhando pra mulher.

Não fazia parte dos seus planos entrar nesse torneio, mas não era de todo ruim. A verdade era que tava com vontade de socar umas caras, essa era a oportunidade exata que precisava pra isso.