[!ON!] Meados de Abril

- Para os Faes...? O jeito como você nos atacou e essa insistência nesse mosteiro parece indicar que você é um deles. Ou eu estou enganada?- Pareceu que um brilho surgiu no olhar da vampira ao chegar àquela conclusão. Arkell a arrastou até o ambiente vizinho e a pendurou em ganchos que fisgavam sua carne. Ela gemeu de dor, mas não grito. Sua voz voltou a ficar pesada, como se estivesse gastando os últimos fôlegos. - Ninguém é abertamente contra o Drácula... Thordis... Thordis preferiria que ele tivesse acordado em outra ocasião. Mas isso... isso está para além de sua jurisdição.

Nunca se sabe quando um Drácula poderá levantar. Há presságios e quando eles surgem, é obrigação do Príncipe começar a preparar a vinda. - Você... não vai conseguir nada do que quer comigo... mas talvez eu... eu possa lhe apontar onde procurar. - Um nome? Um endereço? Aqueles vampiros que desejam de fato travar a batalha imemorial contra os Faes? Arkell ficaria devendo para aquela vampira, mas conseguiria seguir adiante com seu propósito.

Off: Qualquer requinte de crueldade extra a partir daqui vai marcar um ponto de corrupção Aliás, leia também na sua ficha o movimento de corrupção dos Fae.

Os olhos cansados de Corta-Garganta encontraram os de Nympha e fixaram-se neles durante um bom tempo. Um silêncio constrangedor pesou sobre aquele grupo de pessoas, embora, no restante do restaurante as coisas continuassem com sua agitação natural. Quando abriu a boca, a maga pode escutar a voz baixa e grossa do líder daqueles lobos: - Nós estamos em Paris, tem pichação por toda parte. - Não deixava de ser verdade. Perseus interviu, sacando o celular e mostrando uma foto. - Estamos falando especialmente dessas.

O homem pegou o celular e olhou durante algum tempo, antes de passar ao homem ao seu lado e indicar que passasse até um outro, que estava três pessoas mais ao lado. Ele pegou e olhou também. - Eu já vi isso... Apareceu recentemente, nenhuma exatamente no nosso território, mas algumas próximas. - O celular passou de mão em mão até voltar para Corta-Garganta e então para Perseus. O líder retomou a palavra: - Por que eu deveria saber algo sobre isso? - Ele encarou os dois por um tempo - - Sentem-se ai, já que vieram conversar, vamos conversar. Tem muita merda acontecendo ultimamente.

- Haha! Se eu sou um Fae, você com certeza deve ser a próxima Drácula disfarçada! - Debochava Arkell, apesar de já admitir que aquele interrogatório estava ficando entediante, e a atitude de barganha da vampira após o mesmo te-la posto em uma posição ainda pior e dramática não ajudavam em nada o andar da situação.

- Você não está em posição de negociar. - Respondia firmemente á vampira. Então levantou da cadeira e buscou a bolsa de sangue, pondo-a a poucos centímetros do nariz de sua cativa. - Diga-me tudo o que sabe ou morrerá aqui, agonizando, ou de fome ou pelo sol que já vai raiar, não me importa o modo, já que essa será mais uma bela história de como Vercingetórix deu cabo de mais uma presa. - Aquele era o ultimato a vampira. Ou ela lhe contava o que sabia sem exigir nada além de sua miserável existência, ou morreria ali.

Afinal de contas, o que era mais um vampiro morto para alguém que já eliminara milhares e milhares ao longo dos séculos?

- Seu filho da puta! - A vampira se estremecia diante da oferta de sangue. Era uma tentação e uma necessidade. Ela parecia quase espumar, como se entrasse num frenesi. Sua voz chegou mesmo a ter novo vigor, vindo talvez de um lado mais oculto e sombrio que todos as criaturas como eles costumam ter. - Eu posso colocá-lo próximo de Duncan. É minha última oferta. É sua melhor oportunidade e vai me devê-la. - Talvez Arkell tivesse chegado no ponto de não-retorno com a vampira, pois ela já prometia trair o Drácula. Talvez ela e a leva de Thordis não concordassem tanto assim com o advindo de Duncan.

Ela se sacudia como se algo terrível a sacolejasse por dentro.

Paaie havia chegado à Paris há pouco tempo. Pouco mais de um mês. Mas parece que ela havia chegado em tempos conturbados. Agora ela estava na casa de Dergal. Era uma pequena confraternização familiar do seu clã e garota Legi havia sido convidada a participar, pois Dergal sabia que ela não tinha muitos conhecidos naquele lugar ainda.

A casa onde estava tinha um átrio amplo, em que três pequenos grupos poderiam conversar e comer ao redor de três mesas de centro distintas e dispostas em torno de uma fonte. Paaie estava sentada numa dessas rodas e ao lado dela havia um pequeno grupo que tocava instrumentos de corda e de sopro, enchendo o ar de música passional e tocante.

Ela estava sentada com a família mais próxima de Dergal, mulher e irmãos. Os filhos e primos estavam correndo pela casa. - Não vai comer mais? Depois que acabar, só na próxima festa, viu? - Era a esposa do chefe cigano, lhe oferecendo uma das comidas típicas de celebrações como aquela. Dergal não estava entre eles, na verdade fazia tempo que Paaie não o via na festa. Seus olhos correram por todo o espaço e o encontrou, num outro grupo, do outro lado da fonte, sentado, entre várias pessoas, era claro, mas com o olhar perdido fitando o vazio.

- Você teve sua chance de sobreviver. - Dissera pela ultima vez a vampira, com certo desapontamento em sua voz. Então voltou a devolver a bolsa de sangue ao refrigerador, pegou sua espada e sentou-se novamente em frente a vampira. Assistiria ela queimar até a morte pelos raios solares que emanariam da claraboia ao amanhecer daquele dia.

O Fae não via vantagens em ficar devendo para a vampira, já saíra daquela noite no vermelho devendo ao lobisomem Balthazar, e agora sabia que mais cedo ou mais tarde Duncan viria até ele - eles sempre vinham - cobrar a sua, portanto não precisaria da vampira para chegar até ele.

Após o amanhecer, escreveria a líder de sua corte sobre o que tinha descoberto, e a alertaria com recomendações de segurança para com o Mosteiro, e depois iria até a delegacia soltar Balthazar e seus compadres.

A vampira o xingava com todos os xingamentos que alguém que vive muitos anos e conhece muitas línguas poderia proferir. Arkell conhecia a maioria deles também. Porém, não poderia negar que havia uma certa satisfação de vê-la arder com a luz do sol. Uma satisfação que subia na garganta como um piche escuro. Talvez aquilo fosse o melhor e o pior dele: não ser misericordioso com o inimigo.

Algumas horas se passaram e ele diligenciou para que o bando de Balthazar fosse solto. Admirou-se de que apenas alguns haviam sido de fato detidos. Os lobos sabiam se cuidar afinal. Escreveu para Lythain. Poderia sentir que a resposta não iria agradá-lo, como o primeiro bilhete não o agradou. A resposta tardou apenas uma tarde para chegar. Leu as palavras de Lythain: Consiga uma audiência com a Príncipe. Use ela a nosso favor para manter os vampiros longe dos Fae. Iremos reforçar a segurança do Mosteiro das Promessas. Não dê pretextos para Vicent questionar nossa autoridade.

Arkell sabia uma coisa sobre Vicent, ele também deveria estar querendo a cabeça de todos os vampiros numa bandeja. A Corte do Inverno sempre fora mais beligerante e intolerante. Nesse aspecto, Arkell mesmo se identificava com eles. Uma mensagem de texto chegou em seu celular. Era Nathalie, a Fae que o havia avisado do início das movimentações na noite anterior. Muitos Faes chegaram do Vale Feérico e estão no Mosteiro agora. Ontem vimos alguns bandos perambulando pelos arredores, mas eles não tentaram nada. O novo Drácula saiu das Catacumbas e passou a noite no Cemitério do Montparnasse. Mas com certeza não dormiu ali.

Melania sorriu para Paaie quando pergunto se a próxima festa seria na semana seguinte. Eram um povo simples e muitas vezes sofrido, mas tinham motivos de sobra para festejar. Dergal por sua vez, parecia preocupado e ela decidiu perguntar o que acontecia. Fê-lo discretamente, se aproximando sem chamar atenção de todo o grupo. O líder cigano pareceu ser surpreendido pela voz da Legi, mas sorriu um sorriso ligeiramente triste.

- Algumas coisas me preocupam... Veja... Há muitos grupos de caçadores além dos seu. Você sabe bem disso. Um, em especial, está me preocupando. - Ele se levantou, pegou um dos quitutes servidos e indicou com a mão para que caminhassem um pouco. - O Marteau é um grupo antigo e... Heterodoxo. Eles caçam os magos... E como eles, flertam com rituais mágicos poderosos. Não sei o que eles tramam agora, mas eles estão se preparando para algo grande. - Passaram para um átrio vizinho, mais tranquilo e cheio de plantas. - Eu não tenho nada a ver com isso, mas coisas grandes costumam afetar os desavisados.

"Eu negociar com vampiros?! Ela só pode estar louca!" - Pensou o Fae. De fato, parecia até que Lythain esperava ganhar algo em troca a aceitar os desacatos de Arkell com aquelas sugestões de ordens. Aquilo o fazia questionar se valeria a pena continuar a responder a ela mesmo diante de uma eminente guerra. Ela seria uma líder forte o suficiente? Ela seria confiável? Talvez o "presente" que Arkell guardava a sete chaves para sua alteza já respondesse algumas destas perguntas.

Inclusive uma das poucas coisas que Arkell admirava na corte rival era o ódio comum para com os sanguessugas, e seu atual "nêmesis" Vincent, encabeçava aquele movimento anti-vampiro ao máximo. - "Não sei o que seria pior, me unir a Vincent ou entrar em acordo com um vampiro..." - Sim, ainda teria de líder com o Fae sobre o controle da cidade, mas ainda tinha algum tempo visto que as eleições demorariam um certo tempo.

Decidiu então enviar mais uma mensagem a sua líder, pedindo conselhos mais detalhados com orientações mais precisas sobre como proceder, e também se não houvesse Faes melhores para aquele especifico trabalho, já que Arkell era famoso até mesmo entre os sugadores de sangue, e sua presença em uma negociação - principalmente depois de decepar dois neófitos e torrar uma treinadora - não ajudaria muito nisso, mesmo que no final não tivessem certeza do real culpado.

Então Nathalie lhe passava seu novo reporte, Duncan finalmente despertara e teria passado a noite no Cemitério do Montparnasse. Talvez aquela fosse a hora perfeita para passar seus sentimentos aos entes queridos que já haviam passado dessa para melhor. Na verdade era realmente a hora perfeita, já que o sol raiava soberano e os vampiros geralmente se escondiam até o anoitecer.

- Parece que você vai trabalhar bastante daqui em diante minha querida. - Dissera em direção a sua lendária espada. Então partiu rumo ao cemitério, a fins de investigar mais de perto o que teria acontecido no lugar.

Arkell já estava em seu carro quando recebeu uma nova mensagem de Nathalie. "Lythain exige sua presença no Mosteiro das Promessas em duas horas. Apenas repeti as palavras dela". Eis ai a resposta da sua última carta. O mosteiro guardava muitas peças importantes, inclusive um espelho que abria uma janela para o Vale Feérico e através do qual se pode conversar frente a frente com alguém que esteja lá, não obstante esteja em uma espécie de plano dimensional diferente.

Isso queria dizer que Lythain tinha cansado de discutir por bilhetes e queria falar cara a cara com Arkell. Aquele tipo de coisa havia acontecido poucas vezes desde que ele tinha sido eleito o representante da Corte da Primavera em Paris. Porém, não era o tipo de coisa que chegava a impressioná-lo. Jogos políticos sempre tinham seus atritos.

Pensava nessas coisas enquanto dirigia para o cemitério do Montparnasse. Entrar no território dos vampiros poderia ser loucura a noite, mas durante o dia, era simplesmente arriscado. Estacionou num dos inúmeros estacionamentos subterrâneos de Paris e foi andando até a entrada. Estava aberto e havia algumas poucas pessoas visitando os túmulos e alguns turistas. Sempre há turistas em Paris.

- Pouco... Gostaria de saber mais. - Disse antes de sorver uma quantidade relevante de macarrão vietnamita. - Os vampiros agora tem um novo Drácula. Isso quer dizer perigo para nós que estamos aqui bem do lado dos territórios dele. Aquela confusão lá embaixo hoje? Nós contra eles. Sorte que só um carro foi destruído e que eles se achavam demais. Saíram correndo quando viram que não iam dar conta. - Nympha e Perseus se entreolharam, entendendo o que havia acontecido.

- Vão ser tempos complicados para manter nosso território... Essas pichações... O único problema que tenho com elas é se elas quiserem demarcar território. - Aparentemente essa é a grande preocupação de Corta-Garganta: manter em paz sua casa. - São muitas ondas vindo de todos os lados, o que temos que fazer é permanecer firmes.

Corta-Garganta acabou seu prato. Ele o pousou na mesa delicadamente. - E vocês? O que estão atrás? O que esperam conseguir aqui com essa conversa?

Off: Respondendo tuas perguntas: o problema de Corta-Garganta é manter seu território diante das ameaças; você conseguiria que ele lhe devesse uma Dívida se o fornecesse armas ou uma proteção poderosa contra as ameaças. Ele pergunta e você tem que responder honestamente: O que teu personagem espera conseguir dele?

Ficara surpreso ao receber a mensagem de que Lythain o esperava para, bem, como dizer em línguas mortais? Uma vídeo-conferencia interdimensional. Havia uma especie de espelho que possibilitava aquela ocasião no mosteiro, onde o mundo dos mortais se conectava com o mundo dos Fae. A surpresa vinha pelo estilo de sua líder, que preferia geralmente não manter contato direto com seus subordinados do outro lado, recebendo as informações apenas por vias indiretas, mensagens escritas eram suas favoritas por exemplo. Se realizadas com tinta a óleo e uma caneta de pena, melhor ainda. Arkell nunca reclamara, afinal de contas fora ele próprio que a apresentara á aqueles - atualmente - métodos extremamente antiquados.    

Como ainda tinha certo tempo para investigar o cemitério, decidiu prosseguir com sua arriscada empreitada. Se desvencilhou de alguns turistas, este que julgou serem brasileiros, não pelo idioma falado, mas sim pelas faces impressionadas que detinham com a arquitetura francesa que apreciavam, mesmo sendo de um local tão mórbido como aquele. "Esse povo acha qualquer coisa impressionante, me pergunto o que fariam se avistassem uma privada Fae" - Pensou, quase deixando transparecer um sorriso. Então adentrou um belo e ornamentado mausoléu, onde se encontrava, dentro de um tumulo, uma escadaria escondida, e resolveu descer e explorar as catacumbas. Claro que antes, mandou uma mensagem de celular para Nathalie, a avisando de onde se encontrava, e de que se não aparecesse no mosteiro na hora marcada, ele provavelmente estaria morto ou feito refém.

Embora as catacumbas não ficassem exatamente no cemitério do Montparnasse, elas eram ligadas com ele. E foi o que permitiu a movimentação do Drácula na noite anterior. Arkell sabia disso e, audaciosamente, começou o caminho inverso. Havia um perigo de entrar ali. Claro, os vampiros a essa hora estavam bastante impossibilitados de fazer alguma coisa, mas certamente eles tinham outras medidas cautelares. Além disso, as catacumbas eram escuras como a noite, então talvez ele chegasse a trombar com algum vampiro ali.

O Fae entrou num mausoléu antigo, como tudo ali, e passou entre as duas tumbas para chegar numa fonte de água e puxá-la, revelando uma escadaria que dava acesso ao subterrâneo. Desceu as escadas, já no escuro. Havia ali algumas tochas que ele poderia acender e continuar seu caminho.

As paredes ocasionalmente eram interrompidas por sarcófagos nas laterais, bem como por partes cobertas dos mais diversos ossos. O cheiro de túmulo e a umidade da terra entravam pelo nariz de Arkell. Logo ele chegaria as catacumbas propriamente ditas.

Off: Como as coisas podem dar ruim, role um Manter a Calma, se tiver sucesso (isto é 7 ou mais) você poderá rolar um Investigar um lugar poderoso. Claro, se o primeiro movimento der entre 7-9 haverá algum porém

Paaie viu os olhos de Dergal se arregalarem um pouco antes de voltarem ao normal. - Vocês Legi são indomáveis... - E riu consigo, por pouco tempo, até que seu semblante se fechasse novamente em seriedade. - O Mateau é extremista, eles são imprevisíveis. Por isso há tanto receio. Porém... - Suspirou - ... você está capacitada para isso. Talvez ingressar nas suas fileiras seja perigoso demais, mas talvez seja a única maneira de saber exatamente o que está acontecendo. De qualquer forma, é preciso antes olhar de perto.

Dergal então começou a andar mais para dentro da casa, saindo do segundo átrio e entrando numa sala, que era como seu escritório. Ele foi para trás da escrivaninha que estava repleta de coisas, abriu uma gaveta e puxou um mapa da cidade. Mostrou-o a Paaie. Alguns pontos estavam marcados. Eles englobavam as proximidades do Croulebarbe, o Jardim das Plantas, atravessavam o Sena, chegavam à Praça da Bastilha e fechavam uma volta pela Gare de Lyon. - Está vendo? São algumas pichações que surgiram esses últimos dias. Os caçadores tem notado isso e viram uma espécie de padrão. Não nas pichações em si, mas na localização delas. Elas formam uma espécie de círculo. - Ele então se sentou na poltrona atrás da mesa. - Não sabemos o que é, mas pode ser algum tipo de ritual.

"Somente esses seres desprezíveis para admirarem lugares como esses...Argh! Mais uma teia de aranha! Podiam pelo menos serem menos relaxados!" - Pensava revoltado o milenar Fae. O caminho até o grande salão vampírico era estreito, com vários sarcófagos e espécies de prateleiras improvisadas cheias de caveiras e esqueletos, e tudo ali parecia abandonado a muitas eras atrás. "Mais abandonado que os corações destes malditos!" - Era a opinião de Arkell. Ele se guiava com a luz forte de sua espada sagrada, pois como se era de esperar, um local subterrâneo secreto dificilmente teria uma boa iluminação, mas para não lhes mentir, raramente encontrava algumas velas que ainda teimavam em queimar o quente ar do local e faziam suas luzes bruxuleantes revelarem mais e mais a situação decrépita ali.

"Espero que não falte muito, esse cheiro está cada vez pior, talvez eu deveria ter trazido um pouco de alho..." - Por mais que tentasse se manter calmo e sereno, quanto mais perto de seu destino final chegava, mais certo de que enfrentaria problemas ele ficava. Springbreaker teria muito trabalho pelo visto.  

Fae maldizia os vampiros a cada metro que ele se aprofundava naquele lugar. Aquilo era um pouco do que ele mais odiava. Depois de um bom tempo, que ele já classificava como uma eternidade, caminhando entre corredores com pouco menos de um metro, ele chegou num espaço mais amplo. Talvez houvesse chegado realmente às catacumbas.

Sentiu um cheiro estranho, que não reconheceu de imediato. Porém, quando desceu os dois degraus que colocavam-no no nível daquela sala, ouviu um rosnar. Apesar do brilho da Springbreaker, e dos barulho das patas tocando rapidamente o chão, Arkell só viu os dois enormes cães que corriam ao seu encontro quando eles já estavam praticamente em cima dele. Não eram cães normais, nem pelo tamanho, nem por alguns traços exóticos em suas presas exageradamente grandes e orelhas pontiagudas e glabras. Ele já havia visto isso antes, eram cães alimentados com sangue vampírico.

- Duncan... É o nome dele. Não faço idéia de quem seja, mas os vampiros que enfrentamos ficaram bem satisfeito de dizê-lo. - Nympha se perdeu um pouco nos pensamentos, quando voltou a olhar para Perseu, ele acenou afirmativamente com a cabeça, de maneira discreta, como que indicando que já havia conseguido tocar o líder daquela alcatéia. Ela voltou a falar com Corta-Garganta, que lhe respondeu em seguida: - Bem, várias coisas nos afetam, essas pichações por enquanto não. - Ele foi bem enfático ao dizer 'por enquanto'. De certa forma, ele parecia muito preocupado em estar longe dos problemas.

- E não... Vampiros não costumam usar marcas ostensivas. Eles vão ocupando os espaços, vendo onde não tem olhos e mexendo onde não tem mãos. Só quando acontece uma merda dessa que eles acham que vale a pena mostrar as presas. - Ele tirou um lenço do bolso da jaqueta e assou o nariz. Dobrou-o e colocou-o de volta, como todo bom francês. - Lobos costumam usar marcas como essas, mas essa não é de nenhuma alcatéia que conheço. Quem mais gosta de pichações são gangues...

Ele bateu na mesa com os nós dos dedos e se levantou. Imediatamente todos os membros do seu bando fizeram o mesmo. - Você quer alguma proteção, mas eu não quero me meter em nenhum problema que não seja meu. Minha maior preocupação é manter minha gente em segurança. Se ainda tem algo a me dizer, diga, pois nós estamos saindo.

Off: Talvez não tenha descrito bem, não tem ninguém do Marteau na festa, apenas a família de Dergal. Levei seu post em conta até a parte que você diz que vai até eles, a partir daí, desconsiderei e o plural de Marteau é Marteaux professor de francês mode on

- Se você conseguisse descobrir o que eles pretendem com esse círculo, já seria de grande valia. - Disse Dergal enquanto passava a mão nos cabelos, que eram um pouco mais longos que da maioria dos homens. - Apresentá-la a alguém do Marteau é perigoso para mim. Eu também forneço alguns suprimentos para eles. Mas talvez eu possa pedir a alguém para fazer isso. - Ele guardou o mapa mais uma vez na gaveta e indicou a saída do escritório. - Amanhã veremos, vamos aproveitar o fim da festa...

...

A festa naquele dia fora agradável. Os ciganos, mesmo preocupados, celebravam. Verdadeiramente. Não por aparências. Isso eles tem a ensinar aos demais povos. No dia seguinte, Dergal levou Paaie até Louis Colbert. Ele também era um caçador. Visivelmente. Estavam num bar, afastado do centro de Paris, claramente visitado somente por habitués, pois todos olharam torto quando viram aqueles dois que não eram conhecidos e imediatamente deixaram de fazer quando eles se sentaram com Louis. - Então essa é a garota? - Ele perguntou para Dergal, mas logo virou-se para Paaie. - Os Marteaux são uma gente bizarra. Tem certeza que uma belezinha como você vai conseguir se infiltrar no meio deles?

"Uma aberração" - Pensou o velho Fae ao avistar - quase que sem tempo - os cachorros mutagenicamente vampiros. Se ele já não era fã dos chupa-sangues, imaginem o que achava de animais inocentes sendo corrompidos malignamente? Os Fae tinham uma ligação natural e verdadeira com a natureza das coisas, isso tanto em seu mundo natal como em qualquer outro, era o que acreditavam, o que fazia sentido para sua cultura e ver aqueles dois cachorros naquele estado tão deplorável cortava uma parte de seu coração. Isso claro, se você considerar que um Fae possui um, mas leve esta afirmação como uma mera metáfora com os sentimentos de nosso - talvez, depende do ponto de vista - querido Arkell.

Infelizmente a situação não lhe era favorável, e salvar aquelas pobres almas da tormenta vampírica levaria um certo tempo, bem como algumas magias e rituais. Então teve de ir para o mais lógico a se fazer, por mais que não gostasse. Segurou firme sua espada com ambas as mãos, e com os braços inclinados para frente recitou mentalmente sua magia Fae. Então as mãos humanas que seguravam a espada agora viravam garras afiadas, os ombros largos junto com o terno fino da moda agora se transformavam em grandes asas com inúmeras penas braco-acinzentadas e vice versa. Seu nariz agora era um enorme e poderoso bico amarelo e seus olhos podiam enxergar bem mais do que antes. A magia animal de Arkell o transformava em um Falcão-Peregrino, o animal mais rápido daquele mundo mortal.  

Bateu forte e rapidamente suas grandes asas e voou para longe dos cachorros, ainda segurando sua espada em suas garras, seguiu o caminho em frente, talvez - com sorte - encontrasse o senhor vampiro que havia os transformado, ou simplesmente sairia pelo outro lado da cidade. Mais tarde talvez conseguisse voltar com ajuda - Nympha talvez - para salvar os animais daquela "anti-vida".

Off: Vou usar a magia "Mudar de Forma" e marcar corrupção.

A conversa com a alcateia ficava até um tanto constrangedora ou talvez fosse impressões da própria Nympha, cuja ansiedade lhe dificultava um pouco a sua racionalidade. Por fim, ela descobrira o nome do novo líder dos “sanguessugas”, Duncan, um nome “forte” que ela puxara pela memória a fim de descobrir em suas lembranças se conhecia o tal individuo noturno ou se tudo não passava apenas de novidades aleatórias. “Duncan...” repetiu ela em pensamentos enquanto buscava em sua bolsinha-quase-pochete uma fina e larga lixa de unha, ela costumava lixar as unhas pontudas sempre que o nervosismo saia vitoriosa em uma batalha interno sobre o equilíbrio próprio.

Nymphadora se sentira bastante mais confortável e calma quando recebera um singelo sinal de seu parceiro de que o mesmo já havia cumprido seu objetivo a que viera naquele lugar, mas não custava nada continuar absorvendo todo e qualquer tipo de informação útil que pudessem sacar do pulguento-líder. “- As pichações não afetam vocês? A nós talvez não, mas muito me preocupa, pois não são marcas normais que se vê todo o dia em París, me parecem algo a se pensar...” comentara ela um tanto indignada com a atitude daquele que ela cobiçava a lealdade. “Vendo onde não tem olhos e movendo não tem mãos?” repetira a jovem para si mesma “... mas por mérlin, o que isso quer dizer?”.

Nympha se dera conta de que era hora de colocar sua última “carta” na manga sobre a mesa se desejasse obter algum proveito do líder dos pulguentos malcheirosos. Como muito escutara desde a infância, ela era segura de que sua beleza poderia ser mais do que irresistível e não seria a primeira vez que abusaria da incomum beleza atribuída a si mesma para chegar a fins desejados por ela. A verdade era que Nympha não se sentia tão animada com a ideia de ter aquele homem desejando-a, isto porquê ela criara uma repulsa aqueles lobisomens no segundo instante eu pusera os olhos neles, mas algo em seu interior a avisava que os pulguentos poderiam ser de grande ajuda.

“- Você disse que gostaria de armas e proteção, nós também! O que posso fazer para entrarmos em um consenso neste instante?” perguntou ela vendo o homem se levantar e no mesmo tempo cruzando as suas pernas de modo que, se ele honrasse aquilo que traria nas pernas, notaria sem dúvidas. Jogara os cabelos quase brancos para trás da orelha e segura de que não havia homens capazes de resisti-la ela iria colocar uma bela coleira naquele cãozinho!

Teste de "Convencer um Personagem Não-Jogador" em Corta-Garganta:

-1 de Coração

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