O Terror Habita estas Ruas Noturnas

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Azdrel para um momento para tentar entender o que está acontecendo! Vasculhando sua memória não consegue pensar em nenhuma criatura ou espécie que emanaria um som como aquele e seu senso de sobrevivência lhe deixa atento o suficiente para perceber:

—  O barulho vem da floresta e não esta se movendo. Conclui o Halfling.

Por um momento o velho fica em silêncio, devido a tensão causada pelo bramido. Segundos depois está novamente o velho gritando, dessa vez lutando para salvar sua perna daqueles dentes afiados! Ao final consegue se libertar, mas não se levar vários "arranhões" e furos.

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O portão da cidade estava logo ali na frente, os dois se ajeitam para caminhar e logo percebem que o velho está se arrastando.

Como decidiram não deixá-lo morrer, ambos ajudam o velho a se locomover, e vão lentamente na direção do portão. Chegando mais perto conseguem ver melhor.

Os portões estão trancafiados e não há guardas na guarita acima. E bem próximo do portão, quase pisam em cima daquela mancha enorme, era escura, quase preta, e parecia já estar endurecendo, como sangue! A mancha se arrasta paralelamente à muralha em direção a mata. Quando os dois levantam seus olhos na direção em que a mancha se arrasta, conseguem ver ao longe (30 metros +-), pelos vãos de galhos, iluminados pelas tochas sobre a muralha, vê-se uma silhueta humanoide, de costas para os dois, agachada, como se mexesse em algo no chão. Certamente o barulho estranho viera dali. Seja o que for que estiver fazendo, não parece coisa boa.

Ao perceber o velho indaga assustado: — Mas que p@Rr@ é essa!?

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Com Azdrel mostrando os passos para fazerem silêncio e Beta fechando a boca do velho, os três conseguem se afastar. O portão está fechado, e aparentemente não há formas simples ou óbvias de abri-lo por fora, ao que tudo indica terão de encontrar outro meio.

Os três vão se afastando dos portões, seguindo paralelamente ao muro, na direção oposta à da criatura não identificada. Conseguem se afastar sem serem percebidos, porém se afastam da estrada, e embora estando perto dos muros, caminham em uma região mais exposta.

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Azdrel dá uma boa olhada conforme vão caminhando, mas não parece haver locais melhores do que outros, conclui que deverá lançar o gancho e fazê-lo prender da forma mais óbvia, nas muretas da muralha.

Na hora de amarrar o gancho, Azdrel acaba se atrapalhando um pouco, o nó se enrolou com o gancho e acabou ficando tudo embaraçado. Para corrigir o erro, teve que quebrar um dos ganchos que possuía, e na segunda tentativa tudo deu certo. (Houve um pequeno custo de recursos).

Ao lançar o ganho, ele acerta de primeira e a corda fica aparentemente bem preza, sem problemas.

Sendo o primeiro a escalar a corda, se arranjou todo, pegou o que queria levar e se pendurou na corda. Não se lembrava de como era difícil levantar o próprio corpo. Lutou muito na subida, escorrega aqui, a corda dá uma deslizada ali, acaba se ferindo um pouco no processo (sofre umas raladas). A luta foi dura e demorada, mas Azdrel chegou lá em cima.

Mas quando Beta move-se na direção da corda parece que já sente que algo não vai dar certo! Mesmo assim ela insiste, se agarra bem e vai escalando, fincando suas unhas nos vãos da alvenaria, arrancando poeira e subindo! Ela em si não estava tendo dificuldades, contudo, ao atingir a metade da altura ouve um barulhinho estranho, e de repente ... Ela não está mais subindo, mas sim, descendo! A dor de bater a bunda lá em baixo só não foi maior do que a sua confusão. Mas a confusão cedeu imediatamente quando percebe que seu tombo chamou atenção indesejada. A criatura não identificada, que agora estava ainda mais longe começa a gurgitar alguma coisa ... Um som raspado e meio engasgado, ainda baixo, mas suficientemente claro para entender que a criatura está caminhando na direção de Beta, deve faltar muito pouco para que ela surja por traz dos galhos e chegue ao lugar em que estão!

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Apesar de estar apreensiva Beta age com eficiência, pega o gancho quebrado e de primeira acerta a mão de Azdrel, que o agarra com afinco! Azdrel apoia-se na mureta para aguentar o peso de beta, e ela começa a escalar. Desta vez o processo se sucedeu admiravelmente bem, rapidamente Beta estava lá em cima e já estavam puxando o velho e sua perna inábil para cima. Azdrel não fez tanta força como pensou que faria, pois Beta ajudou a diminuir o peso apoiando-se no muro. E o velho era pesado, mas os dois juntos davam conta. Assim que o velho começou a ser puxado, puderam ver a criatura sair de traz da árvore e caminhar na direção deles. Em um primeiro olhar qualquer um diria: — É um humano. Tinha duas pernas, dois braços, e vestia capacete e um peitoral metálico, que ostentava o brasão de Ventuna! Porém, com um olhar mais cuidadoso, via-se que aquilo não podia ser um soldado humano, um líquido negro escorria pelas aberturas oculares do capacete, e aquela "coisa" emanava vocalizações medonhas, e caminhava cambaleando com os braços arqueados, como se estivesse afim de nos devorar!

Mas rapidamente estavam os três sobre a muralha e todos olham para o lado de dentro da cidade, o que veem é aterrador. Gritos desesperados de adultos e crianças, correria nas ruas, casas e construções em chamas! O caos está instalado. E vez ou outra, pode-se ver mais criaturas como aquela, famintas, perseguindo as pessoas. A plataforma elevada da muralha é larga e está desocupada. Mais a frente encontrarão a guarita sobre os portões, certamente há um acesso as ruas da cidade por ali, isso é o que todos podem imaginar.

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Ao colocar o ouvido na porta, Azdrel já percebe vocalizações parecidas com as daquele monstro vindas do outra lado da porta. A porta é de uma madeira espessa e pesada, que conecta o interior da guarita, construção ao redor do portão, com a parte externa e superior das muralhas, que é onde os dois estão. Beta olha mais uma vez nas ruas da cidade, e dessa vez vê com mais clareza. Em alguns lugares, ao longe, aldeões comuns correm de monstros como aqueles, para outras regiões. Os monstros, por outro lado, parecem se aglomerar, e perseguem de forma lenta os que ali ainda vivem. Na visão da garota não seria difícil correr deles, são lentos e bobos, aparentemente. Contudo, neste instante, Beta fica horrorizada! Uma mulher, que corria tentando salvar seu bebê tropeça! O bebê cai rolando, e desce rolando rua abaixo, enquanto sua mãe começa a ser devorada por três daqueles monstros demoníacos! — Nãaaaao, nãaaaaaao, nãaaao, meu bebeee, meu bebeee .... Grita a mulher, nos seus últimos momentos, sem se importar com o fato de que perdia a própria vida!

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