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    Capítulo I: Letra e Música

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    Capítulo I: Letra e Música - Página 2 Empty Re: Capítulo I: Letra e Música

    Mensagem por JTaguchi Dom maio 10, 2020 6:51 pm

    Com a adrenalina começando a tomar conta de sua mente, Nibelia levou adiante sua estratégia arriscada: correu até uma distância mais próxima da luta e, aproveitando-se do efeito surpresa que ainda tinha, disparou mais duas esferas arcanas sobre os capangas Blasanov que começavam a se acumular sobre os dois elfos disfarçados. O brilho das runas arcanas chamou a atenção para ela momentaneamente, e o ataque atingiu um dos capangas em cheio.

    Próximo à parede de escudos dos minotauros, Hywel tentou conjurar uma magia. No entanto, a visão da formação de batalha assustou o alce, que empinou e impediu que seu mestre conjurasse a magia novamente. Os minotauros o golpearam de forma sistemática e coordenada, fazendo pequenos cortes em suas patas.

    Aegon e Gilrael partiram para cima dos dois capangas que ainda lutavam - os outros dois, amparando o líder ferido, começavam a se afastar da luta. Os Blasanov levavam a pior contra eles, mas os minotauros continuavam distraídos com o imenso alce. Nibelia viu, mais uma vez, o baú caído próximo dela.

    - Recuar! - gritou o chefe yudeniano, vertendo sangue de um talho no estômago. - Recuem, seus bastardos!


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    Mensagem por Count Zero Dom maio 10, 2020 7:44 pm


    Aproveitando-se da confusão criada por seus orbes, Nibelia avançou contra o baú. Sua tática fora arriscada, imprudente, mas acabou dando certo. Ela não poderia se culpar por não seguir seu padrão de planejamento completo e cautela, afinal não havia tempo para ser muito estratégica, tampouco cautelosa. Assim que pegou o baú em mãos, virou-se para os companheiros e disse:

    – Está comigo! Vamos fugir!

    Ela gritou alto o bastante para todos ouvirem. Qualquer chance de sair de lá sem ser notada tinha acabado de ser completamente eliminada, mas isso não importava. Nibelia apenas correu, torcendo para que os demais fossem sensatos o bastante para acompanhá-la e deixar os taurinos para trás.

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    Mensagem por JTaguchi Seg maio 11, 2020 10:48 am

    Nibelia escreveu:– Está comigo! Vamos fugir!

    O grito ecoou pelo campo de batalha, alertando seus companheiros que a missão estava cumprida. Nibelia correu para longe dos yudenianos, que agora se retiravam do combate para tratar os feridos. Os minotauros, emparelhados em sua parede de escudos, não conseguiram agir a tempo de evitar que Hywell fugisse montado em seu alce.

    Quebra-Muros trotou para longe da luta. No caminho, o druida se abaixou para pegar Nibelia pela cintura e colocá-la na garupa de sua montaria. Atrás deles, Aegon deu um último golpe em seu oponente e começou a correr, carregando a mestiça em seus ombros. O último ato de Gilrael naquela batalha foi jogar várias bombas de fumaça no chão, que despistaram seus adversários.

    Estavam livres.

    ***

    Filandriel olhou para o baú, parecendo satisfeito. Avaliou-o de todos os lados e então encarou o cadeado. Os demais estavam em volta dele, curando as feridas. Já tinham se livrado das armaduras que roubaram dos Blasanov.

    - Gilrael, faça as honras. - pediu.

    Ela usou apenas um grampo de cabelo para abri-lo. Logo depois, o nobre pegou um pequeno pedaço de pergaminho e o olhou por algum tempo, parecendo incrédulo.

    - É claro. - disse, mais para si mesmo. - Eu já imaginava que as coisas tomariam este rumo.

    Ele estendeu o pergaminho para Nibelia. Ao lê-lo, ela começou a entender do que se tratava a surpresa de seu empregador:

    A Arte é a Morte do artista.
    Esperá-lo-ei onde todas as angústias se findam.
    13-33
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    Mensagem por Count Zero Seg maio 11, 2020 3:02 pm

    Haviam retornado até Filandriel. O quarteto estava lá, vivo, embora Aegon e Gilrael estivessem com alguns poucos ferimentos. Ela observou o nobre, completamente alheio ao grupo e observando todas as dimensões do baú, assim como o tipo de fechadura. Nibelia estava tão obcecada e ansiosa para abri-lo, mas os ferimentos dos companheiros não deixavam que ela se concentrasse totalmente no prêmio daquela batalha – enquanto o nobre agia como se eles nem mais estivessem lá.

    – Gilrael, faça as honras – pediu.

    Não foi difícil para a mestiça abrir o cadeado. Ele deixou de ser uma barreira com apenas um grampo de cabelo e alguns movimentos rápidos de dedos e pulsos. Quando Filandriel finalmente teve o pergaminho em mãos, a leitura dele causou no nobre um misto de frustração e desânimo.

    Filandriel escreveu:– É claro – disse, mais para si mesmo. – Eu já imaginava que as coisas tomariam este rumo.

    Ele então estendeu o pergaminho para Nibelia ler, que resolveu ler para todos os presentes em voz alta. Afinal também eram elfos ou mestiços, e a cultura do povo pertencia a todos eles.

    – A Arte é a Morte do artista. Esperá-lo-ei onde todas as angústias se findam. 13-33...

    Nibelia olhou para todos calma. Não era boa ideia usar o ânimo de perda de tempo do nobre para se dirigir a um grupo que acabou de voltar de uma luta por um prêmio como aquele.

    – Tudo bem – disse ela, calmamente. – Nada que um tempo estudando e decifrando não resolva. Mas antes, eu gostaria de saber se vocês estão bem – disse, virando-se para Aegon e Gilrael. – Eu sou uma alquimista e posso preparar em pouco tempo algumas poções que ajudam a sarar ferimentos e remover qualquer tipo de desconforto do corpo, da mente e do coração. Não me custa nada fazer isso antes de estudar o pergaminho, se assim for necessário.

    Nibelia tinha seus defeitos típicos de uma maga, mas ainda assim tinha bom coração e consideração com seus semelhantes.

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    Mensagem por JTaguchi Ter maio 12, 2020 10:53 am

    Depois de analisar o pergaminho, Filandriel pareceu acordar de um transe. Por algum motivo, ele parecia estranhamente absorto em pensamentos, como se o enigma inundasse sua mente com dúvidas. Nibelia sabia que alguns elfos eram particularmente obcecados por coisas belas ou referentes à sua cultura. O nobre não devia ser diferente.

    Nibelia escreveu:– Tudo bem – disse ela, calmamente. – Nada que um tempo estudando e decifrando não resolva. Mas antes, eu gostaria de saber se vocês estão bem – disse, virando-se para Aegon e Gilrael. – Eu sou uma alquimista e posso preparar em pouco tempo algumas poções que ajudam a sarar ferimentos e remover qualquer tipo de desconforto do corpo, da mente e do coração. Não me custa nada fazer isso antes de estudar o pergaminho, se assim for necessário.

    - Desculpem-me - disse, deixando o baú de lado. - Sim, podemos estudar isso depois. Por enquanto, quero saber como vocês estão.

    Aegon fez uma careta em resposta.

    - Avariados. - resmungou. - Gilrael atacou o chefe Blasanov antes da hora e tivemos que agir às pressas. Felizmente, Nibelia e Hywell estavam lá para nos dar cobertura.

    Ele reclamou de dor quando tentou se mexer, depois levou uma reprimenda do druida. Gilrael olhava para ele com os olhos baixos, já curada pelas magias de Hywell.

    - Sinto muito, pessoal. - disse. - Eu só queria sair dali logo.

    Hywell mexeu novamente nas ataduras do guerreiro, praguejando sobre a teimosia dele em não permitir ser tratado antes da mestiça e do alce.

    - Já disse que você precisa deixar que ela se foda de vez em quando. - reclamou. - Quebra-Muros ficou ferido depois dessa batalha e você tem duas costelas quebradas. Ainda bem que Nibelia tem algumas poções para nos ajudar. Gastei a maior parte do meu poder neles.

    Assim que Nibelia assumiu a situação, pegou um de seus unguentos e passou sobre o ferimento. Com o poder de Hywell se esgotando, ainda havia alguns cortes abertos e o sinal claro das costelas fraturadas. Ele tinha recebido a maior parte do castigo daquela luta. O unguento agia de forma rápida, fechando os ferimentos e remendando os ossos. Aegon aguentou o processo calado.

    - Obrigado, Nibelia. - disse, quando acabou.

    - Muito bem, capitão. - Hywell lhe deu um tapinha no ombro. - Descanse. O remédio ainda vai fazer efeito nos próximos dias, e nada de aventuras até lá.


    Filandriel pediu que levassem o guerreiro ferido para um quarto onde poderia descansar. Parecia mais focado agora, e a preocupação deixara sua expressão.

    - Conheço Aegon desde que ele era uma criança. - contou. - Tirei-o das ruas quando nosso povo estava mendigando perante os humanos e o criei como se fosse meu filho. Ele é forte, mas também muito teimoso. Vai melhorar em breve.

    Então ele se voltou aos outros três.

    - Não tenho palavras para agradecer o que vocês fizeram hoje. - disse. - Vocês recuperaram as pistas de um dos maiores legados de nosso povo. Nossa memória e nossas tradições ainda resistem graças a vocês. Por favor, desfrutem de minha hospitalidade enquanto Aegon se recupera. Aqui terão tudo que precisam para descansar e planejar os próximos passos.

    Os dois aceitaram. Não queriam deixar o amigo a sós e também precisavam descansar. Além do mais, Filandriel era rico e tinha boas acomodações. Nada mais justo do que desfrutar disso depois de entrar numa briga com yudenianos e minotauros a mando dele.

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    Mensagem por Count Zero Ter maio 12, 2020 4:20 pm



    Hywel escreveu:– Já disse que você precisa deixar que ela se foda de vez em quando – reclamou. – Quebra-Muros ficou ferido depois dessa batalha e você tem duas costelas quebradas. Ainda bem que Nibelia tem algumas poções para nos ajudar. Gastei a maior parte do meu poder neles.

    – Sem problemas. É um prazer ajudar.

    Hywel escreveu:– Obrigado, Nibelia – disse, quando acabou.

    Nibelia sentiu-se bem em auxiliar na cura de Aegon. Embora a maior parte do trabalho tenha ficado com Hywel, não existe nada mais gratificante para uma maga do que colocar seus conhecimentos em prática.

    Hywel escreveu:– Muito bem, capitão – Hywell lhe deu um tapinha no ombro. – Descanse. O remédio ainda vai fazer efeito nos próximos dias, e nada de aventuras até lá.

    – Sim, Aegon. Descanse. Estaremos aqui com você, e evite ficar se revirando na cama.

    Ela observou o guerreiro sendo levado para um quarto em que pudesse repousar.

    Filandriel escreveu:– Conheço Aegon desde que ele era uma criança – contou. – Tirei-o das ruas quando nosso povo estava mendigando perante os humanos e o criei como se fosse meu filho. Ele é forte, mas também muito teimoso. Vai melhorar em breve.

    Nibelia sorriu para Filandriel. A demonstração de bondade para com Aegon foi algo admirável. Era bom ver que os elfos – ao menos alguns deles – ainda lutavam pela antiga glória de seu povo, recusando-se a se conformarem com uma existência medíocre e um passado vergonhoso.

    Filandriel escreveu:– Não tenho palavras para agradecer o que vocês fizeram hoje – disse. – Vocês recuperaram as pistas de um dos maiores legados de nosso povo. Nossa memória e nossas tradições ainda resistem graças a vocês. Por favor, desfrutem de minha hospitalidade enquanto Aegon se recupera. Aqui terão tudo que precisam para descansar e planejar os próximos passos.

    – Obrigada, Filandriel – disse Nibelia, com uma leve reverência ao nobre. – É uma honra poder fazer parte disso.

    Nibelia então se virou para Gilrael, chegando com o rosto próximo do dela, colocando sua mão sobre a testa dela e abaixo do pescoço e analisando a área de seu corpo onde ela recebeu mais ferimentos.

    – A senhorita parece estar bem, mas mesmo assim não deixe de me avisar caso se sinta mal, certo? – Ela então se virou para Hywel – Se houver uma maneira que eu possa ajudar para acelerar a cura do Quebra-Muros, me fale. Ele foi nobre e corajoso. Nos ajudou muito e merece tanta atenção e cuidado quanto todos nós.

    Nibelia permaneceu em silêncio por algum tempo ao lado de Hywel e Gilrael encarando o pergaminho. Ela então sorriu para eles. Era um sorriso meio bobo e até sem graça.

    – Eu tenho fama de ser um pouco chata. Quando estudo algo, normalmente prefiro a solidão, mas isso se aplica mais aos humanos e outras raças. Nesse caso nós temos um interesse em comum, além de um direito mútuo sobre isto. Não apenas por questões raciais, mas também por mérito de batalha. Acredito que seria prazeroso tê-los comigo enquanto analiso este artefato. Três elfos certamente pensarão melhor do que em questões de cultura e raça em comum, então... Gostariam de me fazer companhia?

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    Mensagem por JTaguchi Qua maio 13, 2020 9:59 am

    Nibelia escreveu:– Eu tenho fama de ser um pouco chata. Quando estudo algo, normalmente prefiro a solidão, mas isso se aplica mais aos humanos e outras raças. Nesse caso nós temos um interesse em comum, além de um direito mútuo sobre isto. Não apenas por questões raciais, mas também por mérito de batalha. Acredito que seria prazeroso tê-los comigo enquanto analiso este artefato. Três elfos certamente pensarão melhor do que em questões de cultura e raça em comum, então... Gostariam de me fazer companhia?

    Hywell foi o primeiro a aceitar o convite.

    - Gosto da sua ideia. - disse. - Mas vamos fazer isso lá fora. Não gosto das paredes.

    Gilrael parecia um tanto lacônica. Ficou quieta bebericando um copo de cerveja enquanto dirigia alguns olhares para o corredor para onde Aegon tinha sido levado. Nibelia pensou que, provavelmente, ela estava preocupada ou se sentindo culpada pelo que acontecera.

    Os três foram para a varanda, onde o druida se empoleirou no parapeito e acendeu seu cachimbo. O cheiro suave e levemente adocicado de ervas encheu o lugar. Ele mantinha seus olhos no horizonte, cheio de telhados iluminados pela lua.

    - A Arte é a Morte do Artista. Espera-lo-ei onde todas as angústias se findam. 13-33. - Gilrael repetiu a frase, tropeçando na pronúncia do élfico arcaico. - Parece bem poético, mas não entendo como isso poderia nos levar para um pergaminho mágico.

    - Acredito que seja alguma dica sobre onde começar a busca. - Hywell explicou, depois soprou uma nuvem do cachimbo. - É importante lembrar que Arte não é exatamente a arte que os humanos apreciam.

    Ele tinha razão, e isso causou certo lampejo de verdade na mente da maga. Em élfico, a palavra "arte" não tinha o mesmo significado que nas línguas humanas. Tanto humanos quanto outras raças utilizavam palavras diferentes para significar "arte" e "magia". Os elfos não - para eles, as duas coisas eram exatamente iguais e um artista tinha o mesmo status de um mago, razão pela qual os bardos élficos eram extremamente importante para a sociedade. Se os magos se encarregavam da mente do povo, os bardos representavam sua alma. A partitura que estavam procurando era o ápice desse significado: magia e arte fundidas em uma única obra, representando o melhor que os elfos tinham para oferecer.

    A mente da maga começou a se agitar, como um cão que fareja sua caça. Em algum lugar muito próximo dali, se escondia a resposta.

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    Mensagem por Count Zero Qua maio 13, 2020 1:53 pm


    Nibelia estava entre seus companheiros de estudo, acatando o pedido de Hywel de estudar ao ar livre. Ela ouvia cada uma das reflexões e afirmações que cada um deles fazia, tomando nota de seus raciocínios e mesclando com o seu próprio.

    Gilrael escreveu:– A Arte é a Morte do Artista. Espera-lo-ei onde todas as angústias se findam. 13-33. – Gilrael repetiu a frase, tropeçando na pronúncia do élfico arcaico. – Parece bem poético, mas não entendo como isso poderia nos levar para um pergaminho mágico.
    Hywell escreveu:
    – Acredito que seja alguma dica sobre onde começar a busca. – Hywell explicou, depois soprou uma nuvem do cachimbo. - É importante lembrar que Arte não é exatamente a arte que os humanos apreciam.

    Nibelia refletiu sobre essas palavras e de fato os humanos e demais raças costumam ver Arte e Magia como coisas distintas, sendo que na verdade para os elfos trata-se da mesma coisa. Os magos são os artistas da mente, enquanto os bardos do povo representavam a alma, isto é, o coração.

    – O melhor do nosso povo fundido... Alma e coração tornam-se uno... – contudo, Nibelia saiu momentaneamente de seu transe e olhou para Gilrael. Era como se a aflição da mestiça reverberasse no ar e contaminasse a maga, o que fez com que ela falasse: – Não se preocupe, minha cara Gilrael. Tenho certeza de que Aegon está bem. Todos nós iremos vê-lo mais tarde, mas por agora vamos nos concentrar nisso.

    Nibelia focou-se em “13-33”. De todas as partes daquele pergaminho, aquela era a mais enigmática.

    – 13-33 pode indicar uma data, mas pelo sentido da frase é mais lógico que sejam coordenadas... – continuou ela, quase como que em um transe. – Vamos precisar de um mapa. Contudo, é preciso também ter certeza de que nada esteja oculto. Se há algo que nossos olhos não estão captando, talvez nosso espírito enxergue.

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    Mensagem por JTaguchi Qua maio 13, 2020 4:54 pm

    Nibelia se concentrou por alguns segundos. Suas pupilas se dilataram e seus olhos assumiram uma coloração lilás enquanto ela tentava detectar magia naquele pergaminho. Não havia nada além do normal ali - dizia-se que tudo que os elfos faziam era impregnado com magia, e talvez isso não fosse mentira. Porém, nada de especial se escondia naquele pergaminho. Todo o seu significado estava nos versos.

    A Arte é a Morte do Artista.
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    13-33

    Gilrael foi até a sala e lhe trouxe um mapa de Valkaria. Nibelia observou-o por alguns segundos e logo sua mente se acendeu novamente: tinha acabado de encontrar o significado do enigma.

    O primeiro verso se tratava de um provérbio élfico. Seu significado era simples: o artista vive para sua arte, mas uma vez que sua obra está pronta, ela ganha vida por si mesma e já não pertence mais a ele. Um poema concluído passa a pertencer aos seus leitores e uma música composta é dada aos seus apreciadores, não aos músicos que a executam nem ao artista e a concebeu. O segundo verso era tão óbvio que fez a maga se sentir idiota - estava estampado no umbral da entrada do cemitério da Vila Élfica. Levando em conta que o calendário de Arton era baseado no calendário élfico, era fácil lembrar que não havia treze meses nem mesmo mais de trinta dias em um. Só lhe restavam coordenadas.

    Ela só precisava se lembrar que Aegon ainda não estava em condições de se aventurar de novo.

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    Mensagem por Count Zero Qua maio 13, 2020 6:53 pm


    A inspeção terminou sem revelar nada de oculto. Não havia nada de mágico no item que Nibelia segurava – a não ser a magia natural de todas coisas de natureza élfica ou pertencente aos elfos. Contudo, isso não impediu Nibelia de decifrar o que estava ali e, como na velocidade de um raio, a resposta foi arremessada em sua mente. A maga sorriu em triunfo.

    – Consegui a resposta – disse, em um sorriso largo e sem modéstia alguma. – Dividi-se em três partes. A primeira é um provérbio que todos nós conhecemos.

    Nibelia limpou a garganta e, tomada de uma inspiração súbita, recitou de um jeito um tanto melodioso:

    De minhas mãos, forma tomou.
    Mas de meu coração foi onde nasceu.
    Graciosa e bela, se eternizou
    Na quintessência, e jamais pereceu.

    Seja pela voz de uma dama,
    ou pela alma do menestrel,
    graciosa ela inflama
    os corações, sempre fiél.

    Longe agora de sua criadora,
    aoo mundo sempre a brilhar.
    Força da vida bem-feitora!
    Nossa própria essência a brotar!

    És o todo, és arte e glória.
    De minha alma indo afora,
    em tão triunfante trajetória!
    Eis o fim. A criadora chora!

    Ela então assumiu um tom mais contido, mas ainda sorria:

    – O segundo verso é o mesmo que está estampado no umbral do cemitério. É uma referência óbvia à morte e não sei como não percebemos isso antes. E, por fim, eu estava certa sobrea as coordenadas. Afinal, não existe treze meses em nosso calendário, tampouco mais de 31 dias.

    Nibelia dobrou o papel, ainda com ar triunfante e bem-humorado.

    – Problema resolvido, meus caros. Contudo, nosso bravo Aegon merece seu período de descanso e recuperação, então parece que temos algum tempo para matar. O que gostariam de fazer?

    Ela podia ser um tanto jovial quando estava animada. Afinal, apesar do porte austero na maior parte do tempo, ela era uma elfa jovem,

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    Mensagem por JTaguchi Qua maio 13, 2020 8:26 pm

    Num momento de inspiração, Nibelia declamou um poema improvisado - um evento raro e extremamente valorizado na cultura élfica, que promovia saraus e festivais para a criação artística espontânea como aquela. Gilrael e Hywell aplaudiram, mas uma terceira salva de palmas chamou a atenção de todos.

    Filandriel.

    Ele a olhava fixadamente, de uma forma que a deixava sem graça. Fez uma reverência profunda para ela, coisa extremamente rara em elfos de alta posição, que costumavam reverenciar apenas sacerdotes, druidas ou anciões veneráveis.

    - Bravo, minha cara. - disse, pegando em sua mão. - Acalma minha alma saber que neste pedaço pútrido de cidade humana, existem pessoas dispostas a proteger e preservar a alma de nosso povo.

    Um breve silêncio se instalou entre eles. Hywell desceu da amurada, batendo as roupas.

    - Com sua licença, senhor, devo me retirar agora. - disse ao nobre, com uma reverência. - Obrigado por sua hospitalidade. Fique tranquilo, eu conheço o caminho. Boa noite, Nibelia.

    Filandriel o cumprimentou e desejou boa noite. Logo atrás, a mestiça se levantou e o fez uma reverência a ambos.

    - Vou ver como Aegon está. Se o conheço bem, ele deve estar se mexendo e querendo levantar. Vou dormir logo depois. Obrigada pela hospitalidade, senhor. Boa noite.

    Enfim, estavam a sós.

    Nibelia não era nenhuma ingênua. Ela sabia o que era ser cortejada - minotauros apreciavam a beleza de uma elfa e humanos igualmente. Gilrael, com seu sangue mestiço, era uma prova de que, muitas vezes, as raças interagiam até demais. Porém, Filandriel era um nobre, era importante, era imponente e estava assumidamente a cortejando. Era impossível negar seu magnetismo: em torno dos dois, vagalumes começavam a voejar, pousando nas folhas da trepadeira que cobria a varanda. Se os elfos manifestavam sua magia no mundo, o nobre confirmava todas as lendas.

    - Tenho uma garrafa de licor que reservo para ocasiões especiais. - contou, ainda segurando sua mão. - Você me honraria com sua companhia?

    Ela conhecia o protocolo. Filandriel evitava falar de negócios em cartas, oferecia a ela o tratamento mais próximo do que o de senhor e súdito e a reverenciava em público. Não era como se ele a visse como uma rameira qualquer. Também não era o cortejo de companheiros de aventura bêbados numa taverna. Uma coisa era inegável: ele era bom no que fazia.
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    Mensagem por Count Zero Qua maio 13, 2020 8:52 pm



    Nibelia ficou sem jeito com os aplausos de Hywel e Gilrael, mas ficou ainda mais sem jeito quando Filandriel apareceu para aplaudi-la.

    – Bravo, minha cara – disse, pegando em sua mão. – Acalma minha alma saber que neste pedaço pútrido de cidade humana, existem pessoas dispostas a proteger e preservar a alma de nosso povo.

    A forma como ele a olhou e pegou em suas mãos fez a maga corar.

    – És muito gentil, meu senhor. Não sei se eu, uma mera erudita, sou digna dessas palavras.

    A presença no nobre pareceu afugentar os companheiros de jornada, pois assim que Nibelia terminou de falar, Hywel pulou da amurada e começou a bater a poeira da roupa, informando sua partida.

    – Com sua licença, senhor, devo me retirar agora – disse ao nobre, com uma reverência. – Obrigado por sua hospitalidade. Fique tranquilo, eu conheço o caminho. Boa noite, Nibelia.

    – É uma pena que já está de partida, Hywel. Obrigada por sua ajuda novamente e tenha uma boa noite.

    Gilrael, tomada de preocupação constante por causa dos ferimentos de Aegon, também decidiu se retirar de lá.

    – Vou ver como Aegon está. Se o conheço bem, ele deve estar se mexendo e querendo levantar. Vou dormir logo depois. Obrigada pela hospitalidade, senhor. Boa noite.

    – Boa noite, senhorita Gilrael. Obrigada pela companhia e auxílio.

    E então aconteceu. Nibelia estava a sós com Filandriel. Um silêncio constrangedor imperou por um tempo, pois Nibelia sabia o que estava acontecendo. Filandriel não estava sendo sutil. Aquilo era explícito. Nibelia prestou atenção nos vaga-lumes que circulavam ambos, como um sinal do que iria ou deveria acontecer.

    – Tenho uma garrafa de licor que reservo para ocasiões especiais – contou, ainda segurando sua mão. – Você me honraria com sua companhia?

    Nibelia o encarou, neutra. Ainda não sabia se aquilo era ou não boa ideia. Aquilo era para ser apenas negócios, mas Filandriel a tratava com mais intimidade, a elogiando em público, deixando claro suas intenções.

    Por fim, sem encontrar nenhuma razão plausível para recusar, a maga sorriu para o seu contratante.

    – Todos se foram e Aegon precisa descansar. Não vejo razão para ficar sozinha sem nada fazer até a próxima alvorada, portanto eu aceito, bom senhor. Acredito que vai ser prazeroso tomar uma bebida tão fina ao seu lado.

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    Mensagem por JTaguchi Seg maio 18, 2020 9:55 pm

    A noite passou de forma tranquila e agradável. Nibelia acompanhou o senhor élfico em seus aposentos, onde desfrutou de uma garrafa de licor raro, quase extinto desde a queda de Lenorienn. Como era de se desconfiar, ela descobriu que Filandriel era mais antigo do que aparentava: falou sobre como o antigo reino dos elfos, suas universidades, conservatórios, castelos e florestas. Era um grande contador de histórias, capaz de levar qualquer platéia para o lugar sobre o qual narrava, mas não conseguia disfarçar a tristeza que se escondia por trás da eloquência.

    A conversa não ficou apenas no passado. Filandriel fez muitas perguntas sobre sua vida atual e seus estudos, manifestando bastante interesse sobre as buscas que ela costumava fazer e os trabalhos na Academia Arcana. Mostrou-se muito gentil e não fez nenhum avanço grosseiro típico de humanos. Se não se tornassem amantes, ao menos seriam bons amigos - o nobre começava a tratá-la com mais informalidade, como uma igual. Permitiu-se inclusive um pouco de humor, e a noite acabou com um brinde e uma ideia de que, futuramente, poderiam organizar um sarau com outros eruditos da tradição élfica ali.
    ***

    A manhã seguinte começou em silêncio, logo depois quebrado por uma música suave vinda de um alaúde. Ao chegar à mesa do desjejum, Nibelia viu a inusitada cena de Filandriel tangendo as cordas do instrumento enquanto cantava uma antiga cantiga com Aegon. Gilrael tentava acompanhar a ambos na cantiga enquanto Hywell estava em silêncio, comendo alguma coisa.

    - Bom dia, Nibelia - todos a cumprimentaram enquanto os servos traziam mais comida e ajeitavam seu assento.

    Ao verificar o estado do guerreiro, ela percebeu que ele já estava bem melhor. Não havia sequer sinal dos ferimentos da noite passada.

    - Disseram-me que você já desvendou o segredo da mensagem. - comentou ele. - Por onde vamos começar a busca?
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    Mensagem por Count Zero Seg maio 18, 2020 10:32 pm


    A noite foi agradável e muito mais informal do que de costume. Talvez tenha sido por isso que Nibelia e Filandriel compartilharam mais sorrisos do que o habitual. O licor de fato foi um prazer e tanto em termos físicos, mas o que mais fascinou a maga foram as antigas histórias do nobre que fascinaram sua mente. Embora não deixasse de retribuir as gentilezas de etiqueta de Filandriel, nem de consolá-lo em seus momentos de tristeza com falas inspiradoras e uma lógica fortalecedora, ela não conseguia esconder totalmente que todo aquele conhecimento era maravilhoso, assim como Filandriel não conseguia esconder sua nostalgia melancólica ao relatar tais feitos para ela.

    Filandriel foi um perfeito cavalheiro. Ele não avançou de forma bronca como os humanos costumam fazer, mas a tratou como uma igual. Embora a maga ainda não entendesse a razão de um nobre daquela idade e estirpe se atrair por uma jovem tão inexperiente quanto ela, ele demonstrou interesse legítimo nos afazeres dela, perguntando sobre sua ocupação, seus estudos e sobre a academia arcana. Nibelia se revelou uma verdadeira devoradora do arcano, mostrando ao nobre todo o seu entusiasmo, amor pelo conhecimento e ambição de preservar e aprimorar a arte – magia – élfica. Nibelia podia ser jovem, mas tinha uma chama legítima de se tornar cada vez mais sábia e poderosa. Embora isso pudesse soar um tanto egoísta, ela na verdade compartilhava um interesse em comum com Filandriel: o bem estar do povo dela, assim como a vontade de recuperar toda a antiga glória.

    Tanto Nibelia quanto Filandriel compartilharam seus interesses com fervor, o que fez a noite ser boa para ambos. Eles descobriram que tinham muito em comum e, apesar da diferença de idade, certamente formavam uma dupla mais do que apropriada de aliados.

    * * * * *

    Nibelia acordou um pouco antes de uma música típica cortar o silêncio – música élfica. Ela se sentia bem disposta e não podia negar que Filandriel lhe garantiu uma noite excelente. Ela demorou um pouco se lavando e se vestindo antes de dirigir para o cômodo de onde vinha a música.

    Nibelia presenciou uma cena curiosa. Filandriel tirava melodias de um alaúde, enquanto Aegon – que já parecia melhor – e Gilrael acompanhavam suas notas com canto. Hywel estava quieto enquanto comia.

    – Bom dia, Nibelia – todos a cumprimentaram enquanto os servos traziam mais comida e ajeitavam seu assento.

    – Bom dia, meus caros – disse ela, bem humorada e um tanto informal. – Vejo que Aegon já parece revigorado. Isso é ótimo!

    Ela então se virou para a ladina e o druida.

    – Fico feliz de vê-los aqui de novo. O lugar ficou um pouco silencioso sem vocês, apesar de Filandriel e eu termos conversado de um jeito muito agradável quase a noite toda.

    Nibelia estava de fato com um humor muito mais acentuado. Ela estava sorridente demais para uma maga que era tão séria e formal.

    – Disseram-me que você já desvendou o segredo da mensagem – comentou Aegon. – Por onde vamos começar a busca?

    – Ah, sim. Vamos nos atualizar. Com sua licença, Filandriel.

    Nibelia estendeu um mapa na mesa e, com o pergaminho em punhos, ela mostrou as coordenadas do lugar exato que deveriam procurar o artefato.

    – Está aqui, viu? Aegon, você precisou ir se deitar por causa do ferimento, mas Gilrael e Hywel presenciaram o insight inspirador que tive. Eles me ajudaram com a charada – e então ela repetiu o que disse para ele, com exceção da parte do poema que recitou. – Eu vou comer algo rápido, e então podemos partir, se todos estiverem de acordo. A menos... que Aegon ainda não esteja totalmente recuperado. Você está mesmo? – e ela olhou para ele como uma enfermeira olha para um paciente inquieto que tem o hábito de mentir sobre o próprio bem-estar.
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    Mensagem por JTaguchi Ter maio 19, 2020 11:16 pm

    Nibelia escreveu:– Está aqui, viu? Aegon, você precisou ir se deitar por causa do ferimento, mas Gilrael e Hywel presenciaram o insight inspirador que tive. Eles me ajudaram com a charada – e então ela repetiu o que disse para ele, com exceção da parte do poema que recitou. – Eu vou comer algo rápido, e então podemos partir, se todos estiverem de acordo. A menos... que Aegon ainda não esteja totalmente recuperado. Você está mesmo? – e ela olhou para ele como uma enfermeira olha para um paciente inquieto que tem o hábito de mentir sobre o próprio bem-estar.

    Aegon deu um sorriso, transparecendo confiança.

    - Estou bem melhor. Um pouco sonolento ainda, acho que por causa de algum efeito colateral da poção. Mas bem melhor. - disse.

    - O que significa que ninguém vai sair desta casa por hoje. - decretou Hywell. - Pelo menos até você se recuperar por completo. De qualquer forma, você vai precisar do meu aval para poder sair daqui e felizmente, Nibelia está aqui para reforçar minha opinião. À noite nós o examinaremos de novo e se você estiver melhor, vamos aproveitar o escuro para fazer nossa busca.

    O guerreiro deu de ombros. Estava vencido, pelo menos por enquanto.
    ***

    À noite, o quarteto se viu na entrada do cemitério. Estava tudo vazio, e os milicianos não costumam rondar aquelas bandas depois que o Sol se punha. No arco da entrada, a famosa inscrição saudava a todos que adentravam aquele lugar: Aqui findam todas as angústias.

    Não demorou muito e eles encontraram a lápide que procuravam. Foi uma surpresa ver o nome que estava inscrito nela: Hildor, o bardo. Aparentemente, o compositor daquela melodia tinha sido enterrado ali mesmo.

    - Então - comentou Gilrael, do nada. - O que a gente faz agora?

    Aquela era uma boa pergunta.
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    Mensagem por Count Zero Ter maio 19, 2020 11:46 pm


    – Estou bem melhor. Um pouco sonolento ainda, acho que por causa de algum efeito colateral da poção. Mas bem melhor – disse Aegon.

    – O que significa que ninguém vai sair desta casa por hoje – decretou Hywell. –Pelo menos até você se recuperar por completo. De qualquer forma, você vai precisar do meu aval para poder sair daqui e felizmente, Nibelia está aqui para reforçar minha opinião. À noite nós o examinaremos de novo e se você estiver melhor, vamos aproveitar o escuro para fazer nossa busca.

    Nibelia ficou feliz em perceber que Hywel partilhava do mesmo nível de sensatez do que ela, logo Aegon nada pôde fazer até aguardar a noite cair e ser examinado novamente por eles. Elfos não são criaturas apressadas e em local tão maravilhoso quanto a residência de Filandriel era difícil ficar aborrecido ou entediado. Quando a noite chegou, os presentes sequer perceberam o tempo passar.

    * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * *

    A viagem ao cemitério havia sido silenciosa. Ninguém havia parado o grupo para questioná-los ou incomodá-los de forma alguma, já que naquela hora da noite os milicianos já haviam cessado suas rondas.

    Aqui findam todas as angústias.

    Assim que o quarteto cruzou o portal, seguindo as coordenadas pelos corredores de lápides, a grande surpresa foi o nome de Hildor, o bardo, ser justamente o elemento que sinalizava o lugar certo.

    – Suponho que esse seja o autor de nossa relíquia...

    – Então – comentou Gilrael, do nada. – O que a gente faz agora?

    Nibelia encarou a sepultura. Primeiro ela passou a mão sobre a lápide, e depois pegou um pouco de terra da sepultura em suas mãos, fazendo usos de seu dom de magia para tentar detectar qualquer mensagem, pista ou resquício oculto que possam ter deixado algum traço mágico para trás.

    – Bem – disse Nibelia, suspirando – se não houver nenhum tipo de pista aqui, acho que teremos de fazer o trabalho sujo do coveiro. Não acredito que seja difícil encontrar algumas pás nos arredores...

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    Mensagem por JTaguchi Qua maio 20, 2020 1:13 pm

    Nibelia se concentrou por alguns segundos, abrindo uma visão mais ampla do local. Era comum que magos treinassem sua visão para identificar pontos onde a magia fluía, seja naturalmente ou através de um encanto conjurado na área. Ao ficar em silêncio alguns segundos, os olhos da elfa vislumbraram um resquício de magia conjurada em torno da lápide coberta por gavinhas e plantas. Inscrições élficas brilhavam em verde, num círculo mágico próprio para proteção de certos lugares.

    Gilrael, um pouco mais impaciente, mexeu na lápide, procurando por mecanismos. E ela os encontrou, de alguma forma: depois de algumas mexidas, alguma coisa abaixo dos quatro se meu e parte da terra que deveria cobrir o caixão acabou se removendo, caindo num buraco que se abriu onde deveria existir um caixão. Uma escada conduzia para dentro daquele novo caminho, indicando que havia uma masmorra esperando para ser explorada.

    - É. - Aegon deu de ombros e sacou a espada. - Às vezes, acontece o óbvio. Vou na frente, garantir que nada peque vocês.


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    Mensagem por Count Zero Qua maio 20, 2020 9:57 pm


    – É – Aegon deu de ombros e sacou a espada. – Às vezes, acontece o óbvio. Vou na frente, garantir que nada peque vocês.

    Quanta imprudência...

    – Cuidado com a impaciência, principalmente em lugares desconhecidos – retrucou Nibelia, visivelmente aborrecida com a impetuosidade do casal. – A chance de haver armadilhas é grande, e eu detectei magia sobre a lápide, então recomendo cautela triplicada.

    Nibelia olhou para os lados antes de descer as escadas – cautelosamente – atrás de Aegon, para garantir que ninguém havia seguido o grupo ou não houvesse nenhum espião espreitando-os.

    – Vá na frente Aegon, mas não tente dar um passo maior do que sua perna. Isso vale para todos nós.
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    Mensagem por JTaguchi Qui maio 21, 2020 8:15 pm

    Aegon desceu na frente, observando o ambiente enquanto mantinha a espada em riste, pronto para neutralizar qualquer ameaça mais óbvia que viesse para cima deles. Assim que se certificou que nenhum monstro ia saltar sobre seus companheiros, fez sinal para que se aproximassem.

    - Hywell, jogue um pouco de luz aqui. - pediu. - Gilrael, a partir daqui é com você.

    O druida bateu o cajado no chão algumas vezes, murmurando palavras antigas. A ponta do cajado se acendeu, iluminando parcialmente a escada. Era estranho tentar ler as inscrições mágicas que apareciam em torno da luz, sinalizando que uma magia tinha sido conjurada ali - Nibelia não conseguia identificá-las, como se a magia do druida fosse escrita numa língua diferente da dela.

    A mestiça assumiu a dianteira do grupo e ficou olhando para o corredor por um tempo, depois começou a fuçar em sua bolsa atrás de alguns equipamentos esquisitos. Com um pequeno cone no ouvido, ela deu batidinhas na parede enquanto ouvia possíveis ecos do outro lado. Um dos tijolos e deslocou e Gilrael conseguiu desabilitar a armadilha que os esperavam antes que fosse ativada. Logo depois, ela se virou para o grupo com o polegar em riste.

    - Tudo certo, pessoal. Podem vir. - disse.

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    Mensagem por Count Zero Sex maio 22, 2020 1:21 am


    Aegon assumiu seu papel protetor daquele pequeno grupo. Encarando bravamente o desconhecido daquela passagem, assumiu uma postura mais relaxada quando nada feroz ou horripilante apareceu para saltar em seu pescoço.

    – Hywell, jogue um pouco de luz aqui – pediu. – Gilrael, a partir daqui é com você.

    Mesmo não compreendendo de imediato aquelas inscrições mágicas que revelam à luz do cajado de Hywel, Nibelia aproveitou a aparente ausência de perigos sacou de sua bolsa de viagens um pergaminho, pena e tinta e começou a copiar as inscrições enquanto Gilrael ia na frente.

    A ladina fez um bom trabalho fazendo uso de seus aparatos e talento para desabilitar uma armadilha poucos metros adiante, mas Nibelia estava tão fascinada e focada em reproduzir a escrita mágica que só deixou o seu transe quando Gilrael chamou a todos para a visar que o caminho estava livre.

    – Tudo certo, pessoal. Podem vir – disse.

    Nibelia dobrou e guardou o pergaminho quando terminou de reproduzir os sinais daquela escrita, e então avançou com Hywel, que iluminava o lugar, enquanto Aegon e Gilrael ficavam na dianteira.

    – A situação está se revelando maior do que eu esperava. Toda essa precaução não pode ser à toa, e certamente isso é sinal que o tesouro que nos espera no final desse lugar é deveras valioso.

    Apesar de prezar pela sensatez, a cobiça de Nibelia pelo arcano começava a sussurrar alto em seu ouvido.
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