On:
Quando o papel com o nome do pai queima Axel sente vividamente seus medos e anseios. Ele se sentiu exposto por um instante, quase como se os tivesse revelando em voz alta. Como se os tivesse gritado ali entre estranhos. Nu. Porém a sensação seguinte foi de libertação e tranquilidade. Cumplicidade e conforto. Como se realmente tivesse se aberto e sido recebido por completo sem exigências. Só por um instante, ele entendia. Talvez só uma ilusão, um truque de indução coletiva ou hipnose. Talvez até fortalecido pelo significado dos símbolos e do ritual. Talvez só o inevitável resultado de assumir para si mesmo que o sentia.
"Você é novo e parece tão preocupado. Tão sobrecarregado." Ela se colocou no caminho dele, não totalmente, só o suficiente para ser rude ignorá-la. Como se tivesse certeza que a etiqueta e educação de Axel o impediriam por ela. Isso ou ela só não queria impedir ele. "Tenho certeza que a gente pode ajudar, que a congreção pode ajudar." A menina da porta com o mesmo jeito gentil, só que agora preocupado. Como se ele fosse quebrar, como se ele fosse que partir se ela fosse muito direta. Ela sorri de novo e dá um passo atrás. "Volta depois."
O elodoth esperava não ver mais o sacerdote. Mas lá estava ele segurando uma mão enquanto falava sobre um cachorro perdido. "Não tenha medo." Ele dizia. "Vamos encontrá-lo ou trazer-lhe paz. Aceitar o que não podemos mudar ou controlar é difícil e uma batalha sem fim, mas onde cada pequena vítoria é crucial." O elodoth se aproxima. Mas as pessoas no caminho não o deixam passar direto.
Ele avança com alguma dificuldade, mas o homem não parece prestes a fugir. "Desapareceu, o traficante. Nunca mais o vi..." "Eu consegui falar com ele, não deu certo, mas eu estou livre..." "O divorcio vai sair. Ela desistiu de lutar." "O barulho parou, acho que era coisa da minha cabeça, mas parou..." As pessoas falavam umas com as outras. As vezes até com ele.
"Olá. Meu nome é Erik e acho que você deve ser o Axel." Ele diz sem rodeios assim que o eledoth chega perto o bastante. Uma mão estendida em cumprimento e um sorriso hesitante no rosto, uma tentativa de ser suave e charmoso.