Axel Brown

Axel: E eu só vou falar isso essa fez: não me ameace.

Ela rosna baixo com um olhar assassino fixo em Axel. "Fácil dizer isso é colocar o futuro da caçada e dos meus filhos na minha conta. O futuro da cidade e todos os outros..." Ela corta o que estava falando com um bater abrupto de dentes.

"Você tá certo. Eu vou com eles. Ou nada feito." Ela solta o ar irritada. "Vou fazer as malas e me diz quando." Ela não espera uma dispensa, mas se vira lentamente para ir.

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Os que caçam nas sombras aceitam os termos de Axel e acolhem Samantha com os gêmeos. Anne recebe a notícia com uma discussão ruidosa, mas aparece para uma despedida emocionada quando Samantha parte.

Três urathas se instalam na cidade para realizar o ritual. Eles não fazem segredo do que estão fazendo e até estão dispostos a ensinar. Eles vão embora assim que executarem o ritual, mas vão esperar uma lua até a hora de executá-lo.

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Axel está olhando o velho e bem cuidado cemitério quando recebe a mensagem.

"Vamos precisar de vocês para pegar o cara. Vocês sabem o caminhos e não tem medo."

Era o alfa dos Uivadores. Mensagem de celular. Significava que iam atrás de um dos líderes da corte do Medo. O que era bom e ruim também. Era um barril de pólvora pronto pra explodir de um jeito ou de outro.

Porém na frente dos olhos de Axel tinha outro. Um espírito alto e alongado. Braços finos e compridos como patas de aranha. Como galhos. Galhos com pessoas penduradas neles. Lentamente a coisa pálida e leitosa costurava na própria carne mais uma pessoa. Olhos escuros e fundos se viram para o uratha e o espírito some como se nunca tivesse estado ali. Mas Axel reconhecia o frio anti natural da morte. O cheiro. A sensação.

Quanto ao juramento do Caminhante ele fica pistola da primeira vez, mas pode ser reparado. Mas só uma vez. O mais adequado seria ela voltar para cumprir as obrigações dela com o Totem e depois ir de novo.

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O espírito abandona a própria forma e escorre para dentro do chão. Um truque inconveniente. Mas não o bastante. Axel sente ele fugindo, se espremendo pelo dromo para voltar oa outro lado. Pego em clara violação A criatura prefere fugir. Ou tentar.

O elodoth transfere a visão para o outro lado cobrindo os olhos por um momento. Alguns segundos não chamariam atenção. Não em um cemitério.  

Ele não vê o espírito se esconder,  mas sabe para onde ele foi. Ele sente o cheiro alienígena e estranho da sombra profunda. A criatura encontrou um caminho ali. Uma passagem. Um esconderijo fundo e escuro que não se pode ver ou tocar do mundo da carne. Axel não podia vê-lo e exatamente assim sabia como tinha "escapado".

Porém o que o elodoth vê do outro lado é também perturbador. Espíritos de emoções presos por correntes negras e esfumaçadas flutuando como balões de festa macabros. As tumbas discretas e elegantes do mundo físico eram enormes ali, dificultando a visão tanto para dentro quanto para fora. As nuvens de tempestade sempre presentes na Sombra, ali, formavam um vórtice discreto no céu, um padrão que parecia desaparecer quando não se olhava diretamente.

O celular vibra mostrando que a resposta chegou.

"Meia noite. A hora do Medo."

Samantha não tinha gostado do arranjo. Axel não tinha gostado do arranjo. Porém os dois não tinham nenhuma ideia melhor que os voos low cost e o carro alugado.

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Ele tinha passado ela primeira vez naquele lugar dias atrás e aquela porta asséptica branca já tinha mudado completamente de significado. O que não tinha mudado era o medo que Erick sentia assim que via Axel entrar. Mary o recebia com o mesmo carinho acolhedor que tinha usado da primeira vez, mas o orador da tarde suava. Para mérito dele o discurso e o dialogo com os presentes seguiu sem interrupções. Uma das pessoas até acena para Axel, feliz em vê-lo de volta. O elodoth estava pronto para falar o que realmente estava ali para fazer quando um perfume caro e discreto o alcança. Um perfume que ele só tinha sentido uma vez na casa de um milionário local.

"Não aconteceu nada de errado, né? Nada estranho com a família..." Mary sussurra com um o rosto alegre e empático ainda armado.

Axel: Acredito que não. Ainda preciso visitar minha mãe. Tempos turbulentos.

"Nessas horas a família é mais importante que nunca." Ela fala com o calor casual que ela apresenta no lugar. As palavras não tem muita força.

Axel: Inclusive, eu queria que vocês a conhecessem. Talvez ela pudesse ser de ajuda. E eu ficaria mais tranquilo de vê-la com novas amigas, não tão sozinha

Dessa vez ela parece ponderar por um instante. Um momento no qual ela não parece estar olhando para o uratha e sim através dele.

"As portas estão sempre abertas. Para ela, um pouco mais. Vamos ter muito o que conversar, especialmente se ela gostar de chá."

Ela olha em volta devagar com uma calma contagiante. "Estamos aqui para ajudar. Os dias e as noites estão mais frias e solitárias do que nunca. Vamos acender uma vela e torcer para ser o suficiente." Os olhos de volta nele.

Quando Axel acena Erick chega a parar e prender a respiração. Um longo momento em que as pessoas olham para o elodoth que capturou a atenção do orador. Alguns rostos mostram reconhecimento, outros curiosidade, mas um se ilumina com alegria. O rosto do jovem rico que tinha pedido um orçamento a Axel. Assim que Erick retorna a falar todos voltam sua atenção para ele. Todos exceto Guilherme que se levanta da sua almofada e anda direto para Axel.

Axel: Talvez melhor falarmos num local mais reservado?

"Pode esperar um minuto?" A voz tem um pouco de pedido. "Preciso de alguém pra ficar no meu lugar aqui."

Os passos continuam se aproximando até que...
"É o senhor, não é, senhor Brown? Uma surpresa e tanto!"

Ele nem tinha esperado a resposta dele. "Não imaginava que era um homem espiritual!" Também não parecia desapontado.

"Tempo perfeito Guilherme." Ela diz sem nenhuma deferência. " Pode ficar aqui no meu lugar um minuto?" Ela também não espera uma resposta e abre a porta atrás dela. "Não vamos demorar." Um sorriso amigável como sempre e ela escorre para fora como uma sombra.

Axel vê o rosto de Guilherme mudar de animado para entediado em um piscar de olhos. "Depois então." Ele soa derrotado, mas resignado.

Axel: Não é assim que se diz?

"Para!" Ele diz rindo e tentando esconder. "É assim sim."

Axel: ...somos um pouco espirituais, não é?

Ele sorri animado por ser incluído. A animação de quem participa de uma piada secreta.

Axel:Aquele rapaz é definitivamente peculiar...

"Definitivamente rico. Ele ajuda bastante com dinheiro e pesquisa." Ele fala com um ar mecânico. "Cê não tem ideia da biblioteca que ele tem, é amigo do Erick desde sempre." Dava para ver o brilho nos olhos dela quando fala a palavra biblioteca. "Nunca fui ver. Mas Erick mandou umas fotos." Ela se aproxima e fala bem baixinho em tom de segredo. A boca curvando num sorriso torto.

Axel:Eu fui até lá, como você me pediu... Há espíritos passando para o lado de cá. Uma questão nossa. Claramente. Porém, tem outra coisa. Fora do comum, mas que já aconteceu em outra situação na cidade. Um vórtice, ligando a Sombra ao Submundo.

O uratha vê as linhas se formando no rosto descontraído dela, transformando -a na face da preocupação. "O lugar que vocês vão? Essa Sombra, os mortos escapam para lá com esse vórtice?"

Axel: Não sei se tem haver com acontecimentos nos lugares. Sei que não saem coisas boas desses vórtices.

"Janet disse que os mortos estão agindo estranho." Ela fita ele com o olhar penetrante de novo. O rosto sério e tenso. " Tem muita gente morrendo. Uma crise respiratória. A quantidade e concentração deixa algumas fragilidades. Eu não sei, ela que é especialista. Mas disse que coisas do outro lado procurando os mortos e isso não me parece bom."

Ela move umas canetas na mesa e organiza rapidamente uns papéis. "Você consegue fazer parar? Destruir esse Vórtice?" Ela espera a resposta e então imediatamente adiciona "Erick disse que tem alguém de carne e osso metido nisso. Ele foi até o cemitério e voltou dizendo que tinha visto coisas escritas, mas não tinha nada quando a gente chegou. Nada." Ela dá de ombros.

Ela não parece surpresa com Axel ter feito um serviço para o outro. " Ele sempre acha que a pessoa da internet vai fazer o melhor trabalho e que grandes corporações são um perigo para a sociedade. Que bom vocês trabalharam juntos."

Ela gargalha quando ele fala sobre lavagem de dinheiro. "A gente não faz nenhum dinheiro aqui, ele é dono do prédio e deixa a gente usar sem pagar. Erick pintou tudo e essa sala ele diz que era um escritório. Mas é muito bom ter alguém pra pagar o combustível e encher a geladeira." Ela sorri quase travessa.

"Foi ele que uniu a gente. Me encontrou roubando no poker pra pagar as dívidas da minha mãe. Não sei de onde ele tirou Janet, mas é isso. Ele não faz nada especial" ela coloca uma ênfase na palavra especial que usa não só a voz, mas o corpo todo.

Axel: Espíritos são capazes de influenciar as ações das pessoas. Talvez sejam capazes de fazê-lo até nos mortos. Isso os alimenta

"Isso parece horrível. Não tem nenhum desses por aqui, tem?" Ela treme. "Eu morro de medo dessas coisas." Ela diz com uma careta.

Axel: Acho que é uma boa começar por essa pessoa. Saber como foi aberto pode ser um passo seguro para fechar. O que mais Erick sabe?

"Erick disse que viu coisas escritas. Como rituais. Ele é medroso e saiu sem nem tirar foto nenhuma. Não acho que ele pode ajudar." Ela parece pensar por um momento. " Eu tenho alguma coisa parecida com rituais."

Ela pega o celular e depois de alguns minutos de procura silenciosa mostra a tela para Axel com uma notícia antiga sobre um assassinato brutal. Ela pula para foto do lado e manchete parecida em um tablóide. Mais uma vez e uma cobertura em um site de fofocas sensassionalistas.

"Não sei se tem relação. Eu acho que não, mas eu guardo essas coisas. As vezes nem é verdade. Mas esses tem..." Ela aumenta uma das imagens e as palavras 'hieróglifos rituais satanistas' aparecem be. Fáceis de ler.

"Isso, todos esses tem isso. Foram feitos com a vítima. Erick disse que não tem nada a ver. Que é diferente." Ela faz uma careta. "Eu não sei ler hieróglifos satanistas." Ela da de ombros deixando a frustração evidente. "Não deixa de avisar se a gente puder ajudar."

Axel: — Ele juntou vocês e não faz nada de especial? Qual a chance disso acontecer?

Mary pensa um pouco. "Acho que não sei. Tem alguma probabilidade disso?" Ela ri alto empurra Axel de leve. "Acho que ele é rico e excêntrico e é isso que ele faz." Ela ri outra vez.

"Vou falar com Erik. Ele vai mandar tudo que a gente tem. Deixa o seu número aqui." Ela coloca um caderno aberto em uma página em branco em cima da mesa.

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As luzes do bar estavam todas apagadas. Uma música baixa tocava sem parar. A lua e as luzes da cidade eram a única iluminação. Elas e Olena recostada em um banco longo de madeira. Um pano úmido na mão que descansava na mesa. Olhos fechados. Cabelo bagunçado. A garganta ronronava a mesma música que enchia o ar.

Axel sabia que logo os outros iam chegar. Axel que sabia que tinha poucas horas até a meia noite. Menos ainda até os companheiros de alcateia que ele chamou chegarem. Olena ainda não o tinha ouvido. Richard não tinha visto nenhum problema na visita.