Axel escreveu:Vou ver o que posso fazer, tenho que ir lá na ONG falar com uns possíveis empregados pra empresa.
Ela sorri, mas depois finge aborrecimento.
"Agora tá importante demais pra trabalhar com as próprias mãos, é?" Imediatamente ela abandona a farsa e faz um barulho abafado que você conhece como suas rizadas contidas. Ela segura firme a foto e a acaricia com o polegar.
Axel escreveu: Estou saindo. Qualquer coisa, me liga.
Ela dá um alegre aceno, mas assim que a porta se fecha ela resmunga alguma coisa. Você quase abre a porta para perguntar o que é, mas consegue vê-la pela janela. Em frente ao grande crucifixo da sala. Rezando para você voltar? Para não voltar bêbado e vomitado? Com sorte, contando ao seu pai como está orgulhosa. Certo?
O carro é mesmo de antes. Laura disse que trocou o filtro de óleo e um desvio de balanceamento. Mas parece o mesmo para você. Ela disse também que pode fazer um preço camarada sempre que você precisar, contanto que não atrapalhe o filho dela. Ela disse isso toda suja de graxa e falando de debaixo de um carro. Não parecia muito uma ameaça. Você não tem outro carro, então acelera para a casa de Vanessa nesse mesmo.
Ela mora em um apartamento chique, daqueles que parece uma torre de vidro. Ninguém precisa saber que o pai dela comprou na planta e nem conseguiu viver o bastante para ver o imóvel pronto. O porteiro te conhece e já estava te esperando. A garagem abre suavemente, sem rangidos. Uma placa de metal branco escorrendo para dentro da parede. Os carros lá dentro fazem seu estomago revirar, não que sejam feios, pelo contrário, eles são lindos. Carros caros demais para você arranhar. Não tem ideia de quanto tempo vai ter que trabalhar para pagar um arranhão na pintura de um deles. A vaga de Vanessa está sempre vazia, ela não tem grana para um carro desses, então ela não tem nenhum e inventa uma história de que está sendo sustentável.
O elevador tem espelhos de todos os lados. Ele é grande e tem um cheiro bom, um apartamento por andar. Câmeras em algum lugar atrás do vidro. Atrás do espelho. A pressão aumenta e depois diminui. As vezes faz isso quando sobre demais. Mas os seus reflexos todos viram para você. Todos eles sem faltar um. Eles batem as mãos espalmadas no vidro que deforma para fora. Abrem a boca em perfeita sincronia. A voz é a sua. Mas ela te dá arrepios. Ela vem do outro lado. Todas elas.
"O que faz aqui uratha?" as palavras cheias de desconfiança.
"Não é bem vindo aqui." Os olhos do outro lado fixos nos seus. Seus olhos. Cheios de desconfiança.
- Off:
Quando quiser testar qualquer coisa, diz o que tá testando e rola lá nas rolagens. Se tinha um teste secreto de raciocínio eu já o fiz e vc nunca vai saber
Não tem nada errado com a casa... no momento pelo menos... ou seria melhor, até agora?