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    Capítulo II: Nos esgotos da Vila Élfica

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    Capítulo II: Nos esgotos da Vila Élfica Empty Capítulo II: Nos esgotos da Vila Élfica

    Mensagem por JTaguchi Sáb Jun 06, 2020 5:53 pm

    Os próximos dias foram bastante ocupados. Filandriel cumpriu sua parte do trato e estudou por vários dias o pergaminho até descobrir que, para encontrar as fórmulas mágicas inscritas por Hildor, era necessário executar todas as partituras do tratado, que além de chaves arcanas eram composições belíssimas, a verdadeira obra-prima da arte élfica. Hildor não se limitara a compilar apenas as suas próprias composições ali - registrara, ao longo de séculos, as músicas mais tradicionais dos elfos. No fim das contas, aquele era um trabalho para muitos anos, e Nibelia se contentou em estudar o pouco que tinha sido traduzido pelo nobre, que demonstrou ser um músico extremamente competente.

    Aegon e Gilrael foram contratados pela milícia para treinar alguns de seus recrutas. Enquanto isso, a maga dividiu seu tempo entre estudar o pergaminho e se dedicar a outros afazeres. O único integrante do grupo que passou alguns dias fora foi Hywel, que não gostava de ficar na cidade. Entre uma missão e outra, ele se retirava para uma floresta próxima e ficava recluso.

    O dia começou silencioso, como sempre. Nibelia estava concentrada em seus afazeres quando ouviu alguém bater na porta. Ao abrir, deu de cara com o druida, carregando uma cesta cheia de ramos de diversas ervas e gravetos de árvore.

    - Bom dia, Nibelia. - cumprimentou. - Vim trazer algumas ervas para o seu estoque.
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    Mensagem por Count Zero Dom Jun 07, 2020 1:11 am


    Dever cumprido... Embora fosse uma sensação gostosa, também cobrava seu preço em labuta. Filandriel e Nibelia passaram os próximos dias estudando, decifrando e – no caso de Filandriel, músico exímio – reproduzindo a obra de Hildor. A maga sentia que crescia em conhecimento e poder, e a casa do nobre nunca era um local desagradável, portanto Nibelia sentia-se radiante, afinal estava fazendo o que gostava em boa companhia. Como toda maga, ela estava alcançando seu intento – a busca eterna por poder arcano.

    O dia seguinte começou na típica manhã mergulhada no silêncio que antecedia o caos da cidade. Embora ainda faltasse algumas horas para a cidade “pegar no tranco” de fato, Nibelia já encontrava desperta, de banho tomado e alimentada, mergulhada em pergaminhos, tomos e anotações, auxiliando o nobre como podia com o seu conhecimento arcano. Foi quando alguém bateu na porta.

    – Bom dia, Nibelia – cumprimentou. – Vim trazer algumas ervas para o seu estoque.

    – Hywel! Muito obrigada. Foi muita gentileza. Entre! Entre! – disse, abrindo um sorriso sincero e gentil.

    Hywel era quem mais saia do grupo. Como não gostava de ficar muito tempo na cidade, o druida passava longas horas isolado na floresta.

    – Os estudos estão intensos. Minha vista está zonza e acho que preciso fazer uma pausa. Vou fazer um chá. Me acompanha?
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    Mensagem por JTaguchi Seg Jun 08, 2020 2:19 pm

    Nibelia escreveu:– Os estudos estão intensos. Minha vista está zonza e acho que preciso fazer uma pausa. Vou fazer um chá. Me acompanha?

    Ele entrou, olhando para os lados. Reparou nos pergaminhos e anotações sobre a mesa.

    - Acho interessante como os magos conseguem registrar tudo em pergaminhos. - comentou. - Pelo que soube, o pergaminho de Hildor é muito mais complexo do que parece.

    Ao mencionar o chá, o druida deu um sorriso de canto e mostrou a cesta de ervas.

    - As ervas que eu trouxe servem para remédios e poções, mas também podem fazer chás. - contou. - Se me permite, gostaria de fazer esse chá para você. Você prefere algo para relaxar, para ficar mais atenta ou mais... criativa?

    As opções eram interessantes. Fato é que o druidas entendiam muito mais sobre as ervas do que os magos. Havia histórias de alguns que conseguiam até mesmo falar com árvores e plantas. Mas como será que um deles fazia chá?
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    Mensagem por Count Zero Ter Jun 09, 2020 12:06 am


    – As ervas que eu trouxe servem para remédios e poções, mas também podem fazer chás – contou. – Se me permite, gostaria de fazer esse chá para você. Você prefere algo para relaxar, para ficar mais atenta ou mais... criativa?

    As opções pareciam todas excelentes, mas Nibelia já sabia o que queria. Ela realmente estava precisando de uma folga de tanto carregar a mente com leitura arcana densa.

    – Gostaria de relaxar. Sei que você não gosta de ficar muito por aqui, mas seria bom se me fizesse de companhia ao menos durante o chá. Filandriel é um excelente anfitrião e excelente companhia, mas sinto falta de conversar com outros além dele. Podemos falar sobre o pergaminho se isso atiça sua curiosidade, ou sobre qualquer outra coisa que queira.

    Ela então se aproximou de Hywel e começou a olhar as ervas que ele tinha trazido.

    – Bem, dar uma caminhada pela floresta enquanto bebo chá também não seria má ideia. Talvez eu possa aprender algumas coisas com você, se você se sentir disposto a ensiná-las – disse, em um simpático sorriso.
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    Mensagem por JTaguchi Ter Jun 09, 2020 11:29 am

    Hywel escolheu algumas ervas em sua cesta. Um maço de folhas foi escolhido.

    - Sinta o cheiro - disse ele, oferecendo as folhas para ela. - Eu as colhi hoje de manhã. Estão bem frescas.

    O cheiro fresco da hortelã lhe deu uma sensação gostosa de relaxamento.

    - Não sei como você aprendeu a fazer poções. - continuou ele, enquanto colocava as folhas na água e acendia o fogão. - Mas no meu aprendizado, ervas podem ter efeitos diferentes quando colhidas em momentos diferentes. No orvalho, todas as suas capacidades são ampliadas e servem para qualquer coisa. Mas se você quiser conservar o efeito delas por muito tempo, a melhor coisa a se fazer é deixar que as folhas sequem, assim ela retém sua energia e pode ser usada depois, se jogada na água quente. Conservas também são possíveis, mas você precisa atentar para a substância em que está conservando.

    Nibelia ouviu atentamente. Em seus estudos na Academia Arcana, ela tinha ouvido falar de mulheres humanas que mexiam com ervas de forma supersticiosa e intuitiva, produzindo remédios e poções para os mais diversos fins. Os magos, que eram eruditos e científicos, costumavam rotular tais métodos como ultrapassados e ineficazes, mas ouvir Hywel falar sobre aquilo lhe fez pensar que o aprendizado de um druida era uma versão mais especializada, profunda e complexa daquilo. Talvez a eficácia do método não fosse apenas um placebo, como se dizia por aí.

    Nibelia escreveu:– Bem, dar uma caminhada pela floresta enquanto bebo chá também não seria má ideia. Talvez eu possa aprender algumas coisas com você, se você se sentir disposto a ensiná-las

    - Gosto da sua ideia. - respondeu. - Um bom chá precisa ser apreciado num lugar adequado. Ainda mais se você quer relaxar. Pegue xícaras e o que mais quiser levar. Vou te mostrar um lugar.

    Ele pegou a chaleira e a guiou para fora da cidade, novamente. Próximo dali, um pequeno bosque vistoso e denso os esperava. Nibelia nunca tinha entrado no lugar, mas soube, assim que viu Quebra-Muros pastando por ali, que era a casa do druida.

    - Escolhi este bosque porque fica perto dos meus amigos. - contou. - E para evitar que derrubem isso aqui na minha ausência. Seja bem-vinda, a propósito.

    Ele morava exatamente nas raízes de um carvalho imenso, onde havia uma porta e duas janelas. A luz do Sol, filtrada pelos galhos das árvores, entrava em feixos de luz. Uma brisa fresca soprava. O lugar era pura tranquilidade.

    - Acho que fica claro porque eu não gosto de passar os muros. - disse, de uma forma debochada. - Detesto o barulho de lá.

    Hywel se sentou na grama e pousou a chaleira ao seu lado. Serviu uma xícara de chá para si e outra para Nibelia.

    - Bem, você pode me perguntar o que quiser. - disse. - Não sei se conseguiria te ensinar alguma coisa, mas posso tentar.
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    Mensagem por Count Zero Ter Jun 09, 2020 8:11 pm


    – Sinta o cheiro – disse ele, oferecendo as folhas para ela. – Eu as colhi hoje de manhã. Estão bem frescas.

    Nibelia inspirou fundo, fechando os olhos. Era algo muito prazeroso, de fato.

    – Sinto os pulmões leves. Isso é muito bom.

    – Não sei como você aprendeu a fazer poções – continuou ele, enquanto colocava as folhas na água e acendia o fogão –, mas no meu aprendizado, ervas podem ter efeitos diferentes quando colhidas em momentos diferentes. No orvalho, todas as suas capacidades são ampliadas e servem para qualquer coisa. Mas se você quiser conservar o efeito delas por muito tempo, a melhor coisa a se fazer é deixar que as folhas sequem, assim ela retém sua energia e pode ser usada depois, se jogada na água quente. Conservas também são possíveis, mas você precisa atentar para a substância em que está conservando.

    A forma simples, descontraída que o druida falava agradava Nibelia. Era o oposto entre os intelectuais arcanos da academia. É como dizem: os intelectuais falam coisas simples de forma difícil. Os sábios falam coisas difíceis de forma simples.

    – Ah, você iria detestar a forma que as mentoras da academia falam sobre as ervas – disse ela de um jeito bobo e descontraído. – Infelizmente muitos magos são presunçosos e petulantes, e nada que está nos livros é levado a sério. A magia arcana é implementada em tudo de uma forma muito científica, e qualquer coisa fora desse escopo é considerado ultrapassado ou mesmo tolice. Porém eu cuido para não sofrer desse mal. É muita pretensão achar que todo o conhecimento e poder concentra-se em apenas uma via da manifestação. Quem subestima sempre perde, de uma forma ou de outra.

    – Gosto da sua ideia – respondeu. – Um bom chá precisa ser apreciado num lugar adequado. Ainda mais se você quer relaxar. Pegue xícaras e o que mais quiser levar. Vou te mostrar um lugar.

    Nibelia pegou o necessário e acompanhou o druida, caminhando ao seu lado, feliz por alguns minutos de ar puro. Hywel a conduziu até um bosque bem localizado. Tinha a vantagem de ser calmo e, ao mesmo tempo, perto da cidade.

    – Escolhi este bosque porque fica perto dos meus amigos – contou. – E para evitar que derrubem isso aqui na minha ausência. Seja bem-vinda, a propósito.

    – Obrigada, Hywel. Esse lugar tem beleza, além de poder. Não tem como negar isso. Basta caminhar por aqui que eu sinto um grande peso deixar meu espírito. É como uma purificação semelhante ao chá. Me sinto leve.

    Ela então foi conduzida até as raízes do grande carvalho onde Hywel habitava.

    – Acho que fica claro porque eu não gosto de passar os muros – disse, de uma forma debochada. – Detesto o barulho de lá.

    – Também não gosto, para ser sincera. A balburdia e a futilidade sempre tiram minha concentração dos estudos. É por isso que você sempre me vê de capuz pelas ruas. Tento passar sempre sem chamar a atenção, pois não gosto de gastar meu tempo com a conversa fiada dos humanos. Se eu pudesse, escolheria uma vila discreta ao invés de uma cidade, se bem que um bosque como esse também é uma excelente opção.

    Ela então se sentou ao lado do druida, bebericando o chá, apreciando aquele vento fresco e aquele calor ameno dos raios solares filtrados pela grande árvore.

    – Bem, você pode me perguntar o que quiser – disse. – Não sei se conseguiria te ensinar alguma coisa, mas posso tentar.

    – Você também pode me perguntar qualquer coisa que desejar. Adoraria trocar conhecimentos com você. Sua contribuição na luta foi inquestionável e suas magias foram admiráveis.

    Ela então pensou por um momento, ainda sorrindo e disse:

    – Elas falam com você? Há muitos rumores de druidas que literalmente conseguem falar com árvores. Isso sempre me deixou curiosa.

    Ela não se incomodou em ficar bem próxima dele, chegando a fazer seus corpos encostarem um no outro.
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    Mensagem por JTaguchi Qua Jun 10, 2020 12:01 pm

    Hywel não se importou com a proximidade. Aparentemente, ele não estava ligado aos pormenores da etiqueta e dos protocolos élficos. Nibelia sabia, pela aparência dele, que ele não tinha nascimento alto nem pertencia a nenhuma estirpe notável: a pele mais escura, os cabelos negros, as tranças e os adereços lembravam muito os relatos de algumas tribos selvagens que viviam em Lenorienn antes da diáspora élfica. O sotaque dele também revelava muito de suas origens.

    Nibelia escreveu:– Elas falam com você? Há muitos rumores de druidas que literalmente conseguem falar com árvores. Isso sempre me deixou curiosa.

    Enquanto ouvia a pergunta, ele acendeu o cachimbo. Uma fumaça branca começou a subir e se espalhar na brisa, revelando mais um hábito das tribos selvagens: os elfos civilizados não fumavam. Diziam, inclusive, que os elfos da floresta ensinaram os homens a fumar milênios atrás, quando os primeiros humanos encontraram os elfos e pensaram que eles eram seus deuses.

    - Não exatamente. - respondeu. - Qualquer druida aprende a sentir e a entender as plantas, mas falar com elas exige mais treinamento e uma boa dose de capacidade natural. Eu as entendo, mas não nesse grau. Falo com animais.

    Apontou para alguns pássaros que cantavam empoleirados numa árvore próxima.

    - Estão dizendo que temos visita.

    E de fato, eles tinham. Logo depois, Aegon e Gilrael apareceram. Já vinham equipados, o que levantava a suspeita sobre algum trabalho. Era engraçado pensar que, diferente de Hywel, os dois ainda não tinham sido vistos separados.

    - Que bom que encontramos vocês. - disse Aegon. - Assim evitamos mais trabalho. Bom dia, amigos.

    Gilrael demonstrou um pouco mais de tato, parecendo um tanto constrangida por ter chegado no momento em que os dois conversavam.

    - Bom dia, gente. - cumprimentou. - Não sabia que estava por aqui, Nibelia. Pretendíamos passar na sua casa depois. Parece que temos um trabalho.

    Hywel ergueu uma sobrancelha, depois soprou uma fumaça para o alto. Levantou-se, batendo a poeira das roupas.

    - Trabalho, é? - indagou. - O que vai ser dessa vez?

    - O ferreiro Maglor pediu ajuda a Filandriel. - contou Aegon. - Alguma coisa estranha está acontecendo no esgoto perto de sua casa, e como sempre, nós fomos mandados para averiguar a situação. Nós já estamos prontos, então só vamos esperar por vocês.

    Nibelia ainda não tinha reparado, mas Filandriel não era apenas um nobre - ele se comportava como tal, e ouvia as pessoas que pediam por sua ajuda ou por seus conselhos. Dessa forma, toda a Vila Élfica ficava sabendo de seus serviços para a comunidade e, de uma forma ou de outra, ficava ligada a ele. O fato de mandar seu filho adotivo para resolver os problemas de um ferreiro da vila mostrava que as pessoas o tinham em alta conta e confiavam em seu julgamento.

    A voz de Gilrael a tirou de seus pensamentos:

    - Você quer ajuda para buscar alguma coisa? - ela perguntou.
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    Mensagem por Count Zero Qua Jun 10, 2020 8:05 pm


    – Não exatamente – respondeu. – Qualquer druida aprende a sentir e a entender as plantas, mas falar com elas exige mais treinamento e uma boa dose de capacidade natural. Eu as entendo, mas não nesse grau. Falo com animais.

    Ele então apontou para dois pássaros que piavam sobre uma árvore bem próxima deles.

    – Estão dizendo que temos visita.  

    – É mesmo? Quem? – perguntou Nibelia, curiosa.

    Não foi necessário que Hywel respondesse, pois Aegon e Gilrael apareceram subitamente entre eles.

    “Acabou o clima...”

    – Que bom que encontramos vocês –  disse Aegon. –  Assim evitamos mais trabalho. Bom dia, amigos.

    Nibelia notou que Gilrael pareceu constrangida aparecendo quando Hywel e ela estavam a sós.

    – Bom dia, gente – cumprimentou. – Não sabia que estava por aqui, Nibelia. Pretendíamos passar na sua casa depois. Parece que temos um trabalho.

    Nessa hora a maga resolve agravar um pouco o corado das bochechas dela.

    – Bom dia, meu lindo casal – disse em um tom calmo, mas por dentro estava sorrindo. – Como estão nessa bela manhã?

    – Trabalho, é? – indagou Hywel. – O que vai ser dessa vez?

    – O ferreiro Maglor pediu ajuda a Filandriel – contou Aegon. – Alguma coisa estranha está acontecendo no esgoto perto de sua casa, e como sempre, nós fomos mandados para averiguar a situação. Nós já estamos prontos, então só vamos esperar por vocês.

    – Você quer ajuda para buscar alguma coisa? – Gilrael perguntou a Nibelia.

    – Não. Não é necessário – respondeu ela, calmamente. – Me deem alguns minutos para pegar minhas coisas e então acompanharei vocês. – E então, de um jeito muito indiscreto, Nibelia se vira para Hywel, sorri e, acariciando seu rosto, diz: – Obrigada pelo chá e por ter me mostrado esse lugar lindo, caro Hywel, mas nosso momento para relaxar vai ter que continuar depois. Bem... Me acompanha?
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    Mensagem por JTaguchi Seg Jun 15, 2020 8:49 am

    Nibelia escreveu:– Não. Não é necessário – respondeu ela, calmamente. – Me deem alguns minutos para pegar minhas coisas e então acompanharei vocês. – E então, de um jeito muito indiscreto, Nibelia se vira para Hywel, sorri e, acariciando seu rosto, diz: – Obrigada pelo chá e por ter me mostrado esse lugar lindo, caro Hywel, mas nosso momento para relaxar vai ter que continuar depois. Bem... Me acompanha?

    Hywel sorriu e a ajudou a se levantar.

    - Claro, podemos continuar depois. - respondeu. - Eu te acompanho.

    Gilrael estava claramente sem graça com aquele incidente. Aegon, por outro lado, demonstrava apenas uma mistura de indiferença e cortesia, como se não se importasse com o que via, embora claramente tenha chegado num momento oportuno. Certamente, seria ainda mais constrangedor se ele tentasse consertar alguma coisa.

    - Eu e Aegon já estamos prontos. - disse a mestiça. - Vamos esperar vocês na oficina de Maglor. Fica a duas ruas atrás da sua casa, Nibelia. Nos vemos lá, não é, Aegon?

    Ele assentiu.

    - Sim. Esperamos vocês.

    No trajeto,os dois se viram novamente sozinhos. Apesar do clima ter sido claramente destruído pela chegada dos dois, talvez fosse um bom momento para conversar mais um pouco antes de prosseguir para o trabalho.

    - Às vezes me pergunto o que Filandriel ganha quando resolve problemas da comunidade dessa forma. - comentou ele. - As pessoas já o tratam como se fosse o senhor da Vila Élfica. Não sei se isso é uma forma de assegurar esse lugar ou de tentar mostrar para a nobreza da cidade que o senhor dali é ele. De qualquer forma, acho que seria bom para a comunidade se isso fosse formalizado. Precisamos de líderes. Estamos há muito tempo sem um.

    Depois de se equipar, os dois foram para a oficina de Maglor. O ferreiro era um elfo já idoso e levemente recurvado, usando um avental grosso de ferreiro. Estava cercado de vários meninos, todos com sangue mestiço.

    - Bom dia, meus caros. - disse ele, muito agradecido. - Fico muito feliz que lorde Filandriel tenha enviado vocês.
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    Mensagem por Count Zero Seg Jun 15, 2020 9:48 am

    Apesar de tudo, Nibelia achou graça de como Gilrael corou. Ela nada mais disse, mas seu sorriso de canto deixava claro que ela achou tudo aquilo engraçado. Ela concordou em esperar ela e Aegon na oficina de Maglor, enquanto mais uma vez caminhava com Hywel, se vendo sozinha com ele – de novo.

    – Às vezes me pergunto o que Filandriel ganha quando resolve problemas da comunidade dessa forma – comentou Hywel. – As pessoas já o tratam como se fosse o senhor da Vila Élfica. Não sei se isso é uma forma de assegurar esse lugar ou de tentar mostrar para a nobreza da cidade que o senhor dali é ele. De qualquer forma, acho que seria bom para a comunidade se isso fosse formalizado. Precisamos de líderes. Estamos há muito tempo sem um.

    – Sim, eu concordo – respondeu Nibelia. – Filandriel se mostrou verdadeiramente preocupado com o bem-estar da nossa raça, e o temor dele quanto ao nosso futuro incerto parece ser legítimo, logo acredito que ele seria um bom líder.

    Ela então virou para ele e sorriu.

    – Vou pegar o meu equipamento. Quer entrar? Não vou demorar muito.

    Hywel entrou, e obviamente Nibelia não se limitou a pegar o equipamento dela. Ela antes resolveu verificar o equipamento de carne do druida.

    – Não se preocupe. Aegon e Gilrael não vão aparecer aqui de repente, como fizeram no bosque. É muito melhor quando estamos sozinhos, não é?

    Nibelia conduziu Hywel até seu quarto. Ele sentou na beirada enquanto via Nibelia fechando a porta.

    – Acho que eles vão entender se nos atrasarmos um pouco, certo?

    Ela tirou as botas. Ela tinha lindas pernas. Ela então retirou sua vestimenta típica. Nibelia não podia ser muito sociável, mas era linda; tão linda quanto todas as outras elfas, e não era só isso. Ela tinha um perfume realmente encantador em sua pele macia. Uma fragrância deveras... afrodisíaca.

    Ela então sentou no colo do druida e acariciando seus cabelos, lhe beijou a boca de uma forma lenta e molhada. Hywel deitou-se, admirando os olhos azuis da maga que agora estava sobre ele, tirando sua roupa...

    * * * * * * * * * * * * * * * *

    Maglor era um tanto velho, até mesmo para os padrões élficos. Quando Nibelia chegou na oficina acompanhada de Hywel, ele estava cercado de crianças mestiças como Gilrael, e aparentava estar mais cansado do que o habitual.

    –Bom dia, meus caros – disse ele, muito agradecido. – Fico muito feliz que lorde Filandriel tenha enviado vocês.

    – Mestre Maglor! É sempre um prazer vê-lo – falou Nibelia, fazendo uma reverência educada. – Meus amigos Aegon e Gilrael ficaram de nos encontrar aqui para discutirmos o assunto todos juntos. Eles já chegaram, suponho?
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    Mensagem por JTaguchi Ter Jun 16, 2020 11:40 am

    Nibelia escreveu:– Não se preocupe. Aegon e Gilrael não vão aparecer aqui de repente, como fizeram no bosque. É muito melhor quando estamos sozinhos, não é?

    Hywel deu uma risada e a segurou pela cintura, depois a empurrou contra a parede enquanto a beijava de forma brusca e apressada, como se estivesse esperado muito por aquele momento.

    - Estava quase te arrastando para alguma floresta isolada onde poderíamos passar as próximas semanas sem nenhuma interrupção. - disse ele, enquanto mordia seu lábio inferior.

    Os dois cambalearam até o quarto, entre beijos e mordidas. Hywel foi tirando as roupas no caminho, revelando uma série de tatuagens no torso, provavelmente símbolos de sua tradição e tribo.

    Nibelia escreveu:– Acho que eles vão entender se nos atrasarmos um pouco, certo?

    - Rogamos uma praga caso reclamem. - falou, a respiração ofegante. - Eles não são os únicos com direito à cópula por aqui.

    Foi rápido, intenso e bastante prazeroso. O druida a colocou de joelhos na cama, apoiando-se na cabeceira, enquanto puxava seu cabelo e a montava com vigor. Mordeu seu pescoço no processo e repetiu isso algumas vezes, até que ambos se deram por satisfeito.

    - É uma pena que tenhamos pouco tempo. - falou, enxugando o supor da testa. - Se quiser, posso te levar para passar alguns dias comigo no bosque depois desse trabalho. Podemos fazer alguns encantamentos de isolamento. Assim, não vamos ser perturbados;

    A ideia parecia tentadora.

    ***


    Nibelia escreveu:– Mestre Maglor! É sempre um prazer vê-lo – falou Nibelia, fazendo uma reverência educada. – Meus amigos Aegon e Gilrael ficaram de nos encontrar aqui para discutirmos o assunto todos juntos. Eles já chegaram, suponho?

    O elfo sorriu para Nibelia, depois fez uma leve reverência a Hywel.

    - Sim, querida. - respondeu. - Eles estão na beira do esgoto, preparando o terreno. Venham, eu os conduzo até lá.

    O casal estava a alguns metros dali, na beirada de uma fenda aberta no chão que dava para os esgotos da cidade. Um cheiro forte e pútrido escapava de lá. Se aquele cheiro era incômodo para humanos, os elfos se incomodavam ainda mais.

    - Isso aconteceu na última chuva forte, meus filhos. - contou Maglor. - E, como vocês sabem, ninguém veio resolver o problema. Felizmente, Lorde Filandriel acolheu meu pedido e enviou vocês. Estou muito preocupado, não só com o cheiro. Mas vocês sabem, eu tenho muitos netos e as crianças da rua podem cair aí dentro. Além do mais, tenho ouvido barulhos estranhos vindos daí. É certo que alguns monstros se escondem nos esgotos, mas esses barulhos são mais preocupantes.

    Aegon franziu a testa e olhou atentamente para o velho.

    - O que quer dizer com isso, mestre Maglor? - inquiriu.

    O ferreiro gesticulou, procurando palavras.

    - Parece até que um exército está marchando aí dentro. - contou. - Sempre à noite.

    Houve um minuto de silêncio. Então, o guerreiro saiu de seu devaneio.

    - Vamos entrar e verificar a situação. - disse. - Lorde Filandriel deve enviar os trabalhadores para fechar esta fenda assim que resolvermos o problema. Gostaria que mantivesse as crianças e os curiosos longe daqui, mestre Maglor.

    Virou-se para os companheiros.

    - Vocês querem acrescentar alguma coisa antes de descermos?
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    Mensagem por Count Zero Ter Jun 16, 2020 12:17 pm

    – Isso aconteceu na última chuva forte, meus filhos – contou Maglor. – E, como vocês sabem, ninguém veio resolver o problema. Felizmente, Lorde Filandriel acolheu meu pedido e enviou vocês. Estou muito preocupado, não só com o cheiro. Mas vocês sabem, eu tenho muitos netos e as crianças da rua podem cair aí dentro. Além do mais, tenho ouvido barulhos estranhos vindos daí. É certo que alguns monstros se escondem nos esgotos, mas esses barulhos são mais preocupantes.

    Nibelia nada dizia enquanto ouvia o velho ferreiro, apenas concordava silenciosamente com suas palavras balançando a cabeça.

    – O que quer dizer com isso, mestre Maglor? – inquiriu Aegon.

    – Parece até que um exército está marchando aí dentro – contou. – Sempre à noite.

    – Um bando atuando nos esgotos na calada da noite… Não pode ser boa coisa – disse Nibelia. – Apenas ladrões e criaturas suspeitas fazem uso do esgoto como rota alternativa para o que quer que seja.

    – Vamos entrar e verificar a situação – disse Aegon, após refletir um pouco em silêncio. – Lorde Filandriel deve enviar os trabalhadores para fechar esta fenda assim que resolvermos o problema. Gostaria que mantivesse as crianças e os curiosos longe daqui, mestre Maglor.

    – Melhor isolar a área de alguma forma – sugeriu Nibelia. – Faça todo o possível para que qualquer ser insensato não venha xeretar por aqui, por favor.

    – Vocês querem acrescentar alguma coisa antes de descermos? – perguntou Aegon.

    – Não. Melhor descermos logo. Pelas palavras do mestre Maglor, não duvido que goblins ou outras criaturas igualmente repugnantes estejam usando as vias do esgoto para algo vil. Quanto mais rápido impedirmos, melhor para todos. E você, Hywel? O que acha?
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    Capítulo II: Nos esgotos da Vila Élfica Empty Re: Capítulo II: Nos esgotos da Vila Élfica

    Mensagem por JTaguchi Qua Jun 17, 2020 1:54 pm

    Nibelia escreveu:– Melhor isolar a área de alguma forma – sugeriu Nibelia. – Faça todo o possível para que qualquer ser insensato não venha xeretar por aqui, por favor.

    Maglor coçou a barba, depois pareceu ter uma ideia.

    - Não se preocupem, garotos. Vou colocar algumas correntes para barrar o caminho. Assim ninguém vai perturbá-los.

    Enquanto ele fazia isso, Gilrael se abaixou na beira da fenda e espiou lá embaixo.

    Nibelia escreveu:– Não. Melhor descermos logo. Pelas palavras do mestre Maglor, não duvido que goblins ou outras criaturas igualmente repugnantes estejam usando as vias do esgoto para algo vil. Quanto mais rápido impedirmos, melhor para todos. E você, Hywel? O que acha?

    O druida fez uma careta e se abaixou ao lado da mestiça. O nariz se movimentava de forma rápida, como se estivesse farejando.

    - Não seria a primeira vez que eles fazem algo do tipo. - concordou. - Mas só tem um jeito de saber.

    Como sempre, Gilrael desceu primeiro, à procura de armadilhas. Não demorou nada e ela deu sinal para que os demais a acompanhassem. Aegon, Hywel, e então Nibelia. Hywel a ajudou a descer, num gesto inesperado de cortesia.

    Uma vez do lado de dentro, foi possível sentir o cheiro fétido que impregnava o lugar. Os olhos da maga levaram alguns minutos para se acostumarem ao novo estado de escuridão. Água pútrida cobria os calcanhares de todos, mas ainda era difícil distinguir alguma coisa digna de nota naquele lugar.

    - Nada de tochas aqui. - instruiu Hywel. - Ou podemos começar um incêndio.

    Ele falou uma palavra e uma luz se acendeu na ponta de seu cajado. Nibelia, por sua vez, concentrou-se para observar a aura do local. Não pensava que poderia haver alguma magia num lugar como o esgoto, mas se surpreendeu ao ver um fraco e discreto resquício de magia por ali. Não estava perto, mas era possível intuir onde se localizava suas origens.

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    Mensagem por Count Zero Qua Jun 17, 2020 6:04 pm


    – Obrigado, meu querido – disse Nibelia com um sorriso gentil, agradecendo a ajuda de Hywel para ela descer.

    Escuridão, umidade e um odor repulsivo era tudo que Nibelia distinguia naquele local asqueroso, sentindo aquela água fétida na altura do tornozelo – por sorte, suas botas eram bem longas. Era difícil para os olhos acostumarem naquela penumbra, e mais difícil ainda era o olfato aceitar aquela fedentina.

    – Nada de tochas aqui – instruiu Hywel. – Ou podemos começar um incêndio.

    Assim que Hywel gerou luz com seu cajado, Nibelia se surpreendeu quando pôde sentir uma fraca aura mágica emanando naquele lugar.

    – Que estranho… – começou ela, em um tom reflexivo. – De todos os lugares, esse é o último em que eu esperaria encontrar resquícios de aura arcana, mas de fato há um leve reverberar de energia aqui.

    Nibelia caminhou um pouco à frente dos demais, concentrando-se no ponto em que conseguia sentir a emanação.

    – Posso seguir o rastro sem dificuldades – disse aos demais. Contudo, isso pode ser tanto um sinal quanto uma emboscada. Devemos prosseguir com cuidado.
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    Mensagem por JTaguchi Qui Jun 18, 2020 10:19 am

    Com a luz conjurada por Hywel, o grupo seguiu em frente, na formação de sempre: Aegon na dianteira, portando escudo e espada, capaz de suportar o dano mais pesado caso fossem emboscados. O druida vinha logo atrás, conjurando sua luz para iluminar a visão de todos. Nibelia, fisicamente mais fraca, ficava na terceira posição, protegida por todos. Gilrael vinha por último, de onde poderia pegar oponentes de surpresa.

    Intuitivamente, Nibelia deu instruções para que onde o rastro arcano a levava. Acabaram numa espécie de beco sem saída, onde havia uma parede sólida e escura. Ratos começaram a fugir com a presença dos elfos.

    - Não temos como avançar a partir daqui. - disse Aegon. - Talvez seja uma armadilha. Gilrael, verifique isso.

    Gilrael foi até a parede e repetiu o procedimento de sempre: leves batidas em lugares suspeitos, ouvido colado na parede para espreitar o que havia do outro lado, algumas ferramentas para destravar armadilhas.

    - Nada por aqui também. - concluiu.

    Se os métodos mundanos não tinham funcionado, era hora da magia entrar em cena. Concentrando-se, Nibelia estendeu seus sentidos para além do normal. Vislumbrou, desenhado na parede, um círculo arcano que brilhava com intensidade - sinal que era usado com frequência. No entanto, as runas estavam incompreensíveis para ela.

    Quem quer que estivesse andando por aqueles túneis, sabia alguma coisa de magia.

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    Mensagem por Count Zero Qui Jun 18, 2020 11:10 am


    A caminhada não durou muito. Logo o quarteto acabou em uma sala com nada além de ratos e uma parede sólida que bloqueava a entrada. Temendo uma armadilha, Aegon instruiu Gilrael a buscar algum dispositivo mortal contra intrusos, mas não havia nada – nada físico, ao menos. Assim que Nibelia aguçou os sentidos, imediatamente a energia arcana se fez presente para ela. O círculo lembrava muito os círculos das portas que eles encontraram, mas este havia algumas particularidades.

    – Eu consigo ver claramente! – disse ela, mais exaltada do que pretendia. – O círculo gira em uma luz intensa, o que significa duas coisas: a primeira e mais óbvia é que, quem quer que venha aqui, é instruído nas artes arcanas; e um mago caminhado por esgotos provavelmente não é um mago de bom caráter. A segunda é que, pela intensidade da energia, significa que o caminho é muito usado, tanto que podemos ser surpreendidos com o portal abrindo enquanto estamos aqui.

    Nibelia se aproximou e tocou levemente os dedos sobre onde a energia emitia.

    – As runas estão embaralhadas. Pode ser que seja uma tradição mágica que eu não estou acostumada… Posso traduzir, mas pode levar algum tempo. Enquanto isso, fiquem atentos. Esse portal pode abrir a qualquer momento e quem ou o que sair dele certamente não vai ficar feliz em nos ver aqui.
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    Mensagem por JTaguchi Qui Jun 18, 2020 4:43 pm

    Nibelia escreveu:– Eu consigo ver claramente! – disse ela, mais exaltada do que pretendia. – O círculo gira em uma luz intensa, o que significa duas coisas: a primeira e mais óbvia é que, quem quer que venha aqui, é instruído nas artes arcanas; e um mago caminhado por esgotos provavelmente não é um mago de bom caráter. A segunda é que, pela intensidade da energia, significa que o caminho é muito usado, tanto que podemos ser surpreendidos com o portal abrindo enquanto estamos aqui.

    Aegon ouviu-a sem falar nada. Estava estranhamente sério.

    - Também significa que o que quer estejam fazendo por aqui, é bem pior do que parece.

    Nibelia escreveu:– As runas estão embaralhadas. Pode ser que seja uma tradição mágica que eu não estou acostumada… Posso traduzir, mas pode levar algum tempo. Enquanto isso, fiquem atentos. Esse portal pode abrir a qualquer momento e quem ou o que sair dele certamente não vai ficar feliz em nos ver aqui.

    Aegon assentiu e fez um gesto na direção dos outros.

    - Vamos ficar atentos. Se algo aparecer, mantemos a posição até que Nibelia decifre o código.

    Nibelia se pôs a estudar o círculo rúnico. Descobriu em alguns minutos que estivera errada em algumas suposições: as runas pertenciam justamente à tradição élfica, o que significava que quem as conjurara por ali tinha sido um elfo. Tratava-se de um portal que poderia transportar o grupo para uma área específica, embora ela não soubesse qual. O problema é que aquele tipo de magia estava fora do seu alcance por enquanto. Talvez um exame mais detalhado mostrasse mais algumas coisas...

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    Mensagem por Count Zero Qui Jun 18, 2020 5:00 pm


    Nibelia fixou o olhar no círculo, respirou fundo e prendeu o ar em seus pulmões. Ela permaneceu assim, durante algum tempo, soltando o ar aos poucos, de uma forma tão sutil que parecia que ainda estava segurando todo o fôlego. Ela passou uma impressão bizarra naquele momento, como se fosse uma boneca de cera, ao invés de um ser vivo. Conforme seus pulmões esvaziavam, as runas iam se tornando claras até que o círculo como um todo se tornou capaz de ler, mostrando que na verdade era de fato magia élfica.

    – Eu me enganei. É de fato a tradição do nosso povo, só que se trata de magia avançada – começou ela, preocupada. – Somente alguém do nosso povo poderia ser capaz de tal coisa, o que não é boa coisa, tratando-se desse lugar.

    Ela então se virou e encarou a todos de forma séria.

    – É um portal, mas não sei para onde vai nos levar. Posso ficar aqui e estudá-lo um pouco mais para obter mais informações, mas não é aconselhável ficarmos aqui por muito mais tempo. Ou seja, precisamos decidir o nosso próximo curso de ação. Arriscamos usar o portal ou nos prolongamos aqui? Em ambos os casos há um risco.

    Nibelia então esperou a opinião dos outros. A opção com maior número de votos vencerá – ela particularmente se sente desconfortável em permanecer na sala por mais tempo.
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    Mensagem por JTaguchi Qui Jun 18, 2020 7:19 pm

    Nibelia escreveu:– É um portal, mas não sei para onde vai nos levar. Posso ficar aqui e estudá-lo um pouco mais para obter mais informações, mas não é aconselhável ficarmos aqui por muito mais tempo. Ou seja, precisamos decidir o nosso próximo curso de ação. Arriscamos usar o portal ou nos prolongamos aqui? Em ambos os casos há um risco.

    Diante da explicação de Nibelia, Aegon olhou em volta e fez uma careta. Trocou um olhar com os demais.

    - Um portal feito por um mago elfo nos esgotos de Valkaria. - enumerou. - Maglor disse que só ouve o som durante a noite, não?

    - Provavelmente é na hora em que eles trabalham. - disse Hywel.

    Gilrael tinha uma expressão matreira, como se tivesse acabado de ter uma ideia.

    - Que tal uma emboscada? - sugeriu. - Vai ser inútil ficarmos aqui esperando, e se eles só operam à noite, significa que temos tempo para preparar o terreno. Não é nem meio-dia.

    Ela estava coberta de razão. As possibilidades eram muitas.

    - Sem falar que... temos um ferreiro lá em cima. - Hywel comentou. - Ele poderia nos ajudar.

    A mente de Nibelia estava a mil. Com sorte, poderiam se antecipar em muito nos passos dos inimigos.

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    Mensagem por Count Zero Qui Jun 18, 2020 9:10 pm


    – Um portal feito por um mago elfo nos esgotos de Valkaria – enumerou. – Maglor disse que só ouve o som durante a noite, não?

    – Provavelmente é na hora em que eles trabalham. – disse Hywel.

    O grupo começou a considerar as opções. Aegon não estava muito otimista com a situação, mas então Gilrael teve uma ideia interessante.

    – Que tal uma emboscada? – sugeriu. – Vai ser inútil ficarmos aqui esperando, e se eles só operam à noite, significa que temos tempo para preparar o terreno. Não é nem meio-dia.

    Perfeito.

    Nibelia meditou sobre a sugestão e lhe pareceu uma ótima ideia.

    – Sem falar que… temos um ferreiro lá em cima. – Hywel comentou. – Ele poderia nos ajudar.

    A maga voltou a olhar para a parede, contemplando-a de forma bem introspectiva, então apontou exatamente para onde estava o círculo.

    – Normalmente um portal exige alguma espécie de contato físico… – começou, explicando seu raciocínio. – Se conseguirmos um pedreiro para adicionar uma camada de cimento extra sobre o círculo, o portal ficaria inacessível, sem falar que Hywel e eu poderíamos deixar armadilhas mágicas sobre essa nova camada e em outros lugares, e Gilrael poderia plantar armadilhas extras pelo caminho, no chão e nas paredes…

    Ela então caminhou em círculos lentamente, analisando todo o lugar em uma inspeção minuciosa, tentando detectar pontos vantajosos para uma artimanha dessa magnitude.

    – Eu poderia deixar uma armadilha mágica na parede que intimidasse ou persuadisse nosso inimigo a falar, por exemplo. Hywel poderia conjurar algo que o prendesse no chão e Gilrael poderia preparar talvez… alguns dardos com sonífero ou veneno, caso viessem em bando muito grande. Já o nosso amigo ferreiro lá em cima, acredito que ele e um bom pedreiro poderiam fazer disso um bom inferno, com buracos com espigões, passarelas falsas e coisas semelhantes.

    Ela então apontou para um canto próximo e disse:

    – Poderíamos fazer um buraco camuflado ali, onde Aegon pudesse ficar de tocaia. Assim que eles passassem, ele os atacaria por trás. Talvez Gilrael pudesse usar algum equipamento de escalada para atacar por cima e… Ah, céus! Estou matracando demais e divagando.

    Nibelia então calou-se e suspirou. Sua mania de maga de falar demais sobre muitas coisas ao mesmo tempo normalmente deixava os outros zonzos.

    – Enfim, adorei a ideia da nossa estimada Gilrael, mas vamos aproveitar o tempo que temos para elaborar isso de forma clara e direta. As possibilidades são muitas, mas ficar teorizando demais só nos fará perder tempo. Vamos falar com Maglor e pedir ajuda de algum pedreiro também.
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