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    Lâminas, Balas e Rosas - Capítulo I

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    Lâminas, Balas e Rosas - Capítulo I - Página 2 Empty Re: Lâminas, Balas e Rosas - Capítulo I

    Mensagem por Count Zero Qua Jul 15, 2020 1:04 pm


    O braço ardia. A dor não era grande coisa. A raiva interior ardia muito mais do que aquele corte que a bala abriu ao passar de raspão. Estava na hora de acabar com aquela merda.

    Não haviam santos ou anjos ali. Não existiam criaturas de luz naquele lugar. Carrasco, Rosa, os assaltantes... Talvez mesmo até os reféns; todos eram criaturas das trevas. Criaturas moldadas pela escuridão do mundo. E o que acontece com demônios quando eles encontram a luz? Eles não alcançam o conhecimento e a paz anterior. Tudo o que a luz faz por ele é... cegá-los.

    "Sem misericórdia... Somente punição!"

    Sem pensar duas vezes, carrasco tirou o pino do outro flashbang, fechou os olhos e soltou a granada no chão, criando uma explosão de luz cegante ao redor de todos que rodeavam ele.

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    Mensagem por Dracone Seg Jul 20, 2020 4:21 pm

    No meio da confusão Rosa Vermelha pode deduzir que o assaltante que chegara havia atingido seu colega. Praguejou em sua mente e torceu para que não fosse grave. De repente ele usou o outro flashbang que ainda tinha. Carrasco estava usando armas dessa vez então iria seguir seu exemplo. Aproveitou toda a distração para sacar sua arma e atirar em quem estivesse no seu melhor ângulo.

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    Lâminas, Balas e Rosas - Capítulo I - Página 2 Empty Re: Lâminas, Balas e Rosas - Capítulo I

    Mensagem por JTaguchi Seg Jul 20, 2020 5:44 pm

    O mercado se transformou num pandemônio. Ao sentir que tinha sido atingido pelo assaltante que estava do lado de fora, Carrasco perdeu completamente a paciência com aqueles malditos. Jogou mais uma granada de som no chão, causando uma explosão de luz que atordoou todos aqueles que estavam mais próximos. Sua parceira seguiu o exemplo e jogou mais uma, que agravou a situação. Até mesmo os vigilantes sentiam os ouvidos zunir depois daquele momento.

    Os bandidos, que começavam a se reagrupar para revidar, se viram novamente sem ação. Foi nesse momento que a dupla aproveitou para causar ainda mais estrago. Carrasco fez sua submetralhadora cuspir uma rajada longa de balas que varou o bandido que tinha sido atingido por seu cutelo e acabara de recuperar a arma. Ao lado dele, um de seus companheiros recebeu uma saraivada ainda mais violenta que perfurou seu tronco em vários pontos. O último tentava fugir quando recebeu pelo menos meia dúzia de tiros. Caiu no chão, misturando-se com os civis e ganhando algum refúgio.

    Rosa Vermelha ficou com a outra metade. Mudou sua submetralhadora para o regime automático e apertou o gatilho na direção dos demais. Ela, no entanto, não era exatamente versada no combate com armas de fogo, uma vez que mantinha todo o seu foco no combate desarmado. Sua rajada saiu desordenada, espalhando produtos pelo chão do mercado, destruindo prateleiras e varando estruturas de vidro. Atingiu seus oponentes, mas causou menos estrago, com tiros mais superficiais. Os três, somando com o que tinha acabado de chegar, agora se espalhavam pelo lugar e se escondiam entre as prateleiras. Dos sete, sobraram quatro - e um deles não estava exatamente em condições de combater.

    - O tempo está acabando. - disse a voz de Heitor no ponto de ouvido de ambos. - A polícia planeja entrar a qualquer momento. Terminem o serviço ou deixem alguma diversão para eles.

    Era uma decisão difícil. Se o assalto estava oficialmente frustrado, os vigilantes não tinham conseguido neutralizar todas as ameaças, e ficar ali com o BOPE do lado de fora era algo perigoso: eles poderiam ser confundidos com os criminosos e, tecnicamente, eram considerados criminosos apesar da simpatia que o povo e a polícia tinha por eles.

    O que eles vão fazer?

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    Lâminas, Balas e Rosas - Capítulo I - Página 2 Empty Re: Lâminas, Balas e Rosas - Capítulo I

    Mensagem por Count Zero Seg Jul 20, 2020 6:34 pm


    O tempo estava acabando. A qualquer momento a polícia entraria, e isso não seria bom. Os vigilantes eram, oficialmente, criminosos segundo à jurisdição, independente da simpatia pública que recebiam. Eles tinham que acabar com aquilo logo e dar o fora antes que o BOPE invadisse.

    Seguindo o exemplo dos atiradores, Carrasco buscou abrigo, ainda aproveitando a escuridão e a confusão causada pelos flashbangs. Ele sacou sua S&W 500, aquela bela e cromada manifestação de morte que tornara-se sua marca registrada. Ele acaricio a arma, ávido para fazê-la cuspir seus letais projéteis magnum .500, mas não antes de alguns detalhes. De um jeito ou de outro, a hora de ser sutil e discreto tinha chegado ao fim.

    BFG (Big Fucking Gun):

    – Três desceram ao inferno, quatro ainda restam embarcar... – falou propositalmente alto, atraindo a atenção dos algozes com a sua voz. – O momento de brincar chegou ao fim. Na escuridão não há deus que os salve de mim, não onde se esconder, tampouco ninguém ouvirá seus pedidos de misericórdia. No escuro eu... sou... soberano. Heh, heh, heh, heh...

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    Mensagem por Dracone Ter Jul 21, 2020 8:53 pm

    Rosa vermelha esperou a oportunidade perfeita para atirar. Ali, oculta na escuridão, ouviu seu companheiro falando em voz alta.

    Carrasco escreveu:– Três desceram ao inferno, quatro ainda restam embarcar... – falou propositalmente alto, atraindo a atenção dos algozes com a sua voz. – O momento de brincar chegou ao fim. Na escuridão não há deus que os salve de mim, não onde se esconder, tampouco ninguém ouvirá seus pedidos de misericórdia. No escuro eu... sou... soberano. Heh, heh, heh, heh...

    Ela riu debochada, fazendo questão de mostrar aos assaltantes o quão divertido estava. Aproveitaria essa distração para atacá-los por trás.
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    Lâminas, Balas e Rosas - Capítulo I - Página 2 Empty Re: Lâminas, Balas e Rosas - Capítulo I

    Mensagem por JTaguchi Qua Jul 22, 2020 2:57 pm

    O Carrasco escreveu:– Três desceram ao inferno, quatro ainda restam embarcar... – falou propositalmente alto, atraindo a atenção dos algozes com a sua voz. – O momento de brincar chegou ao fim. Na escuridão não há deus que os salve de mim, não onde se esconder, tampouco ninguém ouvirá seus pedidos de misericórdia. No escuro eu... sou... soberano. Heh, heh, heh, heh...

    A voz do vigilante ecoou pelo mercado, atraindo a atenção dos criminosos. Eles não tiveram muita sorte e, ao saber que eram atacados pelos vigilantes mais sanguinários da cidade, começaram a entender que talvez devessem ter se entregado à polícia. Agora podia ser tarde demais.

    Enquanto o Carrasco os intimidava, sua parceira contornou o lugar até encontrar o esconderijo deles. Não estavam no mesmo lugar, mas estavam próximos o suficiente para se comunicarem. Rosa Vermelha se esgueirou pela escuridão, contornando a área onde os criminosos estavam. Pé ante pé, ela se aproximou dos meliantes sem que eles percebessem. Estava pronta para atacar o primeiro quando ele se virou casualmente para trás e a percebeu. Houve tempo suficiente para que ele disparasse uma curta rajada em sua oponente, que foi ao chão no mesmo momento. A blindagem não fora o suficiente para absorver todo o impacto. A vigilante logo sentiu a cabeça girar e as forças começarem a abandonar seu corpo. Então era assim tomar uma rajada de tiros?

    Em algum ponto longe dali, a porta do mercado foi destruída. A polícia começava a entrar.

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    Mensagem por Dracone Qua Jul 22, 2020 7:18 pm

    Com a distração de Carrasco, Rosa vermelha aproveitou para se aproximar furtivamente dos assaltantes por trás. Mas por puro azar um deles percebera sua aproximação e a acertou. Rosa vermelha sentiu uma dor aguda e logo depois sua visão começava a se embaralhar e tudo ficar meio confuso.

    - Filho da puta... filho da puta eu vou arrancar sua cabeça - sussurrou enquanto apertava o ferimento, sentindo o sangue quente descer.

    A dor era demais. Em um movimento desesperado tentou se esconder novamente, mas ouviu o barulho da polícia invadindo o lugar. Era só isso que faltava pra dar uma merda ainda maior. Não sabia o que poderia ser pior, acabar morta ali ou presa. Preferia morrer, mas faria o possível para que não fosse esse o dia.

    - Fui atingida - falou no ponto do rádio, voz transmitindo a dor do ferimento. - Precisamos sair, a polícia fodeu com tudo.

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    Mensagem por Count Zero Qua Jul 22, 2020 10:27 pm


    Os reféns estavam bem. Não haviam sido atingidos. De certa forma foi um sucesso, mas um sucesso parcial. Os filhos da puta tinham sobrevivido e Rosa estava machucada. A prioridade era tirá-la de lá e levá-la para Hugo. Eles teriam tempo para caçar os merdas individualmente, afinal o rosto deles estariam em cada jornal na manhã seguinte.

    – Fui atingida – falou Rosa no ponto do rádio, voz transmitindo a dor do ferimento. – Precisamos sair, a polícia fodeu com tudo.

    – Estou indo – respondeu, movendo-se até ela furtivamente.

    Eles tinham que sair de lá. A polícia estava chegando e isso seria uma grande merda.

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    Mensagem por JTaguchi Qui Jul 23, 2020 9:10 pm

    De repente, quinze homens armados até os dentes entraram no supermercado prontos para atirar em qualquer oponente armado. O espanto dos assaltantes com a presença dos vigilantes somado à surpresa da entrada dos policiais os deixou completamente fora de ação, sem saber o que estava acontecendo.

    Enquanto se arrastava para fora do alcance dos bandidos, Rosa Vermelha sentiu a dor dos ferimentos aumentar. Logo seu parceiro apareceu e a arrastou dali enquanto os bandidos trocavam tiros com a polícia. Os dois saíram a tempo de ver dois deles caindo e o último erguendo as mãos em sinal de rendição. Apesar de tudo, era uma vitória.

    Uma vez no Sarcófago, a luz do bairro voltou ao normal. A essa altura, os vigilantes já estavam longe, sentindo a adrenalina baixar o nível. Maria sentiu, pela primeira vez, a dor aumentar exponencialmente. Era pior do que ela imaginava.

    ***


    Heitor estava esperando na base assim que os dois estacionaram. Junto dele, Hugo também estava, ao lado de uma maca com aparato suficiente para manter uma operação médica em caso de emergência. Não parecia feliz.

    - Vocês demoraram demais. - repreendeu, depois tirou Maria do banco do passageiro. - Vamos lá, garota. Fique conosco. Você é forte, vai conseguir. Hugo, vá em frente.

    Assim que Heitor a colocou sobre a maca, Hugo começou seu procedimento. Cortou o traje da moça e começou a tirar os projéteis, um por um. Era hora de começar a próxima parte do trabalho. Depois de algumas horas, ele deu uma olhada no ferimento de Walther. Felizmente, o caso dele era bem menos grave: a bala tinha pego de raspão.

    - Vocês precisam descansar. - disse ele, assim que terminou. Tinha o aspecto cansado. - Walther conto com você para manter Maria longe das ruas nos próximos dias. Só assim ela vai conseguir se recuperar. Você também, seria bom fazer uma pausa.

    - Eu concordo. - Heitor entrou na conversa, sentado ao lado do leito de Maria. - E acredito que já está na hora de a cidade conhecer os nossos novos amigos. O que acha, Walther?

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    Mensagem por Count Zero Sex Jul 24, 2020 3:27 am


    Quando chegaram à base, Hugo estava de prontidão com uma maca, pronto para curar dos ferimentos da dupla – principalmente de Rosa, que era quem estava mais grave. Ao lado dele, estava Heitor com uma cara de quem comeu e não gostou.

    – Vocês demoraram demais – repreendeu, depois tirou Maria do banco do passageiro. – Vamos lá, garota. Fique conosco. Você é forte, vai conseguir. Hugo, vá em frente.

    – Preocupe-se com os ferimentos dela. Dar esporros não é prioridade aqui, tampouco é do feitio de sua nobre pessoa... – respondeu, enquanto saltava do Sarcófago com uma cara tão feia quanto a do Carrasco. Se Heitor estava mal humorado, Walther estava muito pior. Aqueles que conviviam com ele sabiam que ele só usava sarcasmo quando estava realmente puto da vida.

    Walther permaneceu do lado de Hugo, zelando por Maria, enquanto ela era operada. Ele ainda estava com metade da roupa do Carrasco, e isso dava a ele um aspecto de action figure em tamanho real, uma vez que ele estava literalmente congelado encarando Maria. O único sinal de vida estava no brilho dos olhos, que era um misto de preocupação e inquietação.

    Quando finalmente acabou e ele viu ela estável na maca, ele colocou a mão mumificada no ombro de Hugo e disse:

    – Muito bom, garoto. Você é ótimo. De fato seria um desperdício mantê-lo naquela geladeira por muito mais tempo.

    – Vocês precisam descansar – disse ele, assim que terminou. Tinha o aspecto cansado. – Walther conto com você para manter Maria longe das ruas nos próximos dias. Só assim ela vai conseguir se recuperar. Você também, seria bom fazer uma pausa.

    – Eu concordo – Heitor entrou na conversa, sentado ao lado do leito de Maria. – E acredito que já está na hora de a cidade conhecer os nossos novos amigos. O que acha, Walther?

    – Não se preocupe comigo – respondeu, mais casualmente. – Suas olheiras estão piores do que as minhas. Nada que um café forte não resolva, no meu caso. Além disso, com uma parceira como a minha na delegacia, que simplesmente não cala a boca um minuto para nada, paz é uma utopia e tanto em minha vida. Mas não se preocupe quanto a Maria. Eu convenço a mãe dela a acorrentá-la na cama, se for preciso.

    E então ele se virou para Heitor e disse:

    – Vou descansar quando terminar o serviço. Não podemos deixar o serviço pela metade por falta de sorte. Se os filhos da puta perceberem que alguns marginais toparam conosco e sobreviveram, eles vão ficar mais ousados e aí as coisas vão piorar... Hugo pode brincar como ele quiser, mas esses são meus, de acordo? Me passe uma lista de todos que sobreviveram. Eu vou caça-los e esquartejá-los um por um.
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    Mensagem por Dracone Seg Jul 27, 2020 9:44 am

    A volta para a base foi uma tortura. O ferimento ardia como se estivesse queimando cada vez mais. Maria Eduarda gemia de dor no banco vez ou outra no trajeto, já quase delirando.

    - Filho da puta, desgraçado. Eu vou te pegar. Vou arrancar seu braço, depois o outro, depois as pernas.... e ai... a cabeça...

    Quando chegaram Hugo e Heitor estavam já a postos para recebê-los e ajudar. Hugo foi logo socorrendo Maria para operá-la enquanto ela continuava delirando coisas mórbidas sobre arrancar os pedaços de quem havia atirado nela de modo que o mau humor coletivo ali era completamente ignorado por seus delírios.

    Depois de um tempo Hugo conseguiu estabilizá-la. Estava meio anestesiada ainda enquanto ouvia eles conversarem sobre dar um tempo.

    - Obrigada, Hugo - murmurou. - Já estou colecionando remendos seus.

    Vocês precisam descansar – disse Hugo, assim que terminou. Tinha o aspecto cansado. – Walther conto com você para manter Maria longe das ruas nos próximos dias. Só assim ela vai conseguir se recuperar. Você também, seria bom fazer uma pausa.

    – Eu concordo – Heitor entrou na conversa, sentado ao lado do leito de Maria. – E acredito que já está na hora de a cidade conhecer os nossos novos amigos. O que acha, Walther?

    - Hei, eu tô ouvido essa merda toda aí. - ela protestou - Eu não vou descansar merda nenhuma até rasgar o filho da puta que me acertou ao meio.

    Não se preocupe comigo – Walther respondeu, mais casualmente. – Suas olheiras estão piores do que as minhas. Nada que um café forte não resolva, no meu caso. Além disso, com uma parceira como a minha na delegacia, que simplesmente não cala a boca um minuto para nada, paz é uma utopia e tanto em minha vida. Mas não se preocupe quanto a Maria. Eu convenço a mãe dela a acorrentá-la na cama, se for preciso.

    Maria Eduarda lançou um olhar azedo para Walther, depois para Heitor e Hugo.

    - Qual é!?!?! Amanhã eu já vou estar novinha em folha. Hugo tem mãos abençoadas. Sem essa, a gente pode todo mundo tocar o terror, os quatro. Vai ser melhor ainda. Heitor...!? - olhou para ele como quem diz "cara, você me entende né? Não vai me obrigar a ficar como uma imprestável, vai?"

    – Vou descansar quando terminar o serviço. Não podemos deixar o serviço pela metade por falta de sorte. Se os filhos da puta perceberem que alguns marginais toparam conosco e sobreviveram, eles vão ficar mais ousados e aí as coisas vão piorar... Hugo pode brincar como ele quiser, mas esses são meus, de acordo? Me passe uma lista de todos que sobreviveram. Eu vou caça-los e esquartejá-los um por um.

    - Walther tem toda a razão. Se deixarmos barato a coisa vai sair do controle.
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    Lâminas, Balas e Rosas - Capítulo I - Página 2 Empty Re: Lâminas, Balas e Rosas - Capítulo I

    Mensagem por JTaguchi Seg Jul 27, 2020 3:32 pm

    Maria Eduarda escreveu:- Hei, eu tô ouvido essa merda toda aí. - ela protestou - Eu não vou descansar merda nenhuma até rasgar o filho da puta que me acertou ao meio.

    Heitor sacudiu a cabeça, num sinal negativo.

    - Você tomou uma rajada, porra. Sabe o que é isso? - indagou. - Hugo já disse que você está fora de combate pelas próximas semanas, e não pretendo contrariá-lo. Além disso, vou providenciar para que você tenha um lugar para morar longe da sua família. O que você vai dizer à sua avó quando ela te ver desse jeito? A desculpa que você se machucou no treino não vai colar dessa vez. Como demonstração de boa vontade, vou deixar você decidir onde ficar durante sua recuperação. Mas não vou admitir que coloque sua família em risco de novo.

    Era uma merda, mas ele tinha razão. Heitor tinha uma forma de agir que misturava prepotência e senso de dever, e por mais que ele não verbalizasse, ela sabia que ele os encarava como responsabilidade sua. Ela não sabia até onde isso era apenas uma preocupação profissional, já que aquela festa de gala na Gladius pendia entre os dois de forma indefinida e omitida. Desde aquela noite, não houve tempo nem oportunidade para falar sobre aquilo. A situação ficava constrangedora quando não havia bandidos para combater, e Maria começava a sentir que uma parte de si estava atrofiada.

    Walther escreveu:– Vou descansar quando terminar o serviço. Não podemos deixar o serviço pela metade por falta de sorte. Se os filhos da puta perceberem que alguns marginais toparam conosco e sobreviveram, eles vão ficar mais ousados e aí as coisas vão piorar... Hugo pode brincar como ele quiser, mas esses são meus, de acordo? Me passe uma lista de todos que sobreviveram. Eu vou caça-los e esquartejá-los um por um.

    Heitor balançou a cabeça.

    - Faremos isso, mas primeiro vocês vão descansar. Você também está ferido, Walther, e eu não posso arriscar vocês de novo enquanto feridos. Hugo vai ficar um tanto ocupado com o tratamento da Maria, então esta ação vai ficar para você e Bárbara. Mas por enquanto, não sei nem se a polícia os deixou vivos.

    Walther respirou fundo, sentindo-se cansado. Mais cansado do que gostaria de admitir. Além disso, agora que já não estava mais cego de adrenalina, começou a sentir que o ferimento doía. De fato, precisava descansar e pensar em outras coisas que não aquela vida de vigilante. Talvez algumas semanas de férias, aproveitando somente o trabalho na delegacia - que já era exaustivo - e talvez dedicando um tempo à sua vida pessoal. Não sabia quando teria alguma oportunidade dessas de novo, e os dois novatos estavam cheios de energia para começar. No fim das contas, não era uma ideia ruim.
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    Lâminas, Balas e Rosas - Capítulo I - Página 2 Empty Re: Lâminas, Balas e Rosas - Capítulo I

    Mensagem por Count Zero Seg Jul 27, 2020 5:19 pm


    Resumo do Estado de Espírito do Walther:

    – Faremos isso, mas primeiro vocês vão descansar – respondeu Heitor. – Você também está ferido, Walther, e eu não posso arriscar vocês de novo enquanto feridos. Hugo vai ficar um tanto ocupado com o tratamento da Maria, então esta ação vai ficar para você e Bárbara. Mas por enquanto, não sei nem se a polícia os deixou vivos.

    – Bárbara? – Walther olhou Heitor com um misto de frieza e dúvida. – Achei que as duplas estavam definidas aqui. Free for all, pelo jeito…

    “É… bacana para caralho…”

    Ele calou a boca. Não adiantava discutir com Heitor e ele já estava sem paciência para ficar estendendo a conversa de forma indefinida. Ele terminou de se trocar ali e mesmo e pegou suas coisas, colocando-as em uma mochila. Antes de sair, ele se virou para Maria e falou:

    – Sinto muito, Duda. Mas poderia ter sido pior. Você poderia estar indo para casa e ter de aturar uma ficante chata que tudo que sabe fazer é ficar gritando no seu ouvido o tempo todo. Bem, posso sugerir São Bernardo do Campo? É bem legal, lá. Tem muito condomínio no meio do nada onde você poderá ter um pouco de paz.

    Ele deu um último tapinha no ombro de Hugo e saiu.

    “Descansar. Dormir. Como se paz fosse algo de se ter nessa porra de cidade.”

    Walther deixou o complexo, pegou seu carro no estacionamento e tomou o rumo de casa. Seus planos eram tomar um analgésico, cair na cama e apagar. Enquanto dirigia, ele torcia com todas as forças do coração para a que a filha de Bernardo não estivesse lá ou ligasse para ele.
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    Lâminas, Balas e Rosas - Capítulo I - Página 2 Empty Re: Lâminas, Balas e Rosas - Capítulo I

    Mensagem por Dracone Qua Jul 29, 2020 9:00 pm

    - Você tomou uma rajada, porra. Sabe o que é isso? - indagou. - Hugo já disse que você está fora de combate pelas próximas semanas, e não pretendo contrariá-lo. Além disso, vou providenciar para que você tenha um lugar para morar longe da sua família. O que você vai dizer à sua avó quando ela te ver desse jeito? A desculpa que você se machucou no treino não vai colar dessa vez. Como demonstração de boa vontade, vou deixar você decidir onde ficar durante sua recuperação. Mas não vou admitir que coloque sua família em risco de novo.


    Maria Eduarda revirou os olhos e bufou. "Porque diabos ele fala como se mandasse em mim?"

    - E que desculpa eu vou dar para sair de casa? Enfim... Depois a gente conversa sobre isso. - olhou para ele meio mau humorada.

    – Sinto muito, Duda. Mas poderia ter sido pior. Você poderia estar indo para casa e ter de aturar uma ficante chata que tudo que sabe fazer é ficar gritando no seu ouvido o tempo todo. Bem, posso sugerir São Bernardo do Campo? É bem legal, lá. Tem muito condomínio no meio do nada onde você poderá ter um pouco de paz.

    Duda riu cansada. Realmente, Clarissa sabia ser um porre às vezes. No lugar do Walther talvez fosse melhor ter levado um tiro em vez de ter que aturar as surtadas dela. Riu internamente com o pensamento. Pelo menos era uma ficante, mesmo que raso, é algo que dá pra classificar. Não poderia dizer a mesma coisa a respeito dos caras que tinha tido algo. Suspirou e fechou os olhos.

    - Boa sorte, Walther. Se eu fosse você dava um jeito de sumir também, já que o Heitor está oficialmente nos cancelando aqui. - falou de olhos fechados e um sorriso debochado.

    Depois que Walther foi embora Maria se virou para Heitor.

    - Então? Que desculpa eu vou dar para sair de casa? E outra, eu não quero ficar longe. Quero continuar na cidade, não vou sair daqui. - ela olhou nos olhos dele com um sorriso divertido - Mas tenho certeza que deve ter um quarto vago naquela sua casa enorme. Assim você fica de olho em mim. Bem de perto.
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    Lâminas, Balas e Rosas - Capítulo I - Página 2 Empty Re: Lâminas, Balas e Rosas - Capítulo I

    Mensagem por JTaguchi Qua Jul 29, 2020 10:05 pm

    Hugo terminou o serviço e se despediu de todos. Ia dormir um pouco antes que seu plantão terminasse. Logo depois, Walther também se despediu e rumou para casa, desejando nada além de uma noite de paz e solidão. Restaram apenas Maria e Heitor na sala, mergulhados num silêncio constrangedor.

    Maria Eduarda escreveu:- Então? Que desculpa eu vou dar para sair de casa? E outra, eu não quero ficar longe. Quero continuar na cidade, não vou sair daqui. - ela olhou nos olhos dele com um sorriso divertido - Mas tenho certeza que deve ter um quarto vago naquela sua casa enorme. Assim você fica de olho em mim. Bem de perto.

    -Você já tem idade para sair de casa e ganha o suficiente para se manter. - disse ele, como se fosse óbvio. - Mas não pode continuar dessa forma. Você tem pai, irmãos e uma avó. Eles estão expostos com você lá. Não acredito que seja necessário uma desculpa.

    Então veio a insinuação. Diferente do que ela imaginava, não pareceu nem um pouco constrangido por aquilo. Apenas deu um sorriso de canto, a despeito da tensão da situação.

    - Bem, você não precisava de tudo isso, se a intenção era só passar uma noite em casa. - disse. - Poderíamos resolver isso de uma forma muito mais eficiente, sem a necessidade de tiros ou indiretas.

    Walther chegou em casa sentindo-se um caco. O apartamento estava vazio e escuro, indicando que seu fim de noite poderia ser tranquilo. O celular em seu bolso vibrou. Era Clarissa.

    Clarissa escreveu:Você está bem? Vi o noticiário. Quer que eu dê um pulo aí? Posso cozinhar.

    Apesar de todas as críticas, ele tinha que admitir que estava com fome. Como o típico solteiro workaholic, Walther quase nunca cozinhava e sua geladeira vivia vazia. Embora Clarissa fosse difícil de lidar, ele tinha que admitir que não ficava com ela apenas por conveniência. Seria uma boa ideia deixá-la vir?
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    Lâminas, Balas e Rosas - Capítulo I - Página 2 Empty Re: Lâminas, Balas e Rosas - Capítulo I

    Mensagem por Count Zero Qua Jul 29, 2020 11:27 pm


    Finalmente Walther estava em casa. Aquela escuridão e silêncio eram muito bem-vindos. Ele se dirigiu para o banheiro, largando suas coisas em cima do sofá. Já começava a desabotoar a camisa, ávido para tomar um banho e cair na cama, mas foi então que, como sempre, a alegria durou pouco. O celular vibrava no bolso.

    “Clarrisa. Óbvio. Lá vamos de novo…”

    A mensagem que ele recebeu foi a seguinte:

    “Você está bem? Vi o noticiário. Quer que eu dê um pulo aí? Posso cozinhar.”

    Walther fez uma careta como se estivesse tendo um infarto. Aturar Clarissa era a última coisa que queria agora. Decidiu responder logo e avisar que iria dormir. Se ele ignorasse seria a deixa perfeita para ela aparecer sem mais nem menos.

    “Estou bem. Não se preocupe. Eu adoraria, mas estou morto de cansaço. Vou tomar um banho e dormir. Amanhã a gente se fala. Toma cuidado.”

    Ele largou o celular no primeiro canto que viu e entrou no chuveiro. Seu estômago estava roncando de fato, mas ele não deu a mínima. Comeria algo ao acordar. Agora tudo o que queria era sossego e dormir. E não era exagero algum, pois assim que encostou a cabeça no travesseiro, apagou.
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    Lâminas, Balas e Rosas - Capítulo I - Página 2 Empty Re: Lâminas, Balas e Rosas - Capítulo I

    Mensagem por Dracone Seg Ago 03, 2020 8:26 pm

    - Bem, você não precisava de tudo isso, se a intenção era só passar uma noite em casa. - disse. - Poderíamos resolver isso de uma forma muito mais eficiente, sem a necessidade de tiros ou indiretas.

    Ela sorriu, olhando-o fixamente.

    - Você sabe, eu gosto de efeitos dramáticos. - suspirou porque se deu conta de que apesar de poder passar a noite na casa de Heitor não poderia fazer muita coisa nas condições em que se encontrava. - Me leva pra sua casa, então. Depois eu penso para onde eu vou.

    Mais um motivo para querer arrancar todos os membros daquele bandido maldito e depois partir ao meio. A deixara gravemente ferida e acabava de empatar uma foda das boas. Ah, isso não vai ficar assim mesmo!
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