Capítulo 1 - Noites Tempestuosas

Recupero-me da visão da vida de Patrick. Agora a bolsa é uma pessoa com nome e uma filha. Agora, com a mente mais leve, recordo-me porque prefiro beber sangue ensacado.

Volto a amordaça-lo, não foi uma boa ideia deixa-lo falar. Ponho uma mão em seu ombro, mas retiro rapidamente. Olho rapidamente para os cadáveres caídos. Horrível.

Ainda há uma vítima intacta, o mendigo mais jovem. Olho para a única que, como eu, não matou sua fonte. Estamos ambos famintos. Indico-o com minha cabeça. Falo em sussurros.

Tony: Podemos poupa-lo se nos alimentarmos com cuidado. Tudo bem?

[OFF:

Se Catherine concordar, eu mordo o mendigo pelo pulso e bebo só um pouco, o mínimo possível.]

Ah… o sangue. O precioso e tão desejado néctar. Como era bom sentir novamente aquele sabor inebriante, fonte da não-vida, inundando seu corpo de prazeres. Ela bebia de… Oliver… Sim, era esse o nome de sua vítima. Ela via o homem diante de algo que ela não fazia a menor ideia do que era, mas, pelo que percebia, era capaz de “dar dinheiro” para outra pessoa? Ó, como a humanidade havia progredido!

A visão avançava e ela entendia mais sobre Oliver. Ele era um filho, um bom filho, que procurava ajudar sua mãe. Ela podia sentir o amor e também a frustração do jovem. Um jovem simples e trabalhador. Dedicado, preocupado e amoroso. Ela queria continuar com Oliver, pois a visão lhe trazia emoções, mas quando percebe, o fluxo da fonte da não-vida cessa, e Oliver desfalece em seu abraço da morte. Ela perdera o controle e agora, Oliver estava morto. Não era sua intenção… mas acontecera. Ela abaixa os olhos, repreendendo a si mesma. Havia permitido que a fera que existia dentro de si tomasse o controle, e agora o jovem que cuidava de sua mãe estava morto.

Com cuidado ela se abaixa, colocando Oliver no chão. Ela retira a venda que cobria os olhos do jovem e se depara com olhos arregalados, congelados para sempre no momento do prazer e terror final. Não havia nada o que ser feito para reverter a situação, mas com delicadeza, Alice solta as mãos de Oliver e cruza-as sobre o peito, dizendo baixinho:

- Lamento ter tomado sua vida, mas serviste a um propósito maior. Que a sua alma possa ser levada para um lugar de paz.

Não sabia porque dizia aquilo, mas sentia-se muito próxima de Oliver naquele momento, mas não havia como reparar o mal que estava feito, por isso ela se levanta e se encaminha para as roupas. Tudo era bastante diferente do que estava acostumada a vestir em seu tempo, mas ela vira como as jovens estavam vestidas, e por isso busca algo mais parecido com o que viu. Pelo que usavam, não fazia frio intenso. Nada do que estava ali era adequado para se apresentar diante de Mithras e isso a incomodava, mas se era o que tinham a oferecer no momento, não perderia tempo.

Ela leva algumas peças e vai para o banho. Não tinha vergonha com a nudez, por isso entra no banheiro e começa a tomar o seu banho sem se importar com os outros que logo também estariam lá. Queria apenas lavar o seu corpo e quem sabe, seus próprios pecados…

O sangue dela era doce e me dava o melhor sabor que eu poderia ter, as memórias da garota vinham até mim de forma que eu me conectava com a mesma profundamente enquanto me deliciava. Quando comecei a perceber que estava matando a mesma de alguma forma eu parei por alguns minutos logo lambendo onde havia mordido, em questão de segundos as presas haviam sumido de seu pescoço e ao ouvir a mesma me senti um monstro por alguns segundos logo suspirando.

— Não correu nada minha querida, você está bem e não se preocupe tentarei te libertar. — Falava enquanto segurava a mesma com cuidado a ajudando a voltar para a outra sala.

Assim que percebi que ainda havia pessoal intactas fechava os olhos rapidamente logo ouvindo a voz de um dos cavaleiros. — Mas é claro. — Concordei com ele logo mostrando as presas tentando morder o mesmo.

Com a concordância dela, eu me aproximo do mendigo – não tiro sua mordaça, limito-me a erguer seu punho preso e morder o mais próximo possível do pulso, evitando o pescoço sujo e suado. Uma mordida curta, rápida. Sinto o sangue fluir para dentro, só um pouco, o suficiente para me sentir um melhor, mas não saciada. Lambo a ferida e me afasto.

Aproximo-me de Adelino e falo com ele em um tom baixo, mas firme.

Tony: Eu realmente gostaria que deixem os sobreviventes partirem livres e vivos. Não creio que haja mais necessidade de sofrimento humano desnecessário. A Máscara deve ser preservada, por isso conto com suas habilidades em lidar com as memórias deles, mas chega de mortes, por favor.

Ao morder o mendigo senti seu sangue parecer como uma comida vencida e mesmo assim teria de me saciar de alguma forma, não era a todo momento que teria uma grande refeição como a anterior e sendo assim teria de aceitar naquele momento.

Conforme me sentia saciada lambia seu outro braço para poder curar onde havia mordido. — Não foi o melhor que tomei, mas pelo menos estou me sentindo melhor. — Dizia ao meu mais novo companheiro enquanto via ele ir até Adelino e como havia prometido a moça poderia tentar ajudar.

— Ele tem razão, eles não merecem mais sofrer e se quiser eu mesma me encarrego deles. — Falava de modo sério esperando sua resposta, para depois ir tomar um banho e me trocar.

Enquanto estou visualizando as memorias de Anya, bebendo o sangue dela, minha vontade é de sorrir. É uma memória tão pitorecas, tão gostosa, assim como o sangue dela. Anya parecia ser uma boa pessoa com sonhos e objetivos bastante nobres. Uma pena que sua história terminou desse jeito, mas de certa forma, ela esta salvando vidas, afinal, ao dar a própria vida para mim, me alimentando, através de mim ela poderá salvar inumeras vidas que eu salvarei enquanto trabalho para o Senhor Mithras.

Ele optara pelo idoso pois ao em menos tese ele teria a vida mais complexa e absorver sua vitae lhe permitiria ter um relance da mesma. Nunca fora da intenção do Hecata dar cabo da vida do mortal. Ele sempre lutou contra esse impulso... Matar alguém tolhia Banerjee de estuda-las devidamente, dada sua obsessão. No entanto, uma vez mais a Fome falara mais alto.

O Anglo-Indiano se alimentara rápido demais e com muita sede, talvez pelo tempo que passara em torpor, e sentira a vida do sem teto se esvair em suas mãos.... Ele tivera uma vida muito árdua e talvez o beijo do Hecata tivesse sido a panaceia que o homem precisava mas, ainda assim, aquilo cortara fundo na alma do Cainita. E ele se ressentia com a própria falha. Fora fraco e deixara seu lado monstruoso falar mais alto.... Endereçara, mais uma vez, uma alma ao Oblivio e esperava que lá ele conseguisse a redenção que tanto buscou no plano mortal

Ele deita o homem no chão com cuidado, se preocupando e fechar seus olhos, caso estivessem abertos, deixando-lhe em posição de quem dormia calidamente.

Ele fecha os olhos como se dirigisse uma breve oração à memória do homem e, em seguida, olha a sua volta... Via os demais Arautos terminando de se alimentar, alguém tendo ceifado a vida de suas vítimas, e ele se perguntava se esse era o destino daquele seleto círculo de espécimes no qual se inseria... Ceifar a vida de todos a sua volta e tornar o mundo uma tumba de seres não vivos... Ele sutilmente balança negativamente a cabeça em desaprovação e se dirige ao acólito que tinha lhes tirado do sono eterno, e segredava em seu ouvido'

"- Caso seja permitido, dê o devido enterro a esse homem do qual me alimentei. Ele já sofrera demais em vida. Seu corpo merece algum respeito."

Ele aguarda para saber se o acólito havia entendido e em seguida parte para escolher suas novas roupas... Desconhecia a moda da sociedade que agora se inseria, mas escolhera calças escuras escuras e camisa preta e runa para o banho onde se demorara o tempo bastante para se limpar completamente.

Ele se veste com o esmero que lhe era possível, dada a situação, e então retorna a sala comunal onde escolhe sapato preto calçando-o e aguarda os demais, ainda com seus sentidos aguçados.

O Hecata singrava entre os corredores junto aos demais Arautos. Seus sentidos aguçados sobrenaturalmente pululavam a cada curva enquanto absorvia a mudança dos tempos a sua volta. A arquitetura fora a primeira coisa que percebera... Todas as nuances e curvas se perderam na história, dando lugar a ângulos retos e ascesticos... Talvez o "homem moderno" tivesse perdido a noção da beleza no pós-guerra... E talvez essa sensação se tornava quase certeza após verificar os inúmeros aparelhos que piscavam e zuniam naquilo que seria um escritório, talvez.

Deveras, a humanidade agora colecionava televisores e telefones sem que houvesse, pelo menos para Banerjee, um motivo específico para isso... Teriam as indústria chegado a tal ponto na psique humana que a convencera que a acumulação era o meio para o bem estar? Banerjee teria muito a aprender e observar.

Perdido nessas divagações, o Hecata percebe que os dois homens se apresentavam. O primeiro com o devido respeito à função que os recém acordados possuíam, o segundo nem tanto... No entanto era importante ver o culto Mithraico forte depois de todos esses anos....

Ele então se apresenta, sutilmente analisando a postura do seu interlocutor, seu sotaque Anglo-Indiano se destacando ..

"-Henry Banerjee... O prazer e meu senhor Sheeraze, que lugar peculiar que possui "

Alice seguia com os demais. Ela observava mas não prestava muita atenção mas modernidades daquele tempo. Estava preocupada com outras coisas e sabia que teria bastante tempo para aprender sobre a nova era em que viviam.

Chegavam na sala aonde estavam os dois homens. Darius certamente era um bom anfitrião, ao contrário de Mickey. A Tremere se apresenta ao cumprimentar Darius com um sorriso franco e amigável, dizendo-lhe:

-- Alice Mockingdale. Darius, meu caro, por que fomos despertos? Conte-nos o que está acontecendo. Onde está nosso grandioso Mithras?

Dou minha anuência para Adelino e me retiro. Lavo-me e escolho minhas roupas – não tenho a menor ideia da moda atual, mas imagino que jeans, camiseta e couro sejam atemporais, então visto um jeans azul, uma camisa cinza com uma blusa verde e pego também uma jaqueta marrom-escuro – não tenho a menor ideia do tempo lá fora ou em que estação estamos, mas com essas roupas posso ajustar conforme for o mais adequado.  Tenho sorte de encontrar um cinto da mesma cor da jaqueta. Completo com meias cinzas e boto um bar de botinas de couro, também marrons. Acho que está bom assim.

Tem muitas televisões e telefones aqui, ou pelo menos assim parece. Não tento entender tudo o que observo – haverá tempo para isso mais tarde. A arquitetura é diferente. Será que os bombardeios obrigaram a uma revisão da estrutura dos prédios a ponto de mudar seu formato dessa forma? O quanto Londres havia se recuperado nesses anos? E a pobreza?

Perdi meu negócio na Guerra, perdi tudo. Não lembro ainda o que fazia, mas sei que Mitras me ajudou. Mas sempre temi ter vendido minha alma ao diabo.

Depois do que vi lá embaixo, meu temor aumentou.

Encontramos aquele que deve ser o "chefe" e outro, provavelmente um assistente ou sócio. Pelo menos o Sheeraze agir com respeito, enquanto o outro parecia ter ressalvas.

Tony: _Boa noite, senhores. Sou Tony Castelli. Como comentou meu colega aqui, as coisas parecem ter mudado um pouco desde a última vez que caminhamos pelo mundo.

Senhor Sheeraze, gostaria de poder falar sobre as pessoas que foram trazidas para nos alimentar. Sou grato pela preocupação de vocês de trazê-los a nós, mas uma vez que serviram a seu propósito espero ser possível devolver os sobreviventes às suas famílias e, pelo menos, dar paz de espírito aos parentes dos que partiram entregando seus corpos._

[OFF:

Se precisar rolar alguma Persuasão aí, fique à vontade. Se alguém puder ajudar, fica melhor.]

Sigo meu caminho pelos corredores do armazém com tranquilidade, mas não 100% relaxado, aquelas enormes prateleiras eram bons pontos de vantagem para uma emboscada e eu prestava atenção nisso, ainda não confiava tanto em Adelino a ponto de descartar essa possibilidade.

Ao chegar na área mais moderna do local vejo que a humanidade está perdida mesmo, ele parecem gostar de encher cômodos de televisão, ao que pareceria era uma por pessoa

"imagino o caos que deve ser quando todos estão assistindo alguma coisa, e sério, tem programa pra justificar tudo isso de televisão?"

Quando encontramos os nossos anfitriões, mantenho uma postura ereta e olhos cerrados, estudando com atenção os dois homens.

- Sou Tommy Smith, prazer em conhecê-los - digo de forma educada e estendo a mão para o sheraze e deixo os outros arautos levarem a conversa

Alice ouvia o pedido que Tony fazia, ele estava preocupado com o destino dos mortais e aquilo faz com que reflita sobre a própria humanidade que ainda existia dentro dela.
Ela sentiu por ter matado a sua presa, mas não estava preocupada com o que iriam fazer com os outros.

O anfitrião segue então com as respostas. Alice fica chocada ao saber que Mithras havia sido dado como “morto”, mas que na verdade ele estava escondido. Havia um traidor entre eles…

Ela continuava ouvindo e percebe quando Sheraze se dirige a jovem Arauto de aspecto masculino como senhor. Ela olha para Tony com mais atenção. Sim, de fato era uma voz e um corpo feminino, mas se vestia e comportava como um homem. Alice pensa que talvez fosse uma lésbica masculina, mas se ela, ou melhor, se ele se apresentava como homem, era dessa forma que seria tratado por Alice.
Se não fosse a questão de Mithras, talvez naquele momento Alice até tivesse achaddo uma certa sensualidade naquela situação, mas ela ainda tentava processar a revelação sobre Mithras.

Se Mithras estava escondido, isso fazia dele um fraco. Um verdadeiro deus jamais precisaria se esconder de nada e nem de ninguém. Um certo ar de frustração e confusão tomava a mente da feiticeira.

Ela ouvia as informações que Sheraze ia passando. Ela tentava assimilar e memorizar ao máximo, afinal esta era uma nova era a qual ela teria que se adaptar. Não sabia qual seria sua reação ao ver o mundo 70 anos depois, mas pelo menos já não seria completamente desprevenida.

Sheraze termina de explicar-lhes e ela ainda olhava com curiosidade para o aparelho que recebeu. Não poderia imaginar uma coisa dessas 70 anos atrás. Ela ia perguntar algo quando Tommy se manisfesta. A pergunta dele era, em parte, o que ela iria questionar, embora estivesse agora incerta sobre o propósito de tudo aquilo. De qualquer forma, ela questiona:

-- Sim, assim como o Arauto Smith, também eu desejo saber porque fomos despertados. Eu imaginava que isso aconteceria quando Mithras assim desejasse, e pelo que contou, nosso Mithras está desaparecido. Essa foi uma decisão sua? O senhor é o responsável pelo culto de Mithras durante a ausência de nosso deus?

Alice realmente estava confusa com tudo aquilo… internamente, poderia se dizer que estava até mesmo decepcionada.

Não havia em mim traços de fé. Este sentimento, tão comum e poderoso entre mortais e imortais, era nele inexistente. Recordava-me, bem levemente, de que mesmo quando caminhava sob o sol não possuía uma conexão forte com o Divino, embora flashs veem a mim e me vejo receber em minha boca uma hóstia das mãos de um padre, uma memória antiga e amarga. Eu usava outra identidade naquela época, uma que me atribuíram, mas que não era verdadeira. "Antonia" surge em mente. Quem é essa? Não sei. Não me importa, ela nunca existiu.

Se nunca acreditei no Deus dos cristãos, muito menos em um deus de carne. Mitras era meu benfeitor, sim, e lhe era grato, mas não era meu deus. Ele me ajudou e em troca o servia. Era assim nossa relação e acho que está bom assim.

Ouvir que ele fingiu a própria morte e se escondia apenas reforça minha convicção de que ele não é um deus, apenas um Membro muito antigo e poderoso, mas limitado, suscetível à Morte Final. Vi duas guerras mundiais, sei o que os mortais são capazes de fazer. Seus mísseis, suas bombas, suas metralhadoras. Lembro de Londres bombardeada, das sirenes que anunciavam o ataque. Morte. Morte vindo do céu. Nos escondemos sob a terra como ratos, incapazes de fazer qualquer coisa. Samuel Colt dizia que havia tornado todos os homens iguais, então Braun tornou os cainitas iguais aos mortais.

Tomo nota mental de que uma nova Príncipe se senta no trono, uma Rainha como nos tempos da Idade das Trevas.

Escuto dois dos outros fazerem perguntas à Sheraze, então completo com um comentário.

Tony: Seria importante nos encontrarmos com o próprio Mitras, mas se o lorde está ausente, creio que devemos esperar que ele se manifeste. Enquanto isso precisamos nos estabelecer rapidamente, eu acho, para podermos estar mais bem preparados para qualquer que seja a tarefa diante de nós. Qual a relação da Príncipe com o culto? Como está a Família hoje? E... o que podemos comprar com isso? Como está o custo de vida nesta era moderna?

Não estou realmente com pressa pra saber a natureza da minha missão aqui – se Mitras está se recuperando do bombardeio ou o que seja, então com certeza não há nenhum incêndio pra ser apagado imediatamente. Creio que preciso começar a pensar como um empresário e fazer planos para ter uma boa base nesta era o quanto antes. Começar um negócio, mesmo que pequeno, para prover um refúgio decente e roupas, além de meios de transporte. Estes carros novos, quero dirigir um.

O Hecata ouvia a tudo como se meditasse... Como tudo aquilo poderia ter acontecido no lapso de 70 anos? Como Mithras, entidade mais poderosa que Banerjee teve a honra de conhecer estaria "escondido"? Seria tudo um ataque coordenado da Camarilla?

Envolto nesses pensamentos, mas ciente das perguntas dos demais, as quais em um primeiro momento exauririam os questionamentos do Anglo Indiano, Banerjee segue quieto analisando a cena.

Off: Banerjee ainda com sentidos aguçados, vai analisar as respostas com o intuito de buscar algum nervosismo que possa parecer que Sheeraze esteja mentindo

Quando chegamos em uma sala de reunião, decidi apenas assentir com a cabeça como um gesto de conhecê-los enquanto um deles tocava em minha mão, tentei não falar nada e apenas ouvia as orientações e explicações do mesmo sobre Mithras me fazendo ficar curiosa sobre mim mesma. Será que eu fui a culpada daquilo já que em minha visão eu vi um bombardeio ou só seria uma coincidência, porém, naquele momento tentei não falar nada até levantar a mão para lhe questionar algo.

— Se nosso senhor Mithras está escondido, onde ele está? Acredito que todos nós queremos saber onde nosso senhor se encontra. — Falei de modo sério enquanto as explicações sobre o novo mundo ocorriam e logo que ele me entregava o dinheiro eu bufava demonstrando a minha raiva. — Você só pode estar de brincadeira, onde está o resto do meu dinheiro? — Os questionava demonstrando a minha frustração enquanto ele me entregava um aparelho diferente do que eu havia visto e logo ele me ensinava a usá-lo.

— Vocês ainda não responderam a minha pergunta sobre o senhor Mithras e sobre o meu dinheiro, isso é um insulto à minha pessoa? — Falei enquanto guardava o aparelho celular.

Eu escuto com a atenção as informações modernas que passam e adimito que pra mim tudo aquilo era confuso e fascinante. Na minha época um telefone era um bem de luxo, tão importante quanto ter um apartamento, no preço inclusive, e hoje em dia são até descartaveis. É algo dificil de entrar em minha cabeça. Carros já tinham em minha epoca, então o fato de estarem mais modernos é compreensivel, até mesmo decepcionante, afinal na minha época se sonhava muito com carros voadores e hoje em dia ainda temos carros a gasolina, isso é altamente decepcionante. Mas o que realmente importava de tudo falado é a destruição do senhro Mitrhas. Eu não posso evitar de arregalar meus olhos, simplesmente inconcebivel, mesmo que não esteja destruido e sim escondido se recuperando do ataque, isso é impossível afinal o senhor Mitrhas é um deus, como ele poderia sofrer tantos danos de um ataque como esse. Eu pergunto

- Então dr Shirazi, o que exatamente nós precisamos fazer? Recuperar a posição do Senhor Mitrhas na sociedade? Vingar o ataque? O que exatamente nossa comunidade Mithraica requisita de nós?