Capítulo 1 - N'yloth Tsarram

Antes do grupo se separar, o barão Arthminos se levanta da cadeira e diz:

- Acho que acabamos a nossa pequena reunião aqui, senhores. Eu preciso voltar para Lua Alta antes que percebam a minha ausência, então me despeço de vocês agradecendo pela hospitalidade e pela comida de Necross. Acredito que eu tenha dado a minha parcela de contribuição, o resto agora é com vocês. Janus, Grimlock, acho que algum de vocês conseguirá me contatar através de magias. Deixem-me informado de tudo o que ocorre e se precisarem de qualquer ajuda estarei sempre a disposição.

Arthminos retira o seu chapéu de pena numa leve reverência aos presentes e é o primeiro a deixar o recinto. Em seguida e orientada pelo necromante, Shaíra segue até o cômodo de Necross para rezar pela sua divindade em paz, enquanto que Janus vai atrás de Arthminos até alcançar a porta principal da mansão que dava para os jardins.

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A devota de Talos faz um caminho longo e solitário pelos corredores escuros e vazios do casarão abandonado. Ela percebe uma grande quantidade de quadros e tapeçarias em sua caminhada e em um momento se deparou com uma armadura em forma de estátua no meio do corredor que dava para o quarto do necromante. Ela, então, finalmente adentra o cômodo. Havia muitos livros, cadernos de anotações e pergaminhos antigos espalhados pelo lugar. Shaíra arranjou um espaço no meio de toda aquela bagunça e então começou a rezar para o Senhor das Tempestades.

Não havia se passado nem cinco minutos quando ela é interrompida ao ouvir três batidas secas à porta do quarto.

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Após sair da mansão Janus se despede uma última vez de Arthminos, que por sua vez usa um pergaminho para teleportar-se dali. A sós nos jardins da mansão de Aencar, o mago iniciou o seu ritual entoando palavras místicas de convocação. Foram dez minutos para executar a magia que ele tinha em mente, uma tarefa árdua e cansativa. Por fim ele encerra o ritual dizendo as últimas palavras necessárias, mas nada parece surgir no horizonte. Janus começa a se questionar se ele errara alguma palavra ou frase quando por fim ouve uma voz feminina narrando algum conto no idioma dracônico.

- [...] E então na penumbra da noite, as crianças assustadas correm ao ouvir o som da água gotejando sobre o piso de pedra em que pisam [...] Não, não era assim que começava a história. As crianças estavam num pântano e não havia gotas de água caindo de lugar algum. Ou havia?

Janus então vê a criatura. Empoleirada no alto da estátua de Aencar encontrava-se a dragoa de cobre invocada pelo mago. A dragoa não era muito grande e conseguiu achar uma posição confortável em cima da estátua de pedra. Ela virou o seu pescoço escamoso em direção a Janus como se tivesse acabado de perceber a sua presença no jardim.

- Foi você que me invocou até este esplêndido lugar?

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Ainda na sala de jantar, restavam Grimlock e Necross. Os dois que eram opostos em muitos sentidos encontravam-se agora a sós num incômodo silêncio esperando seus companheiros retornarem. Ainda havia muita comida e bebida intocada à mesa. Alguns minutos se passaram sem que nenhum falasse com o outro. Eles não tinham muito o que conversar, pois os seus pontos de vista e métodos de ação eram totalmente contrários. Quando a espera começava a a irritar a ambos, Necross percebe um movimento atrás de sua cadeira. Virando-se, ele se depara com a visão do fantasma de Alacanther saindo por detrás da parede e adentrando a sala de jantar numa expressão de fúria em seu rosto espectral. Ele avançava lentamente sem dizer nenhuma palavra, de olhos postos sobre o necromante.