O fogo ainda queimava forte, as labaredas dançavam e garantiam que o ar do local se tornasse quente e nocivo a respiração, principalmente com a fumaça que se misturava ao ambiente. Hastur sabia bem disso e indagava que deveria tirar Sombra dali enquanto se adiantava para ajudar a garota desconhecida, ou já nem tão desconhecida.
Lili analisa sua perna e vê que os furos não eram muito profundos, e nem largos, deveriam cicatrizar logo, mas ainda sentia o entorpecimento da perna. A ajuda do feiticeiro para se levantar vem em uma boa hora.
Já Bhori ainda carregava a jovem ladina, sentia o cansaço do esforço ininterrupto e dos resquícios do sonífero no seu corpo, mas ele podia suportar por enquanto. A sua amiga era a que estava em uma pior condição, sua pele estava cada vez mais fria ao toque, quase tão pálida quanto um cadáver, parecia ansiar por calor, mas nenhum calor parecia ser suficiente.
Se decidissem por fim entrar na torre encontrariam suas portas fechadas, mas não trancadas. A porta deveria ter uns dois metros, feito do mesmo material branco-leitoso da torre, entalhado nelas diferentes desenhos, complexos, não pareciam formar nada que eles conhecessem. Talvez só Hastur tivesse alguma compreensão do que poderia ser aquilo, mas só de pensar calafrios subiam pela sua espinha.
Para abrir a porta era necessário um pouco de força, mas ainda podia ser aberta por qualquer um ali. Só que independente da força empregada, ela deslizaria sobre o chão em um ritmo vagaroso, revelando um corredor a frente dos visitantes. A luz que vinha de fora só ajudava a enxergar poucos passos após a entrada, o resto ainda se escondia em um manto de pura escuridão.