Daemon Lannister - Thitanios

Algum menestrel já dissera uma vez em alguma canção, dissera que a glória só poderia recair em ombros no qual já suportaram muita dor. Mas mesmo assim, aqueles que suportaram eram muitos em toda história e nem todos conseguiam alcançar a glória. Seja como for, Daemon havia tomado uma decisão. Seu futuro estava em jogo.

Julian Orme ficou pálido frente a menção dos Tyrell, mas por fim acabou se mantendo firme.

- Os Tyrell não vão ficar nada felizes com a sua chegada.

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Vários dias haviam se passado, a dupla de homens havia se tornado uma dezena inteira. Durante o caminho, Julian encontrara seus soldados que tinham como ordem encontrar Brienne, de modo que ele os enviara para a casa Meadows informando que Daemon Lannister vivia e que estava indo em direção a Jardim de Cima clamar sua inocência. Dessa forma, alguns homens de Meadows foram enviados para acompanhá-los durante o trajeto.

Um grupo como aquele de soldados bem vestidos atraía a atenção por onde passavam, mas o que eles poderiam fazer? Daemon era um homem grande e mesmo sozinho chamaria atenção até mesmo da mais baixa plebe. O gigante da Campina, ou melhor, o Matador de Reis, era um homem que trazia os olhares para si. Muitos queriam ser Daemon nos tempos que ele fora comandante do exército da Campina ou mesmo quando ele obtivera o título no Campeonato. Agora que era visto como um assassino, sua fama havia se tornado ainda maior, por mais que ela fosse negativa. Daemon Lannister nunca poderia andar sozinho por aquelas terras de forma anônima. Por isso tudo, o grupo de homens cavalgava ao lado do gigante rumo a Jardim de Cima.

Por todas as regiões que a comitiva passava, havia apenas silêncio. Nenhum lorde se interpôs no caminho do grupo, havia uma tensão enorme em cada vila que passavam.

Era um dia chuvoso quando Daemon chegou às terras controladas pelos Tyrell. A comitiva estava em uma colina e podia ver que na parte de baixo havia inúmeros soldados de Jardim de Cima, os quais olhavam preocupados para a comitiva de Daemon. Eles pareciam prontos para a batalha. A tensão pairava no ar.

Julian Orme se remexeu a sela e disse.

- Esses homens são de Jardim de Cima. Creio que eles esperavam travar uma guerra, talvez nós ainda tenhamos chance de ser levados de encontro a Mace Tyrell. - Ele olhou para os lados. - Lorde Meadows deve ter avisado de nossa chegada, de modo que eu confio que ele tenha preparado o terreno para nós. Ele é um homem astuto e conhece bem o conselho da Campina.

Daemon olhou para a quantidade de homens enfrente ao Castelo. Mace Tyrell devia pensar que a conversar sobre se entregar não passava de um truque, quando soube que o gigante caminhava com outros homens julgou que seria atacado e decidiu preparar um pequeno exercito. Para o Lorde, provavelmente, seria muito mais fácil matar o inimigo ali e acabar com tudo aquilo. Mas os planos de Daemon eram outros e um exercito não lutaria contra um prisioneiro.

Ele entrou a pacificadora e seu escudo a Julian. No dia não usava armadura, apenas um gibão preto. - Cuide disso para mim, Lorde Orme, precisarei em breve. Vou na frente e o Senhor deve entrar depois, apenas com uma guarda pessoal. Então ele simplesmente andou em direção as tropas, com o intuito de se entregar. Ainda parecia um pouco ameaçador devido a sua altura, mas não aparentava estar com ânimo para a violência.

Os homens olhavam o gigante caminhar pela colina esverdeada. Todos eles eram homens marcados pela guerra, outros eram camponeses de mãos rachadas e pele seca curtida pelo sol, mas todos pareciam partilhar o mesmo sentimento em relação a Daemon. Eles estavam fascinados por ver o gigante caminhar em direção a tropa inimiga. Era quase uma sentença de morte, mas Daemon caminhava com porte real. Sua fama que outrora era fruto de glória em Essos, agora havia se transformado em má fama. "Matador de Reis" era alcunha que carregava.

Alguns homens acenaram para Daemon, outros cuspiram em direção ao gigante e desferiram xingamentos e pediam que ele fosse enforcado. Seja como for, Daemon chegou perto da tropa da Campina. Um homem barrigudo veio cavalgando cheio de confiança, e logo quando chegou perto de Daemon ele não se apresentou, apenas cuspiu no chão e disse que Daemon deveria acompanhá-lo caso quisesse ter uma morte honrada, ou então ele seria morto ali mesmo em frente a todos os homens. Disse também que o conselho da Campina o aguardava para julgá-lo.

Daemon foi levado a uma casa iluminada por velas patéticas e mal cheirosas, mas que foram suficientes para passar o tempo a medida que a noite caía sobre o local. Havia guardas em frente a porta e toda mobília se resumia a uma cadeira e uma mesa. De repente, Daemon ouviu o barulho de homens caminhando em direção ao local. Palavras foram trocadas e logo depois duas pessoas adentraram ao local. Eram o jovem lorde Orme e o velho amigo de Daemon, Lorde Meadows.

O antigo patrocinador de ascensão de Daemon em Westeros sorriu e imediatamente caminhou ao gigante, tentando abraça-lo. Havia um ar de amizade verdadeira, era claro que aqueles dois homens haviam sido convertidos em amigos e seguidores de Daemon.

Lorde Meadows falou.

- Trago notícias de seu julgamento.

O homem teve que se controlar para não avançar contra aqueles que lhe agrediram. Um semblante de fúria chegou a surgir em seu rosto, o que acabou com a coragem daqueles que perceberam. Aguentou tudo calado, tentando aparentar calmaria, mesmo que nem sempre fosse tão fácil. Poderia ter avançando contra alguns, provavelmente conseguiria puxar a arma de alguém e então a ousadia da maioria iria sumir, mas então ele morreria como um traidor e não tinha chegado tão longe para morrer por um ímpeto momentâneo. Guardou o rosto de cada acusador ali, para o caso de um futuro encontro quando o julgamento terminasse. Depois de provar sua inocente e de recuperar a Pacificadora queria ver quem seria ousado o suficiente para lhe encarar com desprezo.

Ele então foi ao quarto e a demora parecia interminável. Estava ansioso e o tédio não contribuía para que tempo passasse mais rápido. Ele tentava fazer alguns exercícios e se nutria seu ódio, pois ambos seriam importantes quando o julgamento por combate chegasse. Antes disso teria que olhar para aquele bando de Lordes, a maioria querendo enforcá-lo, nesse momento teria manter uma postura régia, mas depois pediria um julgamento por combate e seria um verdadeiro demônio, por um momento teve pena do seu adversário, mas foi só por um momento.

Olhou as sombras e se lembrou daquilo que havia presenciado, teve medo, a noite e as chamas nunca mais teriam o mesmo significado para ele. Ele não temeria tanto se a Pacificadora estivesse ao seu lado, mas a espada não estava e isso o fazia se sentir nu. Vislumbrou a escuridão e esperou que a mesma se tornasse uma criatura nascida do mais baixo e fétido inferno, foi quando o barulho lhe acordou e ele sabia quem estava do outro lado antes da porta se abrir.

Lorde Meadows e Lorde Orme eram a prova de que o mundo não era apenas reis mortos, demônios invencíveis e julgamento injustos, que a vida não era pautada somente traição e ingratidão. Naquele momento, a amizade dos dois lhe dava esperança, eles eram sua Pacificadora em chamas, capaz de trucidar monstros constituídos de trevas. Cumprimentou os dois com um sorriso e um abraço, então ouviu as palavras de Lorde Meadows.

- Eu pensei que Lorde Tyrell me deixaria apodrecer aqui. Me diga apenas que o julgamento será amanhã e esse não será o pior dos dias. - Pobre Lorde Meadows, apostou no gigante e também deveria estar sofrendo com a situação, você não deve permanecer confortável quando o seu comandante pessoal é acusado de ter matado o rei. Mesmo assim ele estava ali. Venceria o julgamento por ele também, para preservar o seu nome e o de sua família.

Depois de um longo tempo vivendo em meio a guerra e ao eventro típico de um pesadelo dentro de uma caverna, Daemon agora se via cercado de pessoas em quem confiava. Era um momento raro aquele para o gigante em solo Westerosi, um momento que poderia significar aos mais otimistas que Daemon havia fixado as raízes naquele continente. Os pessimistas diriam que aquele conforto final seria logo finalizado, uma vez que os deuses, principalmente o Estranho, adorava o caos. Seja como for, a cena que seguiu-se foi de uma felicidade genuina.

Lorde Meadows se recompôs após  cumprimentar Daemon, e logo começou a falar sobre o julgamento.

- O Conselho da Campina está muito decepcionado com você, mas isso porque eles ainda não o ouviram. Desde a morte de Renly, a Campina parece perder seus homens de liderança. Os Tyrell já não controlam grande parte do exército, pois a cada dia homens migram para o norte em busca de proteção, pois acreditam que lá obterão glória. - Ele fez uma pausa, retornando ao que acreditava ser importante. - Você encontrará um Conselho que fará de tudo para te incriminar, mas ao mesmo tempo, encontrará um Conselho fragilizado. Espero que os deuses estejam ao seu lado.

E ele deu um sorriso, algo que somente um homem que confiava na verdade poderia dar em meio aquele tumulto. Daemon teve uma sensação repentina e logo percebeu uma coisa. Se o próprio gigante caísse, era apenas questão de tempo para Lorde Meadows e o jovem Lorde Orme serem assassinados. Esse seria um fardo tão pesado que até mesmo um gigante não poderia carregar? Somente o homem que chegou como Herói em Westeros e agora era chamado de "Matador de Reis" poderia buscar a resposta.

Antes de sair, Lorde Meadows disse.

- Amanhã o futuro da Campina será decidido.... e o nosso também. Se tudo parece contra a gente, pelo menos terá o seu julgamento realizado amanhã.

Spoiler:

Daemon se sentia confiante, ainda que uma espada estivesse em seu pescoço. O Conselho provavelmente desejava a sua cabeça nos muros do Jardim de Cima, muitos Lordes não gostavam do gigante e o resto queria encontrar um culpado para a morte do rei. Todavia, Daemon acreditava na sua capacidade, era versado nas palavras e no aço, os dois iriam garantir sua vitória e lavar sua honra. Ele não pretendia sair do julgamento como um réu inocente, mas sim como um verdadeiro herói, de modo que a Campina fragilizada acabaria em suas mãos.

Ele se despediu dos homens e pediu para que ficassem tranquilos, logo o jogo iria virar. Disse para que trouxessem uma roupa mais adequada para o evento e os lordes partiram. Seu cabelo e sua barba estavam grandes, não cortava já fazia algum tempo e os últimos acontecimentos o fizera esquecer completamente de qualquer questão estética. De qualquer modo, aquilo lhe dava um aspecto beligerante que ele decidiu manter. Comeu o que que lhe haviam trazido e pensou em qual postura assumiria quando encontrasse o Conselho. Conseguiu dormir sem qualquer dificuldade, pois estava seguro de que sua situação melhoraria em breve.

Era um dia lindo, o sol brilhava forte no céu e a grama de toda a colina estava esverdeada. Havia até algumas árvores com frutos abundantes e em certo momento Daemon foi capaz de ver até mesmo uma pequena lebre sendo apanhada por uma grande águia. O curso natural seguia como era esperado, ao menos para os animais. Aquele seria um dia lindo, se Daemon não precisasse se provar inocente.

O gigante vestia um gibão de couro recém pintado com o desenho de um leão dourado sobre um campo gramado esverdeado, uma flor vermelha dava toque final ao emblema. Aquela roupa fora entregue a Daemon assim que o dia havia nascido. Um de seus grandes aliados, Lorde Meadows, fora quem havia organizado aquele ato. Enquanto Daemon andava em direção ao seu destino, ele podia sentir o cheiro fresco da tinta.

Seja como for, se aquele não era um dia lindo, era um dia importante. Havia centenas de pessoas espalhadas pela colina, a maioria consistia de guerreiros que lutaram na guerra e que exigiam que a justiça fosse feita. Havia camponeses também, e esses apenas olhavam a passagem de Daemon em silêncio resignado.

Finalmente, Daemon chegou a uma espécie de tablado que ocupava uma posição central em relação a uma série de arquibancadas, as quais já estavam devidamente cheias de pessoas. Quando Daemon se posicionou, uma grande demonstração de ódio foi manifestada. Gritos como "Matador de Reis", " Merda de Essos " e " Cavaleiro da desonra" ecoaram naquele dia belo. Analisando bem, Daemon pôde ver os membros do Conselho já posicionado. Lorde Meadows era um deles, mas ele ocupava a extremidade da mesa e parecia de certa forma excluído dos outros juízes. Uma série de grandes lordes foi reconhecido no local, sendo a principal figura uma anciã, Olenna Redwyne, também conhecida como Rainha dos Espinhos.

Um homem que Daemon não conhecia se adiantou e proclamou em voz alta.

- Está iniciado o julgamento de Daemon Lannister. - Ele fez uma pausa. - Esse homem é acusado de tramar e assassinar um rei, além de quebrar o juramento de um guerreiro. - E então ele olhou para Daemon. - Tem alguma coisa a dizer, ou podemos passar logo para o veredito final? - Havia desprezo no modo como ele falava, como se nutrisse um ódio profundo pelo gigante. Qualquer coisa que acontecesse naquele dia, Daemon teria que vencer muitos inimigos.

Ele sabia que todas essas demonstrações de desprezo e ódio iriam acontecer, já estava preparado para não deixar que nada disso lhe tirasse a compostura. Daemon sorriu, não deixando que o comentário do homem se quer aranhasse o seu estado.

- Sim, creio ter algo a dizer. - Fez então uma pausa, olhando para todos que estavam ali, menos para homem desconhecido. - Sou acusado de matar um rei, o que não nego, pois essa é a única verdade desse julgamento. - Fez um pequena pausa e olhou a reação das pessoas, falava alto, mas sem perder a naturalidade do discurso. - Entretanto, nunca foi jurado ao rei que matei, pelo contrário, pois esse não era Renly Baratheon, mas sim o seu irmão ... Stannis, o verdadeiro assassino do legitimo monarca de Westeros. - Ele sorriu e seu tom passou para algo mais sarcástico e agressivo. - Esse tribunal é um tolice, pois fui eu que julguei e condenei o verdadeiro culpado do crime que me acusam, um homicida, um regicida, um fratricida. Stannis talvez não havia dado a ordem, mas seus homens fizeram em seu interesse, isso custou a sua vida. Na verdade, qualquer um com o mínimo de inteligência pode notar que as acusações que pensam sobre mim são ilógicas. O que ganhei com a morte do rei ? Era um de seus principais homens, sua ruína só trouxe a minha. Poderiam dizer que posso ter traído o rei por dinheiro ou poder, mas teria ambos se continuasse ao seu lado e isso não explica o motivo de ter me submetido a esse julgamento. Qualquer um pode desconfiar da honra de um indivíduo, mas ninguém inteligente joga contra os interesses de um homem, só um estúpido aposta na estupidez do outro. - Disse isso olhando para o conselho, então se virou para as outras pessoas. - Essa lógica simples deveria bastar, mas não confio na imparcialidade dos meus juízes, sei que existem bons homens entre eles, mas também sei que existem aqueles que encontram no seu serviço uma oportunidade de acabar com um inconveniente. Desse modo, exijo um julgamento por combate, para que toda a Campina possa vislumbrar o meu aço provar a verdade de minhas palavras. Que os deuses julguem minhas ações com justiça, já que desconfio da justiça dos homens. E depois de ter acaba com o Campeão da acusação, qualquer de meus acusadores poderá entrar na arena e me chamar de "Matador de reis" ou de "Merda de Essos", então saberemos se os Deuses e a minha espada deixarão as tripas desses corajosos dentro deles por muito tempo.

Um dos juizes sibilou algumas ofensas a Daemon, dizendo que o mesmo havia matado o rei pois estava apaixonado por uma de suas guardas pessoais, de modo que Daemon só poderia ter a mão da moça se a mesma não estivesse presa por juramento ao rei. A mulher a qual se referiu era Brienne de Tarth, a qual estava desaparecida agora, pois era evidente que ela devia estar esperando Daemon em algum lugar. O que seria uma pena, pois de acordo com o juiz, este encontro nunca iria ser realizado.

Esse argumento passou despercebido,  pois logo que Daemon citou um julgamento por combate os animos de todos se afloraram. Uma disputa sempre era admirada, e o fato de Daemon ser acusado de matar um rei transformava aquela luta tão importante quanto a própria guerra que havia passado. Além disso, todos iriam presenciar dois grandes lutadores naquele dia.

Se aquele dia era um dia lindo, acabara de se transformar em um dia perigosamente lindo.

O campeão do Conselho se reuniu por breves segundos e logo um homem se apresentou como campeão. Sor Emmom Cuy era um homem alto, magro e esguio. Ele vestia uma armadura de placas leves aonde estavam pintadas flores de girassóis. Ele era conhecido como o cavaleiro amarelo e ele fora um dos principais homens de Renly Baratheon, inclusive fora um de seus guardas que compunham o Arco íris de Renly. Havia muitos homens que desejavam estar nessa luta contra Daemon, pois a glória a ser recebida era enorme. Uma das figuras principais que gostariam de lutar contra Daemon era Sor Loras Tyrell. Apesar da amizade que havia entre os dois - pois na época tanto Daemon quanto Loras eram fiéis a Renly - agora havia uma grande cortina que tampava aquela amizade. Havia respeito é claro, mas Daemon podia ver que Loras faria de tudo para derrubá-lo. Se por acaso Daemon sobrevivesse ao julgamento, este teria que conviver com um rancoroso Loras Tyrell ao seu lado.

Enquanto Emmom Cuy se preparava, Lorde Orme se adiantou,, trazendo a Daemon um gibão de couro que o protegeria em partes, além de um grande escudo pintado com o brasão do leão da campina. Por último, Lorde Orme entregou a Daemon a sua espada Pacificadora. A espada que um dia destruíra uma criatura das sombras, agora devia provar novamente o seu valor. Após Daemon se preparar para o combate, este se iniciou.

Sor Emmom Cuy cuspiu no chão em direção a Daemon, dizendo que o mesmo morreria lentamente. As placas da leve armadura de Emmom brilhavam ao sol e com isso, toda a Campina assistia a história ser feita. O combate do leão e da flor havia começado.

Spoiler:

O discurso havia sido muito arriscado, era uma aposta ousada agir com tamanha rebeldia perante o Conselho da Campina, mas suas ações foram friamente calculadas. Ele sabia como estava a situação da Região, completamente caótica após a morte de Renly. Eles precisavam de um símbolo, de um herói, e o julgamento serviria exatamente para definir se o gigante era um traidor ou um mártir. Se conseguisse vencer Sor Emmom Cuy ele seria alçado a glória, aqueles que queriam sua cabeça seriam opositores em desgraça e a nobreza precisaria dele para reunir os cacos que restavam das suas forças, não seria bom para os Tyrell se Daemon, uma vez provada a inocência, fosse embora e jurasse fidelidade a outro Senhor. Esse era o raciocínio do homem, que poderia muito bem estar errado, mas que ele acreditava ser o cenário mais lógico.

Ele também poderia morrer naquele combate, mas Daemon não acreditava nisso. Não sentia a morte naquele dia, pelo contrário, nele pairava um Deus, ele era a própria morte. Imaginou quantos homens brigaram pela honra de matar o assassino no rei, a única honra que teria Sor Emmom seria a de experimentar aço valyriano em sua pele. O adversário quase lhe causou pena, mas quando ele cuspiu em Daemon esse quase sentimento evaporou. Ele era um bom guerreiro, mas só conseguia vê-lo como um cadáver em uma armadura, pois o gigante era, naquele momento, invencível. Retirou a parte de cima da armadura de couro, deixando-se nu até a cintura, restando somente um homem imenso com aspecto animalesco e com uma espaça de aço valyriano e um escudo. Abriu os braços, aguardando um ataque inicial do outro homem, esperando que a visão de Daemon não fosse o suficiente para minar a coragem do cavaleiro.

Sor Emmom Cuy riu quando Daemon ficou nu da cintura para cima e novamente o defensor da Campina cuspiu no chão. O primeiro movimento de Emmom Cuy foi uma estocada rápida em direção ao braço da espada de Daemon.

Luta 5 + 1 B
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3 , 5 , 3 , 4 , 4 , 3

A estocada viera rápida, muito mais rápida que a figura de Emmom poderia sugerir. A espada cruzou o ar com grande velocidade, mas Daemon ainda era mais rápido. O ataque foi defletido pelo escudo do gigante, fazendo com que lascas de madeira voassem do escudo recém pintado. A multidão gritou apoiando Emmom Cuy.

Emmom Cuy sorriu, desafiando Daemon a fazer melhor que isso.

Spoiler:

Sorriu ao ver o ataque inútil do adversário. Não compreendeu o motivo do o homem demonstrar orgulho de seu avanço inútil. Aquele era o tipo de combate em que todo o golpe poderia ser definitivo e a morte do Cavaleiro logo se aproximava, pois a Pacificadora deixava sangue naquele dia e Daemon o manejou por baixo do escudo, esperando que o outro experimentasse a mordida do aço.

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2 , 2 , 2 , 6 , 6 , 2

O golpe veio forte e brutal, um ataque tão poderoso que se o aço encontrasse a carne iria ocorrer um desastre, rasgando as placas de metais e até mesmo o osso do inimigo. Porém, Emmom Cuy não fora acertado. De alguma maneira, ele havia aparado aquele golpe utilizando o escudo. Novamente, lascas de madeira de freixo voou pelos ares.

O cavaleiro dos Girassóis sorriu, mas Daemon pôde ver que o golpe o afetara. Dessa forma, o gigante viu seu adversário mudar de posição, como se houvesse decidido seguir uma tática diferente em combate. Ele ainda sorria sob o sol quente.

E de repente, tão ágil quanto uma cobra dornesa, ele atacou visando o braço do escudo de Daemon.

Spoiler:

O ataque foi facilmente defendido por Daemon Lannister. A espada não se chocou contra nada, apenas o ar, pois Daemon facilmente desviou do golpe.

Emmom Cuy sorriu e antes que Daemon atacasse, ele fez um gesto, como se convidasse Daemon Lannister a lutar sem o escudo, utilizando apenas a espada. Se Daemon optasse por desfazer-se do escudo, Emmom Cuy também lutaria só com a espada em mãos.

Spoiler:

Era arriscado se livrar do seu escudo, mas queria acabar com aquilo de uma vez. O combate tendia a uma série de golpes e contragolpes defendidos e isso não interessava a ninguém, todos ali queriam sangue e Daemon era imortal naquele dia. Portanto, jogou aquele escudo foda e fez um convite para que o adversário também tirasse a armadura, que lutassem os dois de peito aberto.

Iniciativa
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5 , 1 , 3

Sor Emmom Cuy sorriu ao ver seu desafio ser aceito. Ele estendeu os braços e esperou que alguém da multidão viesse retirar a sua armadura. Um menino, talvez o pajem de Emmom, se adiantou e retirou toda a placa de aço que envolvia o inimigo de Daemon.

A multidão rugiu enlouquecida, pois nada seria mais belo que um combate mortal entre dois ótimos lutadores em meio ao dia tão ensolarado.

Daemon pôde ver que o porte de Emmom contrastava com o seu. Se Daemon era pura força e músculos, Emmom era esguio e veloz. No entanto, Sor Emmom parecia cansado por ter lutado de armadura, todo o corpo dele estava suado.

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5 , 1 , 3

Nova iniciativa

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4 , 5 , 5

A multidão observa o combate se desenrolar. Ninguém, nem mesmo o mais distraído dos especatadores, deixam de prestar atenção no que viria a seguir. Todos sabiam que a cada golpe agora seria fatal, a justiça em breve abençoaria um dos lados.

E tão rápido como era de se esperar, Emmom Cuy fez o primeiro ataque. Foi um golpe duro, onde a espada fez um arco do chão para cima, onde tinha como direção o peito nu do gigante. Emmom Cuy, em toda a sua glória amarela, gritou enquanto desferia o golpe.

Luta 5 + 1 B
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2 , 1 , 1 , 6 , 5 , 6