por Aythusa Qui Set 13, 2012 5:18 pm
Lew dentro da cabine do escrivão ouvia a barulho da chibata e dos marujos no convés com o pirata que estava levando uma lição, nada além do comum até perceber que em seguida fez-se um silêncio incomum no barco.
Mas Lew não perde a concentração no que falava com o velho escrivão, ainda mais agora que conseguiu, finalmente, a atenção dele.
Ele se mantém abaixado, levanta a garrafa de vinho para cima e diz, após beber um gole pequeno de vinho da garrafa (não queria ficar bebado nesse momento):
- Então o mar não me desapontou. É verdade que você esteve na Ilha de Ferro... Bem, não sei o que o capitão espera indo para lá, talvez fama e ouro, afinal é tudo o que ele e os piratas filhos de rameira deste navio procuram.
Ele olha para o velho e sabia que ele não se importava com fama, podia gostar de ouro, mas para quem não queria ouvir o nome da ilha, ouro algum seria motivo para levá-lo até lá. Então, resolve tocar sua honra.
- Sinceramente, Roguer, eu não me importo com os motivos do capitão e não imagino que tenha uma boa mulher naquela ilha... Mas eu fiz um juramento de lealdade ao Capitão quando escolhi fazer parte da tripulação, o mesmo juramento que um dia antes de mim você fez, marujo. Seu Capitão deseja ir à essa ilha amaldiçoada e nós iremos por honra pirata que os ladrões desgraçados e imundos desde navio têm. Minha pergunta é: Roguer, você é um velho imundo que sequer come uma mulher quando está em terra e não tem prazeres nenhum ao não ser da vida miserável que leva dentro deste cabinete, é um pirata que ao menos tem honra perante seu juramento ao Capitão?
Lew falava firme, diferente do normal. Olhava no fundo dos olhos de Roguer sem piscar e estremecer perante as palavras que proferiu ali.
Poucos puderam ver Lew sério falando sobre algo que ainda acreditava e o escrivão, pela primeira vez, talves, estivesse vivendo este momento.