A maldição - O jogo

Lúthriel Nightweaver poderia não ter nascido no reino dos elfos e fazer parte da alta casta dos mesmos, porém era inegável a sua destreza, seus dons sanguíneos. Ela atraia aos berros a atenção das centenas - talvez milhares, pois era difícil calcular - de mortos vivos e os fazia a seguirem, nunca os deixando sequer chegar perto o suficiente para sentirem seu cheiro. O plano seguia então com Leyka, que tentava disparar seus misseis mágicos contra a criatura que se revelava ser a origem daquela maldição. Infelizmente ela acabava por errar seu disparo, o que se provava fatal, pois uma criatura feita de sombras e trevas surgia e a abraçava, sugando sua força vital até só restar um corpo cadavérico onde antes havia uma animada e decidida Qareen.


                                                                               

Se perdiam uma companheira e as coisas ficavam complicadas para a moral da dupla restante, a Madre conseguia se esgueirar por entre a confusão e chegar até a pilastra onde a criatura jazia enforcada sem maiores problemas. Era como se as criaturas - principalmente as próprias sombras - não desejassem ataca-la, apesar de emanarem alguns chiados ou grunhidos agudos e atormentados. Lenna observava que a criatura vestia alguns trapos que continham o símbolo da Mão Negra, porém com uma coroa acima da mão, indicando que aquele deveria ser o líder dos escravistas, Gillalll Fothad. Em suas mãos ele possuía um artefato escarlate com molduras douradas, em formato triangular, que pulsava freneticamente por debaixo das veias negras da magia de Tenebra.



Então a serva da mãe noite decidia sua ação. Com sua poderosa maça, ela rompia em dois a pilastra que segurava a criatura das trevas, esta que desabava ao chão, se desfazendo ao choque com a gélida neve. Então seu espirito atormentado subia ao céu, sobrevoando a área onde a Madre se encontrava, e com vários e ensurdecedores gritos, desfazia a maldição por completo.


Quando o mesmo começava a desaparecer, se dissolver ao ar, sua figurava se modificava levemente, até que Lenna e também a elfa poderiam observar uma figura feminina e fantasmagórica. Lenna sentia a energia de sua senhora se esvair do local até se extinguir por completo. Todos os mortos vivos pegavam fogo imediatamente até não sobrar mais nada do que apenas cinzas, e a elfa se aliviava já que seu fôlego começava a lhe deixar na mão. Fome, frio, perda de uma companheira, tudo aquilo parecia ter valido a pena, pois elas haviam vencido a maldição e livrado as vilas daquela terrível tormento.


Porém, o artefato, antes contido com a força e poder de Tenebra, agora jazia liberto, e as duas podiam notar que ele emanava uma forte e quente energia avermelhada, esta que se originava de seu núcleo. Então o céu começava a ganhar uma coloração escarlate e raios na mesma cor eram disparados do alto até aquela região, cegando momentaneamente as duas bravas aventureiras e também as ensurdecendo por um breve período.

- HAHAHA! Nem acredito que vocês conseguiram! - Elas ouviam uma gargalhada alta após seus sentidos voltarem, ainda que o zunido da explosão dos raios ainda as incomodasse. A voz era de Oeric, o líder da vila onde foram contratadas. Ele se despia conforme andava em direção as duas, e elas podiam observar que sua pele reluzia em escarlate tanto quanto a energia do artefato que já derretia a neve em sua volta.

- Obrigado por libertarem o poder de meu senhor, já estava começando a achar que falharia em minha missão! Odiei cada dia que passei infiltrado naquela vila asquerosa, mas tudo valeu a pena! - Ele então começava a se transformar seus braços, antes humanos, agora pareciam mais garras de um predador draconiano. - Vou lhes explicar antes que as mate, é o mínimo que posso fazer já que ajudaram meu senhor a libertar seu poder daquela maldita noite. Sou um membro dos filhos da montanha e louvamos Kallyadranoch! Nasci com o sangue de dragão como podem ver, e vim para este fim de mundo para reaver este artefato de origem Lefeu, umas das maiores criações de meu senhor... Pois bem, hoje elas chegarão a este mundo!

Antes que as duas podiam sequer reagir, o artefato explodia em um vermelho que tomava conta de tudo, e as jogava a alguns vários metros, as ferindo gravemente a ponto de não conseguirem se mexer. Um raio escarlate estava fixo de onde jazia o artefato lefeu e atravessava o céu. Oeric sentava ao lado das duas, pondo suas garras em suas gargantas e as dizia:

- Observem este magnifico momento! O surgimento da TORMENTA! - Então o raio se transformava em um furacão, e de dentro dele vários seres estranhos e bizarros com formatos insetóides - todos na mesma cor escarlate - surgiam daquele tufão, gritando e arrasando tudo o que viam pela frente.


Oeric então cortava as gargantas das duas, que sangravam até a morte, mas ainda deslumbravam a queda de seu algoz em uma ultima visão do mundo dos vivos. Ele tentava se comunicar com aqueles seres, mas eles apenas o cercavam e o matavam de forma horripilante, desmembrando seu corpo em vários pedaços enquanto ele gritava agoniado:

- NÃÃOO! PAREM! PAREM!

Era o começo e uma nova era em Arton, a era da TORMENTA.

THE END

Chegamos ao derradeiro final galera! Muito obrigado por terem jogado esta mesa até o final, pois sem vocês nada disso seria possível! Decidi encerrar só um pouquinho antes do planejado - vocês teriam uma batalha contra o Oeric - porque ela já estava se arrastando demais - PBF demora muito! - e o fim do ano já está chegando, todos temos nossas responsabilidades então achei melhor encerrar de uma vez, mas o final foi o mesmo!

Deixar aqui também o lembrete ao pessoal que acabou saindo da mesa, mas que demonstrou o interesse no começo que proporcionou que esta one-shot (que é isso só no nome kkk) pudesse sair da proposta: @Nahna @Pikapool

Enfim é isso galera, vou deixar aqui o arquivo Word das minhas anotações gerais da mesa para que vocês possam tirar as dúvidas do que ficou de fora - por suas e minhas ações - bem como as coisas que acabaram sendo mudadas durante a sessão.

Então até mais pessoal! Um ótimo natal e um próspero ano novo!