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    Cartas de um Passado Futuro

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    Cartas de um Passado Futuro Empty Cartas de um Passado Futuro

    Mensagem por Lnrd Sáb Jun 27, 2020 5:20 pm

    Rudaho contou as balas e as guardou num bolso, um tanto quanto insatisfeito com a quantidade, mas limitando-se a soltar um "serve" em resposta. Elas eram moeda na Arca e aquilo equivalia a dias de refeição... ou oportunidade de viver fora dela. Priscila ainda ensaiara intervir na discussão, mas não chegara a ser preciso proteger o mentor.

    Tão logo terminaram aquelas distrações inúteis, focaram em escancarar os segredos do livro, páginas escritas num idioma sem palavras. E havia lá figuras de uma estranha qualidade, a qual Izu reconhecera como sendo "fotografias", rastros de coisas que haviam sido. Um álbum.

    Spoiler:

    Spoiler:

    Spoiler:


    A história que mostrava, entretanto, pouco a pouco começava a se parecer bizarra e inquietante, não só por mostrar o como as coisas eram antes do grande deserto que chamavam de Zona, mas por não condizerem com os contos de ninar da Anciã: estranhos veículos que mal tocavam o solo, gentes com equipamentos cujas funções eram inimagináveis, humanos que pareciam máquinas... . Nada, nada daquilo era esperado.

    Spoiler:

    Spoiler:


    Qual era o por quê dela não mencionar aquele tipo de coisa? Será que não sabia daquilo? Afinal, como era o nível de avanço tecnológico de antes? De qual tempo eram aquelas folhas? Eram falsificações? Obviamente, tais perguntas não tinham respostas claras. Teriam que refletir sobre o achado... .
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    Cartas de um Passado Futuro Empty Yack!

    Mensagem por Alakazam Sáb Jun 27, 2020 6:11 pm

    Yack! A ideia de vasculhar os corpos daqueles cães aparentemente não daria certo. A coisa era complicada e nojenta demais para se tocar. Além disso, como saberia Mutt se era sequer seguro sair metendo as mãos nessas coisas sujas? Os cães estavam apodrecidos por fora; o lado de dentro não era mais sadio.

    Levantando-se do chão após sua tentativa frustrada, Mutt caminhava em direção a Izu, que segurava o livro, e vasculhava em sua mochila à procura de alguns itens úteis. Encontrou duas placas de metal. Uma delas era esteticamente mais bem cuidada; deu-a a Izu para que fizesse sua vidência. A segunda placa de metal Mutt manteve para si mesmo, deixando-a no bolso, pois era o que tinha para usar enquanto não voltassem para a Arca e Izu tivesse a responsabilidade de arranjar-lhe uma arma melhor. Aquelas três munições que dera a Rudaho, e que foram recebidas com desgosto, não foram um pequeno prejuízo para Mutt, mas uma grande boa-ação que talvez lhe custasse a vida futuramente.

    — Izu, tome, você pode usar isto para fazer a próxima vidência... Hm... o que são esses desenhos no livro? Você tem ideia? E você, Rudaho, que porcaria é esta? Sempre pensei que um stalker seria mais ciente do que se passava na Zona, mas até agora você não mostrou saber mais do que ninguém por aqui.

    Sentando-se numa pequena rocha próxima a seus companheiros, Mutt levou as mãos aos ouvidos para abafar o som e fechou seus olhos.

    — Mutt podia ter morrido por esse livro de figuras, e Mutt nem mesmo pode mantê-lo para si próprio agora. Mutt não ganhou nada, Mutt perdeu a faca e a munição. Era uma boa faca, era minha faca. Maldito ideal, maldito ideal...

    Então olhou a volta, procurando por qualquer coisa que brilhasse no chão, qualquer coisa que pudesse ser a Joia Mais Brilhante.

    A luta pela qual passaram não fora fácil a ninguém, mas o egoísta sucateiro via-se como o mais prejudicado de todos, mesmo que não houvesse sido ferido. O plano inicial era muito mais simples: Mutt puxaria o livro, fugiria ao lado de Izu e o restante do grupo cuidaria dos cães. Eram apenas cães, por Deus! Contudo, não havia 60 segundos de batalha e percebera que as coisas já estavam saindo do controle. Logo mais Rudaho estava quase morrendo, Priscilla estava sangrando, e Mutt tinha de fazer algo. Nem Izu se saiu ileso. O sucateiro arremessou areia nos olhos de um dos cães, esfaqueou o outro ao custo de seu único armamento de defesa, e só! Sentia-se até mesmo enfraquecido após usar a telecinese, mutação que tanta energia lhe exigia por tão pouco feito. Se tivesse de utilizá-la mais uma vez, morreria tentando, mas não atrairia para si um grão de areia. E ainda teve aquela atitude de Montoya... o maluco não pronunciara sequer uma palavra ante as ameaças de Mutt... Por outro lado, também não era idiota o bastante para agir como Rudaho, ameaçando Izu por conta de munições que ele gastou por vontade própria. Ora, Rudaho acha que não sabe lutar corpo a corpo? Mutt não sabe lutar corpo a corpo, mas ainda assim saltou sobre um animal só para salvar a vida do cretino. Aquela bruxa cicatrizada... qual era seu nome?... Marduk... será que ela sabia da incompetência de Rudaho? Ah, isso mesmo, Rudaho parecia um Stalker aqui entre nós, mas não passava de um lacaio em seu dia a dia.

    Sem perceber, Mutt confiara no sistema da Anciã, ignorara as más intenções de Argoro, e se metera voluntariamente numa teia de aranha. Como fora estúpido! E quais as chances que ainda tinha de encontrar sua Joia Mais Brilhante naquele estúpido deserto? Mutt chutou a areia com raiva e soltou um grito. "Aarrgh!" Estava cansado, queria voltar para casa, tudo que tinham em mãos era um livro cheio de desenhos desinteressantes. Aliás... "voltar para casa"? Por muitos anos Mutt preparara um local ideal para si próprio na HangaDeTeste05, e tinha conseguido um verdadeiro paraíso secreto. Ele ficava atrás da... sob um fundo falso na... Enfim, ninguém chegaria àquele lugar. No entanto, agora, estava forçado a dormir em um pequeno quarto que não tinha direito a um mísero cadeado.

    Nem sua investigação nos cães mortos lograra sucesso. Abria agora as pálpebras, olhava novamente para aqueles animais mortos espalhados a alguns metros de distância e sentia nojo. Mutt conseguiu limpar o sangue de suas mãos com um lenço que trazia guardado, mas o cheiro de carniça não o abandonaria tão cedo. O cheiro de morte...

    Yack!
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    Mensagem por Bravos Qua Jul 01, 2020 1:58 pm

    Aquela empreitada cobrou seu preço. Izu sentia as costas latejarem após tentar acertar um dos cães. Talvez havia posto força demais para aquilo. Izu não era um homem vigoroso. Nunca foi, menos ainda depois de velho. Aquilo tinha custado caro. A verdade é que qualquer coisa custava caro para eles, já que eram paupérrimos e estavam, dia após dia lutando contra a inanição e a penúria extrema.

    Pegou o livro nas mãos. Ao menos tinham aquilo: indícios de um mundo passado. Porém, folhear aquelas páginas lançou mais perguntar que respostas.  - É estranho... - As coisas não condiziam com o que a anciã contava. Será que eram verdades? Será que a anciã ficara senil? - Talvez o mundo fosse desigual e em alguns lugares havia um tipo de tecnologia mais avançada e em outros ainda reinava o passado. - Conjecturou sem nenhuma certeza. - Vejam, uma ilha... Será que essa pessoa esteve nessa ilha? Na ilha não parece haver a mesma tecnologia dessa outra fotografia. - Mostrou então a cidade com o carro voador, enquanto a ilha parecia simplória.

    - Se isso for verdade, estamos separados desses avanços. Talvez estejamos na parte pobre. - Isso justificaria porque a anciã não os contara sobre a parte rica. Mutt lhe ofereceu uma placa metálica para que pudesse fazer um totem. - Obrigado, meu amigo, vai ser de muita valia. - E então ele se afastou alguns metros para trabalhar naquilo. Com outro objeto metálico foi fazendo riscos e abrindo sulcos no metal, formando um desenho geométrico por onde pudesse canalizar suas visões.

    Quando terminou tinha um pequeno totem, suficientemente belo. Começou então a entoar seus cânticos, sozinho. Cantava e e emitia sons longos, graves, de dentro do peito. Entristeceu-se ao notar que o esforço no totem fora inútil. Já era o segundo objeto que ele fazia que não surtia o efeito desejado. O que estaria acontecendo? Quando já desistia, finalmente teve uma visão. Rudaho entrava num lugar e ali achava algo importante. izu se levantou e falou em alta voz: - Rudaho, tu vais entrar numa construção e ali encontrará o que precisamos! - Sua voz era mais grossa que o habitual e seu único olho que ainda via parecia refletir a luz. E então ele voltou a se sentar e a orar em voz baixa. Agradecendo ao que fora revelado.
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    Mensagem por Dycleal Qua Jul 01, 2020 3:11 pm

    Priscilla rasgara um pedaço de pano do manto que enrolava em torno da cintura e tentava limpar a ferida aberta do lado das costelas do lado direito, o curativo era doloroso, mas necessário e ela verifica que fora por pouco que não quebrara um osso ou destruíra a sua mama direita. Ela senta encostada em um pedra fecha os olhos e se lembra de quando era pequena e fora achada pela anciã e machucada passara por aquele processo doloroso de limpeza e curativo e fica triste em não se lembrar dos seus pais e olha para a pulseira onde está escrito o seu nome, que já recebera várias complementações para acompanhar o aumento considerável do seu pulso e fica limpando a lamina da sua arma e vê Izu fazendo as suas orações e se dirige para ele e senta ao seu lado.

    Olha para o velho rato e pergunta se está incomodando e diz: - Pai, olhe nas minhas costas para ver se tem algum ferimento, pois está ardendo um pouco e preciso cuidar e limpar, antes que piore. E espera uma resposta do velho rato.
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    Mensagem por Lnrd Dom Jul 05, 2020 2:21 pm

    Cartas de um Passado Futuro 7c5c1110


    Ardia o Sol de meio-dia acima de um céu sem nuvens. Muito se debatia sobre o que o mantinha lá, mas o importante era que estava lá, apesar de vez por outra a ameaça de seu desaparecimento fizesse-se presente.

    "Vê?! Da última vez os primeiros raios do dia começavam aqui. Agora, aqui", apontava Dayane faz tempo a um Mutt mais jovem, usando marcações no chão e frestas no teto como instrumentos de medição. "Tem que levar isso em conta na hora de escolher o tamanho exato de uma horta". Ela não tinha certeza se ele acompanhava ou não o raciocínio, mas seguia na explicação. Se por vontade de ensinar ou se pelo mero prazer de falar, ela costumava fazer aquilo quando conseguia encontrar ouvidos atentos. Daquela vez, o atarracado magricelas era o alvo. Teria sido ali que começou a pensar nela? "Se tudo estiver OK, depois eles devem voltar a começar aqui de novo". Alguns conhecimentos não precisavam de livros para serem compreendidos. Mas quando a bola de luz ameaçou desaparecer, tornando-se negra... aquilo foi difícil de analisar. Sorte que tenha sido apenas por uns momentos.

    De volta ao presente, estavam fora da Arca fazia pouquíssimo tempo, mas já encaravam problemas externos e internos. As sombras eram pesadas e bem definidas no chão avermelhado, onde os cadáveres de cães esperavam ser tragados pelo tempo.

    Cartas de um Passado Futuro Ac949c10


    Rudaho mirara Izu com sua inexpressiva máscara e dera com os ombros, indo sentar-se e cuidar dos próprios ferimentos.

    "Calma, pequeno Mutt", interferira Heckyl, limpando a arma pós uso. "Pior seria se tivéssemos sido pegos de surpresa", dissera, passando "panos quentes" na disputa entre ele o abusado stalker.
    - Além... estamos em território não-mapeado. Ninguém sabe o que esperar daqui... – e fez uma estranha pausa, observando desconfiado o livro –, bem, ao menos ninguém que tenha nos contado.

    A explicação de Izu era razoável e, fosse como fosse, não tinham alternativa a não ser aceitá-la. Não demorou até o vidente iniciar um estranho ritual naquela habilidade que, mesmo na grande e bizarra família do HangardeTestes05, soava estranha. Mas mais que isso: era difícil de controlar.

    Já havia passado algum tempo depois da previsão nebulosa sobre Rudaho encontrar algo que ainda não sabiam que precisavam. Montoya ouviu e fez uma careta de confusão. "Eu acho que ele só inventa qualquer coisa e espera pra ver...", tentou cochichar, mas talvez tenha soado mais alto que o intentado.

    Foi quando uma segunda onda súbita tomou a mente do mais velho ali. Mas havia um problema nela.

    Como uma imagem em negativo, quando se olha a luz e depois fecha-se os olhos, o totem falho atrapalhava o campo de visão, uma "mancha fantasma" no meio do quadro.

    Para além dela, parecia haver equipamentos. A escuridão ao redor impedir de identificar que tipo de lugar era mas, de alguma forma, o "cheiro" do ambiente parecia o mesmo do de algumas fotografias do álbum - não o aroma material das páginas velhas, mas o odor de ambientes fechados com máquinas trabalhando.

    No breu, um grupo. Era impossível identificá-lo na penumbra, mas era possível sentir que eram eles próprios. Discutiam em frente ao maquinário e apontavam para algo nele, mas o borrão impedia ver ao redor de quê estavam reunidos.

    Em seguida havia fogo e de lá corriam. Por mais que tentasse, era difícil dizer se todos os que haviam entrado conseguiram sair. Mas havia alguém a mais. Uma presença nova e estranha a tudo o que já sentira.

    Acordou com o resmungo do stalker.
    - Ah, até que enfim. Podemos continuar? Seguimos em frente ou tentamos subir essas colinas ao redor?

    Bem ou mal, estavam todos recuperados.  Faltava saber o que decidiriam após saberem que Izu tivera uma nova visão. E o que ela poderia indicar.

    Cartas de um Passado Futuro B2a7c710
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    Cartas de um Passado Futuro Empty Pânico!

    Mensagem por Alakazam Ter Jul 07, 2020 5:09 am

    Um flashback protagonizava a mente de Mutt. Dayane... Por algum motivo, Mutt sentia-se bem quando pensava nela, e feliz quando podia ajudá-la em algo. "Obrigada!", dizia como quem conjura um feitiço, sempre que o sucateiro era bem-sucedido. Desejava prestar uma visita à moça quando voltasse à relativa segurança da Arca, mas sob qual pretexto? Seu plano dos cães falhara, e apenas por sorte ninguém o escarnecera até então.
    Aliás — lembrava-se Mutt —, todas aquelas observações complicadas que Dayane fazia a respeito da posição do sol perdera o sentido no momento em que a humanidade passou a se locomover. Como estaria se sentindo a moça?

    — Calma, pequeno Mutt. Pior seria se tivéssemos sido pegos de surpresa. Além... estamos em território não mapeado. Ninguém sabe o que esperar daqui... Bem, ao menos ninguém que tenha nos contado.

    — Ahn?... Ah... — com expressão de tédio, Mutt encarara o homem-planta a seu lado, que finalmente decidira dizer alguma coisa. Ele se referia ao desabafo do sucateiro sobre as costas de Rudaho, a quem seu respeito diminuía. — Esse stalker não presta. Ninguém por aqui presta. Olhe o estado da faca do Mutt, percebe? Mas o próximo a ficar assim é um de nós. Mutt, o vegetal, o pistoleiro, o rato, a criança ou Rudaho... quem acha que vai ser?  — Mutt esfregava uma mão à outra, nervosamente.

    Quando ouviu Rudaho convocando o grupo para continuarem, Mutt saltou da rocha em que se sentava, ignorando seu companheiro de conversa, e gritou sua opinião:

    — Voltar! Voltar para a Arca! A garra daquele cão no seu traseiro não foi lição o suficiente por hoje?? Que droga!! — Então cruzava os braços, bufando, com uma das mãos segurando seu nariz por entre os olhos. — Mutt não veio para morrer, Mutt não veio para morrer, Mutt não veio para morrer...

    Se Dayane estivesse ali, ela entenderia. Mas Dayane não estava. Só estava quem parecia não se importar com a vida. Droga, até mesmo Izu parecia não se importar com a morte. Será que já se achava velho demais para tentar mais um ou dois anos em paz? Mutt sentia-se em meio a loucos. E Heckyl já deixara claro que estava calmo. Sua última alternativa era... Olhou para a garota.

    Menina! — Correu a ela, pondo as mãos em seus ombros e a chacoalhando — A velha vai ficar sozinha se morrermos aqui. Ninguém mais tem condição de batalhar como antes. Os cães eram pequenos! Não eram nada! E que pagamos para derrotá-los? Quem não voltar para a Arca até o anoitecer vai morrer presa das criaturas da noite, muito mais perigosas, muito mais famintas. Não ficou claro que a mama terá saudade!?

    Então, correndo a Izu, sussurrou-lhe:

    Meu velho amigo, deixaram-nos para morrer. Ninguém nos financiou ou nos equipou. Não percebe? Querem nos neutralizar. O planta é uma ameaça política, você vê o amaldiçoado futuro, a criança fica perto demais da velha, Mutt não colabora com ninguém; Montoya e Rudaho são peões cujas vidas serão sacrificadas. Essa é a verdade, não percebe bem? Não percebe o que está tão claro e diante de seu focinho, ó sábio roedor, ó vice-ancião do trono de areia que nos resta!?

    Mutt não podia voltar sozinho para a Arca. Precisava do grupo. Aquela era a pior situação pela qual jamais passara em sua vida. Os olhos tremiam de medo, as mãos balançavam, os pelos do corpo se eriçavam. Se Dayane estivesse ali... ela sempre era a razão em meio ao caos.
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    Mensagem por Bravos Ter Jul 07, 2020 4:48 pm

    Acordo com o chamado de Rudaho. Estava um pouco assustado e isso era visível no rosto.  - Eu... Er... Vamos... Acho que é melhor subir as colinas e tentar ver melhor o que tem ao redor. - Estava perturbado pela interferência na visão que tivera, por conta do totem. Chamou a todos para comunicar-lhes: - Tive outra visão enquanto dormia, essa, porém, tinha uma mancha bem no meio. Estávamos nós num lugar cheio de máquinas e discutíamos sobre algo. Lá havia equipamentos. Então creio que é o local que Rudaho achará. Porém... - Fez uma pausa. - Em dado momento se iniciava um incêndio e não dava para saber se sairemos todos vivos.

    Deixou que cada um pensasse sobre o que ele havia dito. Os riscos e vantagens de seguir em frente estavam dados. Priscilla pediu-lhe ajuda com os ferimentos. Como pôde, o velho fez alguns curativos simples. - Isso ainda vai doer por algum tempo... - Disse com a docilidade dos velhos. Depois foi falar com Mutt, que estava entrando em pânico.

    - Mutt... Mutt... - Tentou algumas vezes - Mutt... PELO AMOR DE DEUS CALE A BOCA. - E pela primeira vez ele aumentou o tom de sua voz, que era rouca e grave. - Escute, nós todos vamos morrer, uma hora ou outra. Podemos esperar isso lá dentro do trem e tudo o que teremos a fazer é esperar. Ou.... OU! Podemos estar aqui procurando entender tudo que aconteceu. Talvez achando artefatos que vão melhorar nossa vida e a de todos. Nós estamos nesse mundo para morrer. Tudo o que podemos é escolher como. - Disse, tocando-lhe de leve os ombros. - Entre todos aqui, quem tem mais chance de morrer sou eu mesmo, pois sou velho e fraco. Eu também estou fodido de medo.

    Dizendo aquilo, afastou-se um pouco em direção a Rudaho: - Já sabe o que eu vi: um lugar fechado, cheio de máquinas e equipamentos. Como localizar esse local? Talvez olhando de cima...
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    Mensagem por Dycleal Ter Jul 07, 2020 6:40 pm

    A jovem guerreira observa a todos e após a fala de Izu, diz: - As colinas são um bom palpite e subirmos em um platô para vermos melhor a região é uma boa ideia, eu voto por subir no platô e ver o melhor caminho para as colina. De lá, a chance de ter uma caverna como esse ambiente que o pai Izu viu, é maior!
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    Mensagem por Lnrd Dom Jul 12, 2020 10:03 pm

    Cartas de um Passado Futuro Errbuc10




    Mutt foi o primeiro a ser dobrado pelo peso do mundo sobre as costas da diminuta e frágil comitiva. O temor do que aguardava à frente e a urgência de preservação fizera-o se exaltar sob os olhares atônitos do grupo. Ninguém ali, entretanto, tinha como acusá-lo de estar 100% errado.

    Coube a Izu tentar botar a equipe no lugar, demover o raquítico catador, direcionar o trabalho de Rudaho... Era o mais velho - e supostamente mais sábio -, de modo que não havia muitos entraves em aceitar o que ele dizia. Se fosse Heckyl, Priscila ou Rudaho tentando "dar as ordens"... talvez algum tipo de conflito ameaçasse eclodir.

    A própria Priscila, apesar de estar numa corda bamba - a cartada de "salvar a mãe" era um golpe bem dado -, resistiu a tentação e decidiu seguir o conselho do "pai"

    Rudaho concordou com a sugestão e logo seguiu abrindo caminho, procurando os lugares mais simples de se subir, evitando pedras soltas. "Quem será o próximo?", resmungava ele aqui e ali. "Se depender de mim...". Parecia ofendido pela fala de Mutt, de modo que decidira-se por evitar dirigir-se a ele para não gerar mais problemas.

    Montoya não era exatamente uma opinião a se contar ali. Fazia o que o chefe mandasse... contando que não abusasse demais da fidelidade. Fosse como fosse, Heckyl aproximara-se de Izu, puxando assunto com ele. Apesar dos pesares, estava do lado da Anciã naquela busca.
    - Não podemos voltar, não é? Não tão cedo. Vão considerar uma vergonha não só pra gente, mas pra Artêmis. Afinal, ela fez com que a Arca colocasse o pé na estrada e abençoou essa missão de expedição. Seria prejudicial a todo mundo... .

    Respirou, como se houvesse ainda algo que queria falar, mas sem saber realmente se queria falar.
    - Esse livro... temos que ter cuidado com ele. Muito cuidado... . Ele pode nos ajudar a entender o passado, mas é a prova de que o conhecimento da velha, na melhor das hipóteses, está ultrapassado. Na pior... .

    Olhou ao redor para verificar se estavam longe o suficiente de Rudaho antes de prosseguir. "... pode ser que ela sabia dessas coisas e não contou a ninguém. Ela pode ter um bom motivo, um bom plano, mas você sabe como as coisas estão delicadas ultimamente. Pode ser que se revoltem contra ela... Ambas as opções são um problema".

    Parecia um pouco mais relaxado, após abrir-se. Porém ainda havia mais a pontuar.
    - Temos que achar algo mais substancial, algo que una a Arca. Pelo bem ou pelo mal - e naquele momento observou o céu, pensativo. Era uma sugestão vaga, mas todos sabiam que era mais fácil juntar grupos divergentes por uma ameaça comum que por uma esperança geral -. Se não conseguirmos algo realmente significativo, melhor termos cuidado com quem sabe da existência dessas imagens.


    Cartas de um Passado Futuro 05e94c10

    A caminhada seguira e, talvez por uma maré de sorte, talvez pressionado para mostrar serviço, o stalker encontrar uma rota particularmente boa. "Não acho que vamos levar mais que 2h pra atravessar esse setor", disse ele pouco antes de ser atraído por alguma coisa.

    Com um veloz pinote, agachou-se perto de um arbusto retorcido e levantou se lá com um pedaço de pano rasgado e duas balas. "Acho que alguém passou correndo por aqui e se enroscou nos galhos". Enquanto falava, examinava os projéteis não disparados. "Espero que funcionem". Assim, animado pelo sucesso, continuou até a parte mais elevada e colocou-se a observar os arredores.

    Levou alguns minutos observando, observando, até que... .
    - Venham, rápido! - disse, disparando numa direção, sem dar muitas explicações. Parecia disposto a ir fosse como fosse, de modo que mal deu chance para discutirem com ele. Quem quisesse segui-lo, era bom se apressar.
    - Mas que diabos? – Exclamou Heckyl – O que deu nele? O que ele viu?

    Num surto inesperado, o guia partira ainda mais para o Sudeste, aparentemente afastando-se ainda mais da área plana.


    Cartas de um Passado Futuro 88ec3f10
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    Cartas de um Passado Futuro Empty Re: Cartas de um Passado Futuro

    Mensagem por Alakazam Qui Jul 16, 2020 1:35 pm

    "... espero que funcionem", disse o stalker.

    Acelerando seu passo curvado em direção a quem encontrara o tesouro largado no chão, Mutt reagia de forma ávida:

    — Ahn? "Alguém" passou por aqui? Com um tecido? Mas que droga, Rudaho, o que você quer dizer? Há "alguéns" correndo por aí e deixando balas espalhadas pelo chão? O que afinal você sabe da Zona?!

    * * *

    "— Venham, rápido!"


    Mutt não teve muito em que pensar; nem sequer teve tempo para isso. Rudaho se mostrara estupidamente ineficaz em uma batalha, e tão confiável quanto um estranho que acabava de conhecer, mas aquela repentina exaltação era a primeira expressão de qualquer coisa que se assemelhasse a uma certeza desde que saíram da Arca. Do modo como pudesse, por-se-ia a correr com ele, mas não sem antes lançar um olhar ao pobre Izu e pensar em oferecer sua ajuda:

    "Izu, Mutt carregará o bastão para você neste momento..." No entanto, não. Não faria essa gentileza. Mutt ainda estava ferido pelo modo como fora respondido pelo rato ("PELO AMOR DE DEUS, CALE A BOCA"), quando tudo o que o sucateiro queria era racionalizar uma decisão que aumentasse as chances de sobrevivência da trupe. E de modo nenhum concordava com aquele discurso do "escolher como morrer", até porque Mutt não escolheria morrer no meio do deserto sendo estraçalhado por qualquer aberração famélica, como um rato na boca de um animal maior. Que o velho se virasse por conta própria agora.

    Em seus pensamentos: "[i]'Entre todos aqui, quem tem mais chance de morrer sou eu mesmo, pois sou velho e fraco. Eu também estou fodido de medo.' Mas que grande porcaria a se dizer."

    Virando as costas ao velho rato que representava o passado, Mutt passou a perseguir o seu mais novo inimigo: Rudaho, o futuro.
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    Mensagem por Bravos Sex Jul 17, 2020 9:49 pm

    As coisas se acalmaram e eles seguiram a sugestão de Izu. Ele sabia que Mutt estaria chateado com ele. Mas não poderia se acovardar. Heckyl se aproximou para conversar. - O fracasso não é um problema. A não-tentativa é. Podemos andar até não poder mais e não encontrar nada de útil. Ao menos teremos tentado. - Subia no caminho que Rudaho fazia adiante. Ele parecia estar bem animado com o avanço. - Não acho que a Anciã nos ocultaria essas coisas. O que ela ganha com isso? Talvez estivesse além de sua compreensão. - Heckyl levantava hipóteses importantes. A verdade é que qualquer coisa seria capaz de criar um problema. A Arca estava vulnerável e exposta. Por isso agora eles estavam ali a procura de qualquer coisa que pudesse ajudar. - Tenho fé que encontraremos algo de útil nessa empreitada.

    Rudaho de fato achou algo e agora ele gritava para que eles se apressassem. Viu de longe os olhares furtivos de Mutt. Precisaria agradá-lo depois para que deixasse de lado a mágoa. Como podia, o velho Izu foi subindo a colina e seguindo-os.

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    Mensagem por Dycleal Sex Jul 17, 2020 10:33 pm

    Priscilla segue com todos, mas está com o pensamento longe. Ela pensa no que Izu falou e no que os outros comentaram e se a anciã não sabe de tudo que tem ali pela frente, então ela pode descobrir mais sobre seus pais e olha para a pulseira puída com seu nome, já remendada para acompanhar o seu crescimento e aperta o punho fechado e diz para si mesmo: - Vou achar meu passado... Eu prometo.

    Logo ouve Rudaho acelerar a marcha e apontar algo e acelerar e ela corre na direção e desacelera quando vê a dificuldade do velho rato e seguir o grupo e emparelha com ele, aparando-o e ajudando-o a seguir.
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    Mensagem por Lnrd Seg Jul 20, 2020 6:32 pm

    Cartas de um Passado Futuro 63633410


    “Gaviões de lixo”, exclamou o stalker em algum ponto daquela inesperada disparada, sem ao menos deter-se para verificar se o escutavam ou não, focando em salvar a própria pele. Forçou aquele passo decidido por um longo tempo ainda, o que só não foi mais dificultoso por estarem numa descida. Ao menos inicialmente, considerando que no momento já haviam passado daquela fase e encontravam-se novamente em terrenos mais elevados... e penosos.

    Infelizmente, nenhuma elevação grande o suficiente que permitisse outra visão panorâmica podia ser encontrada nos arredores.

    Aqui e ali deparavam-se com paisagens de beleza rara em comparação ao lugar de onde vinham, aglomerados de grama alta balançando aos sabores da brisa. Para pessoas de outros eras aquilo não pareceria muito, ou até mesmo vulgar, mas para quem nunca havia saído da Arca... . Mas, contrariando a “delicadeza” daquela descoberta, Rudaho foi extremamente taxativo sobre o assunto. “Não se aproximem dessa porcaria de forma alguma! Essa vegetação é carnívora. E ácida. Vai prender e começar a derreter vocês aos poucos, até ficar só o osso”. A natureza não parecia nada, nada indefesa naquela região perdida.

    Apesar de estar evitando Mutt, Montoya também insistira naquela dúvida, ao que achou ser interessante que o resto do grupo tivesse uma melhor consciência de possíveis perigos. “Ghouls”, falou ele. “Os nômades da Zona. Bem, pode ter sido qualquer um, quem sabe uma outra arca, não? Mas todo stalker sabe dos perigos de se deparar com ghouls. São... bem, é difícil dizer o que são, pois andam sempre cobertos dos pés à cabeça e não saem durante o dia. Dizem que até lembram pessoas, mas não são como nós. Não tem... ‘dons’ e são pouco inteligentes, meio animalescos, compensando na agressividade”. Conforme colocara, aquela era uma informação “do mundo velho”. Era de se esperar que também existissem aquele tipo de criaturas “do outro lado do mundo”, mas nada garantia que não seriam piores que os já conhecidos. Uma ótima perspectiva.

    Cartas de um Passado Futuro Anton-10


    Demorou muito até que o guia finalmente parasse, inicialmente como que dando tempo para que todos o alcançassem e recuperassem o fôlego por efêmeros instantes antes de seguirem viagem. Porém logo percebeu-se que ele estava de fato procurando por algo no chão, entre as pedras.
    - Aha!!! – Soltou de súbito, seguindo-se de um suspiro de surpresa tamanha que era quase possível adivinhar a cara dele por sob a máscara velha.

    Heckyl e Montoya estavam um tanto afastados – o capanga havia deixado a arma cair, forçando ele e o chefe a ficarem um bom pedaço para trás –, sendo que apenas Izu, Mutt e Priscila acompanharam aquela atrapalhada experiência. “Mas que negócio é esse?!?!”.

    Cartas de um Passado Futuro Infrar10


    Era um objeto tão “alienígena” que era complicado mesmo de ser descrito. Podia ser qualquer coisa, de algo a se tacar na cabeça de alguém a um peso de papel, tendo um formato levemente cilíndrico e possuindo vidros em ambas as pontas do “cano” e um “apêndice”. Por instinto – e talvez de maneira pouco prudente –, Rudaho levou-o próximo ao rosto, tentando olhar através dele, apertando por diversas vezes um botão e girando um “anel” no gargalo. Aquilo parecia extremamente sem sentido, mas o escoteiro parecia convencido de aquilo para olhar, permanecendo naquela análise atrapalhada, com a “plateia” ao redor, por vários minutos.

    Voltou a suspirar, mas agora prestes a concluir frustrado que aquilo não prestava, não sendo possível enxergar nada... se é que era mesmo a função daquilo. Foi então que... . “Hummm...”, e assim deixou os outros ansiosos por entenderem. “Isso... será que... Talvez...”.
    - Sim... só pode ser. Estava achando que era uma coisa pra ver de longe... ou ver coisas pequenas, mas não é isso. Já ouvi falar de umas coisas pra ver no escuro. Ver o calor. Não funciona porque é de dia... acho. Parece que tem que apertar aqui assim e ajustar aqui assim e... prestem atenção: estou ensinando mas, até voltarmos na Arca, isso é meu. Posso emprestar pra quem ficar de guarda, mas nada de gracinhas – e a fala parecia direcionada a Mutt, como um dedo invisível apontado para ele –. Se tivéssemos alguém bom nisso, acho até que dava pra adaptar numa arma, mas... .

    Se estivesse certo, seria algo de grande utilidade. Mas havia o mistério de como algo tão estranho havia parado ali e, principalmente, quem o teria feito?

    Quando a dupla dispersa os alcançou, olhando desconfiada para o aparato, Rudaho tratou de guarda-lo, parecendo temer que tentassem roubá-lo – uma ideia um tanto absurda dada a situação, mas ainda assim cruzando a cabeça dele. Ao contrário do raquítico gatuno, aqueles dois dariam bastante trabalho se tentasse algo.
    - Vamos, vamos. Temos pressa – E assim seguiram até o sol começar a baixar, levando as cores da paisagem pouco a pouco.

    Estavam num campo com mais daquele mato suspeito, até que o guia voltou a parar. “Aqui”, disse, apesar de ser uma área até certo ponto aberta. Por sorte, ao menos havia a claridade da lua.
    - Você está louco? Aqui é exposto demais. Não podemos dormir aqui – questionou Heckyl.
    - Eu vou. Só precisa se preocupar com a frente e as costas. O mato dos lados vai servir de muro. Nada deve vir dessa direção – O plano parecia arriscado, mas tinha alguma lógica – Precisamos nos dividir em 3 turnos. Acho o suficiente. Concordam? Quem vai primeiro? Ah, é claro, depois de comermos... .

    Aproveitando as últimas horas de claridade, virou-se para todos ao redor e fez algumas linhas horizontais e verticais na terra, formando uma “cerquilha”, um “jogo da velha” [ # ], tentando resumir o que havia encontrado. “Pronto, estávamos aqui”, disse, “viemos para cá”, prosseguiu, “depois aqui”, continuou, “e agora estamos aqui”, concluiu.

    Cartas de um Passado Futuro Xxx_ss11


    - ... Havia mais um cão pros lados de onde enfrentamos aqueles [K1] e ele... bem, provavelmente nos farejou. Não vou acusar ninguém de estar fedendo a sangue de cachorro, mas é isso. A essa altura deve ter perdido a gente, mas se voltarmos por lá, é bom termos cuidado. No caminho em frente [K2] vi reflexo de água, mas percebi ossos semi-consumidos nas proximidades. Meu primeiro chute seria mais grama ácida, mas não vi nenhuma... provável que sejam ratos da zona. Bem perigosos, mas dá desviar deles. E depois [K3] o caminho parece estar limpo. Podemos tentar ir pra lá quando terminarmos aqui... .

    Então fez uma pausa, como se tentando não se apressar demais, deixando todo mundo perdido.
    - Lá atrás [L1] vi alguma vegetação rasteira e apostaria que pode ter algum tipo de raiz “comestível”, mas é fora do nosso caminho, né? Aqui [L2] era o pico. Aqui e aqui [M1 e M2] é onde vi os pássaros, mas se eles não nos pegaram de dia, não vão fazer isso agora. Seja como for, evitaria ir para aqueles lados. Levariam com facilidade alguém leve como Izu... .

    “Aqui é onde encontramos o visor [M3] e estamos exatamente no meio dessa parte [L3]. Amanhã temos que decidir por onde continuar...”.
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    Mensagem por Dycleal Ter Jul 21, 2020 6:51 pm

    Quando Priscilla poe os olhos recolhido pelo stalker, seus olhos se fixam nele como hipnotizados, e por alguns segundos é com se não estivesse ali. Depois ao ouvir as explicações sobre o funcionamento, parece que ele ouve um mantra e no lugar do batedor ela vê a imagem do pai manipulando o objeto. Ela durante todos aqueles anos não conseguia ver a imagem do pai e agora, ali, de repente, ela lembra a imagem do pai e sabe exatamente o que é aquele objeto. Seu pai usava na arma que fazia pow pow, mas ele a deixava brincar com ele e a ensinou a usa-lo para ir fazer xixi à noite sem ter medo dos bichos estranhos que habitavam a mata.

    Logo depois da instrução dele, ela toma o objeto da sua mão e o opera com perfeição, embora ainda fosse claro do dia para obter seus benefícios, examina o objeto minuciosamente a procura de alguma marca familiar, mas não acha ou sua memória talvez não lembre das marcas, talvez... Após examina-lo, o acaricia e o beija e diz para disfarçar seu comportamento em um instante de lucidez: - Será útil na hora da vigília. E o devolve um tanto indecisa ao faze-lo.

    Na hora de dividir os turnos ela informa que qualquer um está bom para ela, mas que vai querer o visor noturno para usar e senta-se distraída do seu entorno e a noite, quando finalmente estiver sozinha, chora baixinho até dormir exausta. Está trite com a lembrança que seus pais não estão com ela, mas a esperança começa a crescer em seu peito.
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    Mensagem por Alakazam Qui Jul 23, 2020 5:00 pm

    A correria, afinal, aparentemente era para fugir de uns animais chamados "gaviões de lixo". Então, tão facilmente como um pedaço velho de papel se rasga, o respeito de Mutt pelo stalker voltava a subir. Ele não fora útil no combate, mas talvez tenha livrado o grupo de poucas e boas com aquela corrida decidida. Agora estavam em um local diferente do que Mutt jamais vira, com gramados que alcançavam alturas que superavam o que o sucateiro sabia ser possível. A mocinha adoraria saber disso, e Mutt adoraria levar um exemplar para ela, mas a advertência de Rudaho o preveniria: prender e derreter... como a Joia Mais Brilhante com o coração de Mutt. Mas a vegetação não era a única novidade que lhe chamava a atenção na Zona: a brisa que sentiam desde que saíram da Arca era um carinho vindo dos céu. Da existência do vento Mutt já sabia, porém nunca tivera a chance de senti-lo dessa maneira tão completamente, ao ponto de às vezes ele quase ser um incômodo... Se bem que, sob aquele sol, a ausência da brisa facilmente se tornaria um incômodo maior.

    Quando Rudaho falou de "ghouls", Mutt estremeceu. Era aquele tipo de porcaria que ele previa quando disse que deveriam voltar para a Arca. Se tinham deixado balas para trás, que Rudaho apanhou, então usavam armas. Se usavam armas, não eram "pouco inteligentes"; pelo contrário, deviam ser mais inteligentes que a maioria dos humanos, sem falar que andavam por aí à noite sem problema nenhum. Quando é que os animais da HangadeTeste05 aprenderiam a andar à noite sem problema nenhum? Nem mesmo os stalkers podiam, aparentemente, por causa dos ghouls.

    ***

    Aquele aparelhinho era o segundo tesouro que Rudaho encontrava e tomava para si. O livro de figuras ele aceitava que fosse para todos da arca, mas a um pedaço de tecnologia ele se agarrava como quem se agarra à própria vida. Ora, Rudaho, Mutt ainda o furtará, e você não saberá o que houve. Mas enquanto isso não era possível, o sucateiro bolava seu plano: à noite, quando chegasse a sua vez de fazer a guarda, ele esperaria para ter certeza de que todos dormiam e sairia um pouquinho para procurar seus próprios tesouros. Estando sozinho, sabia ser silencioso, e não iria tão longe ao ponto de perder seus companheiros de vista. É que Rudaho tem encontrado brinquedos como se o lugar fosse um lixão... Mutt também queria um pedaço disso. Além do mais, com o aparelho para enxergar no escuro, saberia de antemão caso qualquer coisa se aproximasse. O stalker pensa que só ele pode encontrar objetos interessantes por aí, que um sucateiro deve fuçar a lata de lixo igual a um cachorro sem dono, mas Mutt mostraria que isso não é verdade. Ele encontraria alguma coisa por ali. Alguma coisa que seria para ele. Só para ele. E que se danassem Rudaho, a Arca e os ghouls.

    — Mas... que droga, criança, está realmente chorando e beijando o negócio!? Rudaho, olha isso, acho que os efeitos da Zona estão muito intensos para ela. Se não voltarmos, logo, logo ela estará comendo areia e chamando aquela pedra ali de mama.

    ***

    O discurso de Rudaho sobre os caminhos a seguir fez com que Mutt começasse a entender qual era a dele. Desviar de ratos, evitar um cão (quando mais cedo haviam matado 4)... para Rudaho, uma viagem na Zona deveria ser mais sobre agir sem ser visto que sobre saber se defender. De certo modo, isso o fazia parecido com Mutt.

    — Rudaho, suas instruções não são sobre decidirmos para onde ir. São sobre por que devemos ir aqui para K3 e, na volta, passar por aqui em L1. Mas Mutt queria ir diretamente a L1 e voltar para a Arca.

    ***

    — Mutt será o segundo a fazer vigília.
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    Cartas de um Passado Futuro Empty Re: Cartas de um Passado Futuro

    Mensagem por Bravos Qui Jul 23, 2020 9:52 pm

    Agradeceu a Priscilla por sua ajuda na caminhada. - Obrigado, minha filha. Envelhecer é puxado demais. - Eles chegavam então para ver Rudaho mexendo num artefato. Ele demorou um pouco para entender, mas explicou como aquilo deveria funcionar. Izu bateu palmas, satisfeito. - Esse é o tipo de coisa que podemos encontrar por aí! E com certeza encontraremos mais e quiçá mais úteis. - Dizia isso porque, na verdade, aquilo era completamente imprestável para ele. Mas entendia que pudesse ser de grande valor para os demais. Eles ainda seguiram até um ponto que Rudaho estabeleceu como o ideal para acamparem. Ele explicou os caminhos possíveis e então o velho rato teve que concordar com Mutt. - Tem razão, Mutt. Mas temos que confiar na sabedoria de Rudaho para isso. Na pior das hipóteses, ele não vai querer ficar sozinho aqui fora, então é bom que faça a melhor escolha para a segurança de todos.

    Disse sem nenhum peso na consciência. Pois sabia que todos ali eram movidos por um instinto de sobrevivência imperativo. - Me ponha no horário mais escuro. Às 3 ou 4 da manhã. Não será um problema acordar cedo e nem mesmo a escuridão. Porém, vou precisar de uma arma que não carrego comigo. Vocês não vão querer que eu tente espantar qualquer coisa com um bastão, não é? - Deu uma risada genuína que num dado momento começou a se misturar com uma tosse.
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    Mensagem por Lnrd Dom Jul 26, 2020 11:08 pm

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    Aventurar-se por aquele mundo novo e estranho trazia sensações e emoções inesperadas a todos. O medo, a excitação, a descoberta... . Stalkers eram vistos com olhos tortos pelo pessoal da Arca justamente por passarem tanto tempo do lado de fora, mas agora a comitiva sentia um pouco do curioso gosto daquela liberdade.

    Esperavam apenas que não se tornasse amargo como sangue na garganta.

    “Olha”, disse Rudaho, respondendo a Mutt. “Não sei de vocês aí, mas as instruções que eu recebi foram bem claras de descobrir se o caminho é seguro pra Arca passar. Aqui é alto demais, acidentado demais. Não dá. Na real, diria para verificarmos o Nordeste daqui (K4). Mas... acho que podemos decidir isso pela manhã, certo? Quem sabe a luz do dia ilumine nossas ideias...  Quando a luz do dia iluminar nossas ideias”.
    - Eu concordo. E Montoya também – disse Heckyl, mas era de se duvidar que o capanga tivesse opinião própria ali para além de concordar com o chefe –. Se quiserem, podem voltar, mas... eu não quero parecer um desertor, um covarde. Nós continuaremos com a missão, seja como for... .

    “... E ficaremos com toda a glória”, faltara dizer, olhando de rabo de olho para Priscila. De fato, para ele, a garota e Rudaho, estava em jogo a imagem que teriam quando voltassem... se voltassem. O troféu de “heróis” era arriscado, mas pareciam dispostos a perseguir, por um motivo ou por outro.

    Heckyl oferecera temporariamente a arma de Montoya para a vigia. Fosse como fosse, apesar da sorte que tivera no combate contra os cães, não confiava tanto assim nas habilidades dele. Além disso, era o “patrão” quem havia conseguido aquilo e era quem pagava pelas balas.
    - Mas vai ter que usar sua própria munição – disse a Izu – Bem, de qualquer forma, apenas acorde a gente imediatamente caso veja algo, ok? Você não tem mais idade pra brincar de salvador... – Era óbvio que o sábio não faria nada de estúpido, mas sentiu a necessidade de reforçar aquilo.

    Ao contrário dos temores, a noite transcorrera tranquila, com Izu, Mutt e Priscila se oferecendo para a guarda. Sem ghouls, sem cães, sem pássaros assassinos ou qualquer outro segredo que a zona pudesse trazer. Entretanto, quando os primeiros raios do dia se fizeram presentes, perceberam algo bastante desagradável: Montoya havia simplesmente sumido.
    - Desgraçado miserável condenado duma figa! – Praguejara Heckyl, cogitando que o lacaio tivesse ficado em dúvida e decidido debandar. De quando em vez lançava olhares desconfiados a Mutt, quase como se dizendo que, pra início de conversa, quem começara a falar em voltar tivesse sido o magricela franzino – Ele me paga quando voltarmos... .

    Rudaho, entretanto, ficara com certo receio sobre aquilo. Ele poderia ter aproveitado uma distração de quem estava de vigia para escapar, mas... e se algo tivesse levado ele sem que ninguém percebesse?
    - Ok, ok. Temos um problema de verdade agora. Continuamos avançando ou preferem tentar localizá-lo? Digo, teria sido muito mais fácil se ele tivesse simplesmente avisado, mas... . Desculpe dizer isso, já que somos todos uma grande e alegre família, mas não estou lá muito preocupado com ele. Meu medo é que o que quer que possa ter levado ele, se foi o caso, continue atrás da gente pelo resto do caminho.

    Ao menos havia deixado a arma para trás.

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    Mensagem por Bravos Sex Jul 31, 2020 10:58 pm

    Izu coçou o queixo barbado para dizer: - Saímos a fim de encontrar formas de reforçar as defesas da arca. Ninguém nos falou sobre um caminho para passar. Mas isso não importa, é claramente possível fazermos as duas coisas. Não somos um bando de imbecis.

    Quando Heckyl falou para usar a própria munição, Izu não respondeu. Uma mesquinharia sem tamanho. Por sorte, não houve nenhum percalço durante a noite. Já de manhã, enquanto ele organizava suas poucas coisas, recebeu a notícia que Montoya havia sumido.

    - Como isso é possível? Mutt, Priscilla, vocês não viram nenhuma movimentação estranha? - Estava com as sobrancelhas arqueadas e com as orelhas levantadas, diferente do habitual. - Mesmo com um olho cego, eu enxergo bem a noite e não vi nada de anormal. Será que ele sumiu antes de começarmos os turnos? Heckyl, você viu ele se deitando?

    Izu estava um pouco exasperado. Não tinha medo de enfrentar cães aberrantes, mas alguém simplesmente desaparecer e sumir no ar?- Rudaho, já viu algo semelhante acontecer? Alguma idéia do que poderia ter levado Montoya dessa forma?  - Começou a andar um pouco de um lado para o outro.

    - Não digo que devemos sair procurando-o, mas deveríamos pelo menos procurar rastros aqui que possam indicar o que houve.
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    Mensagem por Dycleal Sex Jul 31, 2020 11:37 pm

    Priscilla fica neutra em relação ao sumiço de Montoya, afinal sabia que ele não era de confiança e sua presença só dava número e era temerária pois ele não se importava com as pessoas. Mas era estranho esse sumiço assim de repente e quando questionada se vira algo no seu turno, falou: - No meu turno não foi, não fechei o olho nem por um minutos, mas se procurarmos pistas no lugar onde ele dormiu, saberemos o que aconteceu pelas pistas e rastros. Pensa um pouco e continua: - O Rudaho deve saber ver essas coisa...
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    Mensagem por Alakazam Sáb Ago 01, 2020 5:04 pm

    A situação era escabrosa. Um dos seus havia desaparecido durante a noite. Heckyl acusava Montoya de haver fugido durante a noite e retornado para a Arca, mas, pelas coisas que Rudaho dava a entender, caso houvesse mesmo sido essa a tentativa então era provável que o pobre garrinhas nunca mais fosse visto por vivalma alguma.

    — Não, Izu, Mutt não viu nada. Mas Mutt também não prestou atenção nele para perceber se ele ainda estava deitado.

    De fato, os interesses de Mutt estava em sair à procura de tesouros, encontrá-los ao modo como fazia Rudaho, e por isso não fora um bom patrulheiro para o grupo. Tampouco fora um bom caçador de tesouros, todavia, pois em todas as suas andanças noturnas nada digno da menor nota se passara. Nem positivamente, nem negativamente. Sua odisseia por tesouros únicos continuava na estaca zero!

    Mutt não era indiferente ao desaparecimento de Montoya. Não fosse o garrinhas, Rudaho estaria morto, e o próprio sucateiro estaria pelo menos gravemente ferido. Mas que tipo de força o teria atraído para longe dali? Que alguém viesse o buscado seria raro, pois pelo menos alguém notaria, a menos que o indivíduo fosse muito furtivo e houvesse conseguido agir na ausência de Mutt, quando Mutt era o encarregado pela vigília...

    Seria Mutt o culpado por aquilo? De todo modo, ninguém teria como saber, então não havia com o que se preocupar. Remorso, muito menos. Mas por que levariam Montoya em vez de qualquer outro? Seria uma vingança do... adestrador? Soava como paranoia, mas fazia todo o sentido: um grupo de estranhos intercepta uma matilha que leva um raro livro a seu adestrador, e acaba por assassinar os quatro animais, sendo que uma única pessoa desse grupo — Montoya — fora responsável pela morte de dois deles. Depois, Rudaho diz que um cão farejara a equipe, e agora, afinal, Montoya desaparece no meio da noite sem deixar rastros. Poderia um Ghoul ser adestrador?

    — Rudaho, ontem contou-nos que Ghouls eram criaturas desprovidas de dons, como minha telecinese, a visão noturna de Izu, os galhos de Heckyl e seja lá o que você e a menina fazem. Mas você não falou nada sobre Ghouls não terem... profissões. Entende o que quero dizer? Na Arca, por alguma razão distante do compreendimento de Mutt, as profissões são algo bem definido: há os engenhoqueiros, os negociadores, os stalkers como você, os caçadores de tesouros como eu... e os adestradores de animais. Talvez seja algo da natureza humana separar-se em categorias dessa forma. Rudaho, mas, então, qual força impediria um Ghoul de tornar-se um adestrador, para que os cães fizessem pelo dia as atividades que ele só poderia realizar pessoalmente durante a noite? Você mesmo disse que somos farejados. Garrinhas sumiu, então... — nesse momento, as pupilas de Mutt dilatam-se, em terror. — ... então seria uma questão de tempo até que os Ghouls tirassem dele informações sobre a localização da Arca. Por mais que Mutt queira fugir, Mutt sente que logo não haverá mais aonde fugirmos se não encontrarmos nosso colega e sileciarmos de uma vez por toda aquele que o raptou.

    Então, veloz como um raio, o sucateiro corre até a arma de Montoya que estava abandonada.

    Até lá, no entanto, isto aqui pertence a Mutt agora. Mutt salvou a vida de Rudaho e ainda doou balas para ele; é senso-comum e de justiça que agora este pequeno brinde fique sob minha posse. E se você me questionar, homem-planta Heckyl, Mutt pessoalmente se apresentará a Argoro para ajudá-lo a "plantar" pistas pela Arca de que você e seu clubinho são os culpados pelo incêndio na HangadeTeste05.
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