Prólogo Belgorod

Belgorod estava sentado ao balcão de uma taverna, o Arco Verdejante, bebendo cerveja. Ele agora estava pronto para ser um aventureiro, mas não sabia ao certo por onde começar. Havia ouvido falar de aventureiros indo a tavernas procurar por aventuras, então era óbvio que ele devia ir para lá.

Já bebia há alguns minutos, ou seriam algumas horas? Difícil dizer, e um homenzinho aparece e se senta ao seu lado. Ele seria pequeno até para as pessoas normais, então para Belgord, parecia mais um boneco. O halfling olha para cima e lhe diz.

-Você é Belgorod, não é? O antigo segurança grandalhão da Casa Vermelha da Senhora Gizzmo?

Ele reconhecia vagamente o pequeno. Ele havia ido à Casa algumas vezes. Era conhecido por ser gentil e pagar mais que seria esperado de um alfaiate como ele.

Belgorod já tinha perdido a conta de quantas canecas tinha tomado mas, por causa do seu tamanho por estar bebendo sempre que tinha algum tempo livre, não estava bêbado. No máximo um pouco tonto.

O bárbaro já estava ficando de saco cheio daquele lugar em que nada acontecia. Onde estavam as aventuras? Não era só ir para uma taverna? Belgorod começava a achar que estava na taverna errada e já se preparava para sair quando um halfling o abordou. A primeira vista Belgorod pensou que fosse uma criança, mas depois se lembrou vagamente dele.

- Sô eu mesmo. Belgorod, Aventureiro.

Ao se declarar um aventureiro Belgorod estufou o peito, mas ao olhar para baixo o bárbaro sentiu o chão rodar um pouco e decidiu resolver aquilo da melhor forma: pegou o halfling pela camisa e o colocou em cima do balcão.

- Bem melhor. Olha só, eu me lembro de você, é um cliente da Senhora Gizzmo, mas eu não me lembro do seu nome... BUUURP!

O arroto foi alto e grave, bem na cara do halfling.

- Err... Desculpa.

O halfling consegue cobrir o rosto a tempo para se proteger do arroto.

-Me chamo Loqu. Sou um alfaiate que trabalha a duas ruas daqui.

O Halfling faz uma mesura.

-Mas é uma ótima notícia saber que você é um aventureiro agora! É justamente por um aventureiro que eu procurava!

- Ahahahah! - a risada de Belgorod era baixa. Enquanto ria ele coloca a mão na frente da boca.

- Seu nome me lembrou uma coisa que a Senhora Gizzmo dizia para quem queria pagar pelas garotas com peças de cobre... Ahahah! - Belgorod aos poucos se acalma e toma um gole de sua cerveja.

- Bem Loqu, você procurava um aventureiro, enquanto eu procurava uma aventura! Tome uma cerveja comigo e me diz o que eu preciso fazer!

Loqu pede mais duas cervejas.

-Eu conheço um mercador rico, na verdade O mercador mais rico do Emaranhado, que está procurando um homem grande e forte para ajudar um grupo a recuperar uma jóia. Ele vai pagar muito bem. Eu precisava, por alguns motivos ou outros, arrumar esse homem para ele. Então pensei: quem é maior e mais forte aqui na cidade? Você me veio à cabeça direto!

- Você pensou certo, Loqu! Vou recuperar essa jóia e começar minha vida como aventureiro.

Belgorod dá dois goles largos na cerveja.

- Você disse que esse homem é o mercador mais rico do Emaranhado - Belgorod, apesar de ser ingênuo, não é burro. Ele sabia que o halfling ostentava mais do que poderia ter - não por mérito próprio, ouvia isso de algumas pessoas na Casa Vermelha - e imagina que esse tal homem talvez seja algum revendedor de mercadorias roubadas ou que trabalhe com coisa pior.

- O que ele vende?

A pergunta parece pegar o halfling desprevenido. Ele coça a cabeça por um segundo antes de responder.

-De tudo, para ser honesto. Ele basicamente controla a maior parte de todo o comércio da região, e todo o da cidade.

- Hum...

A reação de Belgorod não dizia absolutamente nada. Era como se ele nem lembrasse da pergunta que tinha feito.

- Eu tô com uma dúvida, Loqu. Eu vou precisar te dar alguma parte do que eu ganhar por recuperar a jóia desse mercador por você ter me indicado?

Loqu abre um sorriso largo.

-Não! Nem uma moeda! Não me entenda mal, eu não estou te oferecendo isso de graça, mas Marlok vai me recompensar a seu próprio modo, tenho certeza! Então, de acordo?

Belgorod também sorri.

- De acordo! Agora vamos beber!

O bárbaro mata a caneca que tinha na mão e pede mais duas.