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    Prólogo das Cinzas

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    Mensagem por Dovahkiin Ter Jun 22, 2021 9:44 pm

    OFF: Como acredito que ainda leve algum tempo para a personagem Ventress ser resgatada, e seria muito maçante deixar o jogador esperando por isso sem participar, decidi narrar uma espécie de prelúdio da personagem, que duraria até o momento em que ela foi capturada e aprisionada por Vlad, ou até o grupo resgatá-la (o que vier primeiro). Porém, percebi que isso inevitavelmente geraria uma história paralela, então resolvi criar este tópico em específico, enquanto a história principal ocorre no outro.



    Ventress: - Você também me surpreendeu, Fiel de Antè. Se importa se eu me levantar?

    - À vontade, desculpe por isso – Diz ele apontando para o símbolo religioso em sua mão, ao ver a expressão que a vampira fazia ao vê-lo – Não pretendia ferir você, apenas...

    As palavras pareciam faltar ao homem religioso. Mas elas não eram necessárias, ela já imaginava o que ele diria.

    Ventress: - Qual é teu nome, Fiel? Para que eu possa agradece-lo adequadamente, embora muitos outros o odiariam pelo que fez por mim.

    Então, para sua surpresa, o clérigo guarda o símbolo.

    - Tudo bem, não percebi maldade em você, isso é algo que me intrigou muito. Quase tanto quanto ver uma “vampira” salvando uma aldeã! Me chamo Cipriano, mas já fui chamado por outros nomes, como “Manto Negro”, entre outros aos quais não me orgulho hoje. E sim, pode parecer uma loucura ter salvo uma... se me permite dizer... criatura da noite?! Desculpe, se o termo a ofende, o evitarei! – Então esperava a resposta dela, antes de continuar. – Mas não sou mais louco do que o clérigo que me aceitou quando eu ainda era um praticante arcano. Por isso sempre penso duas vezes antes de rejeitar alguém que evidentemente precisa de ajuda, mas, diga-me, se não for muita impetuosidade minha, quem exatamente é você? Mesmo em meus tempos como praticante das artes negras, eu jamais havia visto alguém da sua espécie cuja alma não exalasse maldade pura! Ah, a propósito, belo cavalo, ele esteve inquieto durante todo o dia, parece que ele também não gosta muito de símbolos religiosos, então o deixei do lado de fora do cemitério!
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    Mensagem por Nightingale Ter Jun 22, 2021 10:36 pm


    Ventress realmente não esperava que ele guardasse o símbolo de An´tè. Ela se mantinha parada, sua falta de necessidade de respirar faziam-na parecer uma estátua quando não estava se mexendo. Certos hábitos vivos já tinham se ido, outros ainda se mantinham e mesmo que não precisasse, as vezes ela tentava simulá-los como uma tentativa de mentir para si mesma que ainda era uma criatura viva. Ela pegava a tampa do caixão que estava no chão e o colocava de volta tapando o mesmo, para não deixar uma bagunça.

    Cipriano:

    A vampira olhou para Cipriano mais atentamente, as sombrancelhas levemente arqueadas pela surpresa, a expressão habitual dura. Então estava diante do famoso Manto Negro, um desgarrado dentre os desgarrados, magia obscura e mercenária para gente da pior índole, não que Ventress pudesse realmente julgar alguém. Ela imaginou se a idade avançada não seriam frutos da corrupção da magia arcana, mas nada disse quanto à isso.

    - Não me ofende, é o que eu sou e não nego isso, mas lamento este fardo. Uma vez, quando era viva, ouvi um anão dizer "Nunca se esqueça de quem você é, porque o mundo jamais esquecerá." De qualquer forma, agradeço-te, Cipriano de Baróvia. Salvas-te minha não-vida e tenho contigo um débito de gratidão que pretendo pagar se conseguir retornar de minha cruzada.


    Ela disse ao final fitando o vazio como se recupurasse uma lembrança. Sua postura era como a de uma militar, pelo menos lembrava uma, era dura, ereta e seu tom também era forte, não era algo muito feminino.

    Cipriano escreveu:- Mas não sou mais louco do que o clérigo que me aceitou quando eu ainda era um praticante arcano. Por isso sempre penso duas vezes antes de rejeitar alguém que evidentemente precisa de ajuda, mas, diga-me, se não for muita impetuosidade minha, quem exatamente é você? Mesmo em meus tempos como praticante das artes negras, eu jamais havia visto alguém da sua espécie cuja alma não exalasse maldade pura! Ah, a propósito, belo cavalo, ele esteve inquieto durante todo o dia, parece que ele também não gosta muito de símbolos religiosos, então o deixei do lado de fora do cemitério!

    Após falar de Shadowmere, a primeira reação de Ventress foi um olhar de ternura e uma postura mais mansa, uma coisa nova e até inusitava para uma criatura como ela. Havia ternura, compaixão e até mesmo seu tom de voz ficava dócil e menos duro.

    - Shadowmere está bem? Agradeço-te duplamente, Cipriano, meu débito contigo tende a aumentar. Aquele cavalo tem estado comigo por anos, desde em vida até em morte, é um ótimo cavalo e fiel companheiro.

    Após agradecer por ter cuidado d Shadowmere, ela continuava, voltando um pouco mais à postura antiga.

    - Eu tenho dois nomes, um do qual prefiro não revelar-te, para que não corras perigo, o outro não condiz com minha atual aparência já que se trata de um disfarce para a primeira e portanto não é apropriada, então esta noite dou-te um terceiro nome. Pode me chamar de...

    Ela parava e parecia refletir.

    - Aerith, se é meu nome que quer saber. Assim como você, sou uma fugitiva das trevas, fujo de minha própria escuridão e por isso voltei para o cerne dela. És um dos poucos que me estendeu a mão correndo o risco de perder a tua própria e assim como você, busco seguir o exemplo que tive.
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    Mensagem por Dovahkiin Qua Jun 23, 2021 7:04 pm




    Ventress: - Aerith, se é meu nome que quer saber. Assim como você, sou uma fugitiva das trevas, fujo de minha própria escuridão e por isso voltei para o cerne dela. És um dos poucos que me estendeu a mão correndo o risco de perder a tua própria e assim como você, busco seguir o exemplo que tive.

    Cipriano inspira e confirma com a cabeça, como que dando a entender o que ela dizia.

    - Hum... posso ver em seus olhos a chama da vingança tão comum àqueles que me procuravam no passado. Isso me faz recordar da frase de um sábio cujo nome se perdeu na história, mas cujos conselhos poderiam ter mudado minha vida muito antes se eu o tivesse ouvido: “Se procuras por vingança, cave duas covas”.

    Então ele caminhava um pouco e suspirava brevemente, antes de voltar-se para a vampira:

    - Pois bem, não irei importuná-la mais sobre sua identidade ou sobre seus objetivos aqui. Não creio que seu objetivo seja causar mal aos já sofridos habitantes desta vila, além disso, não sou seu pai ou mestre para lhe dizer o que deves ou não fazer... mas... se me permite, já presenciei histórias como a sua diversas vezes ao longo de minha vida, e esse caminho quase sempre acaba mal.

    O homem então dava um leve sorriso enquanto caminhava até a porta da cripta para abri-la.

    - Sabe, tenho certa admiração por indivíduos que, mesmo sabendo que isso pode prejudica-los, optam por fazer o bem. Muitos descrentes acreditam que An’tè é um ditador que apenas quer ser adorado e comandar o destino de seus seguidores, mas Ele nos deu tanto livre-arbítrio que podemos inclusive optar pelo mal, mesmo que isso vá contra o que Ele deseja. Porém, é hipocrisia escolher o mal e querer ser aceito na casa de An’tè. Por isso valorizo aqueles que optam pelo certo ao invés de optarem pelo que é mais prazeroso, ou mais atraente, ou mais cômodo.

    Então ele abria o portal da cripta e olhava para fora.

    - Bom, parece que o sol já está sumindo. Desejas seguir em direção à tua auto imposta missão ou prefere continuar ouvindo conselhos de um velho? A propósito, belo anel. Pude sentir uma energia emanando dele. Não é do tipo de amuleto que eu fabricava para mim e meus contratantes, apenas alguém cuja Chama Imortal da Criação habite poderia ter criado tal relíquia! Parece que você tem amigos interessantes, hein!
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    Mensagem por Nightingale Qua Jun 23, 2021 9:39 pm


    A vampira acompanhou Cipriano com os olhos o tempo todo sem mover um único musculo de seu corpo. A quem visse parecia uma estátua viva, o habitual e leve movimento do inspirar e expirar não existia em Ventress. Era como uma figura puramente estática, a não ser pelo leve movimento da cabeça acompanhando o fiel. Ela notava mudança de postura dele, se antes ele parecia hesitante e cauteloso, agora Cipriano parecia confiante e bem seguro, parecia ter se convencido de que não falava com alguém, ou algo, que lhe representava alguma ameaça. Quando ele fez menção de abrir a porta, Ventress imediatamente recuou um passo se pondo mais ao canto escuro do cômodo, uma ação involuntária de quem inconscientemente buscava fugir da luz externa. Olhar para o exterior vendo ainda um levissimo e quase imperceptível clarão ainda era ameaçador para a vampira, apenas um vampiro conseguiria perceber a diferença de uma noite completa e os pouquissimos e escassos raios de sol no horizonte. Inconscientemente, Ventress cobriu o anel com a outra mão, seu maior tesouro, um que não poderia nunca se separar dela.

    - Estou ciente da maldição que os vingadores carregam, Cipriano, foi esta maldição que me tornou o que sou hoje. Penso que a morte-final desta vingança possa-me ser adequada pois não há como decair mais, de modo que cavar duas covas não me parece má ideia. Não me importo como o caminho acabará para mim, desde que acabe com quem tem de acabar.

    Aquela era a postura de alguém muito amargurada, pois claramente dizia que não se importava se morresse por sua vingança. Ela então continua:

    - Penso que uma ultima conversa, de uma hora, seja um ultimo prazer que me foi permitido desfrutar antes de An'tè mergulhar-me no Aqueronte. Como tu mesmo disseste, provavelmente minha cova também já está preparada, mas não falaremos de meu anel ou de meus amigos.

    Ela dizia ao final, querendo proteger Morrigan.
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    Mensagem por Dovahkiin Qui Jun 24, 2021 4:01 pm




    - Estou ciente da maldição que os vingadores carregam, Cipriano, foi esta maldição que me tornou o que sou hoje. Penso que a morte-final desta vingança possa-me ser adequada pois não há como decair mais, de modo que cavar duas covas não me parece má ideia. Não me importo como o caminho acabará para mim, desde que acabe com quem tem de acabar.

    Cipriano fechava os olhos e suspirava brevemente, como que lamentando ouvir tais palavras:

    - É realmente uma pena que esteja tão convicta de seu destino, pois ele é muito mais tenebroso do que você pode imaginar. E não falo isso apenas como clérigo. Não, eu sei do que digo, já invoquei criaturas do próprio Abismo, já olhei nos olhos de um dos Nove Príncipes das Trevas, e sei que, não importa o quanto você esteja sofrendo, nada se compara a uma eternidade presa em uma das camadas do Abismo, sabendo que jamais terá chances de escapar, se lamentando eternamente por ter escolhido tal sina. E não se engane, você pode acreditar que sua alma já está condenada por sua condição vampírica, mas eu acredito fortemente que toda vida provém de An’tè, cada homem, elfo ou criatura foi criada por um propósito. Sim, seu corpo pode estar morto, mas diferente de outros mortos-vivos, você ainda mantém seu raciocínio, ou seja, acredito que no fundo de toda a dor e ódio que permeiam seu coração, ainda reside uma alma imortal, e como tal, ela ainda pode ser salva! Sim, você está morta, mas ainda vive, seu coração não bate, mas ainda assim você caminha, você não respira, mas ainda assim, seu cérebro funciona. Por mais que negue, ainda há vida em você, e toda vida vem de An’tè, e nada O agradaria mais do que vê-la voltando a ele após sua morte final!  


    - Penso que uma ultima conversa, de uma hora, seja um ultimo prazer que me foi permitido desfrutar antes de An'tè mergulhar-me no Aqueronte. Como tu mesmo disseste, provavelmente minha cova também já está preparada, mas não falaremos de meu anel ou de meus amigos.


    - Entendo, não abusarei de sua vontade se deseja manter segredos para si. Mas me alegra que tenha me dado uma última conversa antes de partir. Pois bem, prometo não tomar muito de seu tempo, mas desejo contar-lhe uma breve versão de minha história, pois ao vê-la, não posso deixar de ver a mim mesmo, muito tempo atrás.


    Então ele empertigava-se e procurava as palavras corretas antes de continuar:

    - Sei que é indecente perguntar a uma mulher sua idade, mas dada sua condição e à sua raça de origem, eu não duvidaria que eu possa ser mais jovem que você. Eu nasci há cerca de 60 invernos, próximo a Croleah, o Trono dos deuses. Meus pais eram nobres, então ouso dizer que tive uma infância privilegiada... Talvez até demais. Como deve imaginar, eu cresci em meio a rituais de antropofagia, suicídio, bestialidade, sendo instruído no Culto a Yaohbolun. Aos 7 anos eu já me mostrei um prodígio nas artes arcanas. Aos 11 já era capaz de levantar mortos-vivos para me servirem. Aos 17 decidi viajar o mundo e aprender conhecimentos ocultos de outras culturas. Diferente de outros magos precoces, eu sabia muito bem como dosar a magia de forma a não desenvolver marcas da corrupção que me entregassem. Tão pretensioso, eu sempre acreditei que tinha tudo sob controle. Em minhas viagens eu negociei escravos com feiticeiros Drow, ajudei o rei do Império das Cinzas a desenvolver uma forma de magia rúnica com a qual apenas sua raça saberia utilizar, troquei conhecimentos inclusive com os temíveis xamãs Orcs e me tornei o maior mago de meu tempo. Muitas pessoas me procuravam por minhas habilidades, nobres que muitos acreditavam ter reputações ilibadas, mas que secretamente possuíam uma vida dupla, ajudaram em meu enriquecimento e minha fama. Ah sim, eu acreditava ser um deus entre mortais, e acreditava que nem o céu era o limite para mim, pois nem mesmo os Nove Príncipes do Abismo me davam medo. Porém, meu castelo de areia ruiu quando voltei à minha terra natal, e um nobre devasso de Croleah veio pedir minha “ajuda”.


    Cipriano parava por um instante e inspirava profundamente antes de continuar.

    - Áglede era seu nome. E Justina seu objetivo. Violador de virgens, um homem que apenas enxergava a beleza exterior da jovem e por ela tinha sentimentos impuros. Acontece que alguns anos antes, Justina havia empreendido uma viagem ao mundo, assim como eu, e ao voltar, havia se convertido ao Culto de An’tè, desagradando muito seus pais. Porém, com o tempo, a jovem foi capaz de converter seus pais e ambos deixaram o antro de perdição que era Croleah. Inconformado por não ter possuído a jovem, Áglede que desde pequeno sempre fora acostumado a ter tudo o que queria (e depois jogar fora quando deixava de lhe apetecer), veio até mim, exigindo que a jovem retornasse, jogando-se aos seus pés. Eu apenas sorri e lhe disse que em uma semana, ela é quem viria até mim exigindo que Áglede se apaixonasse por ela.

    - Não foi difícil encontrar a garota, então usei minhas artes negras sobre ela. Eu utilizei de meus maiores truques, um pó alquímico especial que desperta a luxúria em seu usuário, ofereci-lhe grande poder e conhecimento, cheguei até mesmo a invocar uma poderosa entidade do Abismo para me auxiliar... sem resultado algum. Com meu orgulho ferido eu perguntava se ela também havia aprendido magias obscuras até mesmo para mim em suas viagens e passei a observá-la secretamente, apenas para perceber que eu não poderia estar mais enganado. Justina se defendia com orações e símbolos religiosos. Ela possuía uma fé e uma conexão com An´tè que poucos clérigos conseguiam alcançar. Inconformado, praguejei contra os príncipes do Abismo e passei a me descuidar quanto ao uso de magia arcana. Tentei com todas as minhas forças, mas era como socar uma montanha e esperar que ela se movesse, com a diferença de que ao invés de fraturar meu pulso, fui afligido por diversas chagas arcanas. Derrotado, eu me escondi do mundo, tentando curar meu corpo, sem sucesso. Me entreguei a vícios como álcool e jogos de azar, desenvolvi doenças devido aos meus hábitos e me tornei uma criatura de aparência terrível de se olhar. Imagine uma massa de carne-viva com quatro membros esqueléticos, alguns tufos de cabelo indicando onde fica sua cabeça, com diversas moscas utilizando minhas feridas como ninhos para suas larvas. As pessoas me chutavam ao passarem por mim e cuspiam em meu rosto quando eu implorava por mais uma dose de álcool. Os nobres que vinham me pedir favores agora sentiam repulsa de mim.

    - Sem saída, decidi voltar à minha terra natal, e ao revelar minha identidade, sofri severas humilhações. Fui chamado de charlatão por ter falhado em meu último trabalho, agredido na rua e enxotado de casa por minha família. Precisei fugir para salvar minha vida e evitava ao máximo utilizar magia arcana para não agravar ainda mais minha saúde. Sem ter para onde ir, fui buscar ajuda no único lugar onde jamais imaginei pisar... um templo de An’tè. Em minha terra eu sempre havia ouvido falar que os cultistas desta religião eram intolerantes e por esta razão não eram aceitos em Croleah, mas enquanto eu fui julgado das piores formas possíveis por aqueles que diziam “fazes o que tu queres”, a única pessoa a me acolher foi um clérigo, Eusébio, cujo nome nunca esquecerei. A partir daí você já deve imaginar o que me aconteceu, eu me converti, deixei meu passado para trás e ao renunciar às artes arcanas, Eusébio foi capaz de me livrar de minha sina. Sim, eu fui totalmente curado, não apenas das marcas da corrupção, mas principalmente, dos pecados e vícios em meu coração negro. Você deve estar se perguntando por que estou lhe contando isso. Pois eu desejo ser para outros o que Eusébio foi para mim. Eu sempre fui arrogante o suficiente para acreditar que era completamente auto suficiente. Hoje eu cheguei à conclusão de que viver guiado apenas pela própria bússola moral é viver guiado pelos próprios instintos, como os animais fazem. E, guiados pelos próprios instintos, muitos novos tipos de moralidades foram criados, como a da sociedade Drow... Outros dizem que a moralidade nada mais é do que um instinto natural, e que o conflito interno está em decidir entre um instinto e outro. Porém, a moralidade é aquilo que faz você julgar entre os instintos, e por isso não pode ser um deles. Por exemplo: o que fazer quando uma pessoa desconhecida está precisando de ajuda, mas ao ajudá-la colocaríamos em risco nossa própria vida? Obedecer ao instinto de autopreservação? Você fez a sua escolha ao salvar uma aldeã desconhecida, mas como exatamente você pode dizer que esta é a “escolha certa”? Não, escolher o bem não é um instinto, é uma virtude! A virtude, que se opõe ao pecado, é uma qualidade moral, "uma disposição habitual e firme para fazer o bem", sendo "o fim de uma vida virtuosa tornar-se semelhante a An’tè". Neste caso, é a lei moral quem nos dirá qual escolha devemos seguir e qual devemos ignorar. Do contrário, seremos encorajados a seguir o instinto mais forte e ignorar o que é mais nobre.


    Observando a confusão da vampira, Cipriano sorri amigavelmente e continua:

    - Desculpe, quando me empolgo acabo exagerando nas palavras. O que quero dizer com tudo isso é que, diferente do que eu imaginava, nossa moralidade não é subjetiva, porque não somos como os animais, que mutuamente se ajudam, mesmo não tendo deveres morais uns para com os outros. Não, a diferença está na consciência da lei moral, algo que é exclusivo aos seres sapientes. Diferente do animal, nós sabemos que estamos diante de uma decisão moral. Então eu lhe faço uma pergunta retórica: A moral é objetiva ou subjetiva? Se um valor ou dever moral for subjetivo, ele é relativo, ou seja, depende de questões culturais, sociais, familiares ou preferências pessoais. Agora, se um valor ou dever moral for objetivo, ele é absoluto, e por isso, é real e verdadeiro independente da época, cultura ou opinião que alguém tenha a seu respeito. Qualquer pessoa que considere a moral como subjetiva, precisa acreditar que atitudes como mentira, roubo, estupro e assassinato podem não ser necessariamente ruins se a sua cultura ou seus valores pessoais disserem que não são. Algumas sociedades como a dos Gnomos preferem acreditar em uma “ordem científica”. Mas se, de acordo com a ordem científica, se acreditar que determinadas raças são “inferiores” e podem atrapalhar o avanço evolutivo das outras sociedades como um todo, isso daria o direito às “raças superiores” exterminá-las?! Segundo os gnomos, sim. Isso não me parece nem um pouco moral... Não, não estou supondo, eu realmente conheci um Gnomo que me disse isso. Sabe o que ele me respondeu? Com outra pergunta: “Se existem valores morais objetivos, então por que existem tantas pessoas, inclusive dentro de sua igrejinha, que não seguem tais princípios?”. Bom, neste caso, primeiro é importante lembrar que lei moral não é o que as pessoas fazem, mas o que elas deveriam fazer. A lei moral não deixa de existir quando não é colocada em prática. E segundo, que a lei moral não depende da religião. O máximo que a religião pode fazer é descobri-la e ensiná-la, mas não cria-la. A lei moral não foi criada pela igreja, mas sim pelo criador de todas as coisas, An’tè. E sabe o que eu achei mais interessante sobre aquele diálogo? É que, quando alguém considera errada a atitude de um religioso que não pratica o que prega, indiretamente está afirmando que acredita em uma lei moral!


    Então, Cipriano parava de falar para respirar e esperava pela resposta da vampira. Como se desejasse saber se ela entender algo do que ele falou.
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    Mensagem por Nightingale Qui Jun 24, 2021 4:45 pm

    Ventress escutava o tanto de palavras que Cipriano tinha para dizer, assim como a sua história de vida, tentando criar um vínculo empático com Ventress. Ela fica quieta e imóvel o tempo todo. Realmente fez uma expressão confusa pois eram muitas palavras e muitas coisas a se pensar de uma única vez e eram coisas que a vampira não estava habituada a pensar uma vez que a sociedade Drow não questionava sua própria moralidade e Ventress simplesmente sentia-se um peixe fora do lago por motivo nenhum. As perguntas de Ciprianos eram mais retóricas do que de fato parecer que quisesse que Ventress respondesse já que continuava a falar mesmo sem que ela respondesse. Ela abaixava a cabeça fitando o chão por alguns instantes, tentava digerir toda aquela forma nova de pensar que a vampira nunca tinha presenciado antes. Depois ela tornou a olhar para ele.

    - Raças superiores são algo que os próprios Drow acreditam ser, assim como os Gnomos que tu diz. Essas são coisas que nunca parei para refletir em minha mente, pois ela já está ocupada demais em tentar suportar as coisas do coração, mas posso te dizer que o que faço não é por nada que não para o alívio dele, o que de certa forma, pode me tornar uma pessoa egoísta? Sou egoísta por tentar salvar uma vida para que eu sinta um a única gota de paz, Cipriano? Eu também penso que minha alma possa ter se perdido, isso se não simplesmente corrompida e condenada, no final não saberia dizer se o Vazio seria menos pior que os Sete Infernos, então acreditas veemente que ainda possuo uma alma e que ainda possa ser salva?

    Ela perguntava para ele porque esse fora um pensamento que lhe afligiu uma vez e diante de tantos pensamentos sobre moralidade que Cipriano tinha, talvez fosse bom ouvir uma segunda opinião.
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    Prólogo das Cinzas  Empty Re: Prólogo das Cinzas

    Mensagem por Dovahkiin Sex Jun 25, 2021 2:26 pm




    Ventress: - Raças superiores são algo que os próprios Drow acreditam ser, assim como os Gnomos que tu diz. Essas são coisas que nunca parei para refletir em minha mente, pois ela já está ocupada demais em tentar suportar as coisas do coração, mas posso te dizer que o que faço não é por nada que não para o alívio dele, o que de certa forma, pode me tornar uma pessoa egoísta? Sou egoísta por tentar salvar uma vida para que eu sinta um a única gota de paz, Cipriano? Eu também penso que minha alma possa ter se perdido, isso se não simplesmente corrompida e condenada, no final não saberia dizer se o Vazio seria menos pior que os Sete Infernos, então acreditas veemente que ainda possuo uma alma e que ainda possa ser salva?


    - Se você é egoísta por seguir seu coração?! Talvez, mas ser egoísta por fazer a coisa certa?! Na verdade, eu diria que este é o exato oposto do egoísmo, principalmente quando você se arrisca no ato. A meu ver, este pode ser considerado o primeiro passo em direção à salvação de sua alma, e sim, eu afirmo que você ainda tem uma, e creio fortemente que ela possa ser redimida, se isso for o que você deseja!

    Ciprinao percebia que já estava com a garganta seca após tanto falar, então parava por um instante e pigarreava, dando algum tempo para ela falar, e em seguida continuava:

    - Aos 11 anos eu já sabia como reanimar corpos mortos, e reanimar era realmente a palavra correta. Zumbis não são mais do que isso, corpos mortos animados por magia arcana. Sem raciocínio lógico, apenas sinapses cerebrais ativadas pela própria magia. Vampiros são um caso à parte, não são meros mortos vivos, pois nem mesmo o maior dos magos poderia criar um de vocês. Não, quem os criou foi Belineal, um dos Nove Príncipes do Abismo, com quem Vlad fez um pacto há cerca de 400 anos. A magia que está no sangue de Vlad, a mesma que a ressuscitou, não é uma magia conjurada por um mero mortal, mas a magia de um Celestial, ainda que corrompido. A magia de um dos seres mais poderosos do universo, criado diretamente por An’tè.


    Então ele respirava um pouco antes de continuar.

    - Sabia que em Élfico Antigo, a palavra “vida” tem o mesmo significado de “alma”?. É bem provável que você saiba que o idioma élfico foi a primeira linguagem utilizada em Nevriande, ensinada pelos próprios Celestiais. Se você possui vida, então você possui uma alma. Você não está totalmente morta, diferente de meros cadáveres animados, então, sim, eu acredito que ainda haja vida em você, e como toda alma corrompida, ela também pode ser salva! Quanto aos desejos de seu coração, todos nós os possuímos. Amor, ódio, inveja, medo, avareza... Mas o fato de termos estes sentimentos, não quer dizer que devemos deixa-los guiar nossas vidas. Segundo estudiosos do Culto, eles fazem parte do vazio em nossos corações, pois desde a separação do Elysium, nos sentimos incompletos. “Elysium foi feito para nós e nós para o Elysium”. Para o filósofos da Igreja, a moral é entendida como um processo de auto realização do homem. Nós compreendemos o indivíduo como alguém em movimento, que procura continuamente a felicidade, a satisfação plena mas nunca consegue alcançá-la: seja através de poder, dinheiro, saúde, status... Na vida presente não pode haver felicidade completa. Este é o sentido do conceito de ‘status viatoris’. Existir como indivíduo significa estar ‘no caminho’ desta realização”. Entende o que digo? Eu me arriscaria a dizer que, mesmo que você se vingasse de quem quer que seja seu alvo, isso não a faria feliz. E digo mais, caso conseguisse realizar seu desejo, seu coração seria tomado por um imenso vazio, pois seu objetivo de vida foi concluído, “e agora?!” ele se perguntaria. Não, sentimentos e realizações terrenas são apenas passageiros, a salvação é eterna, entende o que digo?
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    Prólogo das Cinzas  Empty Re: Prólogo das Cinzas

    Mensagem por Nightingale Sáb Jun 26, 2021 2:03 pm



    Cipriano escreveu:- Se você é egoísta por seguir seu coração?! Talvez, mas ser egoísta por fazer a coisa certa?! Na verdade, eu diria que este é o exato oposto do egoísmo, principalmente quando você se arrisca no ato. A meu ver, este pode ser considerado o primeiro passo em direção à salvação de sua alma, e sim, eu afirmo que você ainda tem uma, e creio fortemente que ela possa ser redimida, se isso for o que você deseja!

    Cipriano era um dos primeiros a dar um pouco de esperança à Ventress. A primeira foi Morrigan e achou que a Pagã Virtuosa seria uma peça chave única em sua existência, mas Cipriano parecia querer defender Ventress dela mesma com as suas palavras tentando convencê-la de que ela poderia não ser o monstro que sua consciência insistia em afirmar que era. Ela nada falou, ficou em silêncio pois não tinha muito o que rebater, as palavras de Cipriano não lhe pareciam ser simples e cega fé, elas tinham um ponto argumentativo que pouca margem dava para Ventress ser sua própria advogada de acusação. Se um próprio Sacerdote de Ant'è que foi e voltou do inferno redimido dizia que ela ainda poderia ser salva apesar do seu corpo morto, como ela poderia negar que não? Eram justamente esses que ela mais esperaria que a condenariam como o eterno monstro que era. Ventress continuava a olhar para o chão sem muitas palavras, até mesmo porque acreditar em uma esperança para si era o que queria e quando alguém lhe oferecia não parecia certo querer ir contra para e martirizar. Talvez Ventress precisasse ouvir aquelas palavras de alguém.

    Cipriano escreveu:- Aos 11 anos eu já sabia como reanimar corpos mortos, e reanimar era realmente a palavra correta. Zumbis não são mais do que isso, corpos mortos animados por magia arcana. Sem raciocínio lógico, apenas sinapses cerebrais ativadas pela própria magia. Vampiros são um caso à parte, não são meros mortos vivos, pois nem mesmo o maior dos magos poderia criar um de vocês. Não, quem os criou foi Belineal, um dos Nove Príncipes do Abismo, com quem Vlad fez um pacto há cerca de 400 anos. A magia que está no sangue de Vlad, a mesma que a ressuscitou, não é uma magia conjurada por um mero mortal, mas a magia de um Celestial, ainda que corrompido. A magia de um dos seres mais poderosos do universo, criado diretamente por An’tè.

    Ventress desviava o olhar para o lado com uma expressão de lamento.

    - É por que isso é mais uma maldição do que um estado natural. Necromancia mexe com a morte em seu estado natural, mas não com uma maldição que simula o pior de uma criatura viva para torná-la uma zombaria da natureza.

    Cipriano escreveu:- Sabia que em Élfico Antigo, a palavra “vida” tem o mesmo significado de “alma”?. É bem provável que você saiba que o idioma élfico foi a primeira linguagem utilizada em Nevriande, ensinada pelos próprios Celestiais. Se você possui vida, então você possui uma alma. Você não está totalmente morta, diferente de meros cadáveres animados, então, sim, eu acredito que ainda haja vida em você, e como toda alma corrompida, ela também pode ser salva! Quanto aos desejos de seu coração, todos nós os possuímos. Amor, ódio, inveja, medo, avareza... Mas o fato de termos estes sentimentos, não quer dizer que devemos deixa-los guiar nossas vidas. Segundo estudiosos do Culto, eles fazem parte do vazio em nossos corações, pois desde a separação do Elysium, nos sentimos incompletos. “Elysium foi feito para nós e nós para o Elysium”. Para o filósofos da Igreja, a moral é entendida como um processo de auto realização do homem. Nós compreendemos o indivíduo como alguém em movimento, que procura continuamente a felicidade, a satisfação plena mas nunca consegue alcançá-la: seja através de poder, dinheiro, saúde, status... Na vida presente não pode haver felicidade completa. Este é o sentido do conceito de ‘status viatoris’. Existir como indivíduo significa estar ‘no caminho’ desta realização”. Entende o que digo? Eu me arriscaria a dizer que, mesmo que você se vingasse de quem quer que seja seu alvo, isso não a faria feliz. E digo mais, caso conseguisse realizar seu desejo, seu coração seria tomado por um imenso vazio, pois seu objetivo de vida foi concluído, “e agora?!” ele se perguntaria. Não, sentimentos e realizações terrenas são apenas passageiros, a salvação é eterna, entende o que digo?

    Ventress respondia em Élfico:

    - "Algumas coisas é melhor começar do que recusar, mesmo que o fim possa ser escuro."

    Caso Cipriano não soubesse falar Élfico, Ventress traduziria para ele e depois continuaria com pesar.

    - Mesmo que eu não faça por mim, ainda precisa ser feito, principalmente por esta cidade. Ninguém mais fará.

    OFF: Tentei procurar um tradutor Élfico do Tolkien mas só encontrei tradutores que não são muito funcionais, principalmente pq usam caracteres elficos que é necessário fontes externas instaladas para ler, se alguém conhecer um melhor me avisem por favor.
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    Mensagem por Dovahkiin Seg Jun 28, 2021 10:19 am





    - "Algumas coisas é melhor começar do que recusar, mesmo que o fim possa ser escuro."


    Cipriano dava sinal de que entendia a fala da vampira, mas não concordava totalmente.


    - Mesmo que eu não faça por mim, ainda precisa ser feito, principalmente por esta cidade. Ninguém mais fará.

    Desta vez, porém, Cipriano sorria, como se concordasse ao menos em parte.

    - Creio que agora você começou a entender. Sim, eu já imaginava que "ele" era o objeto de seu ódio. E sim, ele precisa ser detido, mas não encare isso como uma vingança pessoal, e sim como algo necessário a se fazer. Eu ainda não tenho certeza se você sozinha seria capaz disso, mas se este for o seu destino, orarei para que An'tè mande toda a ajuda possível! Se me permite?! - Cipriano aproxima sua mão da testa da vampira, caso ela permita.

    Em caso afirmativo, ele faz uma oração, que causa certo desconforto à vampira, mas ao final, faz com que ela relembre como era estar viva, quase como se sentisse seu coração batendo novamente, o sangue quente circulando em suas veias. Uma sensação de calor era emanada da palma da mão do homem, como se ela pudesse sentir novamente o sol matutino tocando seu rosto (mas sem a dor que ele costumava causar). A sensação dura pouco tempo e novamente ela volta a se sentir fria e morta, mas ainda assim, por alguma razão, era como se ela sentisse que "algo" a acompanhasse.

    - Pois bem, siga para seu destino! - Então ele a acompanhava para fora da cripta. Antes de se despedir ele ainda fazia um último pedido:

    - Talvez eu esteja sendo afoito em pedir isso, mas... caso você obtenha sucesso em sua missão, aceitaria voltar para termos outra conversa? Ainda tenho esperanças de salvar sua alma, e espero ter lhe dado alguma também! Namárië, mesta an ni véla tye ento*



    * "Adeus, até que eu a veja de novo"
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    Prólogo das Cinzas  Empty Re: Prólogo das Cinzas

    Mensagem por Nightingale Seg Jun 28, 2021 5:59 pm




    Ventress reparava que Cipriano discordava dela em pontos mas naquele momento, aquilo era indiscutivel.

    Cipriano escreveu:- Creio que agora você começou a entender. Sim, eu já imaginava que "ele" era o objeto de seu ódio. E sim, ele precisa ser detido, mas não encare isso como uma vingança pessoal, e sim como algo necessário a se fazer. Eu ainda não tenho certeza se você sozinha seria capaz disso, mas se este for o seu destino, orarei para que An'tè mande toda a ajuda possível! Se me permite?!

    A vampira olhava para Cipriano sem expressão no olhar, como uma estátua que simplesmente foi feita para encarar aquela direção, e então subtamente ela acentia positivamente com a cabeça permitindo que ele a tocasse na testa. Ventress sabia muito bem que era capaz que ela não voltasse desse embate, mas estava contando, pelo menos, que Vlad também não. Ela então continuava a fitar o Sacerdote, via ele realizar uma oração e inicialmente aquilo era incomodo, não um incomodo de quem desdenha da fé, incomodo como uma sensação ruím e as palavras como o arranhar de uma superfície plana e sólida. A expressão dela começava a mudar pra uma impaciência, finalmente uma expressão que demonstrava uma emoção, além da que fez quando falaram de Shadowmere, era uma expressão de visível incomodo mas ela não impediu Cipriano de continuar e nem fez menção, ela simplesmente suportou aquele incomodo, porque aquela era uma gentileza que ninguém ainda tinha feito por ela e ao final, as coisas pareceram ficar mais leves, mais vividas, sua face então mudou para uma expressão de desconcerto, e um breve sorriso terno, de quem estava sentindo algo bom e vívido, um calor, que era muito diferente ao frio da morte que estava acostumada e Ventress se pegou sentindo-se aliviada por ter permitido a oração, mas tudo o que é bom dura pouco e tão breve como veio ela se foi mas mesmo a sensação se indo, Ventress não se sentia mais desamparada e jogada à própria sorte.

    Cipriano então acompanhava Ventress até a saída, não antes da vampira drow pegar suas coisas e se armar adequadamente.

    Cipriano escreveu:- Talvez eu esteja sendo afoito em pedir isso, mas... caso você obtenha sucesso em sua missão, aceitaria voltar para termos outra conversa? Ainda tenho esperanças de salvar sua alma, e espero ter lhe dado alguma também! Namárië, mesta an ni véla tye ento*

    A expressão dura e quase nula na expressão da vampira já tinha voltado, embora, algo parecia ter mudado no semblante dela. Ela respondia

    - Se eu conseguir, eu... Voltarei.

    Ela permanecia o olhando por alguns segundos, algo muito inusitado nesse encontro tinha acontecido. Ela caminhava alguns passos em direção a fora, parava-virava-se e dizia:

    - Se eu não voltar, poderia cuidar de Shadowmere? É um bom cavalo, merece ter um bom dono.

    Então depois da resposta dele, ela diria.

    - Alassëa omentielman nan. Hantanyel Cipriano.*

    E então, ela se virava iniciava um caminhar e quase no inicio dessa caminhada, em questão de 2 segundos, o corpo dela se encolhera no meio dar dando a forma repentina de um morcego que iniciou seu bater de asas em direção à lua e as nuvens, seu objetivo era o Castelo de Ravenloft.

    Forma de Morcego:


    OFF: *Eu estou feliz com nosso encontro. Obrigada, Cipriano*
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    Mensagem por Dovahkiin Ter Jun 29, 2021 2:19 pm





            A vampira então se despedia de Cipriano, não sem antes pedir que este cuidasse de seu cavalo caso ela não regressasse, no que o Clérigo concorda.

            Assim que saia da cripta, Ventress sentia uma lufada fria do vento noturno, e quando percebia que estava longe da visão de Cipriano, ela se transformava em um morcego e voava pelos céus escuros daquela triste vila. Ao longe já era possível ver o castelo daquele monstro que ela já amou, com suas torres altas perfurando os céus como lanças em busca de ferir seu maior inimigo.


    Prólogo das Cinzas  EV09CHNXYAQUG6f



            Ela conhecia bem o caminho, e como o castelo já fora sua casa no passado, é provável que ela não precisasse de "permissão" para adentrar novamente.


    Prólogo das Cinzas  DfLRvkyUYAAMV7v


            Ao se aproximar do castelo, ela pensava em suas opções. Ela sabia que Vlad geralmente dormia em sua cripta nas catacumbas principais, no subsolo do castelo. Mas durante a noite, era possível (e mesmo provável) que ele estivesse em outro lugar, ou mesmo buscando sangue dos inocentes moradores das proximidades.
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    Mensagem por Nightingale Ter Jun 29, 2021 3:06 pm


    Ver o Castelo de Ravenloft era como entrar em um miasma de sonhos e pesadelos. Ao lembrar de Vlad, Ventress ainda sentia seu coração morto aquecer, tanto de amor quanto de ódio, mas o ódio acabava por ser mais forte no final das contas. Mesmo com as palavras de Cipriano, anos de sentimentos não poderiam ser suprimidos com algumas palavras de uma hora de conversa, embora tivessem tido sim impacto na vampira. Ela tinha memórias daquele castelo, muitas delas eram distorcidas mas outras eram reais e eram reconfortantes, mas mesmo essas reais e reconfortantes tinham uma depravação doentia em sua natureza.

    Ela voava pelo vento frio e aquilo não a incomodava uma vez que seu corpo ja estava morto mas chegando no castelo ela certamente não iria bater na porta da frente anunciando sua chegada. Esse até poderia ser um plano viável no passado, mas uma vez que se mostrou para salvar a humana e aquele lobisomem havia fugido, certamente Vlad já deveria saber que ela estava ali, se não soubesse seria uma surpresa. Ainda poderia fingir uma desculpa, Ventress mentia bem mas Vlad também era um bom conhecedor de mentiras e isso seria arriscado demais. O melhor era manter a ideia de se infiltrar sorrateiramente no Castelo e ir diretamente até o monstro onde o atacaria por trás com sua espada de prata e o mataria de uma vez. Ventress conhecia aquele castelo como a palma de sua mão, sabia das armadilhas e obstáculos mas mesmo sabendo ela prefere não subestimar tanto essas mesmas armadilhas e obstáculos, pode ser que sua chegada tenha feito com que as armadilhas e obstáculos mudassem de posição e esquemas. Talvez Vlad não estivesse em seus aposentos, os mesmos aposentos que ele dividiram a cama, talvez estivesse em algum lugar no Castelo ou até mesmo no vilarejo. A melhor chance é esperá-lo em seus aposentos do que ficar perambulando no Castelo e arriscar ser encontrada. Ventress então procurava o canal da rede de esgotos, já entraria pelos andares mais inferiores para chegar mais rápido às catacumbas, as barras do canal não seriam o suficiente para impedi-la com seu tamanho diminuto e se tivessem trocado para barras menores ainda ela então cortaria as barras com sua espada se fosse possível.


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    Mensagem por Dovahkiin Qua Jun 30, 2021 5:02 pm




            Sabendo da existência de um canal de esgoto no lado inferior da colina, Ventress voava até ela. Praticamente invisível entre as rochas, especialmente à noite, estava uma pequena abertura com grades de onde dejetos eram jogados.



    Prólogo das Cinzas  Sewer_10


            Dentro dos túneis escuros, o odor de mofo, decomposição e morte ainda era o mesmo, mas algumas coisas pareciam ter mudado desde a última vez que ela esteve aqui.

    Prólogo das Cinzas  London-sewer-C19th


            Agora, o chão das masmorras estava cobertos de água parada. Ela não sabia se isso era acidental ou proposital (pois sabia que no chão deste lugar haviam muitas armadilhas e a água dificultaria ainda mais a detecção delas). Felizmente, voando ela estava imune às armadilhas escondidas sob a água. Fungos esverdeados penduram-se do teto, mas o único som no local é o do sonar do morcego e de algumas goteiras, mas ao passar pelas câmaras de tortura, ela podia ouvir sons de sofrimento.





    Prólogo das Cinzas  Masmor11


    OFF: Após entrar pelo esgoto, você saiu na área K75. Os gritos vem da sala K76 (que você sabe tratar-se da câmara de tortura) porém, a cripta onde Vlad dorme está na sala K84, e caso enfrente alguém antes, é quase certo que sua presença será revelada (lembrando que sua personagem não sabe que será capturada).
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    Mensagem por Nightingale Qui Jul 01, 2021 3:56 pm



    Ventress passava voando por dentro do canal de esgoto virando suas asas na diagonal no momento de passar pelas grades e ela entrava. Felizmente o cheiro pútrido do local não era um incomodo para a morcega-vampira que não precisava respirar. Quando ela passou ela logo pousou em uma área viável porém no teto, talvez em alguma bifurcação, alguma falha de construção que pudesse servir ou até mesmo uma roxa lascada que ela pudesse se pendurar de ponta cabeça e ficar com as asas fechadas em volta do corpo observando e estudando o local. A situação estava diferente, olhava os pontos no chão onde sabia que haveriam armadilhas contra invasores, a água infiltrada e cobrindo todo o chão. Ela fazia leves barulhos de morcego para utilizar o seu sonar lá embaixo, felizmente o barulho de morcegos nas catacumbas era muito comum, sempre haviam lá, não enxames que poderiam ser um problema para uma pessoa normal, mas haviam. Ela captava o som das goteiras e de outros pontos da catacumba estudando outras diferenças no local.

    Não demorou muito para que ela captasse também o som de gritos, pessoas torturadas, haviam vítimas lá dentro, na câmara de tortura, vítimas que estranhamente os ouvidos já acostumados de Ventress em ouvir o terror dos inocentes agora haviam desacostumados e o som desses gritos era algo horroroso para a vampira, e por mais que ela sentisse vontade de ir até lá e soltar a vítima o mais inteligente seria primeiro acabar com Vlad e depois libertar as pessoas, se conseguisse. Já havia se denunciado uma vez, não podia se denunciar denovo se quisesse conseguir chegar até ele e dar um único golpe pra acabar com ele de uma vez. Mesmo que libertasse as pessoas agora, não tinha garantias que passaria despercebida, não poderia escoltá-las até a saída de forma discreta e também não conseguiria proteger as pessoas de tantos monstros que viriam ao seu encalço. Fazia mais sentido acabar com Vlad e depois libertar os reféns. Doía o coração de Ventress, mas eles teriam que continuar sendo fortes um pouco mais.

    A morcega então levantava vôo novamente e tentava passar para o local do seu alvo, não pretendia entrar em nenhum combate além de Vlad, ela se preocupava apenas em ser um morcego normal e ir voando e se aproximando de forma discreta sem levantar suspeita dos monstros guardiões.
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    Mensagem por Dovahkiin Sex Jul 02, 2021 12:48 pm





            Apesar da aflição que os gritos a causavam, Ventress sabia que não poderia fazer muito no momento. Mesmo que se arriscasse e salvasse o prisioneiro, não seria capaz de tirá-lo do castelo em segurança. Não com Vlad vivo. Não, ela teria de destruir o mestre dos vampiros para ter uma chance de conseguir escapar com quaisquer inocentes presos neste inferno. Infelizmente, eles teriam de aguentar um pouco mais...


            Em forma de morcego, ela passava voando por diversas criptas, em direção àquele local o qual tanto conhecia: A Tumba de Vlad.


    Prólogo das Cinzas  Axpnemzn7sx41


            O aroma de terra recém removida preenchia o lugar (sim, ele ainda utilizava este local para dormir durante o dia). No fundo haviam três arcos. Um bom lugar para se esconder, porém, ela sabia que um deles guardava uma armadilha de teleporte, mas não lembrava qual, então talvez fosse um pouco arriscado tentar.

            No centro da sala, o caixão negro de madeira de boa qualidade com o qual Ventress já dividiu com Vlad muitas vezes no passado. Os adornos de bronze do ataúde permaneciam limpos e brilhantes, em contraste com o restante do ambiente. Curiosamente, o caixão estava fechado.
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    Prólogo das Cinzas  Empty Re: Prólogo das Cinzas

    Mensagem por Nightingale Sex Jul 02, 2021 4:20 pm


    Ventress havia pousado na lateral diagonal da câmara dos aposentos de Vlad e encarou o caixão de ponta cabeça. Olhar aquele caixão mudava a expressão do olhar do morcego, trazendo algo quase humano nele, algo que nenhum animal fazia, expressões faciais. Lembranças calorosas vinham dele, ela lembrava do rosto de Vlad proximo ao seu, os dois juntos dentro do caixão, nus, um beijo frio e quente ao mesmo tempo, olhos ligados com uma conexão tão forte e prazerosa para Ventress que era similar ao gosto do sangue. Seu coração ardia em um gelo amargurado ao lembrar desses momentos, sussurros, gestos, toques, seu corpo nu cobrindo o do seu mestre, pai e amado... E hoje, estava ali para destruir essas lembranças que eram tão boas mas lhe traziam dor.

    Olhando para o mesmo caixão, Ventress se lembrava do que vinha depois desses momentos de tranquilidade e intimidade... A Guerra, a morte... A tortura... Pessoas que Ventress desgraçou em parte por estar sendo controlada e em parte porque quiser ser controlada para mentir a si mesma que fazia tudo por amor, até que ela acordou subitamente, descobrindo que não podia mais fazer aquilo e o ressentimento veio junto com o choque, mas o amor.... O amor ainda está ali, sendo suprimido e escondido, engolido para não mais voltar, mas era difícil, era muito difícil.

    A Vampira Drow olhava para os três arcos, lembrava que um deles era um teleporte, tanto uma armadilha quanto uma possível rota de fuga. Ela não lembrava qual deles era, ou até se ainda se mantinha o mesmo arco de antes, todavia não era como se pudesse fazer algo com um dispositivo mágico, teria só que tomar cuidado com ele, principalmente a vinda de outros seres dele, não só a saída. Ela então ficou no canto e voltou à forma humanoide com seu corpo demorando poucos segundos para crescer novamente no chão. Ela ficou no canto mais escuro, escondida e esperando. Via que o caixão estava fechado e ficou em duvida se Vlad ainda estaria lá dentro, o que não fazia sentido. Ela então procurou ficar na lateral que fosse contrária à abertura do caixão, assim, se Vlad estivesse mesmo ainda lá dentro e fosse sair a visão seria bloqueada pelo lado que a tampa abre. Ela esperava para uma emboscada, a espada de prata estava desembainhada. Precisava ser eficiente como nunca fora antes. Se tanto ele entrasse por onde Ventress viera, saísse de dentro do caixão, ou um dos arcos mágicos, Ventress atacaria imediatamente num ataque surpresa para matar Vlad Dracullis de uma vez por todas.
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    Prólogo das Cinzas  Empty Re: Prólogo das Cinzas

    Mensagem por Dovahkiin Qui Jul 08, 2021 1:45 pm

    Até o momento, aquilo parecia fácil demais. Porém, Ventress permanecia esperando como uma estátua rígida e fria, sem piscar ou respirar, até que o momento chegasse. Teria de ser rápido, a regeneração de seu mestre era no mínimo igual à sua e caso ele olhasse em seus olhos seria difícil resistir ao vampiro.

            Enquanto pensava, um som não mais alto que o bater de asas de uma borboleta indicava outra presença no local. Das sombras do cômodo surgia uma figura solitária. Vlad.





    Prólogo das Cinzas  Aa518314eb38ca5a2578444a1fa59b3ec23b9316r1-904-1200v2_uhq


            Sua pele e cabelo estavam pálidos, ele não havia se alimentado nesta noite. Ele caminhava em direção a seu caixão, aparentemente não percebendo a presença de Ventress no local. Era o momento ideal para atacar. Porém, ela havia esquecido como a simples presença do vampiro era desconfortante para aqueles que ousavam atacá-lo.

    OFF: Faça um teste de medo: Vontade dificuldade 18. Em caso de falha, ver a tabela abaixo:

    Teste de Medo:

    Em caso de sucesso, siga normalmente com sua ação.
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    Prólogo das Cinzas  Empty Re: Prólogo das Cinzas

    Mensagem por Nightingale Seg Jul 12, 2021 2:53 pm



    Ventress aguardava pacientemente como uma predadora natural e maldita que era. Ela mantinha seus sentidos bem dispostos, sua respiração era inexistente uma vez que ela não mais precisava de tal coisa e também só serviria para denunciar sua posição. Ela mantinha-se agaichada, a mão no cabo da espada sem retirá-la da bainha ainda para que Vlad não sentisse à distância o desconforto da prata em sua presença. Ela esperava e esperava, até que ela ouvia o bater leve de asas, ela apertava mais o cabo da espada na mão, estava chegando. Ela estreitava seus olhos na direção de onde vinha o som e continuava aguardando, a ansiedade a consumindo tão vorazmente quanto a sede de sangue costumava lhe consumir também, mas com toda a paciência do mundo, ela ainda aguardava. Ela via então... Ele.... Seu objeto de ódio e de amor, passando sem ainda percebê-la ali. Suas presas ferinas silenciosamente cresceram e seus olhos vermelhos ganharam um brilho feroz no canto escuro, e ela viu que ele ainda não havia a notado, era a situação perfeita e Ventress sentia o prêmio de eliminar um grande mal da face do mundo de uma vez por todas.

    Ela mantinha a mão no cabo da espada mas... O que estava esperando? Ela simplesmente queria tirar a espada da bainha mas não conseguia, ela olhava para seu corpo, suas mãos e seus pés, eles tremiam vacilante e então Ventress se pegou pensando se aquilo era realmente uma boa ideia, se ela seria capaz. Antes cheia de convicção de que tinha uma chance, agora, na presença dele, prestes a fazer isso, parecia uma ideia ridiculamente idiota tal como todas as suas decisões em vida e morte, e aquela ideia de atacar Vlad sozinha só lhe parecia ser a mais estúpida de todas as estúpidas ideias e decisões que Ventress teve, e elas foram muitas. Ela nunca tinha tido o intuito de atacar Vlad antes, não, muito pelo contrário, sempre quis agradá-lo. Caindo nas graças do Conde Demônio ela não via motivos para temê-lo mesmo sabendo de todo o seu poder, ela sabia que ele nunca a machucaria, mas agora, vendo-o como inimigo e sabendo que dispertaria sua fúria a situação mudava e Ventress via motivos verdadeiros para temê-lo.

    Não aquilo fora uma ideia estúpida, desde o começo. Devia ter ouvido Cipriano e deixado essa vingança de lado, superado, aproveitado que estava livre e tentado fazer a diferença de outras formas longe daquela criatura. Ventress então sabia que ainda podia ter a chance de fugir enquanto ainda não era tão tarde assim. Ela silenciosamente se transformava novamente em Morcego, que era muito mais fácil de se esconder e nesta forma voadora, sutilmente com o bater de asas mais sutil que tivera, ou até indo andando pelo chão nos cantos, o que fosse mais fácil e mais discreto, ela iria fugir daquele lugar. Tinha que fugir, não teria chance contra Vlad mesmo atacando-o de surpresa, foi uma ideia ridicula e burra.
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    Prólogo das Cinzas  Empty OFF +16

    Mensagem por Dovahkiin Seg Jul 12, 2021 5:25 pm

    "Eu sou o antigo, eu sou a terra, eu sou o ódio, eu sou a guerra. Minhas origens estão perdidas nas trevas do passado. Eu já fui um guerreiro, um soldado da luz, um herói, um servo de An’tè. Com a fúria de um Deus justo eu caminhei pela terra erradicando o mal, até que fui traído pelo Altíssimo."      (Lorde Vlad Dracullis DeMolai)





            A visão de Vlad despertava sentimentos conflituosos da vampira. Talvez o sentimento de vingança a tenha cegado a ponto de cometer esta tentativa suicida? Não, talvez no fundo ela ainda sentisse algo por ele? Por aquele monstro que apenas a usou, que a via como uma mera ferramenta para seus desejos, enquanto ela havia literalmente se doado por completo a ele. Porém, o sentimento do medo agora parecia engolir todo o resto. Ela nunca havia sentido isso na presença do vampiro, nem mesmo quando era uma mera mortal adentrando seu castelo. Havia algo nele, algo que não era possível ver, mas que era palpável, como uma aura invisível e tenebrosa, uma presença maligna que a fazia se sentir impotente perante ele. Ela se culpava por isso, culpava sua tentativa estúpida e todos os erros que cometera até ali, em vida e em morte. Ela duvidava de si mesma mais do que nunca, e o mais silenciosamente que podia, alterava sua forma para a de um morcego, e voava para longe.

            Ledo engano, seu sonar, ou talvez o bater de suas asas, atraíram a atenção de Vlad. De repente, seu sonar não podia mais captar Vlad, mas o morcego continuava voando a toda velocidade na direção contrária, rumo às barras por onde ela havia entrado...



            Das sombras então, surgia Vlad, com um sorriso terrível em seu rosto, e em apenas um golpe de sua espada, ele decepava uma das asas do morcego. A dor era tamanha que Ventress retornava à sua forma humanoide, e caia no chão, segurando o toco de braço decepado. A sombra de Vlad se aproximava e ela podia ver seu rosto. E seus olhos vermelhos em chamas.

    Prólogo das Cinzas  Fantasy-fantasy-13682341-1024-768

            Ela não conseguia encarar aquele olhar e no fundo tinha certeza de que o rosto dele seria o último que veria antes de sua morte final.

    - Então, a filha ingrata à casa torna! Diga-me, pensou mesmo que tinha alguma chance? - Então chutava seu rosto com força. Seu nariz quebrava, mas o medo era maior que a dor. Ela tentava se afastar, mas ele a agarrava pelos cabelos.

    - Sabe qual foi a parte mais patética de sua ridícula tentativa de invasão? Saber que você não aprendeu nada comigo! - Então a arremessava com força contra uma das paredes. - Quando meu  cão de guarda retornou com a flecha encravada em seu braço, eu sabia que você havia retornado!

            Agora ele já não sorria mais, seu rosto estava contorcido de ódio. Antes que ela pudesse reagir, ele agarrava suas roupas e as rasgava com suas próprias mãos, deixando-a nua e sangrando no chão.

    - Desde que você fugiu, eu sempre esperei pelo momento em que voltaria. Sim, você é tão patética que pensou que poderia me destruir. Mas eu já deveria ter imaginado, você é tão patética que realmente pensou que eu a amava - Vlad agora a segurava pela garganta e a levantava do chão com uma única mão até que os olhos dela ficassem na altura dos seus.

    - SUA MERETRIZ DAS PROFUNDEZAS, ACHA MESMO QUE ALGUÉM PODERIA AMAR VOCÊ? VOCÊ APENAS FOI UMA DAS MINHAS CONCUBINAS, NÃO, PIOR DO QUE ISSO, VOCÊ FOI APENAS UM BRINQUEDO ESTRAGADO, QUE NUNCA SERVIU PARA NADA. A ÚNICA MULHER QUE EU REALMENTE AMEI E CONTINUAREI AMANDO PARA TODO O SEMPRE FOI TATYANA, SUA IMUNDA!


            Então ele a arremessava com força no chão e a chutava até que ela virasse de rosto para cima, então pisava em seu rosto, partindo ossos e dentes, e fazendo-a perder a consciência...
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    Prólogo das Cinzas  Empty Re: Prólogo das Cinzas

    Mensagem por Nightingale Seg Jul 12, 2021 8:39 pm


    Ser atacada daquela forma, de maneira tão brutal e humilhante, não fora o pior de tudo, o pior de tudo eram as palavras. Ventress tinha um corpo resistente à maioria dos efeitos, um fator de cura extremamente potente, mas as palavras de Vlad eram as palavras que destroçavam seu coração. Ele não era apenas um monstro por seus feitos com as mãos, mas também com a sua lingua de serpente, mais afiada que a maldita lâmina de prata que cortara sua asa e consequentemente o seu braço fora. Ventress gritava de dor, os gritos dela eram apenas mais um no meio daquelas catacumbas. Os gritos da vampira facilmente derrotada era vistos por terceiros como um vácuo, era como não importasse o quanto ela gritasse, nenhum som saíria de sua garganta. As presas estavam saltadas mas não como de um animal feroz e sim como de um animal ferido. Ela se arrastava no chão, ferida de muitas formas diferentes, no seu corpo e no seu ego, desnuda e humilhada como punição por sua pura estupidez, ela ainda lutava desesperadamente para fugir sendo que no fundo ela sabia que não conseguiria, mas o monstro desesperado dentro dela faziam-na rastejar como um verme que implora pela vida, mas Vlad era o monstro dos monstros, então de certa forma, Ventress sabia que sua morte-final não chegaria agora, mas se An'tè tivesse piedade dela faria com que Vlad arrancasse-lhe a cabeça agora mesmo.

    Infelizmente, o Castelo de Ravenloft era um lugar que An´tè certamente não estava. As palavras de Vlad eram os piores ataques que ela sofria, assim como os atos de humilhação, a dor física de pouco importava, mas o pior ainda estava por vir. Ventress já estava muito fraca para prosseguir, derrotada com extrema facilidade, arrependida no ultimo minuto da sua forte ingenuidade, não adiantava por em palavras os gritos de terror e súplica que ela emitia, mas no final, com seu corpo e sua honra inexistente completamente ferida, ela começava a fechar os olhos, escutando de Vlad que a única pessoa que ele reealmente amou não foi ela, mas sim... Uma mulher... Um outro nome, e aquilo foi o que mais destroçou Ventress de dentro para fora e lhe subiu mais ódio que brotara do medo daquela cena. Ao final, ela dizia antes de apagar:

    - Você... é... Incapaz.... de amar.

    Aquele fora o único golpe que Ventress conseguiu desferir em Vlad, o monstro, Vlad o seu antigo amor, Vlad o seu pai, seu pior inimigo e agora seu eterno carrasco.

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